O mito da estabilidade monetária no governo FHC

Enviado por Vânia

Da Carta Maior

Reinventando a história: o mito da estabilidade no governo FHC

Lecio Morais 

Os números desagradáveis aqui expostos contam uma história bem diferente da inventada ‘estabilidade monetária e financeira’.

Efeméride convocada no Senado na semana passada comemorou o aniversário do Plano Real. Um importante plano que debelou a hiperinflação, mas que abriu também caminho para implantação plena às chamadas políticas neoliberais de abertura e desregulamentação. Entretanto, o Plano não trouxe estabilidade monetária e financeira para o país, como muitas vezes se divulga. O Plano trouxe, juntamente com as políticas neoliberais, elevados custos relativos à estagnação econômica, bem como os relativos ao endividamento público.
 
Na homenagem do Senado os oradores tentaram sucessivamente vincular o sucesso do Real ao próprio governo FHC e suas políticas neoliberais. Nessa tentativa, os oito anos de FHC, no pós-Real foi “reinventado” como um período de estabilidade monetária e financeira para o país. 
Vejamos como o exame das variáveis de taxa de inflação, taxa cambial e taxa de juros mostram como os governos FHC não trouxeram nenhuma estabilidade à economia, nem mesmo a monetária.
 
Restabelecendo a história: a continuidade da instabilidade monetária pós-Real
 
Comecemos pela suposta estabilidade monetária. O que se alega é que o Plano Real, além de eliminar a hiperinflação, criou uma moeda de valor estável, o que já se revelou nos oito anos dos governos FHC.
 
Primeiro vejamos como o Plano Real funcionou. A ideia do Plano na verdade nada teve de original: depois de alinhar os preços com a URV (unidade referencial de valor, essa sim uma boa ideia), apenas atrelou a nova moeda, o real, ao dólar, praticamente ao par (um por um). Com isso houve uma súbita valorização da nova moeda, tornando os bens importados ainda mais baratos.
 
O custo da manobra, no entanto, foi a imediata supervalorização da moeda, acompanhada por uma elevação das taxa de juros a níveis estratosféricos (na virada de 1994/95 chegou a 60% ao ano) para atrair dólares.
 
No entanto, a taxa de inflação pós-real se manteve longe da estabilidade. Em 1995, a taxa foi de 22%, e continuou variando 9% ao ano, em média, até 2002. No primeiro governo, a inflação já tinha acumulado 43%. Somando os dois governos, o acumulado chegou a 100%. E pior, ao acabar o período, em 2002, a taxa tinha voltado a uma inflação de dois dígitos, marcando 12,5% e subindo. Só para comparar, o acumulado de oito anos de Lula foi de 56% e os quatro de Dilma chegaram a 27%.
 
Essas elevadas taxas de inflação prejudicaram a estabilidade cambial, desafiando até a incrível taxa de juros real adotada, que terminou gerando apenas riqueza financeira para os mais riscos e reduzindo o investimento produtivo.
 
Restabelecendo a história: instabilidade e colapso cambial
 
Analisemos agora o comportamento da taxa de câmbio. Ela afeta ao mesmo tempo a moeda, o crédito e o nível de atividade econômica. E, nas economias periféricas, é uma variável que é capaz de levar um país à bancarrota.
 
Com o real atrelado ao dólar, a taxa cambial iniciou 1995 em R$ 0,84 o dólar, uma taxa muito valorizada, como já vimos, para deter a hiperinflação.
 
Mas junto com os preços das importações, também caiu a produção interna e abriu-se um déficit crescente nas contas externas. Essas contradições do Plano Real impediram a manutenção estável do câmbio, que foi sendo desvalorizado continuamente até já ter perdido 43% de seu valor até 1998. Como a taxa inflacionária manteve-se maior que a desvalorização do câmbio, o governo acabou por não conseguir controlar nem o câmbio, nem o déficit externo e nem o fluxo especulativo de dólares atraído pelos juros estratosféricos. E sobreveio a debacle.
 
Em janeiro de 1999, o Brasil quebrou pela primeira vez na mão de FHC. As reservas em dólares se evaporaram e o real se desvalorizou, com sua taxa chegando até quatro reais por dólar.
 
