Nos Estados Unidos, a crise ecônomica para os pobres

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Sugerido por Rodolfo Machado

Do “Le Monde Diplomatique”

Estados Unidos: soa o alarme da desigualdade

O enriquecimento de uma minoria estimularia o crescimento, favorecendo a queda do desemprego e a melhora de vida dos pobres: esse postulado há tempos preside o destino dos EUA. Enquanto as classes populares continuam a sofrer com a crise e o fosso social aumenta, essa concepção é posta em xeque pelo presidente Obama

Por Kostas Vergopoulos

Nas águas tranquilas dos debates sobre o futuro do capitalismo, quem veio quebrar a calmaria não foi um contestador declarado, mas um dos mais ardentes defensores do sistema: Lawrence Summers. Ex-reitor de Harvard, ele ficou famoso por sua paixão pela desregulamentação bancária quando ocupou o cargo de secretário das Finanças do segundo governo Clinton (1999-2001). Nomeado por Barack Obama diretor do Conselho Econômico Nacional (National Economic Council, NEC), cargo que ocupou até 2010, Summers agora distribui seus conselhos para o mundo das finanças (o fundo especulativo D.E. Shaw dirigiu-lhe US$ 5,2 milhões entre 2008 e 2009), sobretudo por meio de conferências pelas quais se pagam até US$ 135 mil. Assim, ninguém esperava que dele soprasse a menor brisa de contestação.

Mas ela veio no dia 9 de novembro de 2013, na conferência anual do Fundo Monetário Internacional (FMI),1 em Washington. “E se o capitalismo não puder ser reformado e estiver preso na armadilha de uma estagnação secular?”, perguntou o amigo dos banqueiros. “Tentamos de tudo para reiniciar o crescimento, mas o sistema hesita em reiniciar como antes.” Constatando que, como já praticava taxas de juros próximas a zero, o Federal Reserve (banco central norte-americano) quase não tinha mais margem de manobra para estimular a economia, Summers apresentou uma tese que deve ter gelado o sangue da plateia: “As bolhas talvez tenham se tornado o preço inevitável a pagar para evitar os riscos mais graves de deflação e desemprego estrutural em massa”.

Quatro indicadores fundamentais, todos com tendência de baixa, explicam esse humor negro: a queda contínua, por três décadas, da taxa de juros natural,* ou seja, o lucro (os termos marcados com asterisco estão explicados no glossário); o recuo, há treze anos, da produtividade do trabalho; a contração da demanda interna desde a década de 1980; e, finalmente, a estagnação ou mesmo regressão do investimento produtivo* e da formação bruta de capital fixo* desde 2001, a despeito das injeções maciças de estímulos monetários praticadas tanto por Alan Greenspan como por seu sucessor à frente do Federal Reserve, Ben Bernanke.2

Resultado: ansiosos por garantir sua própria sobrevivência, os detentores do capital já não procuram maximizar os lucros incrementando a produção, mas aumentando as retiradas sobre o valor agregado* – mesmo à custa da contração do crescimento. O sistema estaria exausto, sem nenhum remédio que pareça capaz de socorrê-lo, tendo ainda de enfrentar problemas sociais que agravam um pouco mais a “corrosão” do edifício. De um lado, o crescimento das desigualdades enfraquece a classe média, considerada “fiadora” da estabilidade da sociedade, das instituições e da democracia; de outro, o desemprego em massa leva ao mesmo tempo a uma perda de rendimento (para a nação) e de lucros potenciais (para o capital).

Empresas que não mais investem

Assim que as palavras “estagnação” e “secular” foram lançadas, começaram a chover reações. Elas foram de perplexidade entre os progressistas, surpresos por se reconhecerem na constatação da “irreformabilidade” do capitalismo colocada por um de seus adversários ideológicos declarados; e de negação entre os conservadores, desconfiados ao ver um dos seus duvidar também. A estes, no entanto, o dissidente lembrou: “Não devemos confundir previsão e recomendação”.3

O temor de Summers primeiro foi percebido como um eco do diagnóstico formulado nos anos 1930 pelo economista norte-americano Alvin Hansen (1887-1975).4 Mas a “estagnação secular” vislumbrada por este decorria sobretudo do abrandamento do crescimento demográfico e do esgotamento das grandes inovações tecnológicas capazes de insuflar uma segunda juventude ao sistema econômico. Sua análise colocava-se ao lado daquela elaborada por John Maynard Keynes, pessimista sobre o futuro do capitalismo, porém convencido de que a crise deveria (e poderia) ser evitada. Summers, no entanto, não evoca o fator demográfico nem qualquer esgotamento das inovações tecnológicas. Ele fundamenta sua avaliação no balanço empírico das últimas três décadas.

