Não há nada de errado nas contas de campanha de Dilma, diz Edinho Silva

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

Da Agência Brasil

Por Ana Cristina Campos

O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva, disse hoje (24) que não há nada de errado nas contas de campanha da presidenta Dilma Rousseff de 2014. “Fui coordenador financeiro da campanha da presidenta e asseguro ao Brasil que nada de errado aconteceu nas contas da presidenta Dilma. A campanha ocorreu dentro da legalidade, da ética e da maior transparência possível. Essas contas foram auditadas e aprovadas pelo TSE [Tribunal Superior Eleitoral].”

O ministro deu a declaração após ser perguntado se a prisão do publicitário João Santana pode prejudicar a defesa do governo na ação proposta pelo PSDB no TSE que pede a cassação dos mandatos da presidenta Dilma e do vice, Michel Temer, por abuso de poder econômico e político. Santana coordenou as duas campanhas da presidenta Dilma, em 2010 e 2014, e a campanha à reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006.

O publicitário e a mulher dele, Mônica Moura, tiveram a prisão decretada na segunda-feira (22) pelo juiz Sérgio Moro no âmbito da 23ª fase da Operação Lava Jato. O casal foi preso ontem (23) e levado para Curitiba. Os investigadores da Lava Jato suspeitam que eles usaram contas secretas no exterior para receber dinheiro do esquema de corrupção na Petrobras.

Campanha de 2014

O ministro Edinho também comentou sobre a investigação de que parte do dinheiro recebido por Santana em contas no exterior foi obtida durante a campanha de 2014. “Estão tentando atribuir algo à campanha presidencial que, no meu entender, é uma especulação. Estamos falando de um contrato, no caso da empresa que foi produtora e geradora de conteúdo de mídia durante a campanha, de R$ 70 milhões. Tentar fazer o vínculo de uma remessa, se nós formos atualizar os valores pelo que era o dólar na época, de menos de 5% do valor do contrato, temos que ter muito critério ao fazer esse tipo de vínculo. Esse contrato está registrado, as notas fiscais também estão no TSE para quem quiser ver.”

Impeachment

Para o ministro, a prisão de João Santana não fortalece o processo de impeachment contra a presidenta Dilma, aberto na Câmara dos Deputados. “O impeachment é uma previsão legal desde que tenha um fato concreto contra o presidente empossado. Nós não temos nada contra a presidenta Dilma. Não se pode transformar o impeachment em instrumento de luta política porque aumenta a instabilidade do país”, acrescentou Edinho, após participar doprograma Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República em parceria com a EBC Serviços.

Segundo o ministro, parte da oposição está tentando politizar as investigações da Lava Jato para criar instabilidade política. “Penso que politizar uma investigação não é bom para o país e para a democracia e acaba criando um ambiente ruim. Precisamos neste momento conviver com a investigação que está aí, desde que ela aconteça dentro da legalidade. Mas nós precisamos fazer com que o país continue, que o país enfrente a crise econômica, que o país possa, por meio do Congresso Nacional, aprovar as medidas para a retomada do crescimento econômico.”

Sobre o panelaço de ontem (23) à noite, registrado em várias capitais durante o programa do PT em cadeia nacional de rádio e TV, Edinho disse que o país é “uma democracia”. “Democracia é assim: as pessoas têm o direito de livre manifestação. Tem manifestações favoráveis, contrárias. É assim que se constrói a democracia.”

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

9 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Cara, será que esta gente não

    Cara, será que esta gente não acompanhou o julgamento do Mensalão, onde pérolas como uma interpretação da doutrina  do domínio do fato constestada até pelo autor foi usada e uma ministra proferiu a célebre frase “não tenho provas, mas condeno por que a literatura jurídica me permite”? Será que esta gente não acompanhou a forma como se deram as derrubadas de Lugo e Zelaya? Não viram até mesmo como foi a “eleição” de Bush filho? Será que acham que isto só acontece em país dos outros? Vão catar coquinho! Não estão percebendo que a direita mandou “os escrúpulos às favas” e o juiz vai fazer vista grossa aos pontapés do adversário e, se necessário, até inventar penalti pro inimigo? Ingenuidade, aqui mesmo já isso foi dito. Ingenuidade e “republicanismo” demais para minha cabeça.

    1. “Sorri, Fonseca”

      O governo esta atento a tudo isso, mas governo é governo, não pode sair gritando socorro, parem os golpistas. Tem que apontar o problema, mas sem mostrar fraqueza e perda de controle.

