O professor ladrão e a Revolução Francesa, por Urariano Mota

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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A Copa do Mundo é o assunto fundamental este mês. Mas a vida continua, dentro e fora dos estádios de futebol. Daí que é necessário falar do que não gostaríamos, mas é imperioso falar. Parece mesmo que não temos um minuto só de trégua, de paz, ainda que falsa. É o caso desta notícia, esta semana, que copio e passo a comentar agora.

“Acusado de assalto, professor de História é obrigado a dar aula para provar inocência

Espancado por moradores, André Luiz Ribeiro precisou dar aula sobre Revolução Francesa e ainda foi preso por dois dias

Confundido com um ladrão….”

Primeira pausa. Se fosse um ladrão estaria certo sofrer o que o professor sofreu?

Mas continuando:

“…Um professor de História foi espancado por moradores da periferia de São Paulo e só conseguiu se livrar do linchamento quando, segundo ele, foi obrigado a dar uma aula sobre Revolução Francesa. Mesmo assim, André Luiz Ribeiro, 27 anos, foi levado para a delegacia, onde ficou por dois dias, já que o dono do bar assaltado confirmou em depoimento que ele seria o ladrão.

O professor contou que quando foi socorrido por Corpo de Bombeiros, teve de ‘dar uma aula’ sobre a Revolução Francesa para provar sua inocência. Os bombeiros declararam que ‘informações são improcedentes’ e que não houve ‘desrespeito ou deboche’. André conta que estava correndo na última quarta-feira, no bairro Balneário São José, em São Paulo, quando um bar foi assaltado.

— Eu corro dez quilômetros todos os dias, estava de fone de ouvido, sem identificação porque moro por perto, e fui confundido com um dos três assaltantes. O dono do bar e o filho dele me acorrentaram. Umas 20 pessoas me cercaram e começaram a me bater. Acorrentaram meus braços e pernas e me colocaram de barriga para baixo na rua — conta o professor.

Segundo ele, um dos bombeiros que o socorreu teria dito: ‘Se você é professor de História, então dá uma aula sobre Revolução Francesa’.”

Outra pausa: notem que já houve, seguramente, deboche e abuso. O bombeiro pensou em pedir o impossível, pensou em se divertir com o homem espancado, ou seja, em livre leituras do seu ato: se você é professor, ô ladrão, dê uma aula de história, e sobre a Revolução Francesa. Quero ver. Vamos.
Mas para desgraça da piada, o homem ferido era mesmo professor.

Continuando:

“— Falei que a França era o local onde o antigo regime manifestava maior força, e que a burguesia comandou uma revolta junto com as causas populares, e que havia fases da revolução”.

Mas que poder de síntese, meus amigos. Que lucidez impressionante no fundo da dor. Quantos de nós conseguiríamos ter esta luz no meio da mais funda selva, quando tudo parecia perdido?

Continuando, falou o mestre humilhado:

“Falei por uns três minutos e perguntei se já estava bom.

O professor de história também diz que foram os bombeiros que salvaram sua vida, pois enquanto ele dava a aula para provar que era professor, ouviu o proprietário do bar dizer que ia buscar um facão. Em seguida, a Polícia Militar chegou no local, o levou para o pronto-socorro da região. Depois, foi encaminhado à delegacia, onde ficou preso até sexta-feira.

— O proprietário do bar assaltado, Djalma dos Santos, 70 anos, negou que tenha espancado o professor. Questionado se tinha certeza de que Ribeiro era um dos assaltantes, ele não confirmou.

— A população que acorrentou, que bateu, eu não fiz nada. O que eu tinha que falar já falei na delegacia. Não adianta nada ficar perguntando, não vou retirar o que disse. Eu gritei que era ladrão e a população da rua foi atrás dele. Se ele não devia nada, vai dar uma mancada dessas de estar correndo no meio dos bandidos na hora do assalto? — afirmou o proprietário do bar”.