A direita neoliberal acusa-o de inverter a cadeia de causalidade: as bolhas financeiras não teriam estimulado o crescimento, mas conduzido ao impasse; o resultado econômico pífio dos países ocidentais não explicaria seu superendividamento, mas decorreria dele. O ex-membro do conselho do Banco Central Europeu (BCE) Lorenzo Bini Smaghi assim avalia: “Não é a austeridade que enfraquece o crescimento, mas o inverso: é o crescimento fraco que torna a austeridade necessária”.5 Há quem chegue a apelar para Keynes contra Summers: enquanto o economista britânico propunha a “eutanásia dos rentistas” – nada menos que isso –, tolerar as bolhas financeiras para estabilizar a economia seria, ao contrário, adulá-los.6

Quando o ex-ministro pediu a restauração do “círculo virtuoso” do crescimento, seus críticos ortodoxos apresentaram-lhe as virtudes da “austeridade expansiva”, que estimularia a economia “saneando” suas bases. Se o problema atual é realmente secular, argumentam, ele requer soluções que também o sejam, e não “passes de mágica”. Exemplos de soluções estruturais evocadas: redução da carga fiscal sobre as empresas ou, como reivindicam os republicanos nos Estados Unidos, “libertar a economia do peso esmagador do Estado de bem-estar”, descrito como “o mais caro do mundo”.7 Outros, como Kenneth Rogoff, professor de Harvard, sugerem que o baixo crescimento desde 2008 não reflete uma tendência secular, mas a incapacidade de os governos gerirem sua dívida sem prejudicar o crescimento.8

No campo progressista, Paul Krugman, vencedor do Prêmio de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel, do Banco Real da Suécia, endossa a constatação de Summers, mas refuta sua conclusão: a ideia da estagnação como “nova norma” do sistema capitalista.9 Segundo ele, é um equívoco considerar que foram empregados todos os meios para estimular a economia: apenas a arma monetária teria sido usada, por meio da baixa da taxa de juros e da emissão de liquidez adicional. Resta, portanto, a arma orçamental, que permite o estímulo por meio de investimentos públicos, o que permitiria compensar a contração de seus corolários privados.

Isso porque, embora tenham caixa, as grandes empresas não investem. Em 22 de janeiro, oFinancial Timesinformou que as empresas não financeiras dos Estados Unidos detinham US$ 2,8 trilhões, sendo US$ 150 bilhões apenas nos cofres da Apple. O jornalista James Saft observou, noNew York Times: “As empresas parecem bem mais dispostas a empilhar notas, ou utilizá-las para recomprar ações, do que a criar novas capacidades produtivas”.10 Os ativos intangíveis* representavam cerca de 5% dos ativos de empresas norte-americanas nos anos 1970; em 2010, essa proporção era de 60%.

Entre 2010 e 2013, o Federal Reserve injetou quase US$ 4 trilhões na economia dos Estados Unidos. Mas, longe de reforçar a capacidade produtiva do país, boa parte dessa soma foi para investimentos especulativos altamente rentáveis, sobretudo nos países emergentes. De modo que a quantidade total de liquidez hoje “disponível” na economia norte-americana continua inferior à de 2008. O mesmo fenômeno acontece na Europa.11

Uma economia que se recusa a reagir com dinheiro fluindo? O problema é bem conhecido: trata-se da “armadilha da liquidez” descrita por Keynes em 1930. Para sair disso, uma única solução: recorrer à segunda ferramenta da política econômica, a despesa orçamentária. “Em tempos de recessão”, diz Krugman, “qualquer despesa é boa. A produtiva é melhor, mas até a despesa improdutiva é melhor que nada.”12

Uma ideia absurda na Europa

Enquanto os admiradores dos grandes pensadores liberais, como Ayn Rand, Friedrich Hayek e Milton Friedman, continuam a defender a desigualdade, a qual erigem em condição incontornável para a recuperação e a prosperidade, os Estados Unidos tomam consciência de sua nocividade. Em sua fala no dia 4 de dezembro de 2013, e mais ainda no discurso sobre o estado da União em 29 de janeiro de 2014, o presidente Obama não apenas denunciou as diferenças de renda e riqueza – que não param de crescer –, mas também insistiu que “a desigualdade mata a economia, o crescimento, o emprego”.

