O golpe por trás do golpe, por Janio de Freitas

Janio de Freitas levanta o véu que mostra os principais interesses por trás da queda do governo Dilma
 
Jornal GGN – No artigo a seguir, Janio de Freitas faz um balanço dos agentes responsáveis pelo golpe do impeachment, dando destaque para políticos e mídia. Ele levanta o véu que mostra os principais interesses por trás da queda do governo Dilma como a retirada da legislação das concessões que obriga a participação da Petrobras na exploração do Pré-Sal, trabalho encabeçado por José Serra, no Senado. 
 
“O preço baixíssimo do petróleo torna a ocasião muito propícia para a compra de Pré-sal da Petrobras”, completa o articulista, que ressalta ainda como a história do país mostra que, em todas as suas disputas, há sempre o mesmo vencedor. “O exemplo do que ocorreu com Getúlio, no seu criativo e ótimo governo presidencial nos primeiros anos 1950, é para se tornar clássico na história da luta entre a força de interesses e o poder governamental”, pondera.  
 
Folha de S.Paulo
 
Em torno do poder, por Janio de Freitas
 
A rapidez e a facilidade com que Câmara e Senado levaram ao processo de impeachment não foram naturais, nem espontâneas. No Conselho de Ética da Câmara, a batalha em torno da cassação de Eduardo Cunha reflete muito melhor as lutas pelo poder político nos parlamentos.
 
Poder que, sobretudo no Brasil, vem a ser também material, com influência em altos valores públicos e privados, possíveis manipulações de projetos e outras no interesse de grandes grupos econômicos, e ainda favorecimentos em nomeações ou eleitorais. As aparências públicas sugerem a luta em torno de um mandato, mas, se não for um deputado chinfrim, o mandato propriamente é o de menos.
 
Com mais razão, e com seu poder disseminado sobre uma infinidade de interesses privados e públicos, passa-se o mesmo em torno de uma presidência suscetível de assédio. O exemplo do que ocorreu com Getúlio, no seu criativo e ótimo governo presidencial nos primeiros anos 1950, é para se tornar clássico na história da luta entre a força de interesses e o poder governamental. No Brasil, até hoje, sempre com o mesmo vencedor.
Foram várias as forças a impulsionar as ações e o ambiente nacional pelo impeachment de Dilma Rousseff. Os políticos, por exemplo, estão conhecidos em seu papel. Imprensa e TV, mais ainda, talvez na culminância dos seus surtos de antijornalismo político (nem a visita e as palavras institucionais e democráticas do secretário-geral da OEA, Luis Almagro, foram divulgados). Mas há os impulsos pouco ou nada conhecidos, o que já lhes indica a força e a dimensão do interesse.
 
Petróleo. Pré-sal. Petrobras. Os boicotes tramados contra o sistema de concessões e participações no pré-sal foram frustrados, e isso resultou em que as petroleiras boicotadoras ficaram de fora. Indignadas e sedentas. O competente corpo técnico da Petrobras superou os problemas para exploração no pré-sal, com os quais as boicotadoras poderiam contar para dificuldades que lhes abrissem nova oportunidade. Os percalços de uma ou outra empresa associada à exploração foram insignificantes no êxito geral.
 
Retirar da legislação das concessões a obrigatória participação e operação da Petrobras, na exploração mesmo por empresa privada, é a primeira fórmula proposta para quebra do sistema vigente, aproveitando-se da crise financeira da estatal e do seu desgaste político e na opinião pública. Surgiu ainda sob improbabilidade do impeachment: José Serra apresentou o projeto no Senado.
 
Logo se iniciou o trabalho sobre e dentro da imprensa, em pouco tempo aparecendo páginas inteiras de assuntos correlatos mas incidentes na abertura do pré-sal. A possibilidade do negócio foi levantada por alguns até no próprio governo de Dilma.
 
Dois nomes tornaram-se citados na articulação, política e comercial, dos interesses dirigidos ao pré-sal. Daniel Dantas, dono do banco de investimentos Opportunity, notabilizado por negócios grandiosos e vários deles rumorosos; e Eduardo Cunha, íntimo conhecedor da área estatal e controlador de grande parte da Câmara.
 
