O emaranhado de dados a esmo do Globo sobre os pedalinhos em Atibaia, por Madrasta

O que o Globo publicou é  um emaranhado de dados jogados a esmo, com palavras milimetricamente escolhidas para causar impactos especiais

Do Objetivando Disponibilizar

Chame do que você quiser. Menos de jornalismo.

por Madrasta do Texto Ruim

Quase três meses sem escrever aqui?!?!?! Ai, gente, desculpa!

Mas voltemos aos alfarrábios.

Jornalismo é assim: você recebe informações bem checadas, bem apuradas, de fontes confiáveis. Junta tudo num texto bem feito que, ao ser lido, fornece a quem leu informações relevantes e importantes, para que fatos sejam esclarecidos. Opinião tem espaço num veículo jornalístico, mas espaço próprio.

O que o Globo publicou aqui é um emaranhado de dados jogados a esmo, com palavras milimetricamente escolhidas para causar impactos especiais. O objetivo desse texto não é esclarecer e elucidar fatos, mas despertar no leitor aquilo que já foi chamado de “os instintos mais primitivos”.

Então, pra facilitar sua vida, eu fiz dois comentários neste texto. Os comentários que um defensor de Lula faria diante do texto, e os comentários que um antipetista ferrenho faria.

Repare que, nos dois casos, a informação não é relevante, mas sim o que aquele texto causa no leitor. Não importa quem defende o PT, o importante é reforçar o ódio ao PT.

Acompanhem as leituras abaixo: do petista (1) e a leitura coxinha (2): 

1: Dois pedalinhos que ficam estacionados no lago do sítio de Atibaia (SP) trazem os nomes de dois netos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva [Masgemt, a obsessão chegou no nome dos pedalinhos?!?! Que coisa mais relevante, não? É, não…]. Os brinquedos, em forma de cisne branco, têm capas pretas com os nomes de Pedro e Arthur, e apareceram em uma imagem aérea exibida na edição desta segunda-feira do “Jornal Nacional”[Jornal Nacional, você já foi relevante, viu? Agora não sabe por que vive perdendo audiência…].

2: Dois pedalinhos que ficam estacionados no lago do sítio de Atibaia [como assim aquele bêbado analfabeto tem pedalinho em sítio? Onde já se viu uma coisa dessas?](SP) trazem os nomes de dois netos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva [ah, que putaria! Nomes dos netos, ainda por cima! Que pouca vergonha!]. Os brinquedos, em forma de cisne branco, têm capas pretas com os nomes de Pedro e Arthur, e apareceram em uma imagem aérea exibida na edição desta segunda-feira do “Jornal Nacional”.[se não é o Jornal Nacional pra nos revelar essas notícias importantes, não sei o que seria do Brasil legalista!]

1:Pedro é filho de Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como Lulinha, e tem hoje cinco anos. Já Arthur tem quatro anos e é filho de Sandro Luís [Parabéns, Globo! Você sabe montar a árvore genealógica da família Lula da Silva! Se os jornalistas continuarem assim, têm chance de trabalhar em Caras!]. Ambos nasceram na Maternidade do Hospital São Luiz, em São Paulo. [Re-por-ta-gem de Ca-ras! Castelo e Ilha de Caras! Um looshoo só!]

2Pedro é filho de Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como Lulinha, e tem hoje cinco anos [absurdo! Esses merdas se reproduzem! Como pode isso? Quem permitiu?]. Já Arthur tem quatro anos e é filho de Sandro Luís. Ambos nasceram na Maternidade do Hospital São Luiz, em São Paulo.[AAAAAAHHHH, TÁ VENDO? NESSAS HORAS NÃO VÃO PRO SUS, NÃO! ELES ROUBAM DINHEIRO DA GENTE PRA PAGAR HOSPITAL PARTICULAR, E DEIXAM O POBRE LARGADO NO SUS! VAI PRO SUS, LULINHA!!!]