Quanto cinismo do dono do bar. Ele não bateu, apenas atirou um homem às feras. “Podem matar”, foi a sua atitude.

Continuando a notícia do crime:

“A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o delegado André Antiqueira, titular do 101º DP, ‘se coloca à disposição para ouvir em depoimento quem tenha novas informações para acrescentar à investigação’, já que os criminosos que participaram do crime ainda não foram presos.

— O professor foi preso em flagrante em cumprimento do artigo 302 do Código Penal, já que a vítima o reconheceu como um dos participantes do roubo ao estabelecimento comercial em duas oportunidades. A Justiça concedeu liberdade provisória ao acusado — diz nota da SSP”.

Para mim, o gênio de Kafka não escreveria melhor que essa resposta burocrática do delegado de polícia.  Um inocente foi enquadrado no artigo 302 do código penal, e a justiça concedeu liberdade provisória ao inocente criminoso enquadrado. Para a polícia, o problema legal está resolvido, pelo visto. Mas a justiça humana é outra história, não entra no boletim de ocorrência. Voltemos ao mestre de história:

“Só depois de explicar sobre a ascensão da burguesia é que o levaram ao hospital, diz.

‘Foi algo surreal. Só acreditamos quando chega próximo de nós. Aí você vê que é muito real mesmo, esse ódio das pessoas. Essa brutalidade do ser humano.’

Eu estou bem melhor, mas a ferida na alma, a inocência, está perdida.”

E agora, merece destaque o depoimento corrido do mestre de história quase morto:

“Quando vi, as pessoas olhavam na minha direção, provavelmente porque foi a direção que os ladrões tomaram. Eu estava indo no sentido contrário. Com fone de ouvido. Nem achei que tinha acontecido um roubo. Nem sabia que era comigo.

Até onde eu lembro, eu ouvia Lion Man, do Criolo. Sou fã, gosto para caramba. O show dele já fui, é louco. Pelo fato de ele retratar as favelas, a realidade aqui. Também eu ouvi Facção Central, de rap, que tem uma causa social muito forte em pauta.

Aí eu vi as pessoas se afastando bruscamente. Foi quando eu vi um Fusca vermelho para me atropelar, vindo com muita velocidade. Pararam quase em cima de mim. Aí desceram do carro o dono do bar e o filho. E começaram a me bater.

Eu falava em todo momento que eu era inocente, que era professor. Eu não tinha documento nenhum porque estava correndo, todo mundo me conhece ali perto. Mas já me bateram, me jogaram no chão.

Os dois começaram. Só que veio a multidão. Foi de 15 a 30 pessoas que me bateram. Nem me perguntaram, nem olharam para os meus bolsos para ver se eu tinha alguma coisa. Eu não ia fugir, já pus as mãos para cima quando se aproximaram, mas tomei um soco na cara.

Ainda estava no chão, mas eles não acreditavam em mim. Eu disse que era professor, que estava ali por acaso. Aí um dos bombeiros falou para dar uma aula sobre Revolução Francesa. Foi o que me salvou.

Eu estava arregaçado, mas consciente. O raciocínio fica difícil, porque você fica em choque. Eu falei da ascensão burguesa ao primeiro escalão, que tinha poder econômico, mas não poder político, e de como a revolução mudou a forma como vivemos hoje.

Achei mesmo muito irônico esse ter sido o tema que ele perguntou, ali, naquele momento. Liberdade, igualdade, fraternidade. Falei sobre a queda da Bastilha. É um assunto que eu dou para 7ª série. Estava fresco na minha cabeça. Mas, mesmo assim, eu leio muito. Eu tenho conhecimento mínimo acerca da História.

Foi algo surreal. Só acreditamos quando chega próximo de nós. Aí você vê que é muito real mesmo, esse ódio das pessoas. Essa brutalidade do ser humano.

Nunca imaginei que eu ia ser preso um dia. Mas hoje eu tenho ferramenta para falar para os meus alunos”.