É a estarem ambos no assunto petróleo que se atribui a proximidade de Serra e Cunha, até que o desgaste forte do presidente da Câmara retraísse o senador, para efeitos públicos.
 
Michel Temer entregou o programa de concessões a Moreira Franco, de histórico notório. Para ter tal encargo, Moreira abriu mão até de ser ministro. Há várias semanas, já dizia a jornalistas: “Tudo que for privatizável vai ser privatizado”. Toda estatal é privatizável. E Michel Temer fala em concessões como parte importante de suas intenções.
 
O preço baixíssimo do petróleo torna a ocasião muito propícia para a compra de pré-sal da Petrobras. O custo alto da exploração não é empecilho. Por certo, em algum tempo o preço voltará a subir. Não é preciso dizer mais sobre uma das forças pouco ou nada mencionadas que agitam o Brasil e, entre outros feitos, impulsionam o impeachment –você sabe como. 
Redação

33 Comentários

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    1. é o que acontecerá daqui por

      é o que acontecerá daqui por diante….

      a grande mídia reverterá-inverterá- os  fatos que divulgava antes

      e tentará fazer a cabeça novamente dos midiotas…

      além de ionventar outros, claro…

      a canalhice de sempre…

    1. Traidor de Dilma e do Brasil

      Francisco

      Um dos atributos do caráter de Temer é ser Traidor.

      Todos nós constatamos que Temer é um traidor da Dilma. Agora ficamos sabendo por documento classificado dos EUA que Temer já era um traidor do Brasil.

      Existe algum militar digno e íntegro que presta continência a um traidor ?

    2. Tudo em casa …Barba, cabelo e bigode .

      a) Presidente, informante da embaixada norte-americana .

      b) Ministro da defesa, lobista dos interesses israelenses .

      c) Ministro de Segurança Institucional do ditador Temer Cunha de Marinhos, um general da família Etchegoyen .

      d) Ministro das Relações Exteriores, um lobista das petrolíferas norte-americanas .

      1. Pior é que os ianques não nos

        Pior é que os ianques não nos reembolsam os gastos mensais do tesouro nacional brasileiro com estes cargos .

        1. Ele merece

          Washington vai estender tapete vermelho quando o Serra desembarcar lá.

          Para ele não pisar  no chão frio quando tirar os sapatos.

           

  1. Um pouco de “ficção”

     

    ‘Syriana’, um filme que poderia chamar-se ‘Corrupção S/A’

    André Lux

    Fazia tempo que não era lançado um filme tão complexo e contundente como Syriana, que bem poderia se chamar “Corrupção S/A”. Dirigido por Stephen Gaghan, roteirista do excelente Traffic, conta com um elenco de primeira linha liderado por George Clooney (também um dos produtores executivos) para mostrar, com tintas realistas e engajamento político, a podridão que envolve o mundo dos negócios – no caso o de exploração e venda de petróleo no Oriente Médio.

    Qualquer um que algum dia acreditou na ladainha neoliberal sobre a suposta honestidade das corporações privadas frente à inerente corrupção do Estado, muito usada para difundir a tão propaga “necessidade” das privatizações nas últimas décadas, terá que rever seus valores após assitir ao filme? Embora Syriana tenha formato de thriller político e apresente várias tramas paralelas que só se unirão no final, o que move o enredo é a disputa política entre dois irmãos num emirado árabe no Golfo Pérsico. Um deles é o típico playboy alienado e vendido ao sistema capitalista, que torra a fortuna da família com iates, drogas e mulheres, enquanto o outro, Príncipe Nasir (Alexander Siddig), tem intenções mais nobres.

    Vem dele, por sinal, uma das falas mais reveladoras do filme. Quando interpelado pelo executivo feito por Matt Damon sobre o inevitável fim das reservas petrolíferas mundiais e as conseqüências disso para os povos do Oriente Médio, que fatalmente vão retornar ao barbarismo, dispara: “E você acha que eu não sei disso? Quando aceitei a melhor oferta da China para explorar meus poços, o fiz pensando em meu povo, em usar o dinheiro para melhorar a condição de vida de todos, investir em infra-estrutura e bem estar social. Por isso, agora sou chamado pela mídia e pelo seu governo de terrorista, comunista e ateu!”.

