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Lourdes Nassif
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    1. e quando coincidimos por sermos 3…

      se descuidar, loucura na certa ou aquelas babaquices de sempre para aparecer na tv ou vender livros

      2 caminhos só, para sermos 3 juntos e livres…………………………..cansadão já, mas é preciso seguir fantasiando

      cada qual por sua loucura

      1. muitos mistérios ainda…

        mas, reparem, são 3 os caminhos……………………………………….um escondido entre  a mente e o coração

        sem encontrar, loucura na certa

        voc~esprecisam estudar melhor nosso cérebro quando humanos e não apenas mensageiros

        maioria são mensageiros, acumuladores de mesmices ou babaquices que outros aprenderam

        portanto, não são o que dizem ser

  1. Filmes de Terror: Coisa de Mulher.

    Demorou.

    Sempre escutamos aquele papo de que mulheres “não gostam” de filmes de terror.

    Uma rápida pesquisa particular sobre esse tema entre algumas mulheres só fez comprovar essa história.

    A maioria realmente não curte.

    Gênero dominado por cineastas homens e para publico majoritariamente masculino, me chamou a atenção que dois dos melhores filmes que vi recentemente são de terror. E ambos escritos, produzidos e dirigidos por mulheres.

    Roteiros que fogem completamente ao padrão do que estamos acostumados.  Uma visão feminina que vai da dificuldade de se criar um filho hiper-ativo sozinha, até a luta feminista contra o fundamentalismo e o machismo. Puro terror!

    Estou me referindo à pequena obra prima “The Babadook”, filme de estreia da diretora australiana Jennifer Kent e também ao já cultuado, idolatrado e amado “The Girl walks alone at night”. Filme sensação dos festivais de cinema do ano passado, de autoria da diretora anglo-americana-iraniana Ana Lily Amirpour. Também estreante.

    The Babadook (2014)

     

    “O filme mais apavorante que já vi”.  Eu também achei, mas quem disse isso foi nada mais, nada menos, um cara que entende muito do assunto: Willian Friedkin, (diretor de O Exorcista)   “I’ve never seen a more terrifying film, (The Babadook). It will scare the hell out of you as it did me.”

    O roteiro de Babadook é absolutamente primoroso. Um quebra-cabeças  onde as peças vão sendo discretamente reveladas  aos mais atentos.  Começa com o trivial “criança com medo do escuro” e um enigmático livro (e que livro!). O espectador nunca sabe exatamente o que vai acontecer, por que acontece,  quem  é o foco do problema  e principalmente onde  está  “de fato” o terror e quem o alimenta.  O medo do desconhecido nesse filme é multiplicado por 10. A trama é conduzida basicamente por dois personagens, magnificamente interpretados por Essie Davis (a mãe) e o pequeno Noah Wiseman  (o filho). É emocionante acompanhar o desempenho dos dois em cena e a transformação por que passam.  Destaque para a parte técnica do filme: áudio, fotografia e a óbvia homenagem aos primeiros filmes de terror do cinema.

    A Austrália que sempre nos brindou com ótimos filmes de terror, mantém a tradição, agora com o  toque feminino de um filme que vai marcar época.

     

    The Girl walks alone at night (2014)

     

    É um filme de vampiros. De uma vampira. Iraniana.

    A diretora Ana Lily Armipour baseou o roteiro de seu filme em uma graphic novel  de sua própria autoria. Criou-se uma  tal “vibe” na produção desse filme que ele já era cult antes mesmo de ser lançado. Os “detalhes” que surpreendem são que o filme foi produzido e realizado nos EUA, tem elenco mesclado com prevalência de atores de ascendência iraniana e é inteiramente falado em persa.  Achou pouco? Bom, o filme tem uma lindíssima fotografia em preto e branco e mostra um improvável (?) Irã underground com muito sexo, drogas, prostituição, transgêneros, e claro, um skate…

    Dito assim, parece aqueles filmes feitos especificamente  para serem rotulados de ”cult”.  Não é o caso aqui.  A trama é nervosa, o roteiro flui naturalmente .  É bastante claro que a “vampira vingadora” de Arminpour  é um grito punk feminista contra a situação das mulheres na sociedade iraniana. Na verdade, é praticamente um Western com personagens bastante diferentes dos cowboys.  Algumas cenas do filme são das mais lindas que já vi no cinema, (a cena surreal do skate, a festa onde o “Drácula” entra em “órbita” depois de se drogar, o encontro na usina, etc, etc.)

    O elenco é um capítulo à parte. Só vendo. Você nunca mais pensar no Irã da mesma maneira.