É uma notícia, ao mesmo tempo, triste, que comove, e revoltante. Dependendo do ângulo sob o qual a gente olha, pode dizer que é uma vitória do conhecimento sobre a barbárie (o professor, acorrentado, quase morto, deu uma aula que o salvou), ou pode ser dito também que é uma vitória parcial da barbárie sobre o conhecimento, porque espancou e quis matar um homem por aparências frágeis, sem consistência, de franca e bárbara injustiça.

Lembro do programa do rádio Violência Zero, na Tamandaré do Recife, onde eu, Marco Albertim e Rui Sarinho, trabalhamos, da reportagem à apresentação.   

O Violência Zero era um programa de direitos humanos. Nele, travamos com travo esse conhecimento dos bárbaros que clamam vingança, matando. No estúdio da Rádio Tamandaré, no fim dos anos 80, sentíamos a disputa de ideias na sociedade do Recife entre punir sem medida e o direito à justiça. Mas não com essa força de agora, dos últimos meses. Na época, ainda que sem método científico, pelos telefonemas dos ouvintes, notávamos que a divisão entre os mais bárbaros e civilizados era quase meio a meio. O que houve agora para esse assalto de vingança?

Vocês me perdoem eu não ter feito um comentário à altura desse crime. Eu ainda estou processando. Mas bem mereciam processos penais os comunicadores da televisão como a fascista Sheherazade do SBT. Para lembrar o que está na Wikipédia sobre ela:

“Em 4 de fevereiro de 2014, Rachel comentou a ação de um grupo de pessoas que espancou um assaltante adolescente e o prendeu pelo pescoço a um poste com uma tranca de bicicleta, dizendo que aconteceu foi uma ‘legítima defesa coletiva’ contra a violência urbana. No comentário, a jornalista classificou o caso como resultado da “desmoralização da polícia” e da “omissão do Estado”, além de dizer era ‘compreensível’ que o ‘cidadão de bem’ reagisse dessa maneira. Ela chamou o adolescente agredido de ‘marginal’ e pediu, em tom irônico, aos grupos em defesa de direitos humanos que estavam com ‘pena’ do jovem que ‘adotassem o bandido’”.

Essa comunicadora e seus semelhantes deveriam estar presos numa rigorosa solitária, onde se ouvisse a voz do professor André Luiz Ribeiro falando sobre a Revolução Francesa. Pelas paredes ouviriam da cabeça torturada do mestre uma aula de civilização contra As mil e uma barbáries.

***

O texto foi usado para o comentário de Urariano Mota, na Rádio Vermelho, desta sexta-feira. Ouça aqui.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

17 Comentários

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  1. Nassif
    Graças aos Senhores,

    Nassif

    Graças aos Senhores, Datenas, Rezendes e Sherazade, é o que temos hoje….Barbáries, como esta ….cadê a TV pra mostrar isto, recontar isto….esconde, pois são os responsáveis pela excitação geral….

    1. “Graças aos Senhores,

      “Graças aos Senhores, Datenas, Rezendes e Sherazade, é o que temos hoje….Barbáries, como esta “

      Eu que pensava que era por causa do alto indice de violência do país.

      Então aqora sabemos que a violência do país e a reação desesperada da população é causada pelos Datenas, Rezendes e Sherazade.

      Faz todo sentido.

       

       

      1. Censura
        Pegando carona no seu comentário…

        Se a proibição dos programas policiais reduzir a violência para níveis europeus, pode colocar meu nome no abaixo-assinado.

        Se a proibição do noticiário econômico aumentar o PIB em três pontos de acordo com a promessa do Mantega, apoio incondicionalmente.

        Existem diversas técnicas sociais e econômicas para promover a redução da violência e o crescimento, respetivamente. Mas o Brasil deve ser o único país a adotar o “pensamento positivo”.

