O desafio de levantar o entusiasmo empresarial

Um dos jornalões publica reportagem afirmando que Dilma Rousseff teria rompido com determinado empresário por conta de uma intriga palaciana, e estaria rompido com os empresários em geral, por falta de reconhecimento e de gratidão pelos apoios que deu à economia real – com desonerações de folha, isenções de IPI, linhas favorecidas de financiamento do BNDES etc.

Hoje em dia, o Padrão Fifa de Cobertura Jornalística obriga a se colocar em dúvida qualquer informação com viés político.

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Se fosse verdadeira a informação, Dilma estaria errada de levar relações políticas e empresariais para o campo pessoal.

Mas, provavelmente, oito anos de exercício do poder como Ministra,  quase quatro anos como Presidente, já ensinaram a Dilma que – ao contrário da guerrilha – o cimento não são as lealdades pessoais, mas o jogo de interesses recíprocos.

Se a presidente, de próprio punho, assina uma portaria isentando determinado setor do pagamento do IPI, a gratidão estará garantida enquanto a caneta continuar necessária.

Por isso mesmo, a maneira de conquistar empresários não é através de favores pessoais ou setoriais, de mimos. É envolvendo-os em um projeto consistente e de longo prazo, em cima de ideias claras e valores explícitos.

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Ao longo de seu governo, Dilma lançou uma série de medidas beneficiando a economia real, algumas bastante relevantes:

1. O PSI (Programa de Sustentação do Investimento), financiando a compra de caminhões, ônibus, máquinas agrícolas e bens de capital;

2.  Reintegra, sistema permitindo a devolução de impostos pagos na produção pelos exportadores;  

3. preferência nas compras públicas para pequenas e micro empresas nacionais;

4. redução de IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados);

5. o conteúdo nacional nas plataformas da Petrobras;

6. os editais da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), garantindo financiamento e investimento em diversos setores estratégicos da economia, especialmente na saúde e defesa.

7. dois planos de safra excepcionais.

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Qual a razão, então, para tanto mal estar empresarial?

A primeira, são as dúvidas sobre a condução da política econômica. As trapalhadas de Guido Mantega, Ministro, e de Arno Agustin, Secretário do Tesouro, calaram fundo no estado de ânimo empresarial. Não por eles, propriamente, mas por terem se tornado o símbolo maior da teimosia da Presidente. A teimosia gerou atrasos no programa de concessões, problemas com o novo modelo elétrico. A saída de ambos seria um sinal de mudança de estilo.

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A segunda, a dispersão de incentivos e estímulos sem um norte claro.

O atual momento da economia brasileira e mundial exige uma definição de prioridades, uma clareza sobre o papel que a indústria brasileira buscará no mundo globalizado, nas cadeias internacionais e uma visão sistêmica de como avançar.

Trata-se do grande desafio do próximo mandato, seja de quem for. E a arma para a cooptação dos empresários não serão benefícios pontuais e programas, mesmo que relevantes, apenas, mas conceitos claros, ideias-força. E um(a) presidente que saiba levantar a auto-estima nacional e envolver todo o país na guerra da competitividade e do desenvolvimento sem perder o foco social.

Luis Nassif

53 Comentários

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  1. Vou demitir, mas, se der Aécio, te contrato de novo!

    Empresário brasileiro, com raras exceções, é neoliberal e tem bico tucano. Qualquer coisa que a Dilma fizer para lhes agradar não iria mudar em nada essa situação. Grandes empresas, neste período, simplesmente suspenderam investimentos e adiaram pagamentos a fornecedores, propositalmente em minha opinião, para criar clima desfavorável em relação à economia e ao Governo. Na mineração a situação é evidente. Numerosas demissões têm acontecido por causa disso.

    Conheço muito empresário tucano falando isso, de que o “clima” para os negócios iria melhorar se Aécio for eleito. Para Dilma acertar com empresariado brasileiro teria que ir morar a Miami.

     

  2. À falta de seriedade da

    À falta de seriedade da imprensa foi acrescentada o machismo.

    A mulher que faz biquinho e fica de mal.

    Não percebem que as características de Dilma está mais para chamar os contendores para o ringue.

    Aliás, substituíram o mote de Dilma gerentona durona para Dilma covarde e acuada?

  3. Dados recentíssimos da

    Dados recentíssimos da Fipecafi, fundação ligada à Universidade de São Paulo, por exemplo, mostram que, entre 2012 e 2013, os lucros das 500 maiores empresas do País cresceram 39,3 bilhões de dólares. Isso traduz alta de 24% em relação ao ano anterior.

    Mas a história desse conflito estaria agora se preparando para desembarcar nas urnas. Dúvida? O ex-ministro Delfim Netto, em variadas ocasiões, tem reafirmado a certeza “de que o ambiente econômico é um grande eleitor”.  “Delfim não chega a concordar com a hipótese de um ‘golpe branco pela economia’, mas afirma que o humor da burguesia conta, sim, nas eleições”, dizem os autores.

    http://www.cartacapital.com.br/revista/807/a-burguesia-rejeita-dilma-8009.html

  4. Como eu já cansei de pregar,

    Como eu já cansei de pregar, inimigo se trata a pão e égua enão a pão de ló. Os empresários, com exceções é claro, nunca foram simáticos ao PT. Amaioria prega abertamente a derrubada do governo pelo voto ou a força. Só ainda nãotiveram coragemde agir de forma mais efetiva, por falta de apoio nas forças armadas e pooulares. Os benefícios do desenvolvimento deveria ter sido distribuído aos trabalhadores e não a essa classe de gente preconceituosa, reacionária e elitista. Este talvez tenha sido omaior erro da Presidenta.

  5. O Brasilianas de ontem tocou esse tema, foi um gol de informação

    Deixou claro que o governo tem politicas, como as ditas nos itens de 1 à 7

    O diretor da Unicamp, Fernando Sarti, tocou em pontos interessantes que foram pouco explorados pelo mediador

    1) Mencionou que não houve queda nas exportações;

    2) Que o desequilíbrio está pelas importações que aumentaram muito;

    3) que esse aumento se dá por subsidiárias que passaram a importar produtos de seus conglomerados para manter os lucros de suas matrizes pelo baixo consumo no mundo

    4) Que a “nova” industria poderá se aproveitar da política social e citou as áreas de saneamento, educação, infraestrutura, etc

    5) Que pela crise mundial e pela competitividade internacional nossos empresários têm que focar no mercado interno

    1. ‘”que esse aumento se dá por

      ‘”que esse aumento se dá por subsidiárias que passaram a importar produtos de seus conglomerados para manter os lucros de suas matrizes pelo baixo consumo no mundo”

      Empresa nenhuma rasga dinheiro; todas elas buscam maximizar o lucro. Se elas importam em vez de produzir localmente, por algo será.

      Trabalhei numa empresa que desde 2007 passou a importar produtos de subsidiárias da França (da França!) e da China em vez de produzi-las localmente, por conta da qualidade do produto e sobretudo da diferença de custo, mesmo considerando o custo do frete e os impostos. Fizemos de tudo para evitar essa realidade, mas contra fatos e números não há argumentos.

  6. Apenas uma empresa

    Grande parte do “empresariado” brasileiro encara o Brasil Nação como uma simples empresa. Nada além disso. Quero faturar e remeter o lucro para um paraíso fiscal.

