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sexta, 19 de abril de 2024
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CAEIRO
“Qual é a filosofia que chega a uma certeza maior?”
“Nenhuma, e nenhuma pode vir brincar nunca à minha porta.”
DRUMMOND
BAHIA
É preciso fazer um poema sobre a Bahia…
Mas eu nunca fui lá.
In Alguma Poesia , Edições Pindorama, 1930
O POEMA DA BAHIA QUE NÃO FOI ESCRITO
Um dia – faz muito tempo, muito tempo –
achei que era imperativo fazer um poema sobre a Bahia,
mãe de nós todos, amante crespa de nós todos.
Mas eu nunca tinha visto, sentido, pisado, dormido, amado a Bahia.
Ela era para mim um desenho no atlas,
onde nomes brincavam de me chamar:
Boninal,
Gentio do Ouro,
Palmas do Monte Alto,
Quijingue,
Xiquexique,
Andorinha.
– Vem… me diziam os nomes, ora doces.
– Vem! ora enérgicos ordenavam
Não fui.
Deixei fugir a minha mocidade,
deixei passar o espírito de viagem
sem o qual é vão percorrer as sete partidas do mundo.
Ou por outra, comecei a viajar por dentro, à minha maneira.
Ainda carece fazer poema sobre a Bahia?
Não.
A Bahia ficou sendo para mim
poema natural
respirável
bebível
comível
sem necessidade de fonemas.
© CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
In Amar se aprende amando, 1985
Curiosidade a respeito do minipoema “Bahia”
Mais de 50 anos depois, Drummond publicou um complemento a esse texto. É “O Poema da Bahia Que Não Foi Escrito”, no qual ele lamenta não ter conhecido a terra de Caymmi. Esse poema está em Amar Se Aprende Amando, de 1985.
FONTES [ COM IMAGENS DA INTERNET ]
http://www.algumapoesia.com.br/drummond/drummond26.htm
http://www.avozdapoesia.com.br/obras_ler.php?poeta_id=234&obra_id=2396
DRUMMOND
SONETILHO DO FALSO FERNANDO PESSOA
Onde nasci, morri.
Onde morri, existo.
E das peles que visto
muitas há que não vi.
Sem mim como sem ti
posso durar. Desisto
de tudo quanto é misto
e que odiei ou senti.
Nem Fausto nem Mefisto,
à deusa que se ri
deste nosso oaristo,
eis-me a dizer: assisto
além, nenhum, aqui,
mas não sou eu, nem isto.
© CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
In Claro enigma, 1951
FOTO: Gösta Ekman , Faust , 1926
Família é mulher com homem, mulher com Deus não configura famíli
por Mauricio Stycer
Se for aprovado pelo Congresso, esse projeto que defne a família como a unição entre um homem e uma mulher, vai complicar a vida de muita gente. Piada de hoje no “Zorra”.
. https://www.facebook.com/mauricio.stycer/videos/526492534174506/
Um poema de Hölderlin recitado por Heidegger
[video:https://www.youtube.com/watch?v=X3EBz6NmPEs%5D
ÂNIMO, de Friedrich Hölderlin
Eco do Céu! Coração sagrado! Por que
estás mudo entre os vivos? Acaso dormes,
livre chama, relegada à noite subterrânea,
proibida a todos os ímpios?
Não velas como antes a luz do Éter?
Não segue em flor a Terra, velha Mãe?
Já não inspiram, longe e perto,
o Espírito e o sorridente Amor?
Só tu renuncias! Mas os Celestes
te nominam, e o calado e fundo suspiro
da Natureza te sobrepassa como um campo
despojado e iluminado, animando tudo.
Esperança!Em breve os bosques
não serão os únicos a cantar a vida;
tempos virão em que a alma mais bela
cantará de novo nos lábios do homem.
Mais amorosa, então aliada aos mortais,
o elementar tomará forma, e a Terra,
enriquecida com a gratidão dos filhos,
plantará os tesouros de seu seio infinito.