Ex-ministro do Trabalho de Bill Clinton, Robert Reich acaba de fazer um documentário, intituladoInequality for all[Desigualdade para todos], sobre o agravamento das desigualdades nos Estados Unidos. O salário médio era de US$ 48 mil em 1978; hoje, em termos de poder de compra, não passa do equivalente a US$ 34 mil. Em contraste, a renda familiar média do percentil mais rico da população norte-americana, que em 1978 era de US$ 393 mil, passou para US$ 1,1 milhão. Em cinco anos, 1% da população captou 90% do crescimento do PIB e 99% da população dividiu os outros 10%. Quatrocentos e cinquenta indivíduos dispõem sozinhos do mesmo montante que 150 milhões de norte-americanos.13 No entanto, embora nos Estados Unidos se admita cada vez mais abertamente a relação entre desigualdade e estagnação, na Europa, e particularmente na Alemanha, essa ideia ainda é tida como maluquice.

A situação atual lembra outro período da história marcado por uma concentração de riqueza comparável: os anos 1920, que terminaram no crashde 1929 e na Grande Depressão. Então por que continuar negando a relação de causa e efeito entre o empobrecimento da maioria da população e a desaceleração econômica? As despesas de 450 indivíduos nunca poderiam valer as de 150 milhões de norte-americanos: quanto mais os rendimentos se concentram no cume, mais a despesa nacional se contrai, em favor da poupança e da financeirização, em detrimento do investimento e do emprego. Quando o patrimônio dos mais ricos cresce não por meio da produção, mas por uma drenagem sobre o valor agregado, o crescimento desacelera. E o sistema corrói as próprias condições de sua reprodução.

O neoliberalismo, que pretendia tirar o capitalismo da crise, aprofundou-a. E não estamos diante de uma “nova norma”, mas de um impasse…

Glossário

Ativos intangíveis

Distinguem-se dos ativos físicos (terrenos, imóveis, commodities…) e abrangem tudo que se relaciona aos conhecimentos e competências da empresa, sua marca, patentes, propriedade intelectual, a qualidade de sua organização, técnicas comerciais etc.

Formação bruta de capital fixo

Parte do PIB dedicada ao investimento em capital fixo (equipamentos e capacidades produtivas).

Investimento produtivo

Investimento que aumenta a produção e o emprego, em oposição aos investimentos financeiros, que geram lucros sem produção ou emprego.

Taxa de juros natural

Conceito utilizado pelo economista sueco Knut Wicksell (1851-1926) para distinguir o rendimento “natural” do capital, ou seja, o aumento da produção causado por uma unidade adicional de capital, de seu rendimento “monetário”, igual às taxas de juros em vigor.

Valor agregado

Soma das riquezas produzidas em um ano. Ele se divide em duas partes: salários e lucros. Se um aumenta, o outro diminui 

Kostas Vergopoulos é professor emérito de Ciências Econômicas da Universidade Paris 8.

Ilustração: Dahmer

1  “Forteenth Jacques Polak Annual Conference: Crises, yesterday and today” [14ª Conferência Anual Jacques Polak: Crise, ontem e hoje], FMI, Washington, 8-9 nov. 2013.

2  Lawrence Summers, “Why stagnation might prove to be the new normal” [Por que a estagnação pode vir a ser a nova norma], Financial Times, Londres, 22 nov. 2013.

3  Lawrence Summers, “Economic stagnation is not our fate – unless we let it be” [Estagnação econômica não é nosso destino – a menos que a deixemos ser], The Washington Post, 18 dez. 2013.

4  Cf.Alvin Hansen, Fiscal policy and business cycles[Política fiscal e ciclos de negócio], Norton & Company Inc., Nova York, 1941.

5  Citado pelo Financial Times, 12 nov. 2013.

6  Cf. Izabella Kaminska, “Secular stagnation and the bastardization of Keynes” [Estagnação secular e o abastardamento de Keynes], Financial Times, 13 nov. 2013.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

16 Comentários

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  1. bater três veses na madeira…

    O enriquecimento de uma minoria estimularia o crescimento, favorecendo a queda do desemprego e a melhora de vida dos pobres: esse postulado há tempos preside o destino dos EUA. Enquanto as classes populares continuam a sofrer com a crise e o fosso social aumenta, essa concepção é posta em xeque pelo presidente Obama.”                                      

     

    Chegou dá arrepio, só de pensar que tudo isso possa acontecer novamente no Brasil, caso Aécio Never(s), ou Eduardo Campos, assuma o executivo