  7. Um outro ponto de vista.

    Difícil é acreditar que falte um pouco de malícia aos empresários brasileiros, afinal, nas economias que se subordinaram  aos interesses neoliberais, poucas empresas passara incólumes ou tiveram resultados próximos aos que temos no Brasil atual. 

     

  8. Um outro ponto de vista.

    Difícil é acreditar que falte um pouco de malícia aos empresários brasileiros, afinal, nas economias que se subordinaram  aos interesses neoliberais, poucas empresas passara incólumes ou tiveram resultados próximos aos que temos no Brasil atual. 

     

  9. Empresariado brazuca

    Nassif,

    O empresariado nacional jamais estará satisfeito com DRousseff ou qualquer outro presidente que não seja à direita. Toda a turma ganhou um dinheirão danado a partir da chegada de Lula ao Poder.

    Viciada em ganhar sem trabalhar, com aplicações no mercado financeiro, a maioria pouco fez para ampliar o seu próprio negócio nestes mais de dez anos, mas reclama diariamente das medidas do governo – assistem diariamente ao telejornalismo econômico da emissora dos Marinho, e saem  a repetir as asneiras de Sardenberg, Cantanhede, MLeitão com o seu permanente receio do setor elétrico.

    Quando esbarram em alguém que vive o mundo real, inicialmente tentam ridicularizar e mais adiante se recusam a prosseguir com a discussão. 

    O empresariado do patropi é, sem dúvida, um dos piores do mundo – para resolver investir no chão da fábrica, somente depois do carrão, da muito boa moradia, casa de campo, lancha, Miami e seus outlets. Já vi investidor estrangeiro inteiramente assustado com esta dinâmica prá lá de bagdá. 

    Os maiores, como os donos de incorporadoras de imóveis, alguns participantes de licitações públicas e outros, tem mostrado a todos o seu espírito de animal, basta saber observar. A hilariante gritaria contra o RDC é ótimo exemplo do que eu digo, é questão de DNA..

    DRousseff não é estúpida, sabe perfeitamente bem como a cambada que ainda vive no século 19 funciona, portanto, ol tal rompimento de araque só existeu na página de algum jornal. 

    1. Resposta

      Alfredo,

      Porque não abre uma empresa, pegue seu rico dinheirinho e coloque a risco, enfrente a burocracia, os impostos, a falta de infra-estrutura, não poder contar com pessoas qualificadas para as funções, outros não querendo trabalhar e por ai vai. Quem defende estado forte, é porque está mamando no governo.

      Um país / governantes / simpatizantes que vêem o lucro como o “mal” certamente tenderá a mediocridade. Para cada esquerdista coxinha eu recomendaria viver um período fora – iniciando pela Venezuela, depois uns meses em Cuba, China, Correia do Norte – e voce vai descobrir que o capitalismo dito “selvagem” dos USA, Alemanha, Inglaterra, Japão, Coreia do Sul, entre outros é uma benção. 

      1. Viola no saco

        Victor,

        Não pego o meu, segundo você, rico dinheirinho por questão de motivos estritamente pessoais, recentemente acrescidos por cinco pontes de safena.

        Não elogiei ou fiz menção à burrocracia e /ou carga tributária, ambas fora de padrão razoável , daí provocarem a sonegação que sempre existiu, os tais dois brasis.

        Se você sugere que eu esteja mamando no governo, não tem a mais pálida idéia sobre o que fala, e quanto a eu ver o lucro como um “mal”, vá ler os meus comentários no blog para parar de relinchar.

        Não conheço ninguém que tenha pedidio prá morar em Cuba ou na Coréia do Norte, morei nos USA e não ponho mais os pés por lá – sociedade muito legal e governo que tem Patriot Act debaixo do braço , vá você prá lá.

        Se você quer contraditar, considero muito bom, só não deve ficar tirando do éter conclusões a respeito do outro, comigo erraste de ponta a ponta. Só faltou me chamar de petista prá errar uma vez mais.

        Quanto ao que realmente interessa, a minha descrição / opinião a respeito do empresariado nacional, você preferiu botar a viola no saco.  

        1. Concordo em gênero, número e grau.

          Companheiro Alfredo, concordo inteiramente com você.

          Não por ser PeTista de carteirinha, nem por conhecer(assim como você) a história economica brasileira, mas porque vejo no programa governamental brasileiro, uma mudança significativa e com uma premissa de resultado bem sucedido. Pena que o nosso empresariado, não esteja preparado para riscos, com resultados de sucesso ou de fracasso, como é de praxe, nos negócios. Eles querem a garantia de que independentemente dos rumos da economia globalizada, eles não corram riscos, e tenham sempre a “mão” do velho e bo Estado, para recompensa-los, num eventual prejuízo.

          Definitivamente, nós não temos empresários, e sim, aproveitadores.

          1. Empresariado diferente

            Raí,

            Tudo em paz ?

            Tudo o que falamos está exposto, não tem segredo. Nas concessões, somente sem tirar ido bolso um tusta e com garantia do Estado para a receita prevista; pelo lado das montadoras, só favores $$$ sem qualquer tipo de contrapartida – em quais países elas usufruem deste privilégio ? O setor bancáriocada vez pior e cada vez mais rico, e por aí segue o mesmo comportamento, a menos do segmento das pequenas empresas, que não usufrui das vantagens concedidas às grandes empresas e muitas das médias empresas.

            Um abração

    2. Você acertadamente tocou o

      Você acertadamente tocou o dedo na ferida. O empresariado brasileiro (não me refiro aos pequenos e médios empresários) já está atrelado demais ao setor financeiro para que prefira arregaçar as mangas e ir lutar pelo lucro, ao invés dos ganhos fáceis no mercado. A solução é apostar fortemente nas micro e pequenas empresas.

    3. empresario modelo

      Pow alfredo se vc tiver dinheiro que acho não deve ter , abre uma empresa para produzir algo nesse pais com esses impostos pornograficos e cambio criminoso e nos ensine a como ser um empresário modelo, faz isso para gente ver se aprendemos, aguardando para vc nos provar como deve ser seu modelo de competencia

      1. Néscio

        valter,

        Já respondi ao Victor aí embaixo, comentarista que veio om o mesmo bláblábá de botequim que este seu.

        Meu comentário incomodou mais de um suposto empresário que não me conhece, o que já não ocorre com os inúmeros que conheço, que não querem saber de conversa há muitos anos.

        Até hoje, a maioria deles funciona assim – um sujeito cria uma oportunidade de negócio bastante interessante, leva adiante toda a fase preliminar – estudo de viabilidade, identificação do potencial do mercado, etc…. Estando tudo correto, com todos reconhecendo o potencial da proposta, o tal sujeito precisa de um sócio, é quando fica mais fácil conversar com um marciano do que arrumar um parceiro, pois na hora h, a turma prefere mesmo é o over, que tem zero risco.

        Se você é diferente, o que não parece ocorrer, parabéns.

        Abro exceção para os chamados “emergentes” esclarecidos, mais ousados e por isto bem sucedidos.

         

  10. o empresário nacional!!

    Nassif diz:  “É envolvendo-os em um projeto consistente e de longo prazo, em cima de ideias claras e valores explícitos.”

    Não vejo esse sentimento nos empresário nacionais,os grandes, mesmo as multis, só querem lucro e o menor esforço.  Todos agem em uma direção tirar o maior proveito dos governos.

  11. Sim, o jornalismo …

    brasileiro está mesmo de lascar, mas, mesmo que eu concorde com muitos dos comentários aqui postados sobre o ethos do empresariado nacional, sem engajá-los será difícil evoluir em qualquer projeto mais amplo de desenvolvimento.