Sumiram os dólares, ficamos sem crédito externo para manter as importações, mas as dívidas cresceram. O país só saiu da bancarrota graças a empréstimos do governo americano e outros apoiados pelo FMI. A maxidesvalorização em 1999 acabou por atingir 40%. O governo brasileiro e sua moeda não tinham mais confiança externa. Muito longe já estávamos de qualquer estabilidade monetária e financeira.
 
Porém, um novo desastre já estava a caminho. A economia estagnada, uma moeda nacional com valor instável, sempre com tendência de queda, e baixo nível de reservas tornaram o Brasil outra vez alvo fácil da especulação cambial. A partir de maio de 2002, sobreveio novo ataque especulativo contra o real. E o Brasil quebrou pela segunda vez na mão de FHC.
 
De novo, nossa moeda se desvalorizou fortemente, chegando a mais de três reais o dólar. Ficamos mais uma vez sem dólares e sem crédito externo. Outra vez o governo FHC e o Banco Central perderam o controle monetário e cambial. A salvação veio com o FMI: outro financiamento de emergência foi arranjado, muito maior que o de 1999. Mas dessa vez ele veio o junto a exigência de monitoramento trimestral, tendo em vista o descrédito da economia e do governo.
 
A incrível taxa de juros estratosférica
 
Por fim temos a variável da taxa de juros. Foi exatamente nos primeiros anos do Plano Real que nossa economia se consolidou como a campeã mundial de taxas de juros reais elevadas e perenes. Passamos a ser a economia bizarramente mais juros-dependente do mundo. Uma rara anomalia que bem longe está de qualquer definição de estabilidade financeira. A parte mais pesada da herança deixada ao Brasil pelas políticas neoliberais de FHC.
 
As taxa Selic que iniciou 1995 a 60% ao ano, só caiu abaixo de 40% em 1998. E abaixo de 30% ao ano em meados de 1999. Em apenas dois anos os credores da dívida pública federal dobraram seu investimento, e em quatro anos o quintuplicaram. O total da dívida pública líquida se multiplicou durante oito anos, saindo de apenas 37% do PIB, em 1994, para mais 60% em 2002. Nunca um país viu sua dívida pública subir dessa forma em tempos de paz.
 
A conjunção de elevadas taxa reais de juros, instabilidade econômica e vasta fraude bancária detonou, em 1997, a maior crise bancária do século 20. Neste ano, três dos dez maiores bancos do país quebraram (Banco Nacional, Mercantil de Minas e Bamerindus). O que desencadeou também o maior resgate público de investimentos privados depositados já visto no Brasil.
 
Uma realidade bem infeliz
 
O país entregue ao governo Lula, em 2003, foi um país em situação de instabilidade cambial crônica, inflação em alta, sem crédito externo e sem reservas próprias de divisas.
 
Os números desagradáveis aqui expostos contam uma história bem diferente da inventada “estabilidade monetária e financeira” trazida pelo Plano Real e vivida durante os governos FHC. Esses números são facilmente acessíveis em sites como Ipeadata, Banco Central e IBGE. Não são nem nunca foram secretos. Qualquer um pode obtê-los.
 
Transformar essa verdade de oito anos de instabilidade monetária, colapsos cambiais e bancarrotas nacionais em uma rósea paisagem de estabilidade parece ir bem mais longe do que uma reinvenção da história, beira mais a simples fraude.

Redação

37 Comentários

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  1. E ainda há milhões que

    E ainda há milhões que queiram esse tipo de câncer político-econômico de volta, muitos dos quais vivenciaram a tragédia que foi.
    Entregaram tudo de bom que havia e deixaram somente o fel para ser curtido por gerações ainda por virem.

  2. Recuperando comentário de 29.06.2015, bem a propósito
    Como foi, na prática, 1995      29/06/2015 – 13:48

    “No segundo semestre de 1994, a estabilização fez explodir o consumo e houve grande estímulo ao endividamento das empresas, visando ampliar seu capital de giro para atender o mercado que explodia. (…) Foram apanhadas pela armadilha do endividamento, criando-se o maior endividamento circular da história, que manietou a economia pelos anos seguintes.”