Nossos dias serão como flores
que o sol expandiu para sua alegria
e onde se e queira o seu jogo
de sua luz contente em ledas cores.
E o Espírito, que reina mudo e ignorado,
enquanto prepara o porvir,
um glorioso dia retornará a voz humana
para manifestar-se aos anos futuros.
Tradução de HA
“Una furtiva lacrima” de Gaetano Donizetti por Enrico Caruso
[video:https://youtu.be/t936rzOt3Zc%5D
Versão remasterizada digitalmente de uma gravação de 1 de fevereiro de 1904 na sala 826 do Carnegie Hall, de Nova York.
.
Una furtiva lacrima (Uma furtiva lágrima) é o romanza do ato II, cena 2 da ópera italiana, L’Elisir d’amore (O Elixir do Amor) por Gaetano Donizetti. É cantado por Nemorino (Caruso), quando ele descobre que a poção do amor que ele comprou para conquistar o coração da mulher de seus sonhos, Adina, funciona.
Ótimo. Você viu Fitzcarraldo ? tem a ver: Caruso.
já postei tempos atrás, o GGN elevou à sessão das dez na Hme (Portal). Tem no youtube.
“A História dos Direitos Humanos (legenda) “
[video:https://www.youtube.com/watch?v=uCnIKEOtbfc align:center]
A Servidão Moderna | Completo DUBLADO
[video:https://www.youtube.com/watch?v=Ybp5s9ElmcY align:left]
Três Poetas Pela Vida
Arseny Tarkovsky e filho Andrei.
VIDA, VIDA
Não acredito em pressentimentos, e augúrios
Não me amedrontam. Não fujo da calúnia
Nem do veneno. Não há morte na Terra.
Todos são imortais. Tudo é imortal. Não há por que
Ter medo da morte aos dezessete
Ou mesmo aos setenta. Realidade e luz
Existem, mas morte e trevas, não.
Estamos agora todos na praia,
E eu sou um dos que içam as redes
Quando um cardume de imortalidade nelas entra.
Vive na casa e a casa continua de pé
Vou aparecer em qualquer século
Entrar e fazer uma casa para mim
É por isso que teus filhos estão ao meu lado
E as tuas esposas, todos sentados em uma mesa,
Uma mesa para o avô e o neto
O futuro é consumado aqui e agora
E se eu erguer levemente minha mão diante de ti,
Ficarás com cinco feixes de luz
Com omoplatas como esteios de madeira
Eu ergui todos os dias que fizeram o passado
Com uma cadeia de agrimensor, eu medi o tempo
E viajei através dele como se viajasse pelos Urais
Escolhi uma era que estivesse à minha altura
Rumamos para o sul, fizemos a poeira rodopiar na estepe
Ervaçais cresciam viçosos; um gafanhoto tocava,
Esfregando as pernas, profetizava
E contou-me, como um monge, que eu pereceria
Peguei meu destino e amarrei-o na minha sela;
E agora que cheguei ao futuro ficarei
Ereto sobre meus estribos como um garoto.
Só preciso da imortalidade
Para que meu sangue continue a fluir de era para era
Eu prontamente trocaria a vida
Por um lugar seguro e quente
Se a agulha veloz da vida
Não me puxasse pelo mundo como uma linha.
Arseni Tarkóvski em “Esculpir o tempo”, de Andrei Tarkovski. Martins Fontes, 1990.
Tradução de Jefferson Luiz Camargo.
