O entreguismo escondido por trás na luta contra a corrupção, por Roberto Requião

Jornal GGN – Roberto Requião, senador pelo PMDB do Paraná, critica a prisão do ex-ministro Paulo Bernardo, no âmbito das investigações da Operação Custo Brasil, dizendo que a “prisão dele nesse momento é para enfraquecer os Senadores nacionalistas que defendem o plebiscito e um mandato tampão com compromisso do plebiscito da Presidente Dilma”.

Para ele, o plebiscito não é para defender a presidente afastada, e sim para ” para que o povo decida o que quer”, criticando as medidas adotadas pelo governo interino de Michel Temer. “As propostas que se sucedem querem acabar com a possibilidade do Brasil se constituir como uma nação soberana”, afirma.

Requião afirma que é preciso separar a necessária luta contra a corrupção do “entreguismo que tem que ser combatido”. “s se eu fechar os olhos às absurdas afrontas que estão sendo cometidas contra ao interesse nacional, na área de petróleo, energia nuclear e indústria de defesa, eu estarei pondo meu mandato em jogo”, diz o senador.

Leia mais abaixo:

Do site de Roberto Requião

O abuso de prisões, o momento estranho que estamos vivendo e a Defesa da Pátria

O Paraná me conhece, em profundidade. Sou paranaense, nasci em Curitiba, tenho 75 anos de idade, e a minha atividade pública começou nos bancos do colégio estadual do Paraná.

Eu tenho lado, e o meu lado é conhecido, sempre fui um combatente a favor dos interesses nacionais e contra a corrupção. Mas a minha obrigação vai além. Tenho que tentar dar uma visão nacionalista a tudo que está acontecendo no pais para que as pessoas não percam a perspectiva nessa avalanche de notícias tristes que estamos presenciando.

Recentemente, por exemplo, prenderam Paulo Bernardo, ex – ministro da comunicação, eu considerei a prisão nesse momento desnecessária, não vejo motivo para a prisão do Paulo Bernardo nesse momento.

Mas isso não significa a defesa do Paulo Bernardo. Eu mesmo fiz uma denúncia de uma proposta do Paulo Bernardo, que me levou quando eu era Governador e eu recusei com veemência, posteriormente, denunciei publicamente. Denunciei Paulo Bernardo, inclusive ao Ministério Público Federal. O Ministério Público no Brasil hoje faz o que quer. Nada aconteceu. Não havia o interesse na época. Ele me processou pelo que eu disse e hoje não temos nenhuma relação, para dizer o mínimo.

Mas hoje eu vejo com clareza que a prisão dele nesse momento é para enfraquecer os Senadores nacionalistas que defendem o plebiscito e um mandato tampão com compromisso do plebiscito da Presidente Dilma Rousseff.

É claro que nós temos um partido nesse processo e o nosso partido é o Brasil, o direito dos trabalhadores, os avanços sociais, a defesa do Estado-Social é clara para nós.

Nós não defendemos a Presidente Dilma Rousseff. Nós defendemos um plebiscito para que o povo decida o que quer, não é possível que pessoas lúcidas não vejam o que o governo interino está fazendo com o pais e o horror que eles querem implantar.

As propostas que se sucedem querem acabar com a possibilidade do Brasil se constituir como uma nação soberana, querem acabar com o Mercosul e a nossa aliança aduaneira com os países que conosco fazem limite e agora querem entregar 100% da aviação área brasileira a estrangeiros.

Isto não existe no mundo. Os Estados Unidos admitem, se não me engano, 49%. E, mesmo assim, só se houver contrapartida, o direito por exemplo no nosso caso de que uma empresa americana entrar lá também em condições iguais. E lembrem-se, que as empresas deles são gigantes.

Todos os países cedem 25%, 30%, 10%. Essa entrega do espaço aéreo é para acabar com a soberania dos ares do Brasil. Isso compromete a nossa defesa área, compromete o crescimento da nossa aviação, nossa indústria, compromete a soberania brasileira e isso está acontecendo em todos os setores.

O Banco Central e o Meireles fazem a jogada dos banqueiros, nós estamos escravizados por uma dívida pública que nunca foi auditada e com juros rigorosamente absurdos. Enquanto a economia é entregue ao interesse dos banqueiros, tanto a Fazenda, quanto o Banco Central.

Minha gente temos que defender o Brasil! E todos nós queremos a punição dos corruptos. Quer seja Paulo Bernardo, quer seja qualquer um deles. Mas tente entender que atrás dessa sanha contra a corrupção, tem um governo interino que está entregando tudo e que visa a inviabilização do Brasil como país independente.

O José Serra propõe a entrega do petróleo, atrás disso vem o domínio das águas, a entrega da Amazônia sucedera a esse processo todo, aos interesses geopolíticos dos grandes países.

O Brasil tem que ser amigo dos seus vizinhos, tem quer ser companheiro de todos os países do mundo isso para mim deveria ser a verdadeira globalização. As relações internacionais em nome da solidariedade.

Solidariedade não é submissão, nós não podemos ser reduzidos a uma condição de Porto Rico, Estado-associado a uma grande potência sem nenhuma autonomia. É isso o que está sendo proposto no Brasil hoje.

Atrás desse necessário movimento da operação Lava-Jato – necessário porque desvenda e expõe a corrupção – existe o entreguismo que tem que ser combatido. Lava-Jato é uma coisa, o interesse nacional é outra. Essa é a posição que eu tomo.

