O PT e a autocrítica

Eis a tão querida “autocrítica”

Por Hydra

Um dos maiores componentes da crítica é a possibilidade de usarmos uma referência externa para analisarmos supostos erros. Aliás, esse é um elemento crucial, desde que haja legitimidade dessa referência externa, que se constrói por processos que escapam a esse texto rápido, mas que têm em Bordieu, por exemplo, boa explicação.

A “autocrítítica”, palavrinha da moda atual (como eram os processos revisionistas da esquerda pró-soviética e outras correntes na década de 60/70 do século XX) não possibilita tal expediente, porque ela vem contaminada por uma (auto) referência que compromete o julgamento de quem está vinculado aos erros na condição de agente, e logo, cede a tentação de justificá-los antes para depois aceitá-los e corrigi-los.

A (auto) crítica é, nesse sentido, sempre um dispositivo autoritário, a despeito da crença da esquerda-alice, ela mesma avessa a qualquer questionamento das suas certezas morais sobre ação política.

Um dos entraves da “autocrítica” é o vício teleológico, ou a síndrome do relógio quebrado, que “informa a hora certa duas vezes no dia”, ou algo como “viram, nós avisamos”.

Por imaginarmos que conhecemos o resultado e as causas, imaginamos, como erro (teleo)lógico, que os resultados sempre seriam os mesmos, diante das mesmas variáveis.

Esse é o mundo da esquerda-alice, que parece ter contaminado agora o PT.

Não se iludam com essa reunião do PT… é só o bom e velho jogo de posições e tendências retomando seu lugar (ainda bem) na vida do Partido, que mesmo destroçado, estuprado (e acusado por todos de ser o culpado pelo próprio estupro), ainda detém considerável capital político. 

Voltando ao PT e a (auto)crítica, eu acho que cabe antes perguntar:

1- O que nos envergonha, o alcance limitado do resultado das “reformas” no capitalismo barbárie que praticávamos até 2002, ou os meios utilizados para conseguir esses resultados, ainda que os consideremos modestos?

2- Existiam outros meios disponíveis com a correlação de forças que se apresentava? Era possível ir mais além?

3- Nosso país pode ser reformado ou restruturado sem um dissenso violento ou sem ruptura institucionais severas?

4- Os países que detêm a hegemonia mundial (eixo EUA-Europa) assistiriam nossos movimentos sem interferência ou intervenção?

5- Temos “cojones” para enfrentá-los?

6- Se os EUA abandonassem a política “da boa vizinhança” e resolvessem aplicar por aqui seus dispositivos militares, como fazem no Oriente Médio, para obter controle do Pré-Sal, o que seria de nós?

7- Até onde estamos dispostos a ir para tornar esse país o que queremos, e enfim, o que queremos?

O que se deve ter em vista, é que NENHUM, eu repito, NENHUM partido de esquerda, em nenhum lugar do planeta, avançará mais do que o pactuado em regras conservadoras para obter reformas significativas no modelo econômico e nas estruturas políticas de representação e estamentos normativos do Estado Capitalista.

E não sou eu que afirmo isso, é a História.

Não se muda com modelos de conservação em vigor. Ou melhor, não se muda até os limites de cada pacto consensuado entre as forças em litígio, e no caso do Brasil, esses limites sempre estiveram bem nítidos, é só olhar a cara da nossa sociedade machista, violenta, homofóbica, hipócrita, que ainda imagina, como alguns trouxas por aqui, que a polícia, por exemplo, é violenta apenas porque é integrada por sádicos.

Há consenso social transclassista para uso da violência dissimulada em desculpas como ” morreu porque tava envolvido com tráfico”, “também, vestida desse jeito, não queria ser abusada”, ou “prender quem bebe e dirige é um exagero”…

Então, outra pergunta:

Se somos um partido que joga de acordo com as regras, inclusive aquelas que agora os moralóides apontam como “imorais”, como alterar nossa concepção de Estado?