    O cenário, na praça de Campinas, no final de 1995, era desolador. Empresas hiper-endividadas no BB local não davam conta de rolar suas dívidas. Não houve qualquer preocupação do governo em acompanhar o que estava acontecendo nos Bancos, ou exigir que o BB não praticasse taxas suicidas. Era o princípio da não intervenção, deixa correr solto. Algumas emepresas quebrarão, mas fazer o quê, são danos colaterais. Não houve qualquer preocupação com as consequências do choque de importações e a destruição do polo calçadista (Franca) ou têxtil (Americana). As empresas quebraram em série, taxas de juros na estratosfera. Saía de uma mesa de renegociação de dívidas com uma empresa para entrar em outra sala ao lado, onde outras empresas aguardavam a sua vez de renegociar suas dívidas. 

    Uma pálida ideia do que foi 1995/1996. Uma certa empresa, fabricante de bens de capital de ciclo longo, portanto fortemente dependente de capital de giro, possuía uma operação de capital de giro no valor de R$ 200 mil. Condições: prazo de 60 dias (atenção: 60 dias era o prazo máximo de um capital de giro no BB, podem acreditar), juros: 6% a.m. (para ficar claro: seis por cento ao mês). Essa empresa não conseguia quitar a operação, quando peguei essa negociação ela já vinha rolando há quase um ano. Ao final de 60 dias, o empresário pagava R$ 24 mil de juros, assinava novo contrato para mais de 60 dias. Em um ano, R$ 144 mil de juros para um capital de R$ 200 mil. E como ele pagava os juros da rolagem da dívida? Com desconto de duplicatas. Frias. que todos sabiam que eram frias, porém era esse o único jeito de rolar a dívida. Durante o prazo de vigência das duplicatas frias, ele ia quitando uma por uma, quando acabava já tinha vencido a operação original, que ele rolava mais uma vez descontando duplicatas frias para pagar os juros. É claro e óbvio que essa empresa quebrou. Primeiro tentaram a concordata, que foi um tiro no pé, porque daí o pouquíssimo crédito que ainda resta vai para o espaço e a emepresa não tem como sobreviver. Os donos, dois engenheiros, um certo dia fecharam a indústria ao final do expediente e um foi embora pra São Paulo e outro para o interior, de onde tinha vindo. Ambos saíram de mãos abanando e abandonaram um formidável conjunto de máquinas, tornos mecânicos de todos os tipos, bem como cerca de 50 empregados à própria sorte. Em poucas semanas invadiram o local e levaram tudo. Assim como essa empresa, foram dezenas de casos semelhantes que passaram pelas minhas mãos, todos estrangulados não só pela concorrência dos importados (choque de importações), mas principalmente pelas “módicas” taxas de juros de 6% a.m. cobradas pelo Banco do Brasil pelo capital de giro de com prazo de longos 60 dias, um banco dito público, que deveria regular o mercado, blá , blá , blá, bla. 

    Bom, daí veio a despirocada do dólar em janeiro de 99. Aí sim, foi trágico. O país estava inundado por uma incrível operação irresponsável de leasing em dólar para financiamento de carros para PESSOAS FÍSICAS. Tragédia mesmo foi isso, o resto é conversa. Vou parar por aqui. 

     

    1. Sempre achei que faltava na
      Sempre achei que faltava na crítica aos governos do PSDB algo como aquele programa da TV a Cabo “Os caçadores de mito”.

      Um outro interessante para se discutir é que o governo FHC foi bom para a classe média e que o atual governo é muito mais voraz fiscalmente. Se criticam as correções da tabela do IR abaixo da inflação e a defasagem dela em relação a 94, mas ninguem menciona que FHC não corrigiu a tabela durante seu mandato, e que a unica correção que fez, de 17 % em 2002, provavelmente o fez pq o problema não seria mais dele.

      O PSDB do ponto de vista da classe média junta o pior de dois mundos. Voracidade fiscal, como de um governo social-democrata e serviços de governo neoliberal. Tudo para financiar as taxas de juros mencionadas nestes textos.

      Aí de vez em quando, aparece um liberal daqueles bem de direita mesmo e diz que o governo do PSDB foi de esquerda, e o individuo tem razão em certa parte. É um governo que cobra imposto como esquerda, e administra a máquina pública como direita.