      Lembro que Getulio, mesmo em meio as maiores atrocidades contra ele, sua familia e seu governo, sempre que aparecia em publico se mostrava calmo e até sorridente. Não que ele não soubesse dos riscos que corria, sabia muito bem.

      Dilma se parece, mais do que imaginam, com Getulio.

      1. Em 1954 Getulio tinha contra

        Em 1954 Getulio tinha contra ele as Forças Armadas que não engoliram sua volta em 1950 depois de ter sido por elas deposto em 1945. Quem montou o clima contra Getulio em 1954 foi a Aeronautica, a chamada “Republica do Galeão” que abriu um Inquerito Policial Militar comandado pelo Brigadeiro Adil de Oliveira que emparedou Getulio em Agosoto mas pelo meio do caminha havia a morte de um oficial da Aeronautica, o que hoje não existe.

        Hoje a Aeronautica da Dilma é a força tarefa juizo+MP+ Policia Federal do Paraná que age por todo o Pais como força  autonoma sob o olhar aparvalhado do Planalto. Alguma semelhança acaba ai.

        Getulio governou anteriormente o Pais por quinze anos sendo sete como ditador implacavel, uma ditadura muito mais ferea que a de 64, criou no caminho odios e inimigos de sangue, com uma guerra civil, uma rebelião comunista reprimida a ferro e fogo e outra integralista, uma guerra mundial,  fatos que não existem na biografia singela  de Dilma.

        A persiguição a Getulio foi produto de sua longa Historia, a perseguição à Dilma se deve a outros fatores e especialmente à inexistencia de qualquer esquema de poder, mesma carencia que afligia João Goulart que caiu sem defensores.

         

  2. Até quando?

     

    Como dizia o “outro”, vamos acabar com essa raça!

    Dilma, Lula, Hadad ….

    E a gente impotente assistindo!

    STF autoriza investigação da campanha de Fernando Haddad em SP

     

     

    Justiça Eleitoral irá apurar campanha do prefeito da capital paulista após informações colhidas em delação premiada da Lava Jato; Aloysio Nunes e Mercadante também foram citados

    O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), acolheu pedido feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para encaminhar à Justiça Eleitoral de São Paulo informações a respeito da campanha eleitoral do prefeito Fernando Haddad colhidas em delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato.

    Apesar de serem dados obtidos no curso das investigações sobre corrupção na Petrobras, as informações são para investigação de cunho eleitoral. Haddad foi mencionado em conversas do empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, que apareceram em meio às investigações da Operação Lava Jato.

    Segundo as investigações, Pinheiro teria feito lobby junto ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em favor do prefeito de São Paulo na votação de um projeto de rolagem da dívida da cidade. Não há informação se o envio de informações à Justiça de São Paulo, autorizado por Celso de Mello, tem como fundamento as mensagens de Léo Pinheiro.

    O caso foi encaminhado ao gabinete do ministro Celso de Mello, que conduz inquérito sobre o ministro Aloizio Mercadante (Educação) e sobre o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), por supostos crimes eleitorais. A investigação original teve como base a delação do dono da UTC, Ricardo Pessoa.

    Ainda é mantida sob sigilo no STF e na PGR a delação que originou o envio dos novos pedidos feitos no curso da investigação. No mesmo despacho, Celso de Mello autorizou a inclusão das informações prestadas por delator no inquérito relativo a Mercadante e Aloysio Nunes.

    O ministro do STF também autorizou, conforme pedido da PGR, arquivamento de menções a políticos e envio de informações para outros foros competentes

     

     

  3. não há, mas os insanos

    não há, mas os insanos da lava-jato prendem preventivamente  pra quê?

    para fazer com que, com medo, o cara delate algo.

    e esse algo é pra quê.

    ora. se disser algo contra o pt, será liberado.,mesmp sendo culpádo,

    como youssef et caterva…;;;.

    se disser alguma coisa contra os tucanos, por exemplo,

    perderá o dreito da delação premiada….

    e ficará mofando na cadeia, segundo um dos procuradores, por mil anos……..

  4. E quem disse que Moro se

    E quem disse que Moro se importa se ha algo de errado.

    Em se tratando de PT, para ele basta uma virgula fora de lugar, ou um verbo mal conjugado no documento, para que configure caso de prisao perpetua.

    No caso do PSDB no entanto, podem entregar R$ 1 Trilhao do patrimonio publico a multinacionais e amigos, como no episodio da privataria, que Moro julga nao ter procedencia.

    Moro nao esta a servico da Casa Grande. Ele se julga, ou talves seja mesmo, membro da casa grande.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador