O desmonte do Conservatório de Tatuí

Marcus Toscano, a jovem grande promessa do violão brasileiro me escreveu para passar a dica: o clássico “Catedral”, do paraguaio Agustin Barrios, pelo violonista Geraldo Ribeiro é a melhor interpretação de uma das peças mais tocadas pelo violão mundial.

Na sexta-feira, em Guaratinguetá, conversei com algumas pessoas ligadas ao Conservatório de Tatuí. Até alguns anos atrás, era exemplar, um dos maiores celeiros da música instrumental brasileira, de reputação internacional.

Na gestão José Serra começou o desmonte da área cultural. Os ativos culturais do Estado foram entregues a organizações sociais apadrinhadas de Serra e de Andrea Matarazzo. E o Conservatório começou a definhar.

Burocratizou-se o ensino e montou-se uma estratégia de esvaziamento. Alunos da região que costumavam juntar dois dias da semana para as aulas, foram impedidos por novas exigências, de se colocar um dia no início da semana e outro no final, inviabilizando sua permanência no Conservatório.

Professores de renome internacional foram proibidos de tirar licença para excursões internacionais. Valem-se de vários expedientes para encolher o tamanho do Conservatório pela truculência, demitindo professores e inviabilizando cada vez mais a frequencia dos alunos.

Chegou-se ao ápice de exigir de Geraldo Ribeiro que enfrentasse um concurso público para continuar lecionando em um local em que ele vem formando centenas de alunos desde os anos 70. Pelo que me informam, Ribeiro desistiu do Conservatório.

Aqui, “A Catedral”, com Geraldo Ribeiro.

Luis Nassif

9 Comentários

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  1. Pois é Nassif
    Tatuí, ULM …
    No

    Pois é Nassif

    Tatuí, ULM …

    No caso da ULM o desmonte começou em torno de 2005. Foi lento e gradativo até tercerizarem a administração.

    O projeto Guri nunca foi mais que um passa-tempo, infelizmente. Tivessem implantado, desde o início, a metodologia do EL SISTEMA, e um crescimento orgânico teria um potencial incrível.

    A tercerização, para ONGs amigas, atinge também o Fábricas de Cultura.

    E os teatros? São Pedro, Sérgio Cardoso, etc.

    PSDB = desmonte do Estado, desmonte da Cultura

    Eles fazem programas que geram números para apresentar nas eleições. Só isso.

  2. Podem falar mal do Malluf, do

    Podem falar mal do Malluf, do Sarney, do Renan e tantos outros e eu concordo em gênero, nº e gráu. Mas para mim o mais “podre” de todos se chama José Serra, o filho do verdureiro. Como pode um ex líder da UNE ter se transformado no político que é hoje. E sempre me pergunto se ele não era um “infiltrado”, tamanha a facilidade com que fugiu p/ o Chile e depois p/ os EUA. Ou será que fizeram lavagem cerebral nele lá nos isteites? Ele conseguiu acabar com tudo o que são Paulo tinha de bom, tanto na cultura como na saúde e na educação. Pobre povo de SP que vota num cara desse porte.

  3. Juntem os cacos

    Desmonte é pouco. O Conservatório foi pulverizado na “jestão” tucana. Coitado do Padilha; terá de reunir as sobras com aspirador de pó para recomeçar do zero aquela que foi a maior escola de música da América Latina.

  4. No colégio onde fiz o

    No colégio onde fiz o ginásio, tinha uma matéria chamada Canto Orfeônico é nossa professora fez uma excursão a Tatuí. Minhas irmãs mais velhas foram e adoraram. Lembro que cantávamos o hino, acho que dá cidade, e falava sobre o conservatório. Meu irmão mais velho, que é regente, estudou uns tempos lá há muitos anos e mais recentemente alguns amigos que estudaram no Teatro Municipal também.

    Enfim, uma grande pena que mais uma vez os tucanos dilapidaram um patrimônio artístico-cultural de São Paulo. 

    Nessas horas acho até bom que o Padilha não ganhe as eleições, pois pegará uma terra arrasada e, claro, seria cobrado em três meses, pelos desmandos de mais de 20 anos dos tucanos.

  5. A primeira vítima da arte de

    A primeira vítima da arte de desmontar tucana foi a TV Cultura. Compare o que ela era em 93 e com o que ela é agora. É de chorar.

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