Moro é alvo de protestos em palestra na Columbia University, nos EUA

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – A Columbia University recebeu o juiz da Lava Jato, Sérgio Moro, nesta segunda-feira (06), ao som de protestos e uma recepção não esperada pelo magistrado da primeira instância.
 
Convidado pelo empresário Jorge Paulo Lemann, proprietário da Ambev e um dos homens mais ricos do mundo, Moro foi palestrar na New School for Social Research, da Universidade de Columbia, e falou sobre a sua trajetória na Operação Lava Jato. Mas do lado de fora do salão, protestos atrasaram cerca de 12 minutos o começo das palavras de Moro aos estudantes norte-americanos.
 
No seminário, defendeu que as investigações contra a corrupção, ao contrário das críticas, vem “fortalecendo as instituições” e irão reforçar a sociedade contra a corrupção e ao comportamento de figuras públicas que descumprem a lei.
 
Na linha de criticar o amplo direito de defesa de réus no Brasil, disse que quem vive nos Estados Unidos não tem ideia do número de processos em andamento: “é além da imaginação”, e justificou que parte desses casos se deve à “manobras obstrutivas”, promovendo uma “história sem fim”.
 
Por esse cenário, completou Moro, é que o juiz trata de dar celeridade nas investigações da Lava Jato, com o objetivo de evitar as obstruções, que, em sua visão, é o que costuma ocorrer quando entre os investigados estão nomes de políticos e empresários importantes.
 
Fazendo referência ao clima do Brasil, disse que a corrupção às vezes parece “uma doença tropical”, mas destacou o seu próprio papel no objetivo de combater os desvios de políticos e empresários, mostrando que o país é capaz de superar esses entraves.
 
Respondeu às críticas de que a Lava Jato tem prejudicado a economia brasileira por envolver grandes empresas. Defendeu que os investimentos de grupos econômicos devem ser planejados contra corrupção, e os recursos, assim, possam ser dirigidos “para combater a miséria”.
 
“A New School sempre foi uma escola de esquerda e não entendo porque está organizando um evento tão parcial. Tentamos colocar ao menos um nome para o debate, mas não permitiram. Porém, já conseguimos verba com professores e agora vamos fazer um evento plural”, afirmou uma estudante de PhD em economia da New School, Luiza Nassif Pires, em reportagem ao O Globo.
 
“Estou muito chateada com tudo isso, este evento não tem um debate universitário, representa apenas um lado”, afirmou a professora de Filosofia da Universidade, Nancy Fraser.
 
Contra as críticas de sua parcialidade, Moro disse que “isso não é certo”.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

22 Comentários

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  1. Estava “cucado” com esse

    Estava “cucado” com esse “negócio” na universidade americana, mas, agora, situei-me: pagas pelo mesmo-de-sempre direitista ultra dos negócios que, diga-se de passagem, gosta tanto do seu país que até mora na suíça. Quanto a parcialidade do Moro, todos – hoje – conhecem sua penúria intelectual. Esse “negócio” (sempre “negócios”) de ficar citando as obstruções nos processos é apenas a sua (dele) visão estrábica do problema, pois, todas as ações de que ele reclama constam dos códices a que ele (como juiz, se juiz fosse) jurou proteger. Se não gosta do processo-jurídico a que deve se relacionar, que peça demissão, candidate-se a cargos eletivos e, se eleito, busque suas alterações (de acordo com a sua “vontade-punitiva” dentro do legítimo processo parlamentar. Mais fascista, impossível. Aliás, mais cretinamente fascista, impossível, já que, não consegue (por que nunca quis) compreender a complexidade social-democrática de um país e considera que punir, punir e punir (apenas os do pt, diga-se) resolverá todos os problemas pátrios: já que o “sistemão” continuará incólume e fazendo suas vítimas. Aliás, hoje, talvez novamente sejamos vítimas da indicação do energúmeno como ministreco. Haja saco.

  2. Moro e procuradores do MP que

    Moro e procuradores do MP que tentam criminalizar as palestras de Lula não podem alegar desconhecimento do mercado palestrista. O Lula pelo menos foi seguir essa carreira apenas após sair da presidência.

  3. http://www.newschool.edu/nssr

    http://www.newschool.edu/nssr/

    COLUMBIA UNIVERSITY é uma coisa, New School of Social Research, agora chamada apenas de NEW SCHOOL, é outra instituição, não tem nada a ver com a Universidade de Columbia.

    A New School tem uma gloriosa historia de formação por exilados alemães de esquerda, criada em 1919, lá lecionaram os maiores economistas alternativos (non-mainstream) dos EUA.

    Acho surpreendente que a palestre de Moro tenha sido na New School, ideologicamente não tem nada a ver.

    1. Columbia-The New School
      O referido evento é uma co-organização de dois centros de estudos ligados, respectivamente, a Columbia University (Lemann Center for BRAZILIAN Studies – http://www.ilas.columbia.edu/centers-and-programs/brazil-center/) e a The NSSR (Janey Program in LATIN AMERINCAN Studies – http://blogs.newschool.edu/janey-program/).