    Mas o ponto que mais impressiona em Syriana, não só pela crueza, mas também pela alta dose de verossimilhança, são as interferências diretas promovidas pelo Governo dos Estados Unidos, via sua Central de Inteligência (CIA), nos negócios realizados na região. Seus agentes agem como verdadeiros “anjos da guarda” (ou chacais) para garantir que somente as empresas estadunidenses fechem negócios no Golfo Pérsico, nem que para isso precisem torturar e matar qualquer um que se colocar no caminho.

    Do outro lado, as grandes corporações fazem das tripas coração para abocanhar contratos milionários de exclusividade. Manipulação, distorção, mentiras e corrupção são palavras banais neste negócio. Numa seqüência exemplar, um político conservador (interpretado por Tim Blake Nelson), ao ser flagrado em ato de corrupção por advogado que representa os interesses de uma empresa, dispara uma frase que já se tornou antológica: “Corrupção? Corrupção é a intrusão do governo no mercado na forma de regulação. Temos leis contra ela justamente para que possamos sair impunes. Corrupção é a nossa proteção! Corrupção nos mantém salvos e aquecidos! É graças à corrupção que você e eu viajamos o mundo ao invés de brigar nas ruas por um pedaço de carne! Corrupção é o motivo da nossa vitória!”. Qualquer semelhança com a realidade, não é mera coincidência.

    Infelizmente, nem tudo são flores em Syriana (a começar pelo nome, que não é explicado, mas é usado tanto para se referir à Síria – como em Pax Syriana -, quanto como um rótulo hipotético para referir-se a países do Oriente Médio que têm semelhança com a Síria). Ou seja, quem não tiver um conhecimento razoável da situação atual da região, incluindo aí os conflitos entre seus inúmeros grupos político-religiosos, e de como funciona o mercado das fusões nos Estados Unidos vai ter grande dificuldade de seguir a trama. Há também um excesso de personagens que deixa a situação ainda mais complicada (o drama familiar do executivo feito por Damon, por exemplo, não acrescenta muito ao filme e pode confundir o espectador). O agente da CIA, feito por Clooney, também sofre de certa letargia e inocência. Jamais alguém com tamanha experiência e bagagem em fazer o jogo sujo para o Tio Sam seria manipulado e enganado de forma tão fácil, muito menos ficaria tão surpreso ao ser descartado num momento de crise.

    Todavia, mesmo apresentando essas falhas e incoerências, é inegável que Syriana mereça respeito e crédito, não apenas por tocar numa ferida aberta que pouquíssimas pessoas teriam coragem de expor, mas, principalmente, por deixar claro que, do mundo dos negócios promovidos pelas grandes corporações transnacionais, ninguém sai limpo. E as conseqüências de tudo isso serão, a médio e longo prazos, catastróficas para a humanidade, como bem mostra o filme ao acompanhar a trajetória de um emigrante paquistanes que, expulso do emprego, brutalizado pela polícia e sem qualquer esperança de um futuro melhor, abraça a causa do terrorismo contra o inimigo de seu povo.

    Mais atual e pertinente do que Syriana, sinceramente, difilmente um filme será.

  2. Teoria da conspiraçao

    Se nao fosse assinada por Janio de  Freitas o artigo seria calssificado de teoria da conspiraçao ou delirio da esquerda ,

    P.S. como pode a filha de Serra estar bilionaria com a idade e experiencia profissional que tem sem ser incomodada pela imprensa ?

  3. Conspiradores

    Conspiradores articuladíssimos :

     

     

     

    :

     

    Colunista Sonia Racy apontou neste domingo, 15, o trânsito do ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), dentro do governo interino de Michel Temer; “Se alguém está muito à vontade com o ministério Temer, é… Gilmar Mendes. O novo presidente do TSE é muito ligado a Blairo Maggi, Raul Jungmann e Alexandre de Moraes. Tem longa amizade com Romero Jucá e Serra, além do próprio Temer”, diz ela; “E o novo titular da AGU, Fábio Medina Osório, viajou com ele a Lisboa para palestras, um mês atrás”

     

    15 DE MAIO DE 2016 ÀS 12:09

     

    Brasil247 – Colunista do jornal Estado de S. Paulo Sonia Racy apontou neste domingo, 15, que não há ninguém que esteja “mais à vontade” com o ministério do governo interino de Michel Temer quanto o ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

    “Se alguém está muito à vontade com o ministério Temer, é… Gilmar Mendes. O novo presidente do TSE é muito ligado a Blairo Maggi, Raul Jungmann e Alexandre de Moraes. Tem longa amizade com Romero Jucá e Serra, além do próprio Temer. E o novo titular da AGU, Fábio Medina Osório, viajou com ele a Lisboa para palestras, um mês atrás”, diz a colunista. 

