O neoliberalismo europeu: 25 milhões de crianças na pobreza

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Pedinte grega com criança em rua central de Atenas
 
Enviado por C.Poivre
 
40 anos de neoliberalismo deixa um legado de pobreza e sofrimento na Europa. Golpistas querem o mesmo para o Brasil com a PEC 55/241:
 
Do Vermelho
 
 
Cerca de 25,2 milhões de crianças e adolescentes (26,9%), estavam em risco de pobreza ou exclusão social, nos 28 países da União Europeia, percentagem que é superior nos países do Sul afetados pela crise, onde a pobreza e exclusão ameaçam uma em cada três crianças
 
A estes juntam-se 4,6 milhões de jovens entre os 15 e os 24 anos (20,4%) que se encontravam sem emprego, segundo dados do relatório divulgado, dia 14, pela Fundação Bertelsmann, relativos a 2015.
 
Nos países do sul o desemprego jovem é praticamente mais do dobro da média europeia, com a Grécia a apresentar os índices mais elevados (49,8%), seguindo-se a Espanha (48,3%) e a Itália (40,3%).
 
“As crianças e jovens beneficiam muito pouco da recuperação econômica”, afirmam os autores do índice de justiça social que, desde 2008, mede as oportunidades nos 28 estados-membros.
 
O estudo revela ainda que cerca de 17,3% dos jovens da UE entre os 20 e os 24 anos não estudavam nem trabalhavam. Estas percentagens disparam em Itália (31,1%), Grécia (26,1%) e Espanha (22,2%).
 
“Estes jovens vivem totalmente fora do sistema laboral e educativo e, em consequência, têm poucas oportunidades de ascensão social”, alerta o relatório.
 
A fundação alemã destaca também o aprofundamento do fosso intergeracional. Enquanto a pobreza se agravou nas camadas jovens, entre a população mais idosa, acima dos 65 anos, este índice desceu de 24,4%, em 2007, para 17,4%, em 2015.
 
“A crescente falta de perspectivas de muitos jovens dá espaço aos movimentos populistas em crescimento. Não podemos correr o risco de a juventude ficar decepcionada e frustrada com a sociedade”, alertou o presidente da fundação, Aart De Geus.
 
De resto, um em cada quatro cidadãos da UE (118 milhões de pessoas ou 23,7%) continuava em risco de pobreza ou exclusão social em 2015.
 
A manutenção de elevados níveis de pobreza é em parte explicada pelo aumento de “trabalhadores pobres”, ou seja, pessoas que estão em risco de pobreza apesar de terem um trabalho remunerado a tempo inteiro.
 
Segundo o estudo, a percentagem destes trabalhadores aumentou em 2015 para 7,8%. De acordo com os autores do estudo, este fenômeno resulta de um cada vez maior sector de salários baixos e de formas “atípicas de emprego”.
 
O aumento de “trabalhadores pobres” é preocupante, destaca o estudo, considerando que “um trabalho a tempo inteiro não só deve assegurar o salário, como também o sustento”.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

9 Comentários

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  1. E quando não existia o

    E quando não existia o neolibarismo, todo mundo era rico ?

    Pouco importa a nomenclatura que se fale.E nem ideologia governamental.

    Pobre e rico existem desde sempre.

    Nem o comunismo conseguiu igualar todos.—aliás, foi o contrário e por isso acabou.

    É impossível !

  2. O neoliberalismo nunca

    O neoliberalismo nunca funcionou em países pouco desenvolvidos, já que nesses países os grandes empresários têm a faca e o queijo na mão. Elegem políticos através do financiamento de suas campanhas, que apresentam e aprovam a legislação e as medidas políticas de interesse dessas empresas, corrompem não só os políticos mas integrantes em todos os níveis dos órgãos de fiscalização e controle e no Brasil, para acabar de vez com as chances do povo, têm a cumplicidade de uma mídia oligopolizada cujos proprietários são bilionários criminosos e mal carácteres, que fazem lavagem cerebral na população, para transformá-los em massa de manobra para defesa de seus interesses. Para completar o serviço, ainda promovem o fascismo e propagam o ódio contra aqueles que tentam desmascará-los. Ao invés desse tipo de neoliberalismo ser corrigido, ele está sendo assimilado pelos neoliberais dos países desenvolvidos. O poder corrompe e o neoliberalismo está se autodestruindo pela ganância dos poderosos.  

  3. A Gestão dos Ciclos Econômicos

    No final da 2° Guerra Mundial, a maior preocupação do administrador público Americano era com uma possível volta dos aspectos mais dramáticos da Crise de 29, afinal 5 milhões de soldados retornavam para casa e o maior problema seria o desemprego.

    Estudos econômicos minuciosos mostraram que a principal causa da Crise de 29 tinham sido as apostas excessivamente altas feitas ao longo dos “loucos anos” da década de 1920.

    A teoria dos ciclos econômicos, formada a partir de então, tem como premissa mais básica que os ciclos vão para baixo na mesma intensidade com que as apostas o levam para cima.