  2. bater três veses na madeira…

    O enriquecimento de uma minoria estimularia o crescimento, favorecendo a queda do desemprego e a melhora de vida dos pobres: esse postulado há tempos preside o destino dos EUA. Enquanto as classes populares continuam a sofrer com a crise e o fosso social aumenta, essa concepção é posta em xeque pelo presidente Obama.”                                      

     

    Chegou dá arrepio, só de pensar que tudo isso possa acontecer novamente no Brasil, caso Aécio Never(s), ou Eduardo Campos, assuma o executivo

  3. USA USA

    Rodolfo Machado,

    Pelos motivos mais que conhecidos, a situação econômico- financeira da sociedade americana não pode aparecer em matérias de jornais ou televisão. Nos últimos anos, a única matéria que obteve espaço na grande mídia foi a relacionada ao Occupy W.St., que também sumiu como que por encanto.

    Se alguém disser que viu pela telinha as pessoas vivendo dentro de seus carros  estacionados em espaços públicos, possivelmente estará mentindo; quanto às taxas de desemprego, o índice oficial passou a ser manipulado, fenômeno que conhecemos bastante bem; os ganhos sociais inteiramente fulminados, proteção hospitalar & assistência médica foi pro espaço, a população está entregue às baratas e rezando por um SUS, aquele que todo brazuca adora malhar.

    Quando o assunto é $$$, o desastre já está demorando a acontecer. Assim que o dólar americano deixar de ser o principal padrão de negociação das transações comerciais, o baque em Tio Sam será gigantesco (alguns sugerem uma paulada inicial em torno de 25% sobre A a Z da economia americana ); 

    A China, comprando há uns quatro  anos uma enorme quantidade de ouro físico, bem mais de mil ton. aa, para fazer hedge com sua posição de U$ 3,4 trilhões em títulos públicos de USA, atrapalha as decisões, encurta a margem de manobra do FED, que não se arrisca a reduzir o QE dos U$ 55 bi mensais – quando fez a recente redução, a reação do mercado foi a pior possível ( uma pena que a grande mídia não tenha dado o merecido destaque à notícia que mexe com a vida de todos);

    A dívida interna, dívida que muitos aqui argumentam ser uma completa  idiotice, já supera com folga o tamanho do PIB, a maquineta de fabricar dólar continua a trabalhar dia e noite e tudo certo. Só que não é tudo certo.

    Sugeri , ou melhor, chutei há uns três anos  que a situação nos USA era péssima, e por isto  poderia ocorrer um lance somente ao alcance d uma potência nuclear, o  calote generalizado para, então, começar tudo de novo no 0 x 0  – infelizmente chutei errado, porque de lá prá cá a situação de Tio Sam só fez piorar, com ou sem noticiário que só faz jogar a realidade americana prá debaixo do tapete.      

    1. O absurdo da economia americana

      Prezado Alfredo, o Paul Craig Roberts vem alertando sobre as manipulações dos indicadores econômicos americanos, como crescimento do PIB e inflação, pelo governo de lá, ele cita um site chamado Shadow Stats, http://www.shadowstats.com/ , segundo o editor do site, John Williams, não houve crescimento econômico nenhum desde 2008, pois a taxa de inflação foi manipulada, mascarada pelo governo americano, se se levar em conta a inflação e desconta-la do aumento do PIB, o crescimento foi zero.

      Outra manipulação imoral e indecente é a do preço do ouro, amplamente denunciada pelo Paul Craig Roberts, utilizando um artificio chamado venda de ouro a descoberto, baseada no principio de que a maioria das pessoas que investem em ouro não querem a guarda física do metal, se contentam  com um papel que lhes diz quanto de ouro possuem, podendo ser resgatado quando quiserem pela cotação do dia, isto permite que os banqueiros mafiosos emitam muito mais destes papeis do que a quantidade de ouro físico disponível, causando uma baixa artificial no preço do ouro.
      Como você bem ressaltou, a compra de enormes quantidades de ouro físico pela China já esta provocando escassez do metal físico no mercado, no entanto o preço cai?

      Isto é mais um artificio criminoso para proteger o dólar de um inevitável colapso.
      O próximo desafio ao dólar sera  a Rússia receber pagamento pelo petróleo em outras moedas que não o dólar, isto pode ser o prego no caixão dos petrodólares.