Vamos repetir ad nauseam, gostem ou não o gato e o coelho da esquerda-alice, o PT só chegou ao poder depois de “diluir-se” na platitude de alguns sensos comuns caríssimos ao mercado e a pauta da mídia: como controle da inflação, manutenção de contratos, liberdade de imprensa (leia-se nunca toquem nas concessões), austeridade fiscal e política monetária como eixo central da política econômica.

O texto acima é do tipo chuchu, a gente come (lê) porque stá aqui, mas não tem gosto de nada.

É claro que com Dilma ou sem Dilma o PT terá (SEMPRE) que avaliar e se reavaliar, aliás, é justamente isso que faltou até agora, mas sem expiações de culpa, porque:

– Fizemos o que podíamos, não acertamos em tudo, mas se não fôssem nós, as coisas estariam bem piores…E gostem ou não, a solução ou algum restinho de esperança ainda depende, quase que exclusivamente, se ainda temos paciência de apanhar, apanhar, apanhar de todos os lados, e resistir a mandar todos às favas…

Imaginem, por um exercício de elocubração que, diante de uma crise institucional, ou até mesmo caso de doença, Dilma já houvesse renunciado desde 2013?

Imaginem se écinho houvesse ganho em 2014? Ou pior, o traidor do Recife (que o diabo o tenha) e a joana d’arc da floresta (marina)?

Proponho um outro exercício de futurologia:

Lula ganha em 2018, base parlamentar igual ou menor, Congresso com espectro ainda mais sombrio e conservador, Donald Trump eleito e preço do petróleo em expansão…

E aí senhoras e senhores da esquerda carochinha, como diria Lênin, “O que Fazer”?

Redação

32 Comentários

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  1. Só a esquerda mesmo para

    Só a esquerda mesmo para nhenhenhe sociológico num momento como esse. Apesar de muitos possíveis erros do PT (aahh como é fácil comentar páreo corrido não!!) o golpe só aconteceu porque ficou claro para nossos contrincantes que o tempo deles acabava. O golpe não foi uma operação de mestre, foi obra do desespero (haja visto tudo que tiveram de lançar mão, implodir o próprio edifício em que habitavam tranquilamente). Sempre é possível fazer melhor, mas só não é possível lutar com uma gente assim tão pacífica, tão a procura de respostas. Que mais eles precisam fazer para nós reagirmos? Utilizarem tanques como num passado que acreditamos sepultado?

    Eles feriram de morte o PT (o partido como instituição) porque sabiam que essa era a melhor armar da esquerda jamais criou em nossa história. Eles sabiam o que faziam quando jogavam a classe média contra a esquerda, e não tiveram nenhum tipo de consideração moral ou política. Para eles era matar ou morrer. Eles optaram por matar, vamos optar por morrer?

  2. Esquerdinhas,peçam a direita

    Esquerdinhas,peçam a direita para fazer uma auto crítica e façam vocês pois muitos de vocês apoiaram a insanidade de junho de 2013 e não perceberam que o ataque vinha de fora,onde estão os Blacks Bloc,os anonymous e o MPL que tanto defenderam?Somos nós os PETISTAS,A VELHA GUARDA que estamos e iremos a luta de  armas nas mãos após a consumação do golpe e respondam qual jornalista de esquerda teve a coragem de chamar o POVO a reação.Seremos nós os loucos de amor por esse País que não temeremods a morte por não admitirmos golpe sem sangue e sem razão e vocês estarão aqui nos condenando e pedindo uma auto crítica.

    1. Nāo sou petista mas hoje sai

      Nāo sou petista mas hoje sai com meu carro sozinha, com um grande lenço vermelho com as iniciais PT e fiz a maior propaganda. Adorei. Vī que as pessoas nāo acreditavam no que estavam vendo. Só um pessoa chamou o PT de corrupto – um vendedor de bala quando parei num sinal. Outra forma de protesto que inventei – uso uma fita vermelha com um laço como um colar. As pessoas olham e sabem o que significa. Sou uma pessoa que, modéstia a parte, se veste com apuro, e a fita vermelha entra como bandeira. Cada um faz o que pode. Me aguardem que vem mais.

