Nas mãos de Requião barrar a onda fascista, por J. Carlos de Assis

Movimento Brasil Agora

Nas mãos de Requião barrar a força de uma onda fascista

por J. Carlos de Assis

Hitler estabeleceu uma ditadura legal na Alemanha. Manipulou o Legislativo e o Judiciário para firmar-se com o poder absoluto do Executivo. Vimos no que deu. Nós ainda não temos um Hitler. Temos um punhado deles acastelados no poder virtualmente absoluto da Lava Jato que se tornou uma espécie de biombo atrás do qual se pode cometer qualquer barbaridade contra os cidadãos e contra a cidadania desde que se invoque a palavra mágica “contra a corrupção”. Os heróis do momento são, pois, os pais da infame demagogia midiática.

A aprovação pela Câmara de emendas às chamadas “dez medidas contra a corrupção” propostas pelo Ministério Público da Lava Jato desencadeou uma reação histérica de milhares de pessoas na internet. Há nessas reações um elemento comum: a absoluta falta de informação sobre do que se trata essas medidas. O que está em jogo, na essência, é o chamado abuso de poder por parte de autoridades públicas contra o cidadão. E isso não tem absolutamente nada a ver com a Lava Jato, exceto se a prática da Lava Jato for a do abuso.

Um também procurador federal, Celso Tres, fez uma crítica demolidora às dez medidas, exceto uma, de caráter processual. Todas das demais ou são ineficazes, ou injustas, ou violadoras de direitos básicos. Não obstante, os procuradores da Lava Jato, numa iniciativa absolutamente inusitada, contrataram até agência de publicidade para enterrar goela abaixo do Congresso Nacional suas dez medidas, afinal transformadas em 18. Seria interessante saber quem pagou ou está pagando essa agência de publicidade, Opus Multipla, de Curitiba!

É inevitável que a atual Câmara dos Deputados esteja moralmente comprometida desde aquele deplorável episódio da votação do impeachment. Entretanto, seja por interesse próprio, seja por interesse público, ela fez modificações justificadas nas dez medidas. Tome-se, por exemplo, a criação de “teste de integridade dos agentes públicos”. O subproduto disso é o flagrante preparado, já condenado em súmula do Supremo, segundo a qual “não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.”

A grande mídia não informou sobre o conteúdo das dez medidas ou sobre o projeto de abuso de autoridade, os quais, por afinidade, caíram nas mãos do senador Roberto Requião para a relatoria. Com grande autoridade moral no Congresso, não haveria melhor relator. Isso ficou claro na audiência especial realizada na manhã de quinta-feira do Senado, onde o presidente, senador Renan Calheiros, e o ministro Gilmar Mendes, do Supremo, fizeram pronunciamento surpreendentes contra o arbítrio e pela defesa da cidadania.

A intervenção do relator Requião, do qual os adversários dizem que é um desequilibrado, caracterizou-se exatamente pelo oposto, ou seja, um ponto de vista absolutamente equilibrado entre a posição de Moro e dos promotores, e a posição de seus críticos. Num ponto em particular, Requião anunciou que rejeitará a incriminação de juízes por conta de decisões equivocadas, mas não lhes dará “indulgência plenária”, ou seja, recorrerá a uma tipificação mais rigorosa do crime para evitar interpretações indevidas. 

Redação

15 Comentários

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  1. Umbigo,Narcisista, Natural, Atemporal, Meritocrático, Instituído

    Olá pessoal, bom dia.

    Eu vi essa “audiência especial”. Aliás, hoje está cada vez mais fácil ver, ler, ouvir as opiniões das pessoas sobre diversos assuntos.

    Pra resumir a conversa digo o seguinte:

    O teste de integridade que quiseram estabelecer para os “agentes públicos” já ocorre no Brasil desde o século passado.

    Aliás, já tem “no mercado” “empresas” que “vendem” clientes ocultos, misteriosos os quais  figem que são “clientes” de verdade a fim de “testar” , por exemplo, vendedores Brasil afora.

    Portanto, essa “novidade” não seria tão nova assim.

    E pra resumir mais ainda, digo o seguinte:

    Meu indicador favorito do momento é o “QUANTO PIOR, MELHOR”. Uma espécie de variação dos indicadores econômicos-financeiros de endividamento das “empresas”. Logo, esse indicador também já existe, mudando o que precisa ser mudado.

    Nesse sentido, estou torcendo para o país “quebrar” ou, melhor ainda, “evaporar” de vez, haja vista nossas “instituições sólidas” em estado de sublimação rumo à sublevação.

    Com esse “bolo” de vontades à flor da pele em estado de sublevação talvez tenhámos a chance de “flexibilizar” TODOS os direitos adquiridos, tanto os TRABALHISTAS  quanto os do CAPITALISTAS, lembrendo que aquele está contido neste.

    Nesse sentido, a CLT – consolidação das leis do trabalho – ( que imbecis dizem ser “cópia” da carta del lavoro entre outras imbecilidades) pode ir para a lata do lixo, desde que o direito de propriedade privada( inclusive intelectual, patentes, etc) também vá para a mesma lata de lixo!!!!