  3. Incrível como se tenta
    Incrível como se tenta comparar a situação econômica trazida pelo Real, com o que aconteceu na era Lula/Dilma. Que tal comprar os número trazidos pelo Real, coma situação econômica antes dele e, aí sim, fazer a mensuração de seus erros e acertos? Creio que com essa base comparativa teremos a verdadeira noção do que significou o Plano Real.
    O quê?
    Não ouvi…
    A situação antes do Real era tão surreal, que não há com comparar?
    Ah, entendi…

  4. Uma de minhas percepções dos

    Uma de minhas percepções dos sinistros anos FHC. Com estardalhaço midiático anunciaram que o país tinha arrecadado cem bilhões de dólares com as privatizações. Num belo dia, acordamos com a notícia de que nossa reservas tinham evaporado! Assim mesmo, de um dia para o outro. Resumi para algumas pessoas perplexas que trabalhavam comigo: você tinha uma dívida de cem mil. Vendeu seu apartamaento para pagar. Um ladrão entrou na sua casa durante a madrugada e roubou o dinheiro da venda. Você ficou sem o apartamento e ainda com dívida prá pagar. Isso foi o governo FHC. O ladão e seus comparsas e o novo dono do apartamento comprado a preço de banana foram os que se deram bem.

    Fico sempre matutando do alto dos meus 54 anos: o que será que as pessoas que viveram aquele período e odeiam o Lula têm na cabeça?

  5. Se fizerem uma pesquisa, vai
    Se fizerem uma pesquisa, vai ser surpreendente o percentual de pessoas que acham que FHC foi o presidente que instituiu o Real.

    Com a ajuda da mídia, o PSDB conseguiu reescrever a história, eliminando Itamar Franco, garantindo a FHC tudo de bom relacionado ao Real e jogando para baixo do tapete todos os problemas.

    1. E ainda há quem tente

      E ainda há quem tente convencer de que o poder da mídia é pequeno…

      E transformar um dos maiores vilões da economia nacional em herói é apenas um dos muitos feitos nefastos da mídia que trata de economia hoje, no mundo todo… Mesclando dados comprováveis e análises desses dados prá lá de tendenciosas, desde revistas como a The Economist até toscos e primários Sardenbergs e suas Globos News  encarregam-se de liquidar qualquer iniciativa de prosperidade fora do eixo dos proprietários do dólar us based.

  6. Discordo.FHC garantiu grande

    Discordo.

    FHC garantiu grande estabilidade aos esquemas de corrupção.

    Ninguém do governo foi investigado pelo MPF, incomodado ou preso pela PF durante a era FHC.

    A imprensa raramente falava sobre corrupção estatal no tempo do “capo tucano”.

    Havia estabilidade total para os corruptos naquele tempo.

    Com FHC na presidência e Aécio Neves comandando a Câmara dos Deputados a economia criminosa pode florescer com absoluta tranquilidade durante 8 anos.

    Os corruptos só começaram a ser incomodados recentemente.

    Vem dai o saudosismo deles?

  7. texto notável

    No entanto, há que lembrar que nem tudo é endógeno à Macroeconomia. A parte não contada da história é o Apagão de 2001.

    A economia tinha voltado a crescer com força em 2000, com inflação bem comportada – e redução bem pronunciada da DLSP! Certamente FHC teria eleito Serra caso uma pedra não tivesse aparecido no caminho, e que pedra.

    Pensando bem, ela não foi completamente deslocada: a barreira energética continua a espremer o Brasil. Não fosse por ela, juros e meta fiscal poderiam estar em poutro lugar agora, porque o desmonte das subvenções não seria tão pesado, nem a inflação estaria tão alta: Levy, Barbosa e Tombini estariam lidando apenas com o repasse cambial e pressão no preço dos alimentos como problemas de curto prazo estritamente macroeconômicos. 

    O problema da energia é sério no mundo quase todo, mas aqui é seríssimo e surpreendente. Dilma sempre soube do seu tamanho, mas, em parte pelas péssimas surpresas climáticas de 2013 em diante, não conseguiu equacionar essa batalha – de quebra, ainda colocou em risco a Petrobrás. 

    Fôssemos um país minimamente direcionado para superar o atraso e o tema da energia e do controle sobre a oferta energética seria obrigatório para planejar o futuro (muito mais que o da educação ou da inovação, muito melhor encaminhados). Sem ele, mais ortodoxa, mais heterodoxa, a equipe econômica continuará a apanhar das pedras que o problema da energia – que teria que ser barata e razoavalmente estável, pelo patamar de desenvolvimento relativamente alto e uso de recursos relativamente baixo que carcaterizam o Brasil estruturalmente – continuará a opor ao nosso fututo como potência relevante e sociedade justa. 