       

    2. Pensamento lógico, bom de ler e compartilhar

      Luiz Mattos1, tu és o cara! Tô adorando as tuas pauladas. Acabou o tempo da delicadeza (se é que algum dia existiu)! Às armas cidadãos! 

  3. Gostei do artigo. Não

    Gostei do artigo. Não concordo com tudo, mas com grande parte. Tentei tratar desse tema também dias atrás. De forma menos agressiva, creio.

    Aliás, com essa trilogia sobre a fratura das esquerdas e depois com o artigo sobre o bom-mocismo do PT no golpe consegui desagradar a todos. Apanhei de todo mundo.

    Já apanhava da direita, claro. Passei a apanhar depois tanto da esquerda pragmática “campo majoritário” quanto da “esquerda gonzaguinha” (adorei esse nome) – aquela que acredita na pureza da resposta das crianças.

    Acho que vou voltar a esse tema num próximo post em breve.

    *

    >> Hydra – concordando-se ou não com seus comentários, são sempre bem escritos e lógicos. Por que não se cadastra no GGN? Assim poderia ter um blog próprio. E seus comentários entrariam automaticamente. Alem de possibilitar contato dos demais leitores contigo e vice-versa.

    *

    >> Velha questão Vol. 3: a complicada relação PT x PSOL, por Romulus<<
     

     ROMULUS
     SEG, 15/08/2016 – 08:01
     ATUALIZADO EM 15/08/2016 – 12:07
     

    Velha questão: direita unida, esquerda estilhaçada. Vol. 3: a complicada relação PT x PSOL

    Por Romulus

    – A esquerda “pura”: “não fazer política” é também “fazer política”, ora.

    – Nicho nanico mas certo: o conforto do pequeno, mas seguro, quartinho na casa dos pais.

    – Minorias relevantes da sociedade a quem o “petismo” não apela: esquerda “pura”, anti-petistas e “centristas”.

    – Perspectivas temporais diferentes: (i) a “Guerra” e (ii) as “batalhas”. Ou seja, a luta de 10 mil anos entre proprietários e despossuídos; e a luta de cada geração em particular dentro desse conflito (eterno).

    – Da metáfora à realidade: PT, lesa ao Estado e fim do Estado do bem-estar.

    – Exemplos concretos: diferença entre exceções e avessos. As atuações de Jean Wyllys, Paulo Pimenta, Tarso & Luciana Genro.

    – Bônus (de peso): Delfim Netto, a cabeça por trás do fim do Estado social da Constituição de 88. Resisto e não usarei a expressão “gênio do mal” (bem… não usarei de novo, né?).

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  4. Eis o poder real…..E o
    Eis o poder real…..

    E o povo, nada?

    Democracia pras cucuias.

    Então, temos o golpe que merecemos.

    Faltou politização do povo?

    12 anos se faz uma geração.

    O pragmatismo poderia ser programático?

    As ações não podem ter sido corretas e desencadeado em golpe.

    Esta é a autocrítica.

  5. Kalil ou Joao Leite em BH

    Kalil ou Joao Leite em BH (vindos do futebol), Russomano em Sampa, Crivela no Rio. Com esse povo, desculpe, com esse povo, esqueçamos qualquer avanço. Que povo? Falo dos eleitores, ora. Se me fosse exigido dizer onde está o desvio, diria que na falta de uma política mais alem do controle remoto. Eu veria cinismo no Homer Bonner se assistisse TV mas o mesmo povo vê legitimidade. Assim caminhamos, para o inferno, para a puta que pariu!

  6. O maior erro do PT governo

    O maior erro do PT governo foi não ter feito a regulação da midia.

    Pelo erro, a mídia não perdoa, tirou-lhe do governo.