André Breton e a companheira Elisa. ANTES A VIDA
Antes a vida que estes prismas sem espessura mesmo se as cores são mais puras
Antes ela que esta hora sempre enevoada estas terríveis carruagens de labaredas frias
Estas pedras sorvadas
Antes este coração engatilhado
Que este charco de murmúrios
Este pano branco a cantar ao mesmo tempo na terra e no ar
E esta bênção nupcial que une o meu rosto ao da total fatuidade
Antes a vida
Antes a vida com os seus lençóis de esconjuro
As suas cicatrizes de fugas
Antes a vida antes esta rosácea no meu túmulo
A vida da presença só da presença
Onde uma voz diz Estás aí e a outra responde Estás aí
Eu pobre de mim não estou
E mesmo quando jogarmos ao que fazemos morrer
Antes a vida
Antes a vida antes a vida Infância venerável
A faixa que parte dum faquir
Parece o escorregadouro do mundo
Não importa que o sol não passe de um destroço
Por pouco que o corpo da mulher se lhe compare
Pensas tu ao contemplar a extensão da trajectória
Ou tão-só ao fechar os olhos sobre a tormenta adorável que se chama a tua mão
Antes a vida
Antes a vida com as suas salas de espera
Mesmo sabendo não ir entrar nunca
Antes a vida que estas estâncias termais
Onde o serviço é feito por coleiras
Antes a vida adversa e longa
Quando aqui os livros se fecharem sobre estantes menos suaves
E lá longe fizer mais que melhor fizer livre sim
Antes a vida
Antes a vida como fundo de desdém
A esta cabeça já de si tão bela
Como antídoto da perfeição aspirada e temida
A vida a maquilhagem de Deus
A vida como um passaporte virgem
Ou uma vilória como Port-à-Mousson
E como tudo foi dito já
Antes a vida
André Breton em“Poemas”. Assírio & Alvim, 1994
Tradução de Ernesto Sampaio
Vinicius de Moraes e Tom Jobim
SEI LÁ…
Tem dias que eu fico pensando na vida
E sinceramente não vejo saída.
Como é, por exemplo, que dá pra entender:
A gente mal nasce, começa a morrer.
Depois da chegada vem sempre a partida,
Porque não há nada sem separação.
Sei lá, sei lá, a vida é uma grande ilusão.
Sei lá, sei lá, só sei que ela está com a razão.
A gente nem sabe que males se apronta.
Fazendo de conta, fingindo esquecer
Que nada renasce antes que se acabe,
E o sol que desponta tem que anoitecer.
De nada adianta ficar-se de fora.
A hora do sim é o descuido do não.
Sei lá, sei lá, só sei que é preciso paixão.
Sei lá, sei lá, a vida tem sempre razão.
Vinicius com Tom, Miucha e Toquinho no Canecão, 1977.
[video:https://www.youtube.com/watch?v=NKCp78hnl4M%5D
“Mundo Digital”
https://www.youtube.com/watch?v=d4ZHVHhqHxM
(tá falhando, às vezes, a postagem de vídeo)
SER-TÃO!
[video:https://www.youtube.com/watch?v=tAIURN5ftAY%5D
[video:https://www.youtube.com/watch?v=rsWhiidKI0s%5D
Mulheres
Algumas Mulheres – Hanoi Hanoi (banda do baixista Arnaldo Brandão, ex parceiro musical do Cazuza, Caetano Veloso …)
[video:https://youtu.be/os9bgeRmQaI%5D%5Bvideo:undefined%5D
Garotos
Garotos – Leoni ( o mais politizado roqueiro atual e foi o mais talentoso do Kid Abelha)
[video:https://youtu.be/hFJljUyEJ3c%5D
do filme: Traídos Pelo Desejo
ótimo, é uma história de amor bem inusitada, como pretexto gira em torno do IRA , um sequestro contra o governo britânico ocupante da Irlanda do Norte.(A versão legendada em espanhol tá com falha)
[video:https://www.youtube.com/watch?v=-EPGhjxm0G0%5D
Muito Amor, muita dor
Nickname,
o filme é ótimo e a canção também! Obrigada por sempre compartilhar conosco o que há de melhor!
Anna.
Boa noite!
[video:https://www.youtube.com/watch?v=bK9a2OOfs_U%5D
Livrai-me ( Chuvas de Cajus )
[video:https://www.youtube.com/watch?v=jH3ToqZ0T0E align:left]