     

     

     

     

  8. Sem FHC não haveria Lula

    É claro que não houve estabilidade durante o governo FHC, nem poderia haver. O país vinha de uma hiperinflação e estava sem reservas em dolar. Só por milagre esse quadro poderia ter sido revertido instantaneamente, uma crise assim leva no mínimo 10 anos, e de fato, só 10 anos depois do Plano Real o país começou a colher os frutos, já com o PT no governo.

    Se Lula tivesse tido o azar de vencer qualquer uma das eleições que disputou antes de 2002, só teria duas opções: fazer mais ou menos o mesmo que FHC fez, e assim ficar totalmente desmoralizado junto às bases, ou partir para uma aventura populista estilo Alan Garcia no Peru em 1985, que fatalmente terminaria em caos hiperinflacionário e popularidade zero. Em toda a América Latina, todas as tentativas populistas de governo antes do ajuste dos anos 90 terminaram assim. Sem FHC, não haveria o Lula que conhecemos. Note que Lula não desmontou a macroeconomia herdada de FHC. O verdadeiro desmanche ocorreu no governo Dilma, e deu no que deu.

    Mas eu não deixo de achar curiosa essa obsessão de muitos petistas e esquerdistas em geral de desmerecer o governo FHC, coisa que, a essa altura do campeonato, é o mesmo que chutar cachorro morto. Fazem todo tipo de comparação descontextualizada e acusações fuleiras, como essa de que o verdadeiro autor do Plano Real teria sido Itamar Franco, esquecidos de que FHC era o ministro da economia na época. Parece um ódio freudiano. E talvez seja mesmo, pois FHC, rigorosamente falando, foi um herege: ele fez exatamente o contrário do que o povo brasileiro espera de seus mandatários. Assumiu a austeridade como virtude, ao invés de mentir dizendo que não haveria austeridade. Encolheu o Estado ao invés de aumenta-lo. Vendeu empresas ao invés de cria-las. Mandou os aposentados trabalhar, ao invés de fingir defende-los. Fez a Lei da Responsabilidade Fiscal, ao invés de gastar o que não tinha. Rejeitou o paternalismo, ao invés de intitular-se Pai dos Pobres. Enfim, mais que um esquisitão, foi um verdadeiro maldito, merecedor de danação eterna. Mas para o bem ou para o mal, foi FHC, e não Lula, o autor do Brasil do século 21. Sem FHC não haveria Lula.

    1. O Pedro Mundim acredita mesmo

      O Pedro Mundim acredita mesmo nessa bazófia ou está apenas fazendo política partidária e não um comentário? O (des)governo FHC foi um desastre, como bem disse o presidente americano Bill Clinton, cara-a-cara com o grão tucano em discurso imortalizado? Essa á a razão do ódio mortal do FHC contra o Lula, pois o metalúrgico, pensando no Brasil, fez o melhor governo dos últimos tempos da república.

      1. Apesar de…

        Apesar do governo de FHC ter sido um desastre, ele foi reeleito e Lula não abandonou a macroeconomia herdada de FHC. Não há sentido em afirmar que estou fazendo política partidária, pois nesse momento FHC não é candidato a nada e inclusive já foi estigmatizado dentro de seu próprio partido.

      2. Engana-se!

        Clinton reclamou a FHC, então representando o Brasil como MINISTRO DA FAZENDA, do calote do Brasil provocado pelo default de Sarney. 

        Depois do real, Clinton faz questão de enaltecer essa grande figura pública.

        Quanto à economia, o real foi mesmo ruim.

        Bom está agora, essa beleza toda….

    2. Só para os ricos

      FHC pode ter sido maravilhoso sim, mas só para os ricos. Quem estava bem financeiramente na época, ficou no paraíso. Já para os pobres, ou quem estava começando a carreira do zero, sem ajuda dos pais nem nada, a vida tinha acabado.

      Para os 40 milhões de pessoas abaixo da linha da miséria, a vida tinha acabado, na era FHC. Para eles FHC “simplesmente” esqueceu que esta parcela da população existia. Alias FHC governava para os ricos, apenas.

      Para os 15 milhões de desempregados ( que FHC xingou de incompetentes na TV), a vida tinha acabado. Não havia emprego e se dependesse de FHC, nunca mais haveria. Só restava aos desempregados desejarem a morte.