    Assim, as ponderações do Nassif sobre Dilma, Mantega e Arno são pertinentes.

    Reeleita, Dilma precisará encontrar pesssoas capazes de aparar tais arestas e recuperá-los para um projeto nacional, que inclua crescimento e contínua inserção social. Quem sabe, Antônio Palocci, ou outro, ainda que fora do PT. 

    Mas sem esse engajamento será dificílimo superar alguns gargalos da economia, que precisam ser resolvidos, e mesmo o crescimento continuará comprometido.

    Esse é um processo que independe e passa, fácil, sobre a desonestidade da mídia, pois trata-se de todos os setores ganhando grana (mais!), inclusive as grandes empresas de comunicação.

    Tomem como exemplo a agropecuária e o agronegócio, onde foram poucas as distorções, mesmo assim fáceis de resolver, e deixadas para trás pela equipe econômica. Resultado: aliaram-se ao pessimismo.

     

    1. É ai que eu sempre me pergunto por que?

      Rui não sou economista, muito menos estrategista! Vejo tudo acontecendo e vou tentando entender as dinamicas do mercado.

      Houve uma mudanças estratégicas no mercado que atinge uma área muito citada por você. Me pergunto até onde foi acidente de percurso e até onde é uma estratégia de longo prazo que não possuimos informações para compreende-las.

      Me recuso a acreditar que com mentes tão brilhantes disponíveis na nossa sociedade as coisas sejam feitas ao mero acaso, sem uma visão macro e suas consequencias de médio e longo prazo.

      Acredito que a era do desgoverno que se instituiiu no país durante determinado periodo, que até poderia ser visto, como um periodo em que interferencias externas, é que ditavam o rumo dos projetos do nosso país acabou. Neste momento uma nova realidade está se contrapondo a interesses não tão claros, mas, bem subjetivos. Estão apontando caminhos que até muito pouco tempo eram amplamente estimulados, assim sendo, muita gente que apostou num determinda setor hoje está vislumbrando sua queda num futuro de médio prazo, mas, não deixa de ser estratégico no longo prazo caso não surja novidades que os paradigmas de longo prazo.

      Esta regressão de curto e médio prazo fará alguns investidores nacionais e internacionais terem seus projetos em andamento serem desvalorizados e seus lucros despencarem. Assim desistimulando estes setores do curto prazo dentro do macro substituindo um por outro.

      Sei que você deve estar bem ciente do setor que me refiro. Eles irão espernear muito e não acredito que serão atendidos, salvo casos pontuais a nível estratégicos do macro.

      Posso estar enganado, mas para mim foi uma mudança estratégica muito bem pensada e estudada para o médio e longo prazo e não deverá ser mudada tão cedo, sua fomentação num periodo recente fazia parte de uma estratégia de curto prazo para equilibrio do sistema que era deficitário. Esta transição deverá acorrer de forma paulatina nos próximos anos a qual irei conferir se minha leitura era correta ou uma ilusão causada pela desinformação do projeto de pais.

      Como diria Raul Seixas e muma de suas musicas: “A arapuca está armada e não adianta de fora protestar, quando se quer entrar num buraco de rato de rato tem que transar”. Vivemos num mundo cheio de especulações, especuladores apostam em quase tudo, algumas vezes ganham em outras perdem. Foi feita uma arapuca entraram muitos especuladores, agora estão presos em situações que poderão perder muito dinheiro investido. Faz parte do jogo que eles mesmos querem jogar. Não adianta agora ficarem com raiva por terem sidos usados. Esta é minha leitura do setor!

      Posso estar redondamente enganado, na guerra da desinformação, poucos sabem a verdade sobre tudo! No demais tudo é especulação!

       

  12. Engraçado o capital

    Dois dos entrevistados no Brasilianas de ontem informaram que no Brasil recebeu de IED mais de 60 bilhões de dólares (um dos maiores do mundo).

    Enquanto os investidores nacionais…..

  13. Engraçado o capital (2)

    A despeito do déficit em conta corrente de US$ 81,6 bilhões (3,65% do PIB) em 12 meses até abril, um dado surpreende positivamente: a estabilidade dos fluxos de Investimento Estrangeiro Direto (IED) entre US$ 60 bilhões e US$ 65 bilhões em 12 meses – isso há pelo menos três anos.

    Os investimentos estrangeiros diretos são fonte de financiamento externo voltado à produção, portanto de maior qualidade e pouco sujeitos a fugas rápidas em casos de crise.

    A despeito da farta liquidez, o economista ressalta que os estrangeiros realmente têm uma visão mais de longo prazo quando olham para a economia brasileira,…

    Artigo completo
    http://www.abbc.org.br/noticiasview.asp?idNoticia=6110

    1. mal informado

      Prezado Assis, se vc conseguisse rastrear esse dinheiro que entra aqui no brasil dito como investimento direto veria que a maior parte dele vai para o mercado financeiro, os especuladores entram com o dinheiro desta forma apenas para pagar menos impostos, o governo sabe disso mas finge que não sabe, bem caracteristico deste governo covarde.

  14. O EMPRESARIO NO BRASIL GOSTA DE GANHAR DINHEIRO FÁCIL

    No Brasil os empresarios sente calafrios quando fala-se em distribuição de renda, não creio que eles irão aceitar um Governo de esquerda nunca até porque não é um deles que esta governando. Mas são coisas que não vejo como preocupação porque a esquerda sendo  eleita novamente os grandes capitalistas voltam cortejar a corte para conseguir mais beneficios e o Governo vai conceder até porque ele ve a economia de forma globalizada . Faz parte do sistema, agora não da pra entender porque a maioria dos empresariados, a midia comunicativa no Brasil persistem em  divulgar indices negativos como se tudo fosse ruim, até parece que querem que a inflação volte a reinar na Corte para ganhar dinheiro facil.

    1. Será?

      ‘Governo espantou as montadoras que viriam ao país’

      Presidente da chinesa JAC Motors, Sergio Habib faz um raio-X do setor automotivo após as medidas protecionistas implantadas no governo Dilma. O diagnóstico: deu tudo errado.

      Ana Clara Costa

      Sérgio Habib, presidente da JAC Motors no Brasil

      Sérgio Habib, presidente da JAC Motors no Brasil (Alex Silva/Estadão Conteúdo)

      O governo Dilma empreendeu um esforço hercúleo para agradar as montadoras nacionais. Desde 2011, uma série de medidas protecionistas foi implementada, como aumento de impostos sobre carros importados e exigência de uso de conteúdo nacional para as fábricas interessadas em se instalar no Brasil. Hoje, percebe-se o tamanho do erro. Mesmo com toda a bondade petista, vendas e produção despencam mês a mês. A chinesa JAC Motors vivencia como nenhuma outra os efeitos das medidas desastradas. A companhia havia anunciado a instalação de uma fábrica no Brasil semanas antes do aumento de 30 pontos porcentuais do imposto sobre produtos industrializados (IPI) sobre os carros importados, em setembro de 2011. A ideia era importar veículos ao longo de três anos para então começar a produzi-los no país. O novo IPI inviabilizou as importações e a conjuntura ruim atrasou a instalação da fábrica. Em entrevista ao site de VEJA, o presidente da JAC, Sergio Habib, lamentou a situação. “As medidas dificultaram a entrada de novas montadoras. O governo quis que o empresário se casasse com o Brasil antes de namorá-lo. E ninguém mais quer correr esse risco”.
        