1: Alvo da Lava-Jato por envolvimento em desvios na Petrobras, a construtora Odebrecht teria realizado [teria realizado = nóis num tem certeza, mas que se foda, a gente faz ilação e tá tudo certinho! Apuração pra quê? Ah, jornalismo? Carece fazer, não…] obras de reforma no local, usado pelo ex-presidente e seus parentes. Lula admitiu [admitiu / reconheceu = “nóis é ixperrrto, nóis aperta ele e ele intrega! O_o] que frequenta o sítio mas alega, porém, que o local pertence a “amigos da família”. [e “amigos da família” vai entre aspas, assim mesmo, que é pra gente desconfiar da veracidade das informações! E zás, como são expertos esses jornalistas! Quem convencer melhor vai ganhar um fim de semana na ilha de Parati na mansão tríplex do tá parei, parei, pareeeeeei…]

2: Alvo da Lava-Jato por envolvimento em desvios na Petrobras, a construtora Odebrecht teria realizado obras de reforma no local, [Odebrecht fazendo obra no local! Depois vão dizer que não trocam favor de corrupção com o Lula?] usado pelo ex-presidente e seus parentes [Gente, como esses petralhas insistem em achar que esse troço não é do Lula? Tá escrito aqui: o sítio é U SA DO, claro que é do Lula!!!]. Lula admitiu que frequenta o sítio [viu só? O ladrão analfabeto admitiu que frequenta o local! Claro que é dele! FDP como pode? Rouba dinheiro do Brasil e fica se fazendo de santo achando que o brasileiro é trouxa! Rá! Eu não sou trouxa, eu me informo, tá? Tõ aqui lendo O Globo!] mas alega, porém, que o local pertence a “amigos da família”. [mimimi amigos da família! Covarde! Assume logo que é seu, seu bosta! Ai, que ódio, por que esse merda não morreu de câncer?!?!?!]

1: Amigo de Lula, o pecuarista preso na Lava-Jato José Carlos Bumlai teria pagado parte da reforma do sítio [mas espere! Foi a Odebrecht ou o Bumlai? Gente, se vai mentir, mente direito! Assim não pode!], segundo documentos apreendidos pela PF [documentos = troço sério, válido, que passa confiança e responsabilidade; apreendidos = num era pra tar nas mão da PF, massa Pf é ixperrrta, ela pegô tudo! E eu escrevo isso assistindo a um capítulo de A Regra do Jogo, daqueles policiais smartões…].  Desde 2012, Lula e a família viajaram 111 vezes ao local [porque a gente precisa ser psicopata de responsa, a gente conta direitinho quantas vezes Lizináco foi lá. A gente poderia dizer “mais de cem vezes”, mas “cento e onze” dá uma credibilidade que ó: parece que a gente inventô isso tudo!]. Logo após deixar a Presidência, Lula enviou seus pertences e de seus familiares ao sítio. Entre os itens transportados, havia 200 caixas – 37 delas com bebidas. [porque, né? Os pertences de Lizinácio se resumem a um monte de caixa com bebidas! Globo, migo, para que tá dando vergonha alheia em níveis profundíssimos!Assim não dá mesmo pra te defender, fera!]

2: Amigo de Lula, o pecuarista preso na Lava-Jato José Carlos Bumlai [viu só? Tem construtora, tem pecuarista, todo mundo é “bonzinho” com o Lula, todo mundo paga pau pra ele – EM TROCA DE CORRUPÇÃO, CLARO!] teria pagado parte da reforma do sítio, segundo documentos apreendidos pela PF [DOCUMENTOS APREENDIDOS! E os petralhas achando que o Lula é santo! Ah, coitados….]. Desde 2012, Lula e a família viajaram 111 vezes ao local [cento e onze vezes, gente! Cento e onze vezes! E vão dizer que o sítio não é dele? Ah, vá…] . Logo após deixar a Presidência, Lula enviou seus pertences e de seus familiares ao sítio [o bêbado analfabeto fez MU DAN ÇA pra lá!!!]. Entre os itens transportados, havia 200 caixas – 37 delas com bebidas. [HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA! BÊBADO DE MERDA, SÓ TEM CAIXA DE CERVEJA COMO PERTENCE! Morre de câncer, desgraça!]