        P.S.: vivo no Canadá e garanto que aqui temos nossos Datenas. O que não muda o fato de que a violência nas grandes metrópoles seja marginal…

  2. Violência Zero

    Urariano, obrigada por divulgar essa notícia. Eu queria que fosse essa a manchete principal de hoje, e não a fratura na vértebra de nosso atacante. Sou professora também, e por isso fiquei muito comovida com a história. Onde está o seu Violência Zero? Precisamos dele mais do que nunca. Tá, na verdade precisamos de mais milhares de professores como André Luiz antes. Abraços

     

  3. Acho que o título não deveria

    Acho que o título não deveria usar a expressão ” professor ladrão”, mas Professor acusado de roubo…

  4. É o artigo 302 do CPP e não…

    É o artigo 302 do CPP e não do CP, mas, o que mais importa qual é a autuação dos já identificados, Dono do bar e filho, que deveria ser  no mínimo tentativa de homícidio. Já que o depoimento do dono bar (segundo a reportagem) não tem o mínimo de remorso.

  5. A camisa que ele usa na foto

    A camisa que ele usa na foto é perfeita.

    Agora ele deveria “aplicar um teste” em todos que fizeram essa covardia com ele, sobretudo o bombeiro metido a salomão.

    1. TÍTULO É ACINTOSO

      Concordo plenamente que o título colocado no texto é muitíssimo inadequado e constitui um acintoso desrespeito ao cidadão professor, já tão massacrado pela estupidez dos criminosos linchadores. Espera-se que o título seja logo substituído, com uma clara autocrítica dos responsáveis pelo lamentável erro contido na infeliz e absurda escolha do título. O site merece aplausos por divulgar o conteúdo do texto, que explicita de forma coerente e contundente os aspectos deploráveis da violência cometida contra o cidadão. Mas o título colocado no texto carece de reparo urgente, para evitar a continuação da injustiça, pois a violência psicológica é também prática inaceitável equiparada à barbárie.

      1. Também concordo!

        O título tem que ser mudado, se não vai ficar igula algumas reportagens da veja que jogam no título um absurdo. Lógico que o restante do texto explica, mas, mudar o título seria bem melhor.

        ” O professor inocente”  ou “O professor injustiçado” seria bem melhor.

  6. Professor André Luiz Ribeiro

    Professor André Luiz Ribeiro minha solidariedade neste momento, em que vêmos uma sociedade extremamente infuenciada pelas redes sociais que pregam o falso moralismo, a vingança, o linchamento, a ideia de justiçamento, como foi no caso de Fabiane Maria de Jesus( linchada no Guarujá) deixa-nos atônitos, perplexos. A ideia de fazer (IN) “justiça” com as próprias mãos recebe muitas vezes reforços de pessoas que em nome de corporações ou instituições aumentam as tensões. Só em ler este depoimento fiquei mal, angustianda, pensando no quanto sofrestes. Mas aliviada pois estais a contar a história vivida, quantos não puderam relatar como a Fabiane maria de Jesus. Que isto tudo nos mostre que inúmeras revoluções sociais precisam cotidianamente serem refeitas. “Rico correndo é cooper, pobre correndo é assaltante”. Muitíssimo emblemático a frase que colocastes na camiseta.

  7. Enquanto a lei não for mudada

    Enquanto a lei não for mudada e responsabilizar civilmente as pessoas pelos danos causados, tirando=lhes o patrimônio, não se avança na direção correta. Pessoas que de qualquer forma pratiquem esse tipo de justiçamento deveriam perder tudo que têm e entir na pele o que é injustiça. A justiça nesses casos deveria ser rápida e não ficar limitada à capacidade econômica das pessoas, mas tirar-lhes o patrimônio. Em caso de nada disporem, cadeia. Este seria o melhor remédio.

  8. Por quê os criminosos

    Por quê os criminosos roubam,matam sao presos, voltam a roubar e voltam a matar?Por quê os cidadaos se tornam linchadores?

    A resposta é a mesma para os dois exemplos.

     

    Impunidade.