      O novo regime automotivo instaurado pela presidente Dilma, também chamado de Inovar-Auto, fracassou? Ele não atingiu o objetivo do governo porque, em vez de facilitar, dificultou a vinda de novas fábricas ao Brasil. Tanto a JAC quanto a Chery já haviam anunciado fábricas no país antes do Inovar-Auto e antes do aumento do IPI. Mas as novas empresas não vieram. BMW, Jaguar, Mercedes e Audi já estavam no Brasil como importadoras e iam fazer fábrica, com Inovar-Auto ou sem. Já outras marcas asiáticas, como a Wulling e a indiana Tata, não vieram e não vão vir tão cedo. 

      Por quê? Para montar uma operação em qualquer país, primeiro é preciso ver a aceitação do produto e testar o mercado como importador. Depois de testar, ocorre o investimento. Foi assim na década de 1990 com Toyota, Citroen, Honda, Peugeot, Renault e Nissan. A Citroen importou carros durante 10 anos e só então fez a fábrica. A Peugeot, durante 9 anos. A Toyota começou a importar em 1991 e só em 1999 construiu a fábrica. Todas elas ficaram cerca de uma década importando antes de construir. Hoje, com o Inovar-Auto, você não pode importar sem ter um projeto de fábrica. Ou seja, ele exige que uma empresa se case com o Brasil antes de namorá-lo. E essa não é a lógica para nenhuma empresa. Ninguém topa. O Brasil exige do empresário um cheque de 500 milhões de reais para a construção de uma fábrica sem que ele esteja familiarizado com o mercado brasileiro. Isso não faz sentido para ninguém. 
       
      A única forma de testar é pagar o novo IPI? Sim, mas isso é inviável. Os 30 pontos porcentuais que o governo aumentou em 2011 equivalem a um imposto de importação de 85%. Nenhum país decente pratica uma alíquota como essa.  E não compensa porque o consumidor não vai pagar. A única forma de importar é por meio de cotas que o governo estabeleceu ao criar o Inovar-Auto. Mas essas cotas funcionam apenas para marcas que já estavam no país, como as de automóveis de luxo, por exemplo. Além disso, o limite de cotas é de 4 500 carros por ano, o que é insignificante para um mercado de 3,5 milhões de automóveis como o Brasil. 

      Leia também:
      Proteção tira produtividade do setor automotivo
      Vendas de carros recuam 17% em junho, aponta Fenabrave

      O que é pior para o setor: a exigência de instalação de fábrica ou as regras de conteúdo local? As regras que regulam o conteúdo local usado na fabricação dos carros, para que se consiga um desconto no IPI, são muito retrógradas. Não é papel do governo controlar se o farol do carro que estamos usando foi fabricado no Brasil, na China ou na Alemanha. A empresa tem de comprar o farol onde lhe for mais conveniente. Mas o governo vai além: quer saber se o espelho retrovisor e até mesmo o motor responsável por movimentar o espelho são fabricados no Brasil. Por isso decidiu criar o Inovar-Peças, para estimular a cadeia de suprimentos. Mas, como controlar esse tipo de detalhe é algo dificílimo, o projeto ainda não saiu do papel.
       
      É possível para uma montadora estrangeira recém-chegada cumprir as metas de conteúdo local? No caso da JAC, vamos cumprir as exigências de conteúdo local não porque o governo quer, mas sim porque, no nosso caso, compensa e é possível. Agora, se sou a BMW, é óbvio que vou importar meu motor da Alemanha. Não faz sentido o governo exercer poder sobre isso. Nenhum país é bom em tudo. Se a gente quer ter um país competitivo, temos de nos especializar em algumas coisas e fazê-las bem, e barato. Quando se fecha o país, força-se as empresas a tomar decisões baseadas em decretos, em vez de bom-senso. 
       
      Os preços dos carros subiram desde a criação do Inovar-Auto, em 2012? Nos últimos cinco anos, os preços de carros não subiram muito. Começaram a subir este ano. O que ocorreu foi que, quando a indústria de veículos passou de 2,5 milhões para 3,5 milhões de carros, os ganhos com produtividade permitiram que o aumento da produção em 1 milhão de veículos compensasse a inflação e os gastos com reajustes salariais. Agora que o mercado estagnou, a empresa tem aumento de despesa, tem de reajustar salário de funcionários, pagar o reajuste do aluguel, do preço da energia. Tudo subiu, mas a produção não. Então, agora, percebe-se o aumento de preços. 
       
      E se houvesse mais concorrência? Seria a única forma de fazer com que os preços dos carros subissem menos que a inflação. Ou não subissem. A tendência, quando se é empresário num país fechado, é passar mais tempo em Brasília tentando defender seus interesses do que na fábrica tentando diminuir custo. E tem o custo Brasil, que piora o cenário. Levar um contêiner da fábrica da JAC de HengFeng para Shangai, na China, o que corresponde a uma distância de pouco mais de 500 quilômetros, custa cerca de 500 reais. No Brasil, transportar um contêiner de São Paulo ao Rio de Janeiro custa 1 900 reais. O nosso país está muito torto. Para compensar esse custo de logística, o dólar tinha que estar custando 8 reais. 
       
      A imagem do Brasil para o empresário estrangeiro está arranhada? Quando trouxe a JAC para o Brasil, a intenção era importar 30 mil carros por ano por três anos, para depois construir uma fábrica com capacidade para 100 mil carros. Minha esposa, que é mineira, me disse para tomar cuidado com a ousadia. Mas eu então pensei: há muitos anos não se muda a regra do jogo no Brasil. Fernando Henrique e Lula não mudaram. Sabe o que aconteceu? Ela tinha razão. O que é uma pena, pois mudar as regras do jogo no meio da partida, conforme o placar, espanta o empresário, que acaba não investindo mais nada. O espírito animal do empresário está na toca. Quem quer investir num país onde não se conhecem as regras do jogo, onde tudo é incerto? O pior é que esse sentimento é generalizado. Mudaram as regras no setor elétrico, automotivo, de infraestrutura. E depois reclamam que poucos se interessaram pelas privatizações. Numa escala mais ampla, isso trava o país.

      Por que o mercado consumidor de veículos está tão ruim? Nada afeta tanto as vendas quanto a alta dos juros e a falta de confiança no emprego. Se a montadora aumenta o preço do carro de 3% a 4%, o efeito na prestação é muito menor do que quando a Selic passa de 7,5% para 11,5%. E esse impacto é tão significativo justamente porque uma minoria compra carro à vista. Cerca de 65% são financiados. E, justamente porque são financiados, um consumidor não vai se comprometer com a compra de um bem durável caro se não tiver absoluta certeza que terá emprego para conseguir pagar as parcelas. Hoje, as pessoas estão com medo do futuro. O que muitos têm feito é trocar de carro, mas por um usado, não zero. Assim, se arriscam menos, pois gastam menos também. Como resultado, o mercado de carros usados subiu 12% em 2014, enquanto o de carros zero caiu mais de 3%.
       
      A menor oferta de crédito também ajudou nessa piora? Não, de forma alguma. Os bancos não estão mais restritivos hoje do que um ano atrás. O que acontece é que os juros estão mais caros e isso restringe o acesso ao bem. Há ainda a questão da inadimplência, que não é um problema de agora. Desde que a economia começou a desacelerar, três anos atrás, os bancos estão mais rígidos na hora de avaliar o cliente que pede financiamento automotivo. Não é algo que tenha começado em 2014, então não se pode culpá-los.
       