     

     

     

    1. E foi Lula quem causou a ira

      E foi Lula quem causou a ira dos Ministros do STF.

      O Mino Carta há muito vem falando a respeito da docilidade do brasileiro, e é verdade. Coisas impensáveis e inaceitáveis em muitos países são tidas como normais por aqui.
      Parece que nunca veremos uma revolução neste país. Quando um líder “revolucionário” ascende por aqui, o mesmo trata logo de partir para a conciliação. E se não conciliar, será que as Forças Armadas estarão sempre a postos para derrubar qualquer ameaça comunista(!) ?

  4. É a luta de classes.

     

    Só Dilma, o PT e Zé Judas Carodozo não viram o que ocorria. 100% da blogosfera repetia todos os dias o que estava acontecendo e os três patetas ( Dilm, PT e Zé Judas Cardozo) ignoravam.

    Agora é tarde. Serão 20 anos de luta para voltarmos à situação do final do último governo Lula.

     

  5. Pois é

    “Infraestrutura é central, não apenas ferrovias, mas muitas coisas que você precisa investir. Eu se fosse a Dilma, fazia como os russos: chamava a China e pactuava um grande projeto de investimentos e dava como garantia o petróleo. Eles precisam e nós temos. Uma crise cria a oportunidade que você faça tudo que não dá para fazer na normalidade”.

    Lula, em entrevista a blogueiros em janeiro deste ano.

     

    Ou seja, “entregar” o petróleo não é problema moral nem para um nem para outro, desde que com isso consigam ficar no poder.

    E convenhamos, entre esses dois “projetos de entrega”, o dos chineses é um milhão de vezes pior que o de Serra.

     

     

    1.   Suas mentiras não podem

        Suas mentiras não podem passar impunes.

        Aqui, enxergo apenas um problema moral: VOCÊ.

        Quando se fala de petróleo à China, é GARANTIA DE FORNECIMENTO, não é ENTREGA DA EXPLORAÇÃO. Há uma diferença MUITO GRANDE, especificamente por conta das dezenas de milhares de trabalhadores empregados pelo setor, no Brasil.

        Se falar que você iguala uma sugestão de plano de expansão para a infraestrutura a um simples “ficar no poder”. De quebra, você defende os “projetos” do Serra, o cara da Chevron… a única coisa com que dá para convir, no seu comentário, é com sua desfaçatez.

        Sua máscara está caindo bem rápido, sugiro que volte a assoprar, como faz em alguns posts deste Blog.

        1. NA RÚSSIA DEVE TER SOMENTE BURROS

          e entreguistas por fazerem tal acordo com a China.

             Uma frase do General de Exército exemplifica o que foi e é o entreguismo e burrice do Brasil: “Declarou várias vezes – inclusive a nós e, por exemplo, ao seu colega de farda Nelson Werneck Sodré – o general-de-exército Antonio Carlos de Andrada Serpa, membro do Alto Comando até 1980: “em 1964, nós seguramos a vaca para os americanos mamarem”.

  6. https://www.ihs.com/industry/

    https://www.ihs.com/industry/oil-gas.html

    Janio de Freitas parece ignorar completamente o mercado mundial de petroleo.

    1.Há EXCESSO de oferta e falta de mercado para  petroleo bruto.

    2;Em consequencia o interesse por novas reservas caiu a niveis muito baixos.

    3.A reserva do pre-sal é mediocre, pequena (14 bilhões de barris, segundo a Petrobras, está no site da empresa), de alto custo de exploração e arriscada,  varios poços deram secos após custosa perfuração.

