Na Ucrânia, mulher para carro blindado de mãos vazias

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Almeida

Aconteceu em Kramatorsk, na “República Popular do Donetsk”, Ucrânia. São pessoas como ela e as demais que aparecem no vídeo, que são classificadas de “terroristas” pelo regime de Kiev e a imprensa-empresa ocidental. Observem bem a quantidade de “agentes de Moscou”, de “sabotadores russos”, de pessoas prontas para “atirar para matar”, assim como são apresentadas essas pessoas, pela imprensa-empresa tipicamente “nacional”.

http://www.youtube.com/watch?v=uRCZLiOjQFk

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

9 Comentários

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  1. Creio que mesmo as pessoas

    Creio que mesmo as pessoas que moram na Ucrânia, ou seja os ucrânianos, tem dificuldade em saber o que – de fato – está rolando em seu país. Ou melhor, quem é o “vilão”. A milhares de quilometros de distância e, sobretudo, por meio de informações cifradas e , não raro, editadas por rede de notícias, pro e contra, Rússia ou Ucrânia fica literalmente impossível saber quem é quem. Sobra a leitura ideológica  e parcial dos “fatos”… é só.

  2. aposto que eram pessoas “como

    aposto que eram pessoas “como ela” que também lutaram bravamente na praça Maidan, apesar das diversas outras forças que estavam em jogo.

    Ao tentar ver tudo como preto-no-branco esquecesse totalmente que a classe trabalhadora ucraniana está nas ruas tentando fazer o que acredita ser o melhor para suas condições materiais, não são apenas peões “pró-russia” ou “pró-ocidente”.

    1. Tantos edifícios quanto a “república de Kiev”.

      Não sei se você sabe, ou procura não saber, o governo estabelecido em Kiev foi formado após a invasão de um único prédio, no caso um muito especial, o do parlamento, pelas turbas fascistas do Svoboda e do Pravy Sektor. De lá expulsaram deputados mediante espancamento e ameaça de armas, constrangeram os demais a votarem a destituição do presidente, sem nenhum rito processual e sem alcançar o quorum constitucional para essa finalidade. É um governo resultante de um putsch, o país está num caos e suas autoridades não têm nenhuma legitimidade.

      Veja o caso dos militares enviados, para reprimirem os protestos de civis no leste do país. O governo fantoche de Kiev aponta essas pessoas como “terroristas”, para ficar de acordo com a terminologia de Washington sobre disidentes. Eles se recusaram a cumprir ordens absurdas, do governo que você apóia, para massacrar cidadãos pacíficos e desarmados, que se opõem ao governo golpista estabelecido em Kiev, com suporte do EUA. A ordem era atacá-los com fogo de carros de combate, deslocados para tal finalidade. Os golpistas não têm autoridade sobre o exército, apenas ocupam prédios na capital e contam com o “reconhecimento” ocidental; mas na hora de emprestar dinheiro para salvar o “governo aliado”, esses mesmos apoiantes ocidentais não enxegam, no governo de Kiev, a legitimidade para garantia do empréstimo e o dinheiro não sai.

      Os militares dos vídeos abaixo deporam armas depois de cruzarem com pessoas como essa mulher, viram que ali não tem terrorista, mas cidadãos descontentes com os rumos que oligarcas e seus aliados do ocidente estão impondo ao país.

      Veja na página da presidência da Ucrânia, a falta de controle das forças armadas: http://www.president.gov.ua/en/news/30280.html

      “Oleksandr Turchynov deu instruções para dissolver a 25 ª Brigada Aerotransportada que demonstrou covardia e depôs as armas”.

      Ucrânia: militares ucranianos depõem as armas em Kramatorsk.

      [video:http://www.youtube.com/watch?v=eyjhxuqp7fA%5D

      A resposta do soldado ucraniano Sobre a situação no Leste da Ucrânia

      [video:http://www.youtube.com/watch?v=gwqat3YoWPs%5D
       

      1. A gente sabe que um discurso

        A gente sabe que um discurso não merece a menor credibilidade quando tenta covencer as pessoas que o kagebista Putin é mais democrático do que os ucranianos do Svoboda e do Pravy Sektor. Com base em quê se pode defender isso? Puro achismo e desejo que as coisas sejam assim. O que existe na Ucrânia é uma luta pelo poder. Putin é tão reacionário quanto qualquer reacionário de outro país.

        1. Não há uma linha acima onde eu cite Putin.

          Não há, portanto, da minha parte, nenhuma comparação com ele. Eu comparo os que aplicaram o putsch em Kiev, com os que se rebelam contra esse governo fantoche, apoiado pelo “democrático” Obama, amiguinho das ditaduras que lhe são convenientes, como as do Egito, Paquistão e Arábia Saudita.