      No fim, FHC fez mais dezenas de trapalhadas, como o apagão eletrico, ou as privatizações que resultaram nos bueiros explosivos voadores ( imagine uma tampa de bueiro de 300 kg explodindo do nada e caindo em cima de você), uma dívida publica que começou com 60 bilhões em 94, e terminou em 600 bilhões em 2002, e muito mais.

      A mídia direitista mostrava FHC como um heroi gigantesco, mas nem isto impediu que ele saisse do governo com mais de 80% de desaprovação.

      No fim, o povo jurou que viveria até o último dia de vida, só para votar contra FHC e o psdb, Era um juramento sagrado, para impedir que as futuras gerações pudessem sofrer nas garras deste tirano.

      Enfim, os ricos nada sabem disto, como nada sabem sobre o Brasil, pois isto a globo não mostra. A realidade que é mostrada para os ricos, como na Matrix, é uma realidade artificial, encapsulada em seus escritórios de vidro e nos condominios de luxo.

       

  9. FHC é o maior cabo eleitoral

    FHC é o maior cabo eleitoral do PT. Ainda é, apesar do pig forçar a falta de memória do povo brasileiro, que ao contrário do que se diz, mostrou não esquecer jamais, é isso que explica a vitória da Dilma em 2014.

    Só a imprensa brasileira dá trela para o FHC. O povo prefere até o Tiririca se for o caso

    1. Não é só o FHC. O maior cabo

      Não é só o FHC. O maior cabo eleitoral do PT é o Serra. A cada ataque dele à BR o setor naval que emprega milhares de chefes de familia lembra que o PT é no mínimo o menos pior.

  10. Para quem está achando

    Para quem está achando injusta a comparação FHC x LULA, vejam o que diz Ciro Gomes, que era ministro da Fazenda quando o plano real foi elaborado – durante o governo Itamar, é bom lembrar.

    “Não havia Lei de Responsabilidade Fiscal no primeiro mandato dele (1995-1998). Ele a aceitou imposta pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) depois de quebrar o Brasil três vezes.

    As contas brasileiras com Fernando Henrique tiveram a erosão mais grave de toda a história brasileira.

    Eu era Ministro da Fazenda quando ele tomou posse e nomeou o Pedro Malan ministro. Os números eram os seguintes:

    Carga tributária era 27% do PIB. Ele entregou ao Lula com 37% do PIB.

    A dívida pública brasileira em 500 anos foi de 38% do PIB. Com oito anos de desgoverno de FHC, foi para 78% do PIB.

    E ele desmobilizou US$ 100 bilhões das privatizações e o país desceu ao menor volume de investimento desde a Segunda Guerra Mundial.

    Tudo isso feito na cara da freguesia e o TCU nunca fez o menor registro disso.”

     

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=2wUZRjDN8xM%5D

     

  11. Com aquela taxa de juros até
    Com aquela taxa de juros até a Zélia teria controlada a hiperinflação! Era a tal arma que ela disse que usaria, mas que não deixaria pedra sobre pedra na economia, pelo menos a economia dos pobres, e foi o que aconteceu com o thc!

  12. A inflação foi ainda maior

        Lembro de ter comprado um troço importado de uns 30 reais, poucos meses depois estava a mais de 90 com o fim da falsa da paridade com o dólar, na verdade já custou 90, não pra mim isoladamente mas para nós que ficamos devendo 60 lá fora, os preços estavam simplesmente mascarados, pagaríamos essas brincaderinhas depois com juros estratosféricos.

  13. Resumiram muito o fracassado governo tucano FHC
    Não falaram dos números do desemprego , da picaretagem das privatarias, da falta de investimentos em saúde, educação, infraestrutura, do limite da irresponsabilidade da roubalheira no executivo e no Congresso, da farra de ACM, Sarney, Sérgio Guerra e outros, da fome, da retração em todos setores da economia, menos bancos e tantos outros planos fracassados.

  14. Análise corretíssima. O pior

    Análise corretíssima. O pior é que mesmo aqui, entre os que comentam matérias deste blog, há pessoas capazes de bricar com os fatos, com os dados e com a História, tentando creditar a FHC e ao Plano Real um suceso e mérito que jamais tiveram.