1: Os advogados do ex-presidente Lula e de sua mulher, Marisa Letícia, apresentaram por escrito as explicações sobre o tríplex no Guarujá [que foi mencionado neste texto pela primeira vez] e o sítio de Atibaia, na investigação movida pelo Ministério Público de São Paulo. Segundo eles, o sítio foi prospectado pelo sindicalista Jacó Bittar em 2010, que tinha a intenção de oferecer a Lula um local para que pudesse guardar os objetos que ganhou durante o período em que permaneceu na Presidência da República. Como ficou doente, Bittar teria dado o dinheiro para que seu filho, Fernando Bittar, fechasse o negócio. O valor, no entanto, teria sido insuficiente, o que levou Fernando a chamar Jonas Suassuna para entrar como sócio na propriedade. [aí a gente pinta uma história doida e mal escrita, pra ficar difícil de engolir, porque a ideia é essa mesmo!]

2Os advogados do ex-presidente Lula e de sua mulher, Marisa Letícia, apresentaram por escrito as explicações sobre o tríplex no Guarujá e o sítio de Atibaia, na investigação movida pelo Ministério Público de São Paulo. Segundo eles, o sítio foi prospectado pelo sindicalista Jacó Bittar em 2010, que tinha a intenção de oferecer a Lula um local para que pudesse guardar os objetos que ganhou durante o período em que permaneceu na Presidência da República. Como ficou doente, Bittar teria dado o dinheiro para que seu filho, Fernando Bittar, fechasse o negócio. O valor, no entanto, teria sido insuficiente, o que levou Fernando a chamar Jonas Suassuna para entrar como sócio na propriedade. [blablablabla desculpinha esfarrapada!!!]

1: Procurada pela reportagem do GLOBO, a assessoria do Instituto Lula afirmou que não vai se manifestar sobre os pedalinhos [e ó: magoou, viu? Por que o Instituto Lula não libera um release intitulado “sobre os pedalinhos do sítio de Atibaia? Hã? Ah, só porque é ridículo demais da conta? Ah, que pena…] e que “o ex-presidente e dona Marisa frequentam o sítio, que é de propriedade de amigos da família”.

2: Procurada pela reportagem do GLOBO, a assessoria do Instituto Lula afirmou que não vai se manifestar sobre os pedalinhos e que “o ex-presidente e dona Marisa frequentam o sítio, que é de propriedade de amigos da família”. [MENTIROSOS! LADRÕES! CORRUPTOS! MORRAM DE CÂNCER, DESGRAÇAS! ACABA, LULA! ACABA, PT!]

Redação

17 Comentários

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  1. Será que os pedalinhos foram

    Será que os pedalinhos foram batizados quebrando-se garrafas de Champagne como manda a tradição naval? De que marca eram? Qual a safra? Quanto custaram? Quem pagou por elas? Nesta sexta, no Globo Reporter.

    1. Será se a família de Lula

      Será se a família de Lula pediu autiorização para a Marinha para utilizar esses cisnes brancos no lago?

  2. Só a Globo mesmo para gastar
    Só a Globo mesmo para gastar horas de vôo para filmar os “relevantes ” pedalinhos no lago do sítio. Francamente, não sei como o povo brasileiro poderia passar sem essa notícia de fundamental importância para a vida das pessoas.

  3. A informação relevante do que

    A informação relevante do que se extrai de meros pedalinhos é: O Lula é o amigo mais legal do mundo! Os pedalinhos têm nomes dos netos, foram comprados por um funcionário do Planalto, sua esposa comprou outro barquinho mequetrefe, a reforma foi feita ao gosto dela… mas o sítio não é do Lula. Ele só tem uma autorização para usar o sítio como se fosse dele.