    4.Portanto ninguem vai derrubar governo para ter reservas do pre-sal, basta entrar nos leilões, o ultimo teve pouquissimo interesse. A propaganda politica usou o pre-sal como miragem (“”nova Arabia Saudita”), foi papagueada por Ministros (Edson Lobão disse que iriamos entrar na OPEP)  e muita gente acreditou e até hoje não se atualizou.

    Sugiro para quem interesse no assunto assinar a newsletter da maior consultoria de petroleo do mundo, a Cambridge

    Research  da Inglaterra, eles tem 1.500 especialistas que só tratam do mercado de petroleo.

    O petroleo está em declinio em todo o mundo, a nova ralidade é a energia solar, o carro eletrico e o gas de xisto.

    1. André, por favor não fales sobre o que não conheces.

      Primeiro a maior besteira, estás confundindo as reservas comprovadas do petróleo brasileiro com o petróleo da Petrobras.

      Segundo está confundindo reservas P1 com P2 e P3, ou seja, reservas provadas que levam em conta o preço do petróleo com reservas prováveis e possíveis que levam em conta o volume do petróleo.

      Para não continuares errando, vou colocar uma definição acadêmica deste três tipos de reservas e tecer algumas considerações sobre estas.

      Reservas Provadas são reservas de petróleo e gás natural que, com base na análise de dados geológicos e de engenharia, se estima recuperar comercialmente de reservatórios descobertos e avaliados, com elevado grau de certeza, e cuja estimativa considere as condições econômicas vigentes, os métodos operacionais usualmente viáveis e os regulamentos instituídos pelas legislações petrolífera e tributária. P1 ou P90%

      Reservas Prováveis são reservas de petróleo e gás natural cuja análise dos dados geológicos e de engenharia indica uma maior incerteza na sua recuperação quando comparada com a estimativa de reservas provadas P2 ou P50%

      Reservas Possíveis são reservas de petróleo e gás natural cuja análise dos dados geológicos e de engenharia indica uma maior incerteza na sua recuperação quando comparada com a estimativa de reservas prováveis P3 ou P10%.

      As reservas noticiadas pelas empresas para o mercado são a P1, pois o investidor não tem a mínima noção se deve ou não confiar nas avaliações feitas em P2 e P3. Chamo a atenção que as reservas do tipo P1 tem que levar em conta até o decaimento dos poços, que podem ser estimados com testes rápidos, porém o mais correto seria com o desempenho de poços análogos explorados há mais de dois anos.

      As reservas que são apresentadas nos boletins que lês, são do tipo P1 e as que constam são de avaliações são as feitas em 2014 quando nenhum dado de exploração do pré-sal existia, muito menos dados do decaimento dos poços.

      Outra coisa importante é que, por exemplo, de 2014 a 2015 praticamente todas as empresas do mundo tiveram que refazer o cálculo de seus estoques para um valor de petróleo muito menor, porém isto é muito questionável, pois por exemplo por este critério o shale-oil ou as areias betuminosas do Canadá caíram violentamente em termos de reservas, pois abaixo de 40 dólares o barril, muitas reservas de petróleo não convencional caem a zero.

      Este critério de avaliação de reservatórios está sendo muito questionado, pois ele leva em conta a economicidade para um determinado preço do produto e a tecnologia existente, vário pesquisadores já pensam que o correto seria utilizar o EROI, por exemplo, através da classificação de reservas para EROI acima de 5, 10 ou mesmo 20.

      Para entender de Petróleo não é necessário somente assinar uma boa revista e ler os relatórios para investidores, tem que conhecer o que é o petróleo e toda a cadeia produção, desde o downstream, passando pelo midstream e terminando no upstream. Eu em mais de dez anos que tento conhecer me acho um verdadeiro neófilo no assunto.

      Outro fator a ser considerado nas reservas de petróleo é o fator nacional (autosuficiência e segurança energética). Se considerarmos meramente o mercado, e se por um acaso os Árabes conseguissem vender o petróleo a US$10,00 o barril, praticamente as reservas provadas do Brasil cairiam pela metade, quando na realidade em médio prazo isto não é possível.

      Traduzindo tudo que eu disse, a tua avaliação das reservas de petróleo brasileiras, que além de tudo confundes reservas brasileiras com reservas da Petrobrás, que por si só é um grande erro, está completamente equivoca e sobre bases erradas.