    Então a mensagem  é: Se você é mulher (ou homem) e não gosta de filmes de terror, arrisque assistir. Você vai se surpreender.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=szaLnKNWC-U%5D

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=_YGmTdo3vuY%5D

     

  2. Uma crítica ao agronegócio por Chico César

    Chico César, sempre Chico César… 🙂

     

    [video:https://www.youtube.com/watch?t=266&v=pJ_fOF3Xnfk align:center]

     

    “Reis do Agronegócio” (música de Chico César, letra de Carlos Rennó)

    Ó donos do agrobiz, ó reis do agronegócio,
    Ó produtores de alimentos com veneno,
    Vocês que aumentam todo ano sua posse,
    E que poluem cada palmo de terreno,
    E que possuem cada qual um latifúndio,
    E que destratam e destroem o ambiente,
    De cada mente de vocês olhei no fundo
    E vi o quanto cada um, no fundo, mente.

    Vocês desterram povaréus ao léu que erram,
    E não empregam tanta gente como pregam.
    Vocês não matam nem a fome que há na Terra,
    Nem alimentam tanto a gente como alegam.
    É o pequeno produtor que nos provê e os
    Seus deputados não protegem, como dizem:
    Outra mentira de vocês, Pinóquios véios.
    Vocês já viram como tá o seu nariz, hem?

    Vocês me dizem que o Brasil não desenvolve
    Sem o agrebiz feroz, desenvolvimentista.
    Mas até hoje na verdade nunca houve
    Um desenvolvimento tão destrutivista.
    É o que diz aquele que vocês não ouvem,
    O cientista, essa voz, a da ciência.
    Tampouco a voz da consciência os comove.
    Vocês só ouvem algo por conveniência.

    Para vocês, que emitem montes de dióxido,
    Para vocês, que têm um gênio neurastênico,
    Pobre tem mais é que comer com agrotóxico,
    Povo tem mais é que comer, se tem transgênico.

    É o que acha, é o que disse um certo dia
    Miss Motosserrainha do Desmatamento.
    Já o que acho é que vocês é que deviam
    Diariamente só comer seu “alimento”.
    Vocês se elegem e legislam, feito cínicos,
    Em causa própria ou de empresa coligada:
    O frigo, a múlti de transgene e agentes químicos,
    Que bancam cada deputado da bancada.

    Até comunista cai no lobby antiecológico
    Do ruralista cujo clã é um grande clube.
    Inclui até quem é racista e homofóbico.
    Vocês abafam mas tá tudo no YouTube.

    Vocês que enxotam o que luta por justiça;
    Vocês que oprimem quem produz e quem preserva;
    Vocês que pilham, assediam e cobiçam
    A terra indígena, o quilombo e a reserva;
    Vocês que podam e que fodem e que ferram
    Quem represente pela frente uma barreira,
    Seja o posseiro, o seringueiro ou o sem-terra,
    O extrativista, o ambientalista ou a freira.

    Vocês que criam, matam cruelmente bois,
    Cujas carcaças formam um enorme lixo;
    Vocês que exterminam peixes, caracóis,
    Sapos e pássaros e abelhas do seu nicho;
    E que rebaixam planta, bicho e outros entes,
    E acham pobre, preto e índio “tudo” chucro:
    Por que dispensam tal desprezo a um vivente?
    Por que só prezam e só pensam no seu lucro?

    Eu vejo a liberdade dada aos que se põem
    Além da lei, na lista do trabalho escravo,
    E a anistia concedida aos que destroem
    O verde, a vida, sem morrer com um centavo.
    Com dor eu vejo cenas de horror tão fortes,
    Tal como eu vejo com amor a fonte linda –
    E além do monte o pôr-do-sol porque por sorte
    Vocês não destruíram o horizonte… Ainda.

    Seu avião derrama a chuva de veneno
    Na plantação e causa a náusea violenta
    E a intoxicação “ne” adultos e pequenos –
    Na mãe que contamina o filho que amamenta.
    Provoca aborto e suicídio o inseticida,
    Mas na mansão o fato não sensibiliza.
    Vocês já não ´tão nem aí co´aquelas vidas.
    Vejam como é que o Ogrobiz desumaniza…:

    Desmata Minas, a Amazônia, Mato Grosso…;
    Infecta solo, rio, ar, lençol freático;
    Consome, mais do que qualquer outro negócio,
    Um quatrilhão de litros d´água, o que é dramático.
    Por tanto mal, do qual vocês não se redimem;
    Por tal excesso que só leva à escassez –
    Por essa seca, essa crise, esse crime,
    Não há maiores responsáveis que vocês.

    Eu vejo o campo de vocês ficar infértil,
    Num tempo um tanto longe ainda, mas não muito;
    E eu vejo a terra de vocês restar estéril,
    Num tempo cada vez mais perto, e lhes pergunto:
    O que será que os seus filhos acharão de
    Vocês diante de um legado tão nefasto,
    Vocês que fazem das fazendas hoje um grande
    Deserto verde só de soja, de cana ou de pasto?

    Pelos milhares que ontem foram e amanhã ser-
    Ão mortos pelo grão-negócio de vocês;
    Pelos milhares dessas vítimas de câncer,
    De fome e sede, e fogo e bala, e de AVCs;
    Saibam vocês, que ganham “cum” negócio desse
    Muitos milhões, enquanto perdem sua alma,
    Que a mim não faria falta se vocês morressem;
    Saibam que não me causaria nenhum trauma.

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