O papel das nações ocidentais na manutenção do Estado Islâmico

Enviado por jns

Os EUA canalizaram ajuda militar para a Al-Qaeda e outras forças rebeldes do Exército Sírio Livre (FSA).

O vídeo registra o papel desempenhado pelas nações ocidentais na criação e na manutenção do ISIS no campo de batalha sírio.

Vídeo Eretz Zen

Esta é a mais clara evidência que um homem chave do Estados Unidos na Síria cooperou com o ISIL e a Jabhat al Nusra.

Um dos homens-chave dos EUA na Síria, o Coronel do “Exército Sírio Livre” (FSA), Abdel Jabbar al-Okaidi, que operava principalmente na área da Grande Aleppo, confirma a sua comunicação diária e a estreita colaboração com os extremistas jihadistas do “Estado Islâmico no Iraque e do Levante” (ISIL) e o ramo oficial da Al-Qaeda na Síria, a Jabhat al-Nusra. 

Ele se refere aos combatentes  do ISIL e da AL-Nusra como irmãos. Em um vídeo gravado após a captura por rebelde da base aérea militar de Menagh, al-Okaidi apareceu ao lado de Abu Jandal, um jihadista egípcio do ISIL, agradecendo-lhe e ao seu grupo por suas contribuições. 

O vídeo, documenta a visita do (agora ex) embaixador norte-americano Robert Ford ao comandante do Exército Sírio Livre (FSA), o Coronel Abdel Jabbar al-Okaidi no norte da Síria. O mesmo Col. Okaidi comemora com Abu Jandal Emir, um comandante bem conhecido do ISIS,  após a realização de uma operação conjunta bem sucedida contra as forças do Exército Sírio em Menagh Airbase no início de agosto de 2013. A identidade de Abu Jandal Emir pode ser estabelecida na entrevista que ele fez com a Al-Jazeera (em árabe), imediatamente após a captura da base aérea.

O vídeo do Eretz Zen, mostra trecho da entrevista do “homem-chave dos EUA”, Okaidi, revelando que a assistência dos EUA fluiu e também elogia o ISIS e a Al-Qaeda como “irmãos da FSA”. 

O vídeo mostra ainda Okaidi declarando, orgulhosamente, que a al-Nusra (Al-Qaeda na Síria) tornou-se dez por cento dos combatentes da FSA.

Na verdade, o “Exército Sírio Livre” era, desde o princípio, uma “marca” criada por governos ocidentais e do Golfo

Homens como Okaidi foram apresentados ao mundo como “o rosto da oposição síria”, mas na realidade serviu como condutor do apoio encoberto para as forças de combate mais eficazes como o ISIS e a al-Nusra.

Durante o verão de 2013 o ISIS ainda estava operando sob o radar e, portanto, não era bem conhecido do público ocidental, quando a captura de Menagh foi amplamente comemorada pela classe política americana. 

Olhando para trás, os relatórios do mainstream sobre os rebeldes admitem a existência do ISIS, como fez o Wall Street Journal :

“Os estrangeiros que lutam no ramo da Al Qaeda no Iraque chamado Estado Islâmico do Iraque e al-Sham, ou ISIS, lideraram a captura da base aérea de Minigh ao norte de Aleppo nesta terça-feira, de acordo com ativistas locais e alguns comandantes rebeldes. A apreensão oferece aos rebeldes da Síria uma vitória estratégica após oito meses de avanços falhos. “

Embora a campanha da conquista de Menagh fosse uma vitória atribuída ao FSA, foi o ISIS que liderou o ataque com os atentados suicidas iniciais que pertiram a entrada rebelde na base aérea.

No EA Worldview, um site analítico do Médio Oriente operado pela Universidade de Birmingham do Reino Unido, o professor Scott Lucas também confirmou e fez uma análise das imagens do vídeo bruto em um artigo, “Quais Insurgentes Capturaram Menagh Airbase”, escrito logo após a rendição:

“O maior indício a respeito de sua relação com o Exército Livre da Síria pode estar neste vídeo, postado na segunda-feira imediatamente após a queda de Menagh. Nele, o chefe do Conselho Militar do FSA em Aleppo, Abdul Jabbar al-Oqaidi, faz uma declaração à imprensa elogiando os seus combatentes pela tomada da base. De pé ao lado dele está ISIS Emir Abu Jandal, a quem al-Oqaidi convida para dar uma declaração.

A filmagem indica que não só existem ligações entre o combatentes do ISIS e o FSA, mas que havia um alto nível de coordenação e colaboração na operação para sitiar e tomar a base aérea.”

Deve ser lembrado, como o vídeo de forma tão clara documenta, que o embaixador dos EUA para a Síria, Robert Ford, foi o mais alto funcionário do Departamento de Estado que deu apoio público e material a comandantes como Okaidi e seus combatentes do ISIS e Nusra.

Mais recentemente, documentos da base no Reino Unido da “Conflict Armament Research”  provaram que armas norte-americanas foram recuperadas do ISIS por grupos curdos que operam no Iraque. 

O The Washington Post relatou em 09/07/2014:

“As armas mais poderosas documentadas foram os dois lançadores de foguetes anti-tanques jugoslavos de 90 milímetros, conhecidos como ‘Osas’, que se assemelham a foguetes transferidos para moderar os rebeldes sírios, segundo as informações recebidas pela Arábia Saudita no ano passado.”

No entanto, o Washington Post deixou de lembrar a seus leitores que as armas foram fornecidas através de um programa da CIA, que não resultou em armar os chamados “moderados”, mas em armar, como as fotografias dos primeiros beneficiários do programa revelam, o ISIS e outros grupos terroristas.

Fontes: Telegraph, Orient News, Souria al-Shaab

Mais informações:

http://conflictarm.com/wp-content/uploads/2014/09/Dispatch_IS_Iraq_Syria…

http://en.wikipedia.org/wiki/National_Coalition_for_Syrian_Revolutionary…

Redação

4 Comentários

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  1. Onde o Império põe a
    Onde o Império põe a mão…
    Berço, Abrigo e Alimento para o Fundamentalismo no mundo. Destruidor, se esfrega nos despojos, no sangue, na guerra civil. É o “ceifador” ; sem poesia, sem filtro.

    Belo post.

  2. Intervenção Imperialista

    Parabéns, Nassif, por mostrar a verdade.

    O que ocorre na Síria não é uma guerra civil, mas sim uma intervenção imperialista em que jihadistas de mais de noventa países, inundados com armas, veículos, dinheiro e logística do ocidente, levam o pandemônio à região.

    Dói ver que pessoas esclarecidas e partidos (ex.: PSTU) compram a versão da grande imprensa de que esses “rebeldes” lutam por liberdade e democracia contra o “ditador malvado”.

  3. Império facista

    Os EUA só combatem os terroristas DAESH verbalmente. Vale tudo para derrubar o presidente sírio Al Assad.

    Congratulaçóes Sr. Nassif pela coragem de mostrar a verdade na era da hipocrisia.

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