      A Copa teve alguma influência no mercado de veículos? Sim, e relevante. As vendas caíram 17% em relação ao ano passado. Ninguém trabalha, ninguém faz nada. No Rio de Janeiro tivemos apenas 15 dias úteis no mês. Quem consegue vender diante desse cenário? A Copa do Mundo, para quem não tem restaurante, hotel ou bar, foi terrível. Há municípios que decretam feriado em todos os dias de jogos.

      Leia ainda:
      Vendas caem e montadoras reveem projeções para 2014
      Governo mantém alíquotas reduzidas do IPI de veículos até fim do ano
       
      Como será a estrutura da fábrica JAC no Brasil? Está sendo construída em Camaçari, Bahia, e dois terços do negócio pertencerão aos chineses. Eu fico com um terço. Inicialmente, a participação seria o oposto, pois pegaríamos financiamento do BNDES para comprar o maquinário, pelo programa PSI. Mas mudamos de ideia. Como Brasil é caro, o BNDES dá dinheiro a taxas subsidiadas. Em vez de você ter uma taxa normal de juros, você tem uma indústria não competitiva e juros subsidiados. O problema é que mesmo assim não compensa. Um prensa fabricada no Brasil, mesmo com juros baratos, é mais cara do que uma prensa nos Estados Unidos, na Coréia ou na China. No passado, os juros do BNDES eram mais realistas, mas o banco financiava maquinário estrangeiro. A fábrica da Hyundai foi toda construída com máquinas importadas e com dinheiro do BNDES. No nosso caso, a conta não fechou. Vamos trazer máquinas de fora, inclusive da Alemanha, pagando menos. Só que o capital será dos chineses, por isso a troca de participação societária.
       
      Os chineses estão decepcionados com o Brasil? A maior frustração é a mudança de regra. O chinês é muito prudente, estuda o país profundamente e essas mudanças assustam. A JAC recebeu ordem do governo chinês para crescer seu negócio. Para onde eles iriam crescer? O Brasil é um destino óbvio. Agora, o governo pensa que o mercado interno é patrimônio do povo brasileiro e que tem de ser usado por empresas que estão fixadas no país. E isso faz com que a gente pague pelas ineficiências que a falta de concorrência traz. O Inovar-Auto pode até ter sido feito com a melhor das intenções. Mas não precisava disso, não precisava de decreto para convidar um empresário a investir aqui. Todos que se instalaram já tinham planos. Agora, o Inovar-Auto acaba em 2017. Qual empresa que jamais trabalhou em solo brasileiro começaria a planejar sua vinda com base num regime que termina em três anos, ainda mais se permanecer um governo que tem o histórico de mudar as regras do jogo?

      1. Mas aí vão dizer que com

        Mas aí vão dizer que com certeza o cara é neoliberal, contra o PT e só quer dinheiro fácil.

        Para que ter indústria se aparentemente o Brasil vive muito bem sem os empresários?

    2. Mas, eles “fazem negócios”!

      Tudo bem Ronaldo, eles não gostam de trabalhar, mas, em compensação eles gostam do “ambiente de negócios”, onde podem ganhar x% do teu trabalho ou do meu, por conta de um telefonema, por ser amigo de um amigo de um conhecido.

      O neoliberal é um cara de negócios, que intermédia negócios. Trabalhar mesmo, é claro que não, pois isso dá muito “trabalho” e fica sem tempo para ganhar dinheiro. Esse povo quer ganhar dinheiro batendo papo em Sauna ou gastando todo o dinheiro que não tem para impressionar pessoas que não conhece, para poder frequentar o Minas Tênis Clube, em BH, e relacionar-se com gente fina e falar mal da Dilma..

  15. O DESAFIO DE LEVANTAR O

    O DESAFIO DE LEVANTAR O ENTUSIASMO EMPRESARIAL? Simples, estatizar tudo e dar um chute no r*** desses parasitas. O erro do Governo não foi aumentar os impostos de forma extinguir essa classe.  Não nos enganemos: o uso indiscriminado dos recursos naturais nos levará ao estado de pré-história.

    1. Então você sugere aumentar os

      Então você sugere aumentar os impostos de forma a extinguir a classe empresarial? Muito bem, quem gera riqueza no país? São os trabalhadores, através das empresas. Acabando as empresas, não há impostos, não há governo sustentando funcionários indolentes e parasitas, não há assistência social. Talvez você sugira empresas estatais. Aí sim que nossa ineficiência ficaria à mostra: Brasil ladeira abaixo.

  16. E cadê a luta de classes nisso aí?

    As análises do Nassif, tecnicmante impecáveis, sempre pecam pelo mesmo motivo. A “desideologização”. O empresário brasileiro gosta do capitalismo sem risco, o do lucro certo. Prefere até ganhar no mercado financeiro, o que vai ser se o Aécio ganhar (vade retro), do que apostar num projeto de país desenvolvido e justo, em que toda a população ganha.

    Para mim o jeito “dificil” da presidenta é uma desculpa para boicotar um governo que não é da preferência deles. Como nunca foi nenhum os com tendências trabalhistas, desde Getúlio. A Dilma chegou no momento inescapável, a de vencer o reacionarismo da elite econômica brasileira. Isso não se faz “ganhando a confiança” do grande empresário e sim mobilizando a sociedade para a queda-de-braço com os concentradores de riquezas.

    Não tem escapatória. É luta de classes na veia, Nassif!

  17. Quer dizer que a “nobre”

    Quer dizer que a “nobre” classe empresarial está sem entusiasmo? Mas que coisa! Deve ser por causa da indolência que sempre se segue após uma lauta “refeição”, no caso, os últimos doze anos nos quais NUNCA a mais-valia, conforme diriam os marxistas, foi tão MAIS.

    Apontem-me um setor, qualquer que seja, que não tenha rentabilizado o Capital em níveis que fariam dar orgasmos a seus similares no mercado internacional. Tudo isso em função dos mais variados motivos, mas a criação e manutenção do poder de compra da classe assalariado, ou mercado interno no jargão econômico, foi fundamental. 

    O problema dos nossos capitalistas é que só o são nas horas “gordas”; de fausto. Basta um pequeno refluxo para que saiam cobrando do mundo, a começar pelo governo, resgates para as suas incompetências ou falta de visões. Nessas horas, não tem “Estado inchado”, “Estado centralizador”, “Estado perdulário”, nada disso. De tão ojerizado tal  Ser passa a ser a salvação da lavoura. 

    Lembremo-nos do que escreveu recentemente Delfim Netto num texto para a Folha de São Paulo, entitulado “TRAGÉDIA”. 

    http://www1.folha.uol.com.br/colunas/antoniodelfim/2014/05/1457524-tragedia.shtml

     

     

  18. Na Alemanha o PIB caiu 1,8 no

    Na Alemanha o PIB caiu 1,8 no primeiro trimestre, segundo analistas, porque houve um feriado na quinta-feira.

    Aqui no Brasil, devido ao terror que os banqueiros espalham pelo mundo todo para o ritual de deformação do PIB, as exportações de veículos cairam 52% desde de 2013.

    Julgo ser uma questão de tese para o doutores da crise, juntar os estágios obrigatórios das pesquisas negativas aos juros do mercado, por extensão de disputa também do título da presidente da república; porque eles parecem não traduzir nenhum rigor ocioso para as suas possibilidades de atrapalhar a realização do PIB.