      1. http://www.investidorpetrobra

        http://www.investidorpetrobras.com.br/en/press-releases/material-fact-petrobrasu-proven-reserves-2015

        Meu caro, o TOTAL das reservas da Petrobras, segundo esta informou à SEC-Securities and Exchange Commisssion

        é 13,279 bilhões de barris equivalentes, entre oleo e gas, portanto o pre-sal é parte desse total e não pode ser maior que ele. Essas são as reservas que podem ser consideradas como da concessõ da Petrobras, quais outras voce conhece?

        Mantenho minha tese de que o pre-sal foi usado politicamente para uma narrativa de ufanismo, gastou-se por conta e

        vendeu-se uma ilusão ao povo brasileiro. Vou mais longe, a lenda do pre-sal levou a PETROBRAS a se endividar em excesso,  criando um mega passivo por conta da fantasia vendida. Pior ainda, a lenda em que parece que o proprio governo acreditou, fez mudar a legislação da concessão para partilha, gerou a absurda ciiação de uma nova e desnecessaria estatal, a PRE-SAL S.A. (que fim levou?)  para tirar supostos ganhos aos investidores privados da Petrobras.

        O pre-sal tambem foi o substrato ideologico para a aberrante capitalização com 5 bilhõs de barris de petroleo em baixo do mar, que elevou sem dinheiro a parte da União no capital totaal, dando uma RASTEIRA nos acionistas privados, do qual a imagem da Petrobras nunca mais se recuperou, a imagem perante os investidor é o MAIOR CAPITAL de uma empresa.

        Escrevi aqui um Artigo naquela epoca lamentando o erro da CAPITALIZAÇÃO (dizia-se na onda ufanista que era  “”a maior capitalização do mundo””) que era um estelionato contra os acionistas minoritarios e não deu outra, começou ai o declinio da imagem da Petrobras no mercado mundial de investidores.

        Lamento dizer que previ seis anos atrás o que aconteceria com a PETROBRAS, no momento em que era uma das maiores empresas do mundo em valor de mercado e não de outra, as bonagens em serie fizeram o povo brasileiro perder 170 bilhões de dolares em valor da União em ações Petrobras.

         

        1. Pois é, utilizaste exatamente o que te falei, as reservas P1 e..

          Pois é, utilizaste exatamente o que te falei, as reservas P1 e do fim de 2014, logo não são calculadas as reservas nem as confirmadas do Pré-sal.

          Esta é uma sistemática de avaliação de uma entidade tão idônia e precisa como as agências de risco, “sem a mínima influência política”.

          O problema da Petrobras foi a Graça Foster ter feito aquela revisão do patrimônio (impairment ) exatamente no momento que o preço do petróleo estava caindo em torno de 35 a 40 dólares o barril, todos os ativos estavam desvalorizados com o preço do petróleo, agora com o Brent a US$47,83 provavelmente seus ativos valeriam no mínimo 5% a mais, o que já faria ela ter lucro neste último trimestre.

          A Petrobras ainda continua sendo uma das maiores empresas do mundo em relação as reservas de petróleo, a primeira a exxon-mobil tem o dobro de reservas que a Petrobras, mas as do segundo lugar para diante ou estão próximas ou um a mais. Sem contar é claro com as outras estatais de petróleo.

          1. rdmaestri

            “Nada a ver” ! Não discuta com o “sabichão” do blogue , que tudo sabe, de política a petróleo e Direitos Humanos. rsrsrs.

            Já pensou ele trabalhando com a Dilma ? rsrsrs

          2. Lenita, minha amiga.

            Se eu trabalhei 15 anos pesquisando para a Petrobrás, Shell e Exon-mobil, acho que tenho direito de conhecer alguma coisa sobre petróleo, né.

            Nunca fui convidado a participar do governo Dilma, porém se fosse convidado e fosse dentro das áreas que conheço, aceitaria com o máximo prazer.

            Não fica revoltada com meu currículo, são quase 50 anos de trabalho!

          3. eu te admiro muito

            mesmo, e leio tudo o que vc escreve. Quanto ao André, não nego sua inteligência, não suporto seu “olhar” Norte Americano em quase tudo o que publica, e seu modo “superior” (como eles). Mas hoje estou mais calma e peço desculpas a ele, embora sabendo que jamais irá ler meu comentário.