     

    Eles cometem os crimes por que tem certeza da impunidade e a populaçao se torna linchadora porque tem certeza da impunidade dos criminosos. Linchados, nao cometerao mais crimes.  Precisa desenhar?

    Se o cidadao tivesse a certeza da puniçao o estado -através de seus meios- seria acionado.  Sabendo que se fizesse “justiça” com as próprias maos, caíria em sí a puniçao justa e merecida, portanto, nao tomaria tal atitude.

    Puniçao justa, que dá em Chico, daría em Francisco.

     

    Os verdadeiros responsáveis por toda a insegurança deste país , sao agora -boa parte deles- candidatos a cargos públicos (Dilma, Aécio, Aloysio,Anastasia,Renan,etc..)e vao usar a insegurança como isca pra ganhar o voto deste cidadao ao que estao transformando em sereshumanos irracionais.

     

    1. Código de Hamurabi – olho por olho…

      Código de Hamurabi – olho por olho e dente por dente, é isso que você defende, e neste caso os linchadores seriam linchados, já que lincharam alguém inocente, e quando o Estado condenar alguém inocente, quem vai pagar???

  9. LAMENTÁVEL TÍTULO ACINTOSO

    O título colocado no texto é muitíssimo inadequado e constitui um acintoso desrespeito ao cidadão professor, já tão massacrado pela estupidez dos criminosos linchadores. Espera-se que o título seja logo substituído, com uma clara autocrítica dos responsáveis pelo lamentável erro contido na infeliz e absurda escolha do título. O site merece aplausos por divulgar o conteúdo do texto, que explicita de forma coerente e contundente os aspectos deploráveis da violência cometida contra o cidadão. Mas o título colocado no texto carece de reparo urgente, para evitar a continuação da injustiça, pois a violência psicológica é também prática inaceitável equiparada à barbárie. Considero lamentável que o título acintoso não tenha sido alterado ainda, e creio que o site corre risco sério de acionamento judicial indenizatório.

  10. Aqui no Rio de Janeiro,

    Aqui no Rio de Janeiro, Cidade MA-RA-VI-LHO-SA, quem bate em professor é a própria policia militar. Somos agredidos em nossos atos, quando vamos às ruas denunciar o Cem CAOS em que se encontra a EDUCAÇÃO PÚBLICA. Somos atingidos por balas de borracha, spray de pimenta… Temos os cabelos puxados, corpos arrastados pelas ruas como um “saco de lixo”, jogados em camburão como marginais… E, como se não bastassem todas essas atrocidades, o prefeito EDUARDO PAES CORTOU NOSSOS SALÁRIOS E AMEAÇA DEMITIR 61 PROFESSORES EM ESTÁGIO PROBATÓRIO, alegando que faltamos ao trabalho, quando, na verdade, estávamos em greve. Estamos sofrendo muito com os desmandos de ditador, que ignora as leis, apoiado pelo judiciário. Sequelas dessa ditadura: corte de plano de saúde de dependentes, contracheques zerados e/ou negativados, professores e funcionários acampados em frente à escola por não ter dinheiro para a passagem… Nossa situação é delicada e muito crítica. Para não cair no dito “passo errado”, a maior parte da imprensa cartelizada segue na sua negação ao fato, ou olhando para o outro lado, uma vez que o assunto não está no rol de suas prioridades. Até porque, embora nada simpática aos movimentos e demandas sociais, não quer correr o risco de criticar diretamente e ter de voltar atrás, como foi obrigado a fazer um certo comentarista de jornal de tv, muito constrangido, depois de atacar o início das manifestações de junho de 2013, no estilo “neocom” já conhecido. Por outro lado, não pode criticar tal ato prepotente  do poder público, ao  arrepio da lei, pois a mídia é cáften de muitas formas de “negociação” expressas nas tais verbas de publicidade: fortunas que abastecem grupos da mídia tradicional captadas nos âmbitos federal, estadual e municipal.

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