    A Dilma se apresenta, então, dentro das normas metodológicas de interpretação da teoria econômica, como antitese de uma banca examinadora diferenciada, com uma disciplina a ser criada.

    Respeito novas técnicas de elaboração do PIB que podem ajudar na venda de veículos.

  19. Aumentou muito o número de

    Aumentou muito o número de empresários passeando nos EUA, Europa e etc… A quantidade de lanchas e iates circulando por aí tambem aumentou significativamente. Os estádios estão lotados. A conclusão é que barriga de empresário quanto mais cheia, maior é a choradeira… sempre querem cada vez mais, comprometendo-se e fazendo cada vez menos… Está na hora dum plano collor nêles com congelamento de suas contas / aplicações, inclusive no exterior!

  20. E tome paulada em Guido Mantega

    Quer dizer que o homem que comanda nossa economia há oito anos, inclusive durante a crise mundial, é um trapalhão. Nassif tem a visão do economista, ou melhor do economicista, que enxerga o mundo apenas pela ótica saturada de paradigmas, amordaçada por teorias, algemada por idéias que pretendem submeter a realidade.

    A verdade é que nosso empresariado é o PIOR do mundo. O negócio do empresário brasileiro é enriquecer em cinco anos, a custo de explorar empregados, receber benesses dos governos, especular com dólar, ganhar concorrências com propinas, sonegar Imposto de Renda, e outras coisas do tipo. O Brasil ? Ah que se lixe. Inovar, ousar, investir ? Ah é cansativo e arriscado. Melhor é choramingar, ficar de mi mi mi, sempre haverá mídia e economistas para lhes dar respaldo.

  21. o nó górdio cartorial do voo de galinhas cacarejeiras crônico

    o nó górdio cartorial do voo de galinhas cacarejeiras crônico do empresariado nacional – micro macro mega – são a nossa velha forte reinante dominante cultura imobiliária fundiária católico rentista – feudal urbana rural – , conjuminada com seu braço teológico institucional político-jurídico vassalo e com a grande surpresa da copa fifa14 escandalizada!: a mídia lacaia manipulativa de fatos & fotos dos jânios de freitas & cia; que, no entanto, estes 10 anos de lulopetismo dos trabalhadores no poder absoluto da república dos bananas somente covardemente arranhou, com suas delicadas cosméticas unhas postiças vermelhas, a superfície gelada de nosso gigantesco fundeado iceberg civilizatório político-econômico.

    1. empresario brasileiro

      Se fosse possivel checar quem critica tanto o empresario nacional dizendo que os empresários ganham rios de dinheiro veriamos que esses que criticam não sabem o que é pagar IPI, PIS , COFINS…… esses esquerdopatas não produzem nada, não geram empregos e se acham no direito de criticar algum empresario nacional, vc deveria abrir uma empresa  meu caro JC. pompeu e nos mostre sua competencia administrativa e nos ensine a produzir neste país hipocrita pagando impostos escorchantes e cambio criminoso, vcs são ridiculos

  22. Expurgar ambos ?

    Nassif, você, eu e toda a torcida do Flamengo e do Corinthians, sabemos que não é com a saída destes dois atuais integrantes da equipe economica, que as coisas entrariam nos eixos, e sim, com um programa diferente, em relação às parcerias com o empresariado, que os ventos mudariam de direção.

    Jamais na história republicana, tivemos tanta parceria, e tantos benefícios concedidos ao empresariado, e este setor, não foi suficientemente “parceiro” com o governo federal, e não deu a reciprocidade esperada, e qualquer mudança, agora, poderia parecer partidária, e não no sentido de beneficiar a relação.

    As declarações do Abílio Diniz, dadas hoje aos jornais, a respeito de vários assuntos(inclusive este) soam como um diferencial interessante e promissor.

  23. E a “Teimosia” do Empresariado em só enxergar o Curto Prazo?

    Os Programas enumerados neste Artigo mostram a Visão da Dilma para o Médio e Longo Prazos.

    E, neles a Dilma faz o que o Empresariado gosta, principalmente a Proteção de Mercado (no caso, do Índice de Conteúdo Nacional do Pré-Sal).

    E, faz coisas de Estadista como os Investimentos em Infraestrutura que vão frutificar no Longo Prazo.

    No Curto Prazo ela tem mais é que tomar Ações Tópicas, como a Isenção de IPI para o Setor Automobilístico, para evitar Demissões.

    Portanto, está na hora de deixar esta visão caipira de “Teimosia” de lado…

    No entanto, concordo com o Artigo quando fala em Clareza quanto à inserção do Brasil “nas cadeias internacionais e uma visão sistêmica de como avançar.”

    Parece que os Chineses abandonaram o clichê “Vamos Investir em P&D Tradicional”, à base de inversão pesada de dinheiro em Centros de Pesquisa Tradicionais.

    Não dá para competir com os Desenvolvidos e Transnacionais neste quesito.

    A China decidiu transformar o P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) em uma “Fábrica/Linha de Montagem”.

    Onde as Inovações entram em uma Linha de Produção.

    Aí sim, neste contexto a Cadeia Produtiva é envolvida.

    O duro no Brasil é, mesmo se fazendo Opções Claras, tirar a Mentalidade Rentista do Empresariado.

    Na China, por motivos óbvios, tal “envolvimento/motivação” Empresarial é mais fácil.

    Alguém aí poderia enviar o Artigo do MIT/Sloan para a Equipe da Dilma?

    http://sloanreview.mit.edu/article/accelerated-innovation-the-new-challenge-from-china/

    1. Investimento em

      Investimento em infraestrutura é coisa de “estadista”? Faz-me rir.

      Desde que nos conhecemos é a opção mais óbvia – nem tão fácil como se imagina – e nem assim a coisa funciona a contento.

      Não é apenas questão de investir. A qualidade da decisão sobre os melhores investimentos a partir do reconhecimento dos recursos escassos é parte essencial.

      É o que está lá no segundo item proposto pelo Nassif que só agora percebe a confusão governamental.

      Seja dito – por exemplo – que eles passaram quase três anos se matando por um trem bala enquanto os maiores problemas estão nos quase caóticos centros urbanos.

      Quando não é uma opção equivocada como esta, solenemente ignorada pela mídia paulista e blogosfera progressita, é a demora ou dificuldade de entender que aqueles recursos escassos não bastam para que prefeituras ou estados tenham condições administrativas e técnicas de assumir projetos.

       

      1. Não ria.
        O Wikipedia tem uma

        Não ria.

        O Wikipedia tem uma definição bem acessível…

        http://pt.wikipedia.org/wiki/Estadista

        “Normalmente ocorre de o estadista ser imcompreendido pois preocupa-se com o longo prazo e toma decisões impopulares a curto prazo, enquanto a maioria dos políticos preocupa-se com resultados imediatos de suas ações. Assim se diz que:

        – O estadista se preocupa com a próxima geração e o político com a próxima eleição.”…

        A “Inauguração” (e, em um Conceito mais Complexo) a “Maturação” dos Projetos Dilma (Infraestrutura incluídos) vão além de 2014 (ou seja, desta Eleição).

  24. Alguns chorarem a qualidade

    Alguns chorarem a qualidade do empresariado nacional é ridículo. Na pior hipótese pode-se simplesmente dizer “é o que temos” e a fácil percepção que compõem a estrutura social sem que seja possível afastá-los.