      O pior de tudo isto é que os EUA continuam sendo modelo e referência de modernidade e eficiência, e, o mais absurdo, modelo de racionalidade a ser seguido, segundo as sumidades da velha mídia, que gostam de ressaltar que os países aqui da América do Sul, especialmente os assim chamados “Bolivarianos” gostam de “rasgar contratos”, expressão amplamente utilizada, quase um mantra repetido diariamente em suas criticas, porem os absurdos irracionais da economia dos EUA, como tudo que eu mencionei acima mais a emissão de quantidades absurdas de dinheiro sem lastro, e mais a insana quantidade de 40 trilhões de dólares, isto mesmo ,40 trilhões de dólares em derivativos a qual os quatro maiores bancos americanos estão expostos(JPMorgan Chase,Citibank, Bank Of America, Goldman Sachs), http://theeconomiccollapseblog.com/archives/we-are-in-far-worse-shape-than-we-were-just-prior-to-the-last-great-financial-crisis , são exemplos de racionalidade a ser seguido.
       

      1. Toque de degola

        Rodolfo,

        Obrigado pelo retorno.

        As manipulações de diversos indicadores ocorrem há anos, todos os economistas atentos sabem disto e a maioria deles  se apequena, não está disposta  a embates pesados.

        Quanto à venda de ouro a descoberto, tornou-se um risco danado, existe  ouro físico suficiente prá cobrir as posições, mas compra-lo é que é a dificuldade, pois o governo chinês compra sem parar tudo o que aparece, além de ter passado a incentivar a população chinesa a comprar ouro ( físico, mas diferente do negociado em bolsas) em forma de anéis, colares, etc…, ou seja, a China não está brincando. Quanto ao preço , em 2014 chegou a subir uns 15%, agora está em 8%.

        O mercado da prata, inteiramente manipulado pelo JPMorgan, um dos tais grandes demais prá quebrar, é que negocia diariamente um volume bem superior às reservas  conhecidas do minério, e tudo certo. E a SEC, em silêncio profundo, faz cara de paisagem prá esta roubalheira sem igual.

        Os do BRIC já estão acertando os ponteiros para a utilização das próprias moedas nas suas transações comerciais, algumas transações provenientes de acordos bilaterais também deixam o dólar americano de lado. Concordo que o mercado de petróleo será o toque de degola no dólar americano.

        Um abraço 

  4. Enquanto la…..

    Enquanto la nos EUA comeca a cair a ficha…. Aqui, os governos populares de Lula e Dilma ha 12 anos ja sacaram que contra os neoliberais, a solucao eh lutar contra as desigualdades sociais e regionais nesse BRASILZAO. Cada vez mais ficamos conhecidos la fora pelas nossas tecnologias sociais, solucoes criativas para vencer a fome e a miseria!!!! E isso que esta em jogo nessas eleicoes…. O saudosistas e vendidos neoliberais (FHC< AECIO/DUDU CAMPOS e seus seguidores) ladram e babam pela volta desse modelo nefasto em troca de vis metais para si e seus apaniguados!!!  Ate OBAMA ESTA RECONHECENDO ISSO!!!!    

  5. Problema Fundamental

    O problema fundamental, que é o da queda de investimento, é ocasionado pelo esgotamento do mercado de ações, que envelheceu e está fadado a pressionar suas empresas a desviar os investimentos para os lucros, passando pelos cortes exagerados de custos, por razões óbvias.

    O neoliberalismo fez minguar a quantidade de empresas públicas que serviam de referência às privadas, que se tornaram reféns de suas investidores primários (acionistas). É um círculo vicioso que tende à estagnação dos sistemas produtivos, dos quais os acionistas tendem a tornar-se parasitas, ao invés de parceiros simbióticos.

    A queda de braços na Petrobrás é emblemática, de um lado os acionistas privados exigindo o aumento do preço da gasolina, e de outro o governo defendendo sua manutenção. O lucro da empresa foi enorme, mas não é o suficiente, e as ações, com os grandes investimentos no pré-sal, cairam bastante.

    E tem mais, o envelhecimento do mercado de ações passa pela aversão ao risco de investidores mal acostumados, sendo que a bola de valores é exatamente o local em mais riscos deveriam ser assumidos, e em investimentos de longo prazo – o que se vê hoje é a especulação diária, com boatos e qualquer coisa que sirva para os principais players ganharem algumas migalhas a mais sobre os amadores.

