Novo edital do Start-up Brasil abre espaço para gadgets nacionais

Jornal GGN – O primeiro edital do ano e terceiro do projeto Start-up Brasil, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), traz mudanças em relação às duas primeiras etapas do ano passado. O novo edital, que será publicado na edição desta quarta-feira (28) do Diário Oficial da União (DOU), vai abrir espaço para soluções inovadoras em hardware, com fins de fomentar o desenvolvimento de gadgets totalmente nacionais.

“Estamos aprimorando o Start-up Brasil a partir de diálogos com o ecossistema de inovação do país”, afirmou o secretário de Política de Informática do MCTI, Virgilio Almeida, durante entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (27), na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Na ocasião, os representantes do Ministério adiantaram a prévia do escopo da nova fase do programa.

A inclusão de soluções em hardware não é a única, mas a principal mudança no edital. A ideia é baseada nas experiências de sucesso do Vale do Silício, na Califórnia, onde estão as maiores empresas de tecnologia do mundo. Há dois anos, o ecossistema de inovação norte-americano passou a investir mais em gadgets de pequenas empresas em função do que é conhecido como “internet das coisas” – em que soluções de hardware são unificadas com recursos de software.

Outras mudanças

Outra mudança no edital está no limite de tempo de vida das empresas aptas a participar: agora pessoas jurídicas com até quatro anos de existência poderão se candidatar. Até o ano passado, o limite eram de três anos. Além disso, empresas que já participaram de etapas anteriores de aceleração pelo programa não poderão mais se candidatar. “Queremos dar chances a novas empresas, novas ideias”, afirma Virgilio Almeida.

Também há novidades técnicas com o objetivo de reduzir o número de startups que são desqualificadas nas etapas classificatórias por causa de erros na elaboração das propostas. A partir deste ano, o Ministério vai oferecer um formulário online, onde os interessados poderão preencher todas as informações do projeto e gerar a proposta. As mudanças também incluem a possibilidade das empresas candidatas selecionarem seis das doze empresas aceleradoras no ato da inscrição.

Brasileiros residentes no exterior já podiam participar do Start-up Brasil, mas a partir de agora, os que moram fora do país há pelo menos três anos poderão se candidatar como se fossem propostas estrangeiras. As inscrições começam oficialmente nesta quarta-feira (28) e seguem até o dia 14 de julho. No fim do ano, outro edital será lançado para a quarta turma de empresas.

Balanço do programa

Antes de anunciar os detalhes do novo edital, os representantes do MCTI apresentaram um balanço do Programa Start-up Brasil e dos dois editais lançados no ano passado. Foram apoiadas 88 empresas de um total de 118 pré-aprovadas. Das empresas apoiadas, 20 eram de fora do país. O MCTI chegou a receber 1.622 propostas do Brasil e do exterior. As propostas estrangeiras vieram de 37 países, sendo o líder em envio de projetos os EUA, com sete propostas; Argentina, com 4, e Irlanda, com duas.

Apesar das duas primeiras etapas do programa ter focado em soluções de software, pelo menos 15 categorias foram contempladas. As mais representadas foram os setores de varejo, com 14,41% das propostas; educação, com 9,32%, e finanças e saúde, cada uma com 8,47% das propostas recebidas pelo programa. Também foram aprovados projetos envolvendo saúde e beleza, comunicação e mídia, eventos e turismo, meio ambiente, logística e telecomunicações.

O primeiro ano do Programa Start-up Brasil já financiou, segundo o MCTI, R$ 1,3 milhão em projetos. Do total de startups apoiadas, 73% delas tem alta produtividade, 53% já tem retornos financeiros com seus empreendimentos e 33% já cresceram a ponto de aumentar a equipe de trabalho. Além disso, nove das empresas apoiadas já ganharam prêmios internacionais.

O MCTI conta também com a participação de outros Ministérios do Governo Federais e secretarias para viabilizar o programa. “É sempre bom lembrar que o Programa Start-up Brasil não se resume a editais. Há toda uma cadeia de incentivo, de formação e de apoio a essas empresas”, destacou o afirmou o secretário de Política de Informática do MCTI, Virgilio Almeida.

Redação

1 Comentário

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  1. Isso não é nada, dá em nada

    O que precisamos é de 9 bilhões do BNDES, ofertando 1 milhão para 9000 startups.

    Cada startup só teria que “devolver” com juros 200 mil (esse troco de pinga travado em bolsa CNPQ). O resto é a fundo perdido.

    Mais que um processo seletivo, se faria um verdadeiro “incubador” de startups. Um filtro ativo, uma pressão para entrar.

    Dessas 9000, 1% iria arrebentar: 90 empresas gerando empregos top. Faturando grosso e gerando patentes.

    2% iam se estabelecer num patamar “interessante”: 180 estáveis.

    5% iam ser empresas pequenas, legais, “grandes ideias, pequenos negocios”. 450.

    O resto ia ter aprendido uma bela lição.

    No próximo ciclo de 9 bilhões (dinheiro de PINGA perto dos juros), esses números dobrariam.

    Ah tá, mas o Brasil não sabe nem fazer Copa do Mundo, vai incubar 9000 startups ao mesmo tempo.

    Sim, vai. Sim, consegue. Mas não com essa estrutura travada de BNDES + Banco. Muito menos com a estrutura travada FAPESP, FAPERJ, CNPQ, FINEP e similares.

    Sim, dá pra fazer. Eu saberia fazer. Mas não tenho meses para explicar aqui como. Luciano Coutinho, ask me how.

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