  4. O caso é uma piada pronta,

    O caso é uma piada pronta, mas demonstra a completa falta de limites que tomou conta da direita, esta é a parte sem graça. Vivo perguntando: como se pode dar um basta a isso? Não é possível que não exista uma maneira de dete-los. Esperar alguma coisa da justiça já parece pura perda de tempo, que outra forma haveria?

  5. Do jornal
    Notícia Quente e

    Do jornal

    Notícia Quente e Bombástica (afiliado do Globo)

    Lula é proprietário dos pedalinhos, mas não apenas. O JQB apurou que a aeronáutica, na noite de ontem, foi informada pela torre do aeroporto da cidade de Cláudio de que sobre o céu de atibaia havia um objeto não identificado (OVNI) surgindo nos radares do aeroporto. Imediatamente, a aeronáutica ordenou que dois caças grinpem fossem observar o objeto. Logo em seguida, os pilotos informaram a base que o objeto nada mais era do que um neto de Lula voando em um de seus pedalinhos.

    Veja voceis, o pedalinho de Lula também voa!

    É quente ou não é?

    http://jornalMQB.com.br/noticia/pedalinho voa

  6. Esse pedalão de “cisney” da

    Esse pedalão de “cisney” da foto deve ser de FHC, pra ele usar no rio Sena, em suas férias românticas.

  7. Agora já sei o que é pedalinho

    Repórter investigativo para cá e para lá; investigações policiais aqui e acolá; quebras de sigilo; delações etc., e o máximo que se consegue é um par de pedalinhos? Francamente…

    Mas pelo menos para mim essa pantomima serviu de alguma coisa: finalmente descobri o que é pedalinho!

  8. Bom texto. Aliás, excelente,

    Bom texto. Aliás, excelente, porque conseguiu ridicularizar algo que é tão rídiculo por si só, que torna dificílimo produzir uma caricatura. Trata-se de mais bizarro momento “jornalixo” pra entrar na história do ocaso da mídia hegemônica.

  9. Blogueiros sujos mostram toda a sujeira da família dona da Globo

    Exclusivo: Ao formar consórcio, Agropecuária que controla mansão de Paraty deu como endereço sede de empresa do genro de João Roberto Marinho

    publicado em 01 de março de 2016 às 20:12

    Captura de Tela 2016-03-01 às 19.38.44

    por Luiz Carlos Azenha e TC

    Na página 15 do registro de número 1030822 da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais, de 25.10.2010, o empresário Alexandre Chiappetta de Azevedo se declara testemunha da formação de um consórcio.

    Alexandre era genro de João Roberto Marinho, vice-presidente do Grupo Globo, casado com uma das netas de Roberto Marinho, Paula.

    O consórcio formado em Minas Gerais uniu duas empresas.

    De um lado, a Agropecuária Veine Patrimonial. Está em nome dela a Paraty House, a mansão de concreto construída de forma irregular na praia pública de Santa Rita, no litoral do Rio de Janeiro.

    Foi a engenheira florestal Graziela Moraes Barros, do Instituto Chico Mendes, que ligou o triplex de Paraty à família Marinho, em entrevista que deu à Bloomberg, publicada em 8 de março de 2012: Ricos brasileiros não têm vergonha de construir em área de preservação ambiental.

    Em notificação a blogs através de sua advogada, João Roberto Marinho informou que “a notícia é inverídica”, pois a casa e as empresas ligadas a ela “não pertencem, direta ou indiretamente, ao notificante ou a qualquer um dos demais integrantes da família Marinho”.

    Voltando ao consórcio: do outro lado do contrato registrado na JUCEMG estava a Santa Amália Administração e Participações Ltda.

    Ela tem como endereço a rua Margarida Assis Fonseca, 171, na capital mineira. O Viomundoesteve lá. É a sede da Brasif, que já operou free shops em aeroportos brasileiros e hoje aluga máquinas pesadas. Pertence ao pecuarista e empresário Jonas Barcellos.