  15. um governo posterior é sempre melhor que o anterior..

    Comparar sem contextualizar é desonestidade intelectual.

    Pense hoje o Brasil sem exportar nada ou muito pouco.

    O que teriamos?

    A variavél entre FHC e Lula-Dilma e o mercado externo que independe de ação do governo.

    Cada governo tem seus desafios e a obrigação de ser melhor que o anterior , compara FHC com Collor/Itamar, Dilma com Lula, Lula com FHC um governo posterior é sempre melhor que o anterior..

    1.  Isso é apenas um mito ” o

       Isso é apenas um mito ” o eterno progresso” quem conhece a historia sabe que existem sim governos piores que os seus antecessores. Temos dois exemplos disto FHC 2 foi pior que FHC1, Dilma 2 está sendo pior que Dilma1.

       

      E se o Brasil hoje nao exporta nada é fruto das politcas tucanas que quebraram a industria brasileira, como o cambio supervalorizadoa exportação se torna cara e importação barata.

      Simples assim.

      1. Vamos considerar FHC 1 e 2

        Vamos considerar FHC 1 e 2 como um governo, assim como Dilma 1 e 2 , Lula 1 e 2.

        O governo de FHC foi melhor que o governo Collor?

        1. Compare com o governo Itamar

          E veja como FHC elevou a dívida brasileira a 60% do PIB e a taxa de impostos de 24 a 36%. E isto tudo com a Privataria tucana. Itamar entregou o real de mão beijada para FHC e sua quadrilha espoliar este país.

  16. Caiado e os coxinhas paneleiros vão cortar os pulsos

    OBAMA FAZ JANTAR PARA EMPRESÁRIOS DE LOBBY EM CUBA. AH, SE FOSSE LULA

    :

     

    O jantar na Casa Branca foi visto como uma união de forças para pressionar, ou seja, fazer lobby, sobre o Congresso para dar fim ao embargo sobre Cuba, uma vez que empresários norte-americanos estão ansiosos para não perder grandes oportunidades de negócios que veem na ilha; “Imagine como esta notícia sairia na imprensa oligárquica brasileira se o país fosse o Brasil em vez dos EUA e se a presidenta fosse Dilma Rousseff ou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em vez de Obama”, escreve Helena Sthephanowitz, em seu blog na Rede Brasil Atual

     

    24 DE JULHO DE 2015 ÀS 19:23

     

     

    Por Helena Sthephanowitz, daRede Brasil Atual

    O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reuniu em um jantar a portas fechadas na Casa Branca cerca de 70 empresários estadunidenses que fazem forte lobby pelo fim do embargo comercial, econômico e financeiro a Cuba instituído em 1961. A informação foi apurada pelo jornal espanhol El País.

    Com o embargo empresas estadunidenses tem severas restrições para atuar no país, que é a maior economia da América Central e visto como o de maior potencial de crescimento pela abertura na economia. Os empresários norte-americanos estão ansiosos para não perder grandes oportunidades de negócios que veem no país.

    O governo Obama defende o fim do embargo, mas o Congresso estadunidense, com perfil mais conservador e de maioria oposicionista ao presidente, ameaça impedir qualquer mudança nesta questão.

    Os Estados Unidos já reataram relações diplomáticas com a ilha. As embaixadas já foram reabertas em ambos os países. Houve libertação de presos pelos dois lados, considerados presos políticos sob a ótica de cada lado. Mas o embargo econômico continua em vigor até que o Congresso norte-americano o suspenda.

    O jantar na Casa Branca foi visto como uma união de forças para pressionar, ou seja, fazer lobby, sobre o Congresso para dar fim ao embargo. Se visto apenas como vitória da política externa do presidente, as chances de o Congresso oposicionista aprovar são menores. Se houver pressão vinda de uma demanda do setor empresarial, as chances são maiores de, pelo menos, flexibilizar o embargo.

    Imagine como esta notícia sairia na imprensa oligárquica brasileira se o país fosse o Brasil em vez dos EUA e se a presidenta fosse Dilma Rousseff ou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em vez de Obama.

    Não precisa imaginar. A imprensa oposicionista já faz um esforço para criminalizar a diplomacia comercial legítima e necessária no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva em busca da abertura de mercados para empresas brasileiras. Obama age de forma muito semelhante, inclusive com Cuba, atrasado em relação a Lula.