    Na melhor é preciso entender seus interesses e na medida do possível adequar ao projeto político que se propõe com vistas a objetivos de longo prazo.

    Historicamente as empresas dos países desenvolvidos lançam seus interesses sobre a periferia do sistema capitalista e abocanham junto ao mercado consumidor a melhor fatia.

    Basta ver que os produtos de melhor valor agregado e atraentes SEMPRE estiveram sob seu domínio. A expansão econômica promovida pelo presidente mais capaz que já tivemos na década de 50 reservou naco delicioso do filé para multis. 

    Ontem eram carros e eletrodomésticos, hoje são carros, eletrodomésticos, eletrônicos e produtos imateriais: softs, cinema, música, videogames.

    Temos apenas algumas esparsas ilhas de excelência pelejando para fabricar produtos de alto valor agregado, assim mesmo em alguns poucos estados do país. (Esse contraste vociferante incomoda pois dizer Brasil supõe homogeneidade inexistente em vários campos).

    Enfim… 

    Continuamos ao final produtores de objetos com baixo valor agregado ou simplesmente exportadores de matéria-prima com detalhes angustiantes: importamos etanonol, leite e gasolina.

    O traço relevante dessa histórica contada nas coxas é que não se consegue, ou se consegue muito mal, a realimentação do sistema através dos ganhos. Os maiores beneficiados na última década foram asiáticos que vendem aqui até abridores de garrafa hoje em dia.

    1. No dia que um projeto

      No dia que um projeto decisivo para o país for proposto não terá a participação só de economistas de hoje ou engenheiros de ontem mas de pessoas com visão mais abrangente do processo.

      Espero que sejam administradores públicos ou especialistas no setor juntos com aqueles e com vários de outros campos do conhecimento sem deixar de fora filósofos, sociólogos, historiadores e por aí vai.

      Quanto aos últimos, gostaria de sugerir um livro ótimo de história que mostra sua repetição estúpida ao longo do tempo por incapacidade de quem governa tomar decisões à altura do país.

      Chama-se “História Geral do Brasil” e quem organizou é a Maria Yedda Linhares. Editora Campus.

  25. Nosso empresariado acostumou

    Nosso empresariado acostumou a não ser eficiente, a não ser para assaltar os cofres públicos. Com raras exceções.

  26. Muitos erros não fazem um acerto

    A Dilma errou muito, o que era de se esperar de  uma pessoa que não foi talhada para o cargo.

    A falta de preparo, bom senso e inteligência para gerir a política industrial, aliada a falta de conhecimentos técnicos com o trato do assunto gerou a maior desindustrialização de todos os tempos do Brasil.

    Inês é morta!

    A entrevista do Habib é mais do que esclarecedora, pois trás os pontos específicos onde os erros foram cometidos e como a perda de confiança e credibilidade se instalaram perenemente.

    Com Dilma presidênta, podem dar adeus a um processo minimamente eficaz de reindustrialização no Brasil. Tal afirmação encontra suporte na extrema competitividade do comércio internacional nos dias de hoje e na falta de capacidade do governo de prover um piso mínimo aceitável de credibilidade e confiança na suas ações. Nem se escancarassem as porteiras para as indústrias internacionais hoje penso que ainda sim não viriam, pois as regras não são respeitas aqui.

    Se a Dilma ganhar veremos tempos negros na indústria, oxalá eu esteja errado nesta aqui.

    1. Maior desindustrialização?

      Que é isso meu, tu pirou? A desindustrialização não aconteceu neste governo, mas vem desde os tempos tucanos, de dolar a menos de 1 real e juros a 40%, passando pelo período Lula, que fez vista grossa para o problema, com a economia embalada no crescimento mundial. O Plano real só deu certo porque substituiu os produtos da industria brasileira por produtos chineses. E o que significa “prover um piso mínimo aceitável de credibilidade e confiança na suas ações”? Seria aumentar mais os juros, dar mais “independência” ao BC, que já é mais ligado ao mercado do que ao estado? Seria privatizar tudo o que o tucanato ainda não privatizou?

      A verdade é que, quando o juro bateu em 2% reais a gritaria ficou ensurdecedora, com a mídia bradando por aumento da taxa. O governo cedeu a contragosto naquilo que os tucanos teriam feito de bom grado. Não podemos nos iludir. Não é de hoje que o estado se obriga a andar na frente dos “empreendedores” capitalistas. Na Revolução de 30 o governo enfiou capitalismo e industrialização guela abaixo da burguesia cafeeira e rentista de São Paulo. E continua assim. Pra que investir se tem 11% ao ano mole e sem risco, com retorno imediato, sem precisar esperar pela maturação do capital ou com concorrência. O nosso é o único país onde a taxa de juros real permanece acima do crescimento do PIB por mais de 20 anos, obrigando a cada vez mais dinheiro dos impostos ser dirigido ao bolso dos rentistas. 

      Tenha a paciência. Se dependesse da nossa elite, avançaríamos rapidamente rumo ao século XIX.

    2. Muitos acertos são necessários?

      Que é isso meu, tu pirou? A desindustrialização não aconteceu neste governo, mas vem desde os tempos tucanos, de dolar a menos de 1 real e juros a 40%, passando pelo período Lula, que fez vista grossa para o problema, com a economia embalada no crescimento mundial. O Plano real só deu certo porque substituiu os produtos da industria brasileira por produtos chineses. E o que significa “prover um piso mínimo aceitável de credibilidade e confiança na suas ações”? Seria aumentar mais os juros, dar mais “independência” ao BC, que já é mais ligado ao mercado do que ao estado? Seria privatizar tudo o que o tucanato ainda não privatizou?

      A verdade é que, quando o juro bateu em 2% reais a gritaria ficou ensurdecedora, com a mídia bradando por aumento da taxa. O governo cedeu a contragosto naquilo que os tucanos teriam feito de bom grado. Não podemos nos iludir. Não é de hoje que o estado se obriga a andar na frente dos “empreendedores” capitalistas. Na Revolução de 30 o governo enfiou capitalismo e industrialização guela abaixo da burguesia cafeeira e rentista de São Paulo. E continua assim. Pra que investir se tem 11% ao ano mole e sem risco, com retorno imediato, sem precisar esperar pela maturação do capital ou com concorrência. O nosso é o único país onde a taxa de juros real permanece acima do crescimento do PIB por mais de 20 anos, obrigando a cada vez mais dinheiro dos impostos ser dirigido ao bolso dos rentistas. 

      Tenha a paciência. Se dependesse da nossa elite, avançaríamos rapidamente rumo ao século XIX.

    3. Melhor deixar a retórica de lado ou deixá-la por conta de Nassif

       

      Alexandre Weber Santos-SP (terça-feira, 08/07/2014 às 14:09),

      Vou transcrever o seguinte parágrafo de seu comentário:

      “A falta de preparo, bom senso e inteligência para gerir a política industrial, aliada a falta de conhecimentos técnicos com o trato do assunto gerou a maior desindustrialização de todos os tempos . . .”.

      Eu suprimi a palavra Brasil para que a frase ficasse genérica. E pergunto a você, para que líder no mundo nos últimos 50 anos no mundo democrático a frase não é aplicável?

      E no caso do Brasil excetuando o problema da desvalorização cambial qual seria outra razão fundada para a desindustrialização da economia brasileira?