      2. André Araújo nos brinda

        com a certeza dos sábios. Nunca mais acontecerá fato no planeta que faça o petróleo subir de preço. Vinícius de Moraes pediria firma reconhecida, assinado embaixo Deus.

    2. O interesse internacional sobre o pré-Sal continua.

      É uma das últimas fronteiras do petróleo a serem exploradas no mundo, as águas ultraprofundas das bordas continentais.

      A queda dos preços do barril ao longo de 2015 arrefeceu a euforia americana pelo shale-oil. Muitas empresas estão endividadas e mostram sinais de sairem do negócio. A indústria comprovou que não resiste à volatilidade do preço do barril, dificilmente voltará a atrair capitais com a facilidade anterior à queda dos preços. A produção americana de óleo a partir do shale está em queda, o país voltará ao mercado mundial para obter a complementação do seu suprimento.

      O gás de xisto, assim como o shale-oil, é praticamente uma realidade exclusiva americana. A maioria dos campos de gás de xisto no EUA estão declinantes em sua produção, em apenas uma das formações geológicas a produção está em crescimento. As formações geológicas americanas de xisto, com potencial de óleo e gás, em que existem exploração comercial com a técnica controvertida do fracking, coincidem com regiões de baixissima densidade demográfica. Quando companhias mostraram intenções de explorarem em áreas de maior densidade populacional, como o estado de Nova York, a reação levou o governador a proibir o fracking.

      Na Europa as formações de xisto estão em áreas densamente habitadas, como a região que abrange as cidades inglesas de Manchester, Leeds, Liverpool e outras. Uma das mais promissoras bacias de shale na Europa está embaixo da cidade de Paris. Acho que ninguém é louco de propor a substituição da torre Eifel por torre de petróleo. Se aparecer lá gente com intenção de fazer fracking debaixo da cidade, os parisienses vão reinstalar a guilhotina na praça da Concórdia.

      Petróleo não é combustível apenas para automóvel de passeio, que o carro elétrico se propõe substituir. Ainda está muito longe de aparecer caminhão pesado elétrico, máquinas agrícolas elétricas e navios mercantes elétricos, muito menos aviões, militares e civis, elétricos. Para não falar das milhares de utilidades do petróleo para fins não energéticos.

      Após uma temporada curta de queda do preço do barril, mas suficiente para implodiar a indústria do shale no EUA, o preço se mostra em recuperação lenta, voltou a níveis historicamente altos.

  7. André Araújo está corretíssimo

    Aliás, o Nassif poderia juntar este post com o outro de hoje mesmo :

    https://jornalggn.com.br/noticia/no-japao-pontos-de-recarga-para-carros-eletricos-superam-bombas-de-gasolina

    2015 foi o ano da declaração de guerra aos combustíveis fósseis, o preço do óleo derreteu e os sheiks estão vendendo seus estoques a preço de banana.

    Os países centrais estocaram tecnologia durante duas décadas e resolveram que é chegada a hora de vender, e caro, esta tecnologia, e o caminho lógico é a condenação dos combustíveis fósseis, que teve a adesão que faltava, dos USA, em Paris no ano passado.

    Em alguns anos os impostos tornarão proibitivos os preços de carros movidos a combustíveis fósseis.

    O destino do nosso pré-sal, se não corrermos, é ficar lá onde está mesmo e para isso precisamos parceiros.

    O Lula prefere a China, questão de estilo.

  8. OS ENTREGUISTAS

    sempre acham algum argumento para ir contra o Brasil e suas riquezas. Os governos Lula/Dilma estavam investindo em várias áreas e tecnologias. Desenvolevndo as regiõse NO/NE.

          O Brasil nunca aproveitou suas riquezas para diminuir os milhões de famintos, desenvolver todas as regiões. Mineiros reclamam que lá ficaram somente crateras do ferro extraído. Nada mais.

           Apegam-se ao petróleo, mas tudo é roubado.

           E é tão estranho as declarações de certos Oficiais das Forças Armadas, que devem existir para proteger o território brasileiro, seu povo, suas riquezas.

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