      Vale destacar que o juiz Sérgio Moro é um entre vários outros convidados deste evento cujo tema perpassa sobre as questões de governança e de compliance no Brasil, tendo como case de destaque o Lava Jato. O evento começou hoje (06/02) na Columbia e prossegue amanhã na The New School, que terá, entre outras, uma palestra da ministra Carmen Lúcia. http://blogs.newschool.edu/janey-program/2017/01/institution-building-governance-and-compliance-in-brazil-politics-policy-and-business/

      A The NSSC foi criada pela dissidência de professores progressistas da Universidade de Columbia.

      1. A New School of Social

        A New School of Social Research foi fundada por professores progressistas em 1919, alguns dos quais eram da Columbia mas seu grande impulso foi com os professores alemães que fugiram do nazismo na decada de 30.

  4. Esse cara não trabalha?
    Não

    Esse cara não trabalha?

    Não terminou o recesso do judiciário para este sujeito ficar vadiando e exibir a vulgaridade de sua vaidade?

    Ou foi prestar contas aos seus patrões norte-americanos, aproveitando para caguetar mais de nossas empresas (que não fazem nada de diferente das empresas norte-maericanas, como diz nosso prezado André Araújo)?

    Nesta viagem, vai  morder diárias indecentes (DINHEIRO PÚBLICO!) ou foi “tudo na faixa”, pagos por um sujeito especialista em ganhar dinheiro (e expert em destruir marcas centenárias: a cerveja Original “faixa azul” virou suco de milho fermentado; e a Heinz vai para o saco também pelas mãos do Anti-Midas)?

    Nesse pau tem abelha

  5. Chamem esse Zé Ruela para dar de comer a milhões de brasileiros

    Chamem esse Zé Ruela para dar de comer a milhões de brasileiros que ele colocou no olho da rua com sua Destruição a Jato, operação do PSDB em conluio com o mercado golpista que, agora, desfruta do golpe, com as estrelas golpistas como Moro e Carmem Lucia paletrando mundo afora. 

    1. Caro Zé Carlos Lima

      Caro Zé Carlos Lima (permita-me chamá-lo de Zé)

      O patrono do sujeito que foi exibir suas vulgaridades é um expert em destruir empresas  e desempregar pessoas. É tão patriota que (de acordo com nossos comentaristas) seu domicílio fiscal é a Suiça.

      1. Apareceu uma cara do golpe

        Quer dizer que o jorge paulo lehman está financiando as “palestras” desse mentecapto lá fora? Então ele é a cara do golpe e do entreguismo. Ele está fazendo isso para abrir o mercado americano para a falsária ambev (aquela que faz a mesma cerveja e embala em quatro rótulos diferentes).

  6. Os americanos não conseguem

    Os americanos não conseguem localizar os Estados Unidos no mapa-mundi, imagina se vão entender o Brasil.

    Ainda mais com um palestrante desse naipe.

    1. O vídeo mostra quem foi vaiado…

      O vídeo mostra claramente que quem recebeu estrondosa vaia foram as duas senhoras histéricas que foram expulsas do local.  A TV mostrou Moro sendo aplaudido enstusiasticamente por mais de um minuto. Moro é respeitado e não é atoa que foi escolhido  como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time e eleito o 10º mais influente do mundo pela Bloomberg. 

  7. Escárnio e deboche….

    Muito claro quem é o Patrão do Loro ;  Lemann é  um grande promoter do capital financeiro neoliberal; sócio da filha do Serra na sorveteria milionária.  Esta criatura  vem atuando nos bastidores  desde o quebra-quebra de 2013. Renderia um bom post sobre os verdadeiros  patrocinadores do golpe do pato amarelo !

  8. palestra paga

    Tenho convicção que foi PROPINA, por entregar o Brasil.

    Esse filho de uma boa mãe, já devolveu o celular da Dna. Marisa e os dois Ipods dos netos que foram levados durante a invasão policial????

    Não/

    Então ele é conivente com o roubo

  9. Lehman poderia fazer um

    Lehman poderia fazer um seminario em Columbia para mostrar como fundou a AMBEV-Cia.de Bebidas das Americas no Brasil comprando por uns trocados a Companhia Antarctica Paulista da Fundação Zerrener, onde no Conselho ninguem era dono de nada, apenas gestores do legado dos instituidores Antonio e Helena Zerrener, depois no processo de aprovação no CADE assumiu todas as juras que criava uma companha brasileira que seria uma das grandes de cervejas do mundo,

    passado pouco tempo a AMBEV muda sua sede para a Europa e hoje  deixou de ser uma empresa brasileira,

    seu capital mudou-se todo para fora do Brasil, seu donos moram na Suiça e o CADE ficou vendo a banda passar.

    1. Compra de indulgên$$ia

      Sendo o tema “corrupção como doença tropical (!)”, ele poderia ter participado e relatado jogadas financeiras dos anos 80 e 90 e, mais recentemente, como funcionam os recursos arministrativos ao CARF.

      Seria muito ilustrativo.

      Esse evento… parece a medieval compra de indulgência… ¬¬

  10. “Que palestra que nada”

    Quem paga a palestra o “cara” da Ambev ou nós? No dia da palestra ele estava de licença ou vair receber como dia trabalhado? Incrivel como nossos Juízes saem de férias e fazem palestras com direito a ajuda de custo do governo, lembram do Joaquim na França?  Duvido que esse ou mesmo a Carmen não vão receber “ajuda de custo” do povinho brasileiro.

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