    A Brasif, de Jonas, admitiu recentemente ter contratado a jornalista Mirian Dutra, ex-amante de Fernando Henrique Cardoso, para prestar serviços no Exterior. Mirian, repórter da TV Globo, exilou-se quando, grávida, ouviu do então senador FHC que poderia ter o filho de qualquer um, menos dele, que era casado com a antropóloga Ruth Cardoso e pretendia chegar ao Planalto, como chegou.

    O caso será investigado pela Polícia Federal, já que FHC ainda ocupava o Palácio do Planalto quando o contrato foi assinado e a Brasif era à época concessionária do governo federal.

    O objetivo do consórcio Brasif-Santa Amália-Veine, estabelecido em 2010, foi trazer para o Brasil um helicóptero.

    “As partes pretendem conjugar esforços para realizar uma operação de arrendamento operacional de um helicóptero Agusta A109E Power, com número de série 11764, com importação da Aeronave para o Brasil pelo regime de admissão temporária para utilização da mesma pelas Consorciadas e seus executivos”.

    A mansão de Paraty tem heliporto. Um vôo entre a Lagoa Rodrigo de Freitas — de onde decolam, inclusive, os helicópteros da Globo — ou o aeroporto de Jacarepaguá e a Paraty House dura menos de duas horas.

    O contrato que formou o consórcio teria duração de 5 anos.

    A participação da Veine era de 70%. Por isso, a empresa tinha prioridade no uso do helicóptero, que ficou baseado no Rio de Janeiro.

    “Todas as notificações e comunicações feitas de acordo com este Contrato de Consórcio devem ser feitas por escrito”, diz o contrato na página 14.

    O endereço de entrega da correspondência da Agropecuária Veine, a dona da mansão de Paraty, aparece como: Avenida Borges de Medeiros, 1424, na Lagoa Rodrigo de Freitas.

    No documento, Lúcia Cortes Pinto aparece como a sócia da Veine que nomeia uma procuradora.

    Lúcia é uma das sócias originais da empresa. Ela teria entrado com 10% das ações. Os outros 90% eram da Blainville, empresa panamenha que tinha como procurador o contador Jorge Lamenza.

    Lúcia mora no Grajaú, um bairro de classe média do Rio. Ela desligou o telefone quando consultada se foi mesmo sócia da Veine.

    O ENDEREÇO DE CORRESPONDÊNCIA

    Captura de Tela 2016-03-01 às 20.43.29O endereço de correspondência da Agropecuária Veine no Rio que aparece no documento de formação do consórcio — avenida Borges de Medeiros, 1424 — é onde funciona a empresa do genro de João Roberto Marinho, que os cariocas conhecem como Lagoon.

    É um controverso empreendimento que montou cinemas, restaurantes e estacionamento no estádio de remo da Lagoa Rodrigo de Freitas.

    A Lagoa é um dos endereços mais valorizados do Rio.

    No dia 22 de setembro de 1997, o governador e o prefeito do Rio, Marcello Alencar e Luiz Paulo Conde, concederam ao genro de João Roberto Marinho, sem licitação, o uso do estádio de remo para fins comerciais.

    Era para ter sido a “título precário”, conforme está escrito no contrato inicial (leia abaixo). Em 2017, o acordo “precário” completará duas décadas.

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    O contrato foi renovado por outros governantes, sempre sem concorrência pública. Em 15 de junho de 1998 foi celebrado o primeiro aditivo.

    Pelo governo do Estado assinou Anthony Garotinho. Pela empresa permissionária, Alexandre.

    Como fiadora, assinou Paula Marinho de Azevedo, a filha de João Roberto Marinho.

    Naquele primeiro aditivo foi mantida a mesma cláusula de compensação financeira: pagamento mensal de 10% do valor faturado ou, no mínimo, 25 mil reais.