      Você não vai achar razão objetiva. Qualquer outra razão que você trazer se fundará apenas na sua ideologia e ainda assim muito provavelmente será de natureza retórica como foi o parágrafo que eu transcrevi do seu comentário.

      O importante, assim, seria você buscar analisar qual é a razão da valorização da nossa moeda. Em meu entendimento, a moeda no Brasil vai ficar valorizada enquanto tivermos uma dívida de curto prazo elevada. A dívida de curto prazo elevada mantém a taxa de juro elevada para enfrentar a inflação. Seria interessante também pesquisar porque a dívida de curto prazo é elevada. Aqui para encurtar conversa eu menciono o meu comentário enviado quinta-feira, 03/07/2014 às 13:30, para Luis Nassif para o post “Os vinte anos do Plano Real” de quarta-feira, 02/07/2014 às 06:00, aqui no blog de Luis Nassif e de autoria dele. O endereço do post “Os vinte anos do Plano Real” é:

      https://jornalggn.com.br/noticia/os-vinte-anos-do-plano-real

      Bem lá eu apresento o que eu considero a razão principal para a alta dívida pública de curto prazo no Brasil. Enfim, ao se acabar com a inflação de uma vez em uma campanha eleitoral mediante um plano que visava eleger um candidato que não tinha tido durante a juventude nenhuma experiência de liderança se antevia o que ia ocorrer com a dívida pública de curto prazo. Depois houve a emenda da reeleição e depois houve a própria reeleição e depois houve também a necessidade da economia ser relançada via mercado interno para assegurar a eleição da Dilma Rousseff. Em razão disso tudo nós temos uma dívida de curto prazo elevada e daí advém a maioria dos nossos problemas. E Luis Nassif encobre isso falando de teimosia da Dilma Rousseff, da trapalhada de Guido Mantega, de Arno Augustin e esquece o cerne do problema.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 08/07/2014

  27. Economistas de “negócios”

    Até o ano 1967 a economia era uma ciência social, pelo menos assim era nas Universidades Chilenas. Hoje a economia faz parte da faculdade de engenharia, como se ciência exata fosse.  Aprenderam um pouco de matemática financeira para calcular o VPL e botaram uma expressão analítica à curva de demanda e outra para a oferta, criando teorias que sustentam, até hoje, pomposas teses de pós-graduação e até Prêmios Nobel pelo mundo todo. Grande coisa! (até o Aecim Cunha é economista).

    O “ambiente de negócios” que economistas de diploma pregam pode sintetizar-se numa conversa de sauna ou no clube social da cidade, onde alguém acha que trabalhou uma manhã inteira bebendo uísque, tentando ganhar alguma vantagem com gente com mais dinheiro do que ele. “Ambiente de negócios” é para milhares de espertosos que querem ganhar x% por causa de uma ligação telefônica, ou por ser amigo do amigo do conhecido de alguém que realmente faz algo. Sanguessugas, que querem ganhar com o negócio dos outros e não com o trabalho que qualquer ganho real deva envolver.

    Queremos trabalho e atividade onde possamos dar a nossa força braçal ou de inteligência em beneficio do desenvolvimento da nossa nação, não um mero “ambiente de negócios” onde os eternos filhos de cacique ganhem algum % entregando pedaços de Brasil para o capital internacional.

     

  28. Livre mercado

    Confiam na mão invisível, professam o lucro nos riscos e a meritocracia, mas só dos outros. O livre mercado não é estímulo suficiente? O que querem estes coxinhas mal acostumados? Que a Dilma garanta seus lucros privados?

    Já sei. O velho rentismo de volta, ganhar sem trabalhar e sem arriscar.

    Vão perguntar ao Bostantino a diferença entre patrimonialismo e capitalismo.

  29. Só retórica com críticas antigas que conta com as circunstâncias

     

    Luis Nassif,

    Você insiste em alguns temas, as vezes até de forma ridícula como foi o post “Trapalhadas do Secretário do Tesouro podem levá-lo à prisão” de quarta-feira, 02/07/2014 às 20:43, com matéria de Ricardo Della Coletta e Mariângela Gallucci r publicada no jornal O Estado de S. Paulo com o título “Paraná pede ao STF a prisão do secretário do Tesouro Nacional”. O post “Trapalhadas do Secretário do Tesouro podem levá-lo à prisão” pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/trapalhadas-do-secretario-do-tesouro-podem-leva-lo-a-prisao#comment-367560

    Ao usar o termo trapalhada em um texto impreciso com informação incompleta, fica a impressão que você quer fazer troça mas ai em um post mais sério você usa o mesmo termo para falar do erro do governo. Você fala também da teimosia da presidenta Dilma Rousseff como se a teimosia que aparentemente existe de fato fosse causa dos erros do governo. Isso sem falar que muitas vezes os erros não comprovados como tal na visão de um ou de outro. Um exemplo é o preço de gasolina e a influência no preço do pro-álcool. Parte-se do pressuposto que não é correto praticar preço de gasolina mais baixo em um país com o projeto do pro-álcool que retira terra de outras culturas alimentares. E se se mostrar que dada a realidade brasileira esta é a política mais adequata?

     O governo tem errado, mas a teimosia tem efeito secundário e supérfluo. Questões mais relevantes são obtidas. A acusação que se faz a Dilma Rousseff faz-se a qualquer um. E mesmo assim com qualquer um vai-se verificar que há teimosos com altas taxas de crescimento e não teimosos com baixas taxas de crescimento.

    E questões aparentemente mais relevantes são esquecidas. Seja por exemplo a análise com dados sobre o efeito na economia das manifestações de junho de 2013. Não se lê quase nada a esse respeito e aparentemente sob este aspecto as manifestações de junho de 2013 não é estudada. E o estudo não seria difícil. Qualquer grupo de estagiário pode levantar dados da produção de maio de 2013, junho de 2013 e julho de 2013. Provavelmente vai-se verificar que mesmo com as manifestações de junho de 2013 a produção em junho de 2013 foi maior do que a de maio de 2013. E surpreendentemente, quando não houve manifestação, em julho de 2013, a produção teve uma boa queda. Queda que reverteu uma recuperação da economia.

    E é a recuperação da economia que leva os empresários investirem. E o governo está um pouco de mãos atadas para ajudar na recuperação da economia porque há o problema de crédito no setor privado, e a economia tem problema de moeda valorizada e o governo não pode aumentar o déficit público para gerar crescimento. Tentou fazer uma recuperação paulatina. Quase conseguia quando ocorreu o movimento de junho de 2013. Só que analisar estas questões com profundidade não parece interessar a você. O que há é a análise superficial e normalmente retórica.

    Frases como a que eu transcrevo abaixo, omitindo a expressão “brasileira”, são exemplos da mais pura retórica:

    “O atual momento da economia brasileira. . . e mundial exige uma definição de prioridades, uma clareza sobre o papel que a indústria . . . buscará no mundo globalizado, nas cadeias internacionais e uma visão sistêmica de como avançar”.

    É uma frase típica que pode ser assacada contra qualquer governo em qualquer país do mundo. É claro que em um mesmo governo há ocasiões em que a frase ganha ares de verdade e no momento seguinte passa a ser vista com ares de galhofa. No fundo é mais frase de jornalista desempenhado papel de porta voz de governo ou redator de discurso do governo que dependendo das circunstâncias, e principalmente de dados econômicos favoráveis pode dar idéia que transmitem uma verdade incontestável.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 08/07/2014

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