    Presidentes atuarem a favor de empresas de seus países é até um dever dentro das políticas de estado, uma obrigação com a economia nacional e com a geração de empregos. Suspeito seria se não atuassem. Tão suspeito como um jogador de futebol que entrega o jogo para o adversário. Pois é isso que boa parte da oposição partidária e midiática está pregando.

    Fazer oposição a um governo ou a lideranças de outros partidos jamais deve se confundir com fazer oposição a políticas de estado, ou fazer oposição “ao” Brasil, como disse, em ato falho, o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

    Se levarmos para o lado do humor, desse jeito a oposição se comporta como aquele passageiro que torce para seu avião cair porque não gosta do piloto. Se levarmos a sério, sabotar a economia nacional diante dos interesses de outros países é traição à pátria.

     

  17. O maior cabo eleitoral de

    O maior cabo eleitoral de Lula em 2002 foi o próprio fhc e o seu medíocre governo.

    Lula só foi eleito porque o governinho de fhc e do psdb arruinou o Brasil.

    psdb nunca mais.

    zé serra, alckimin e aecim sempre esconderem o governinho de fhc. pq?

    fhc, aquele que levou um sermão do bill clinton e não rebateu, fez os brasileiros passarem vergonha.

     

     

     

     

     

     

     

     

     

  18. A midia mente e engana o povo

    A midia mente e engana o povo com essa mentira que o Plano real trouxe establidade, que estabalidade trouxe ? I

    O Brasil sempre continuou sendo um dois paises com maiores taxas de inflação do mundo( tirando paises em guerra), e campeao de juros .

  19. Nem se falou sobre o desprezo

    Nem se falou sobre o desprezo pelos pobres e miseráveis, enquanto corria uma privataria cheia de maracutaias, que fosse Lula o gerente já estaria preso. Também não se diz sobre o feito por FHC contra o funcionalismo. De cara se fez uma reforma administrativa, e daí em diante os funcionário públicos viveram uma queda brutal em seus salários, por sinal, uma das razões daquela derrota primeira para Lula.

    E por que não alencar no muito citado aquele apagão miserável, que serviu muito às fábricas de velas, lamparinas e assemelhados, sem contar os produtos chineses que a gente via em cada esquina, como um produto contendo luz, rádio, e até ventilador (comprei uns três do gênero). Foi a maior vergonha que o povo passou em razão de falta de planejamento, alegando-se posteriormente problemas com as transmissões de energia, etc. 

    Vale dizer que todas as vezes que acontecia uma falta de energia nos governos do PT os tucanos suvbiam a tribuna para falar em apagão, movendo o medo de muitos, sem, contudo, se materializar a mentirada, e depois todos se calarem. 

    De fato, tá todo mundo intrigado com a alta do dólar, por se esquecerem ou fingirem que se esqueceram daquele dólar de FHC que bateu os quatro reais em 99, abruptamente, diga-se de passagem, e não como vem ocorrendo agora.

    E por que não tratar do problema Petrobás, que realmente não nasceu agora, mas lá atrás, passando, inclusive por FHC, como bem sabemos. Vamos ver se quando vier o julgamento no STF nós teremos a omissão dos ministros quanto aos fatos passados, focando todo o mal no PT como se deu no outro julgamento. Minha esperança é que seja tudo diferente.

  20.  
    O autor tenta atribuir as

     

    O autor tenta atribuir as crises como decorrencia de problemas internos do Brasil o que é uma grande mentira.

    O Brasil foi seriamente afetado pelas quebras do México, dos Tigres Asiáticos, da Argentina e da Russia e dá para ver a coincidência de datas dessas quebras com os acordos com o FMI. Na época o capital internacional era muito volátil, e tinham um porto seguro, títulos dos EUA que pagavam juros positivos à época.

    Boa parte do aumento dos juros internos eram justamente para reestabelecer o fluxo do capital externo que na época era muito volátil.

    O autor também não levou em consideração que o governo federal federalizou as dívidas dos Estados quebrados, e que estes passaram a dever para o governo. Só colocam na balança a dívida federal.

    Quanto ao desemprego, esse atingia o mundo todo porque justamente os anos 90 foram os anos em que a automação das fábricas e o uso dos computadores pelas empresas se acentuou

    Análise meia-boca e enviesada.

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