          Aliás, veja os soldados ucranianos. Eles compararam as pessoas como essa mulher, que se dirigiram aos tanques sem armas, de modo pacífico e autêntico em suas reivindicações, com aqueles que ocuparam o poder por violência, que percorrem as ruas do país aos bandos impondo terror, então, eles se rebelaram, recusaram a acatar ordens de governantes que acham também ilegítimos. Eles não estão fazendo comparações de Pravy Sektor, Svoboda e oligarcas da Ucrânia com qualquer dirigente de fora de seu país; os soldados também são cidadãos da Ucrânia, analisam e fazem críticas ao que occorre em sua nação e fizeram uma opção, terrível para um militar e de consequências imprevisíveis, pela indisciplina, pela insubordinação, preferiram se juntar a insurgência a acatar ordens de massacres de seus concidadãos.

           

      2. Ou seja,

        “República Popular de Donetsk” continua sendo um prédio. 

        Seria melhor usar esse nome somente quando for um ente político de fato.

        1. Se você ler direitinho,

          Sei que você é pessoa de boa vontade para tanto, já deve até ter reparado, que escrevi “República Popular de Donetsk”, assim, entre aspas mesmo. Também de modo coerente deve ser grafado “república de Kiev”.

          Ambas são entes políticos, são manifestações organizadas da política; o que ambas tem em comum é irrealidade jurídica, porque não há uma República da Ucrânia, sem aspas, no momento, para fornecer base jurídica que legitime um, ou outro movimento em suas pretensões. O golpe de estado não tem o reconhecimento de expressiva parcela da população, que se subleva contra o regime golpista instalado, a legalidade está quebrada, não há “reconhecimento” diplomático externo que conserte isso, os fatos demonstram que a sublevação está instalada, o país está ingovernável. É preciso  refundar a Ucrânia como república, ou não haverá mais Ucrânia, mas um território conturbado por guerra civil.

  3. Não há como saber o que se passa na Ucrânia

    Tenho procurado me informar sobre os acontecimentos da Ucrânia através da Reuters porém é flagrante o viés pró-ocidente adotado na cobertura dos fatos. Em meu ponto de vista os Estados Unidos e Europa tentaram mais uma vez trazer a Ucrânia para uma posição mais pró-ocidente fomentando a revolta que ocorreu na Praça Maidam.

    A Rússia tentou também manter a influência sobre a Ucrânia através do oferecimento de descontos no gás e ajuda financeira.

    Sobre quem atirou e causou as mortes que culminaram com o golpe, é difícil afirmar mas poderiam fazer parte do script para a escalada da situação que pudesse justificar a deposição do presidente eleito.

    Bom, se foi um lado ou outro, não importa muito pois de fato, aconteceu um golpe de estado e o ocidente, conforme em outras situações anteriores correu para apoiar ao novo governo.

    Daí já temos um problema de origem. O governo atual é fruto de golpe sem entrar nos detalhes de que figuras o compõem.

    Eu acho que a confusão mesmo surgiu devido ao erro de cálculo político sobre no que o ocidente estava se metendo.

    Alguém em são consciência acha que a Rússia iria entregar sua base naval no mar negro de graça?

    Eu não estava lá para saber se o referendo na Criméia foi forjado ou não mas provavelmente não seria difícil para a imprensa internacional, que estava presente, identificar algum tipo de vício na votação.

    Pelas notícias que chegaram, não parece que tenha ocorrido alguma coisa que tirasse a validade do referendo.

    Creio que o ocidente já deu a Criméia como perdida e ponto.

    Sobre o leste da Ucrânia, o que está acontecendo evidencia um governo que tem apoio internacional dos de sempre porém não tem domínio sobre o país.

    Os Estados Unidos ameaçamo tempo todo dizendo que a Rússia deve esvaziar os movimentos separatistas e ao mesmo tempo vemos imagens de pessoas desarmadas parando tanques de guerra e depoimentos de militares dizendo que não há como “atirar contra a minha própria gente”.

    Fico muito comovido com a situação das pessoas na Ucrânia. Reparem que a opinião delas é a que menos vale nesta situação toda e são elas que sofrerão asconsequências de uma luta armada patrocinada pelas duas potências rivais.

    Se existir ainda alguma razão e boa vontade na cabeça dos líderes do Ocidente e da Rússia, em minha opinião a solução passa pela eleição do dia 25 de maio e posterior mudança constitucional onde a Ucrãnia torne-se um país neutro militarmente.

    Qualquer solução onde seja considerada a entrada da Ucrãnia na OTAN terá oposição da Rússia e esta história não acabará nunca ou poderá acabar muito mal pra todos.

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