    Nesse momento, estarei pronto para “abocanhar” a minha parte!

    Meu umbigo, diante do espelho,  narcisista, atemporal, natural, meritocrático e instituído,  agradecerá.

     

     

     

  2. Assis, um adendo

    Como muitas outras pessoas, blogueiros e articulistas, vejo você chamar os membros do MInistério Público Federal de “procurador federal”. Esclareço o seguinte: Procurador Federal é um cargo do Executivo, uma das três carreiras jurídicas da AGU (as outras duas são Advogado da União e Procurador da Fazenda Nacional).

    Os membros do Ministério Público Federal são os procuradores da República. Esse é o nome do cargo deles.

    1. E, em nível estadual, você

      E, em nível estadual, você tem Procuradores de Justiça em segundo grau e Promotores de Justiça em primeiro. Adoram chamar eles de “Procurador do Estado”, que seria, na verdade, uma carreira jurídica da Procuradoria Geral do Estado, que é quase que como uma AGU em nivel estadual.

      1. Exatamente!

        Acho importante deixar isso claro, pra diferenciar quem é quem no jogo do bicho. Senão daqui a pouco vão achar que os membros da AGU ganham auxílio-moradia e auxílio-paletó, mandam prender sem provas, e coisas assim…

          1. Sim, ganho honorários de sucumbência

            Como qualquer advogado. Como prevê a lei. Aliás, ganho 75%, 25% fica pra União (já viu advogado dividir honorários com o cliente?)

            Acha isso imoral, ilegal ou engorda? Então vai estudar Direito e faz concurso pra advocacia pública. Larga de ser engenheiro…

          2. Um país sem engenheiros,

            Um país sem engenheiros, químicos, médicos, biólogos, empresários, etc, mas repleto de advogados, procuradores e juízes irá produzir enormes quantidades exportáveis da substância: kizumba! Depois este time poderá regular em lei a quantidade máxima permitida de assaltos por esquina…

          3. É isso aí na República dos Rábulas

            É bem isso, quem produz alguma coisa de útil náo deve ganhar nada ou muito pouco. Já quem nada produz, a não ser “rabulices” e papelório inútil, recheado de inúteis citações latinas, abocanha o maior pedaço. Tudo ótimo.. E grande futuro aguarda esse País em que vamos comer papeis inúties recheados de citações latinas…. 

          4. Claro que advogados de cargos

            Claro que advogados de cargos públicos ganharem altos valores de sucumbencia é uma imoralidade.

            Pois eles ja ganham altos salários justamente para realizarem o seu trabalho. E o fazem com garantias de estabilidade no emprego, muito diferente de advogados da iniciativa privada. 

            Me desculpe, esqueci que estamos na República dos Bachareis, todos nós devíamos virar advogados, especialmente públicos, dai o País, de certo, iria se desenvolver. 

             

  3. O Contra-senso do Jeteiro Sérgio Moro

    Ontem, no Senado, o juiz Sérgio Moro disse que concorda que juiz não deve opinar sobre casos pendentes ou acumular cargos, mas discorda de que essas práticas sejam criminalizadas. Ora, já pensou no contra-senso que seria alguém afirmar que não concorda com estupros mas discordar da criminalização da prática de estupros?

    O Moro quer que o dispositivo de lei que proíbe juiz se manifestar sobre processos pendentes de julgamentos seja apenas uma sugestão. O nosso onipotente Sérgio Moro é um jênio.

  4. Perfeito, caro Assis. Essas

    Perfeito, caro Assis. Essas medidas chegam a ser constrangedoras. Fico imaginando o tal “teste de integridade”. Para mim é igualzinho ao “teste da fidelidade” que passa nesses programas de baixo nível da Rede TV.

    Eles põe uma mulher gostosa para seduzir o incauto, com a mulher dele assistindo. A maioria não resite a tentação e rola o maior barraco.

    Por acaso contrariam o João Kleber, o rei das pegadinhas, para conduzir o tal teste? Botariam um ator fingindo que é um empresário corrupto oferecendo uma propina gorda para o sujeito? É isso? Bizarro.

    Esses caras assistem TV demais. Deu nisso.

  5. Não voto nunca mais

    Sou Paranaense, já votei neste Requião, má doravante nunca mais. Não sabe que fala, é contra tudo, é contra o pedágio, só que as mortes continua na PR 323.

  6. Salvadores

    Tenho percebido que uma das característica dos “agoristas” é a busca de um salvador para situações difíceis. O de agora é o senador Requião, o qual, por mais brilhante que seja, e está muito longe disso, é eleito o salvador de ocasião para resolver o conflito do Legislativo com o Judiciário.

    Há pouco, nas eleições de outubro, o líder dos “agoristas”, o autor da matéria acima, elegeu, vejam bem leitores, o senador obscurantista Marcelo Crivella para condutor do rebanho aqui na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Isso mesmo: os “agoristas” apoiaram o golpista Crivella.

    Estamos aguardando a “mega-manifestação” (pausa para risos) convocada pelo “agorismo” na próxima segunda-feira, dia 7 de dezembro. Até lá (mais risos).

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