    Porém, segundo ação movida pelo Ministério Público Estadual, entre 1997 e 2003 a empresa nunca recolheu o aluguel, tendo dívida calculada então em mais de R$ 3 milhões!

    Captura de Tela 2016-03-01 às 14.24.41

    Como era e como ficou: arquitetos protestaram contra o fim dos pilotis

    O remo é um esporte muito tradicional no Rio. Tombado pelo patrimônio histórico, o estádio é um ícone para os praticantes.

    Muitos deles passaram a reclamar que a empresa permissionária se voltou para atividades comerciais desligadas do objetivo de incentivar o esporte.

    Em dezembro de 2006, em preparação para os Jogos Panamericanos de 2007, a arquibancada do estádio de remo foi demolida.

    Um oficial de Justiça levou uma ordem judicial que deveria ter paralisado a implosão, por conta de tratar-se de prédio tombado. Mas os engenheiros foram orientados a prosseguir.

    O Estado alegou que a ordem deveria ter dado entrada na Procuradoria.

    Novas arquibancadas foram erguidas com dinheiro público. Com um detalhe: foram feitas já com a capacidade de abrigar as salas de cinema que hoje funcionam no empreendimento do genro de João Roberto Marinho.

    Praticantes do remo ficaram inconformados com as mudanças feitas. Um dos mais ativos é Zezé Barros, neto do arquiteto que projetou o estádio de remo, Benedicto de Barros. Ambos foram remadores. Em um dos desabafos, ele escreveu:

    “Hoje, o remo usa quase de favor uma área, sendo cada vez mais espremido. É inacreditável que isto está acontecendo nas nossas caras e não conseguimos impedir esta apropriação indébita. Isto é real e palpável. Não está sendo publicado em nenhum jornal, como se a comunidade do remo não se importasse, como se nem existisse mais. O que fazer?”.

    Captura de Tela 2016-03-01 às 21.39.38

    A ação movida pelo MPE para extinguir o contrato foi julgada procedente em 9 de novembro de 2005 pelo juiz Eduardo Gusmão Alves de Brito Neto.

    Mas a empresa do genro do dono da Globo recorreu.

    Ao longo do tempo, o jornal O Globo, da família Marinho, ao tratar de temas relativos ao estádio, nunca mencionou que a empresa concessionária era de Alexandre, o marido de Paula, filha de João Roberto e neta de Roberto Marinho. Nunca denunciou a falta de licitação.

    Pelo contrário.

    Captura de Tela 2016-03-01 às 14.30.19No dia 24 de abril de 2006, um notinha escondida na página 14 tratou de uma manifestação contra as obras da Lagoon.

    Terminou com a declaração de uma porta-voz da concessionária, que acusou os manifestantes de serem “ligados a uma outra empresa que não conseguiu emplacar seu projeto no estádio de remo”.

    Os organizadores do protesto denunciaram a reprodução de uma declaração que disseram ser completamente mentirosa.

    O Globo não mencionou que a porta-voz falava em nome da empresa de Alexandre, o genro de João Roberto Marinho, dono do jornal.

    Em outubro de 2015, o empresário e a filha de João Roberto se divorciaram. Ela voltou a usar o nome de solteira: Paula Marinho.

    Nossas tentativas de encontrar os responsáveis pela Vaine na sede da Lagoon até agora foram infrutíferas.

    Abaixo, o helicóptero no aeroporto Roberto Marinho, em Jacarepaguá, no Rio e a assinatura da neta do magnata como fiadora de concessão obtida sem concorrência pública:

    Captura de Tela 2016-03-01 às 20.50.33

    Leia também:

  10. Pseudo-jornalismo à la globo

    Eh, o velho Raul ja tinha avisado a galera.

    “Mamãe, não quero ser prefeito
    Pode ser que eu seja eleito
    E alguém pode querer me assassinar
    Eu não preciso ler jornais
    Mentir sozinho eu sou capaz….”

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