    Este é o problema fundamental do capitalismo atual, é algo que está corroendo as empresas por dentro, é a associação venenosa de “grandes” (sic) CEOs com acionistas gananciosos, à revelia da função econômica das empresas, que são instrumentalizadas para a renda secundária das ações. Enfim, são as velhinas dos EUA que estão distorcendo a economia atualmente.

    1. Perfeito

      Venho defendendo essa tese a muito tempo Andrer, os mercados de ações, derivativos, letras, etc. se tornaram “vampiros” da produção, e não seus parceiros financiadores. Basta conhecer um pouco de história para se constatar que a atual “elite econômica” americana está desconectada das raízes sócio econômicas que transformaram seu próprio país num líder mundial (e imperial).

      Os EUA se tornaram um grande país fabricando produtos, mantendo o setor de serviços pulverizado, e usando iniciativas governamentais como parceiras do crescimento. Agora o que vemos são fusões e incorporações formando trustes e monopólios privados, elevação do rentismo como prioridade de remuneração na divisão do capital, e transferência da indústria (exceto a militar) para regiões de mão de obra barata e até semi escrava… Aí vêm “intelectuais” econômicos justificar esse movimento com as teses de “economia pós industrial”, ciclos econômicos, bibibi e bóbóbó, e na prática, dá-lhe empobrecimento dos trabalhadores…

      E claro, sabemos que a ciência econômica está longe de ser exata, então a solução é SEMPRE política, ou seja, planejamento e regulação, algo que soa “horroroso” à turma que está “ganhando”! Eles não percebem que não estamos atingindo apenas a globalização econômica, estamos atingindo também a globalização populacional (e uma que até me desagrada, a cultural), assim sendo a contestação à “o que está aí”, poderá ser também uma porrada global, doída principalmente para as elites. E elites detestam mudanças verdadeiras, só as de mentirinha, do tipo “inovação das maneiras de produzir e explorar o trabalho alheio”…

      Um abraço.

       

  6. A despeito das ilusões

    A despeito das ilusões neoliberais, o capital internacional que migra em busca de rentabilidade improdutiva pode estar contaminando os investimentos das empresas no Brasil! Pode até haver alguma incerteza que trave os investimentos privados, mas creio que estamos bebendo o cálice insípido alertados neste artigo. Ainda ontem li que 12 dos 15 principais grupos empresariais nacionais estão dispostos a continuar investindo. Às vezes é difícil entender como renda, baixo desemprego e mercado consumidor em alta pode impedir que empresas invistam mais! Pode estar aí a resposta.

  7. Neoliberalismo é um

    Neoliberalismo é um espantalho criado para justificar o estatismo crescente no mundo, resquicio  do socialismo e sua economia planejada que esquece de morrer.

    Se olharmos a interferência do estado no século xx, ela  não diminuiu com o passar do tempo, o seu avanço é continuoe  ilimitado.

    Cria se toda uma cultura de proteção dos efeitos nocivos da interferência do estado, nada de ruim que aconteça é culpa do estado.

    Por que este empenho em estatizar a sociedade?

    Uma corrente se beneficia com o gigantismo do estado é a burocracia que tem mais poder para criar dificuldades e “vender” facilidades.

    O outro é o grande capital que tem o dnheiro para comprar da burocracia o seu “produto” que é a facilidade.

    Quem perde é o cidadão com mais impostos e o consumidor que paga mais caro pela falta de concorência.

     

     

  8. Se é mesmo verdade
     que os cofres das empresas estão abarrotados de dinheiro, prontas para investir, é absolutamente idiota essa postura de não investir! Ou, quem sabe, atitude de dirigentes preguiçosos ou até mesmo covardes!  Justamente quando se tem dinheiro sobrando e não há muitas oportunidades pela vizinhança, é hora de investir em outras paragens, por exemplo em países que ainda não possuem o nível de vida da sede.  Recentemente, quando o Brasil baixou os juros, comentava-se que o capital iria fugir do Brasil para os Estados Unidos, isto é fugir de uma rentabilidade de 7,5% ao ano para uma rentabilidade de 0,5% ao ano. Do ponto de vista de rentabilidade, uma decisão dessas de fugir é absolutamente boçal! Agora, se foi por causa de insegurança. isto significa que o aplicador está pouco se lixando para a rentabilidade. São essas as decisões de dirigentes destas empresas? Então está na hora de colocar essa turma do Ctrl-C Ctrl-V na rua, substituindo por quem toca novos projetos.  É a turma Ctrl-C Ctrl-V porque um dirigente copia as decisões ou as inércias dos demais dirigentes, não é ? 

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