    Desse modo, a economia dos EUA foi administrada, desde 1945 até o surgimento desse besteirol neoliberal, levando-se em conta a gestão de ciclos econômicos suaves baseado em: 5 % de inflação, 5% de juros, 5% de déficit fiscal e 5 % de desemprego para se tentar manter o crescimento em 5% (regra de Philips).

    Assim foi feito, 5 anos de crescimento para de 1,5 a 2 anos de ciclo econômico para baixo, com o desemprego atingindo picos de 10% nos primeiros 6 meses para logo em seguida estabilizar-se no tradicionais 5 %.

    Esse foi o mais longo período de prosperidade em toda história econômica mundial e propiciou a ascensão de um poderoso mercado Americano de consumo e bem-estar social de mais de 300 milhões de pessoas com Pib per capita de mais de   US$50.000 ao ano.

    O advento do neoliberalismo espalhou a pobreza ao longo da mais industrializada e rica área dos EUA (rusty belt) sem colocar uma alternativa convincente no lugar.  Vejam o que restou de Detroit!

  4. A Gestão dos Ciclos Econômicos

    No final da 2° Guerra Mundial, a maior preocupação do administrador público Americano era com uma possível volta dos aspectos mais dramáticos da Crise de 29, afinal 5 milhões de soldados retornavam para casa e o maior problema seria o desemprego.

    Estudos econômicos minuciosos mostraram que a principal causa da Crise de 29 tinham sido as apostas excessivamente altas feitas ao longo dos “loucos anos” da década de 1920.

    A teoria dos ciclos econômicos, formada a partir de então, tem como premissa mais básica que os ciclos vão para baixo na mesma intensidade com que as apostas o levam para cima.

    Desse modo, a economia dos EUA foi administrada, desde 1945 até o surgimento desse besteirol neoliberal, levando-se em conta a gestão de ciclos econômicos suaves baseado em: 5 % de inflação, 5% de juros, 5% de déficit fiscal e 5 % de desemprego para se tentar manter o crescimento em 5% (regra de Philips).

    Assim foi feito, 5 anos de crescimento para de 1,5 a 2 anos de ciclo econômico para baixo, com o desemprego atingindo picos de 10% nos primeiros 6 meses para logo em seguida estabilizar-se no tradicionais 5 %.

    Esse foi o mais longo período de prosperidade em toda história econômica mundial e propiciou a ascensão de um poderoso mercado Americano de consumo e bem-estar social de mais de 300 milhões de pessoas com Pib per capita de mais de   US$50.000 ao ano.

    O advento do neoliberalismo espalhou a pobreza ao longo da mais industrializada e rica área dos EUA (rusty belt) sem colocar uma alternativa convincente no lugar.  Vejam o que restou de Detroit!

  5. A Gestão dos Ciclos Econômicos

    No final da 2° Guerra Mundial, a maior preocupação do administrador público Americano era com uma possível volta dos aspectos mais dramáticos da Crise de 29, afinal 5 milhões de soldados retornavam para casa e o maior problema seria o desemprego.

    Estudos econômicos minuciosos mostraram que a principal causa da Crise de 29 tinham sido as apostas excessivamente altas feitas ao longo dos “loucos anos” da década de 1920.

    A teoria dos ciclos econômicos, formada a partir de então, tem como premissa mais básica que os ciclos vão para baixo na mesma intensidade com que as apostas o levam para cima.

    Desse modo, a economia dos EUA foi administrada, desde 1945 até o surgimento desse besteirol neoliberal, levando-se em conta a gestão de ciclos econômicos suaves baseado em: 5 % de inflação, 5% de juros, 5% de déficit fiscal e 5 % de desemprego para se tentar manter o crescimento em 5% (regra de Philips).

    Assim foi feito, 5 anos de crescimento para de 1,5 a 2 anos de ciclo econômico para baixo, com o desemprego atingindo picos de 10% nos primeiros 6 meses para logo em seguida estabilizar-se no tradicionais 5 %.

    Esse foi o mais longo período de prosperidade em toda história econômica mundial e propiciou a ascensão de um poderoso mercado Americano de consumo e bem-estar social de mais de 300 milhões de pessoas com Pib per capita de mais de   US$50.000 ao ano.

    O advento do neoliberalismo espalhou a pobreza ao longo da mais industrializada e rica área dos EUA (rusty belt) sem colocar uma alternativa convincente no lugar.  Vejam o que restou de Detroit!

  6. dado alarmante

    “A fundação alemã destaca também o aprofundamento do fosso intergeracional. Enquanto a pobreza se agravou nas camadas jovens, entre a população mais idosa, acima dos 65 anos, este índice desceu de 24,4%, em 2007, para 17,4%, em 2015.”

     

    Este dado se sustenta pela “necessidade” cada vez maior de aumentar a idade minima de aposentadoria, necessidade dos “idosos” terem que postergar cada vez mais a aposentadoria para poder manter a qualidade da vida.

    Tiro no pé, com 60 anos trabalhamos e nossos “filhos” com 30 … 40 anos   desempregados em casa. Muito estranho.

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