Longe de mim defender corruptos, mas se eu fechar os olhos às absurdas afrontas que estão sendo cometidas contra ao interesse nacional, na área de petróleo, energia nuclear e indústria de defesa, eu estarei pondo meu mandato em jogo, a minha carreira política de forma completa na defesa dos interesses nacionais.

Se eu fechar os olhos aos desmandos que estão sendo cometidos no Brasil em nome da corrupção, eu estaria negando a honra da minha família, uma família que sempre serviu esta Pátria. Eu aprendi a amar esse país e esse povo, independente de qualquer coisa. Isso eu aprendi com meu pai, que aprendeu com seu pai, e com seu avô, e que eu ensinei a meus filhos. É uma história de família: a defesa dos interesses nacionais.

Mesmo que todos estejam desiludidos com o Brasil, que a imprensa menospreze e humilhe diariamente nosso país, nosso povo e nossos símbolos, que escondam nossas conquistas. Nós sempre vamos amar essa terra, essa gente e ter a certeza absoluta que faremos dela algo mais próximo às utopias que humanidade já sonhou. E não somente para nós. O Brasil está destinado a ser uma luz e um caminho para a humanidade como referência para a paz, tolerância e generosidade. Isso tudo o que está acontecendo hoje é apenas um teste para nossas convicções e para nossa vontade.

Redação

7 Comentários

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  1. Nassif;
    O grande, honrado e

    Nassif;

    O grande, honrado e corajoso  brasileiro Roberto Requião merece todo nosso respeito e admiração, mas entrou de cabeça na proposta do plebiscito.

    Será que ele já analisou um plebiscito realizado numa crise econômica ainda mais profunda, com a midia e a oposição ensandecidas e com o gilmar mendes no TSE, o que poderia acontecer? 

    Penso que além de não alcançarmos os resultados, adiaria ainda mais as ações saneadoras que  o Brasil necessita com urgência. Além de legitimar o golpe.

    Portanto senador tenho a certeza de que o senhor mais do que ninguém conseguirá aglutinar estes 30 senadores com bons propósitos,  sem a necessidade de condicionar o retorno da democracia a realização de um plebiscito.

    Somente com uma “Carta Compromisso” já seria o suficiente para que a Dilma reassuma e em conjunto, com todos os brasileiros e movimentos sociais joguemos uma pá de cal neste calamitoso golpe.

    Com sinceridade em 2018 votarei no senhor.

    Genaro

  2. o entreguismo escondido….

    Nunca gostei da figura politica de Roberto Requião, mas está se destacando como uma das personalidades que compreendem e reconhecem as soluções para o Brasil. Um dos erros graves deste país é não se aconselhar com pessoas de diversos segmentos e tendências mas que compreendem a reallidade nacional. Ciro Gomes, Delfim Neto, Bresser Pereira, Requião, Katia Abreu… Estes dois últimos, tem muito mais a apoiar e auxiliar a presidenta Dilma, que a grande maioria dentro do seu próprio partido. Quanto ao entreguismo, caimos como inocentes nesta nova arapuca. Não existe outra nação tão despreparada quanto à nossa. É lamentavel afirmar isto, mas é a pura verdade.  O maior grupo educacional brasileiro à beira da falência, que vendido já projeta ser um dos maiores do globo. Obras do complexo de Eike Batista, entregues na “bacia das almas” a grupos estrangeiros, já vislumbram mercado bilionario engolindo boa parte do mercado e reservas do pré-sal. Pobre país limitado.

    1. Como certa feita alguém neste

      Como certa feita alguém neste blog postou, “no palco global, o Brasil é uma menininha segurando o seu ursinho de pelúcia”. Este é literalmente um país primário.

      E as nossas Forças Armadas, hein?!
      Sempre nos golpes, como golpista-mor ou apoiando os golpistas da vez.
      Quanto amor à Pátria, quanta preocupação com o interesse nacional. Assistem a tudo isso esperando pelo seu pedaço; não se dignam a demonstrar preocupação ou contrariedade com toda essa entrega e preparação para a submissão que logo mais virá.

  3. cambada

    A “cambada” golpista tem fome.

    Estão a avançar contra os Brasileiros com a gana de quem passou 14 anos sem dar um bote sequer.

    Levaram a coxinhada midiotizada a apoiar esse saque em nome do abaixo a “currupizaum”.

    Bar-ba-ri-da-de senhores! 

  4. 49% Cias. aereas

         Os 100% aprovados serão vetados, aliás pouco importam, será uma moeda de troca para os senadores reivindicarem verbas, licitações e vantagens, visando a reativação do plano de aviação regional, algo de muito interesse deles e de suas bases interioranas, até governadores estão interessados, pois poderão se livrar ( privatizar ) muitos de seus aeroportos sem movimento.

          Alem é claro da necessidade da importação e/ou montagem de aeronaves leves para estas linhas a serem criadas, ou vc.s acham que a homologação recente, dos Dornier 228 (RUAG ) e do PZL M28-5 ( Lockheed ) pela ANAC ocorreu por qual razão ? Para vender uma ou duas unidades, ou para montar frotas ?

          Tacadas, como diz Luis, tambem dependem de normas regulatórias.

  5. O plebiscito têm de ter objeto definido, não declaração de valor

    Penso que o que precisa ser feito está mais do que identificado, sem uma queda na Selic para padrões civilizados, continuaremos inviáveis como país. O resto será consequência, reforma política, reforma fiscal-tributária, reforma no judiciário, etc…

    Que seja com a proposta da auditoria da dívida com queda na Selic.

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