    Agora já era. Na próxima, se houver, aprenda governar.

    1. o maior…

      Neste texto o argumento foi perfeito. Seria a estruturação do Estado e não do pioder. Estudar a evolução de uma sociedade transformada por 2 décadas de incentivos sociais aplicados pelo governo do PT e dar as respostas exigdas por esta evolução. Mas o próprio criador desta condição não entendeu a criatura que ele criou. Katia Abreu não era inimiga, era parceira. Gerdau não era inimigo, era parceiro. Belluzzo e Delfim, também. Luiza Trajano foi amiga e leal. Assim como as pessoas que depois de beneficiadas por uma casa do Minha Casa Minha Vida, querem transporte e lazer. Querem empregos melhores e filhos em constante evolução profissional que a riqueza natural brasileira, como por exemplo do Pré-Sal, poderia comtemplar. Infelizmente entregaremos tudo isto ao passado recente e incompetente que já connhecemos. Tudo evolui. A sociedade evolui. A esquerda parou, ruiu e caiu.

  7. Concordo com a necessidade e

    Concordo com a necessidade e urgència de uma reflexão quanto aos rumos que o PT assumiu. Insisto porém que não podemos nos deter pela nostalgia do partido idealizado. O risco é de perdermos de vista que entre o idealizado e o realizado, o que se consolidou foi um projeto de país que está além do PT, e que hoje está ameaçado pelo Golpe. E não, não concordo que se possa atribuir ao PT o fato de que esse projeto esteja sob ataque. Dimensionar o afastamento da burocracia do partido de suas bases, dos movimentos sociais, se faz imperativo para articular a resistência à usurpação da soberania popular e ao projeto liberal que o governo interino está impondo. Será possível se considerarmos que todo um campo democrático se articulou em torno do PT e dos governos Lula e Dilma. Por isso, passam pelo PT e não se limitam a ele. Por isso a defesa inarredável do mandato de Dilma é urgente e imprescindível – para mantermos um mínimo de conquistas alcançadas e consolidarmos esse campo democrático. Para tal, se impõe a reforma poliítica. O que exige a permanência de Dilma.

  8. O PT e a autocrítica

    Muito bom este artigo.Não era possível um governo do PT fazer mais do que fez em termos econômicos,e administrativos. Mas era possível fazer mais no campo político, fortificar seus Núcleos, criar mais Núcleos, jamais abdicar do contato com o público como fez Lula, e reagir, A reação deveria ter vindo desde a primeira passeata em 2013.Estava claro que um bando de jovens sair a rua sem metas ou melhor contra tudo, contra educação, transporte,saúde, não era algo natural. em um governo que se dedicava as causas sociais. Algo muito estranho estava acontecendo e o governo o tratou como algo natural.

  9. Auto-crítica se faz quando se

    Auto-crítica se faz quando se perde eleição. Quando se é derrubado por um golpe se reage contra os agressores

    1. Mais ou menos. Ganhar uma

      Mais ou menos. Ganhar uma eleição, no Brasil, não é suficiente. Nunca foi. A cagada, na minha opinião, começou a ser construída com a lei de reeleição, em 1997; portanto não é uma culpa a ser debitada nas costas do PT. FHC, quando fez isso, estava pensando no curtíssimo prazo. Isso, em parte, é culpa do PSDB e do Congresso Nacional, que se vendeu na ocasião. Aí veio Lula, eleito e reeleito. Fez sucessora. Ela se reelegeu. Seriam dezesseis anos ininterruptamente no poder. O PT, dessa forma, começou a telegrafar para o sistema político que Lula voltaria em 2018. Ou seja: seriam vinte e quatro anos ininterruptos de PT no poder. Há alguma coisa ilegal nisso? Absolutamente não! Mas o que dizer disso em um país cuja democracia é tão jovem, cuja república sempre foi acometida de arroubos totalitários? Sério mesmo que o PT não pensou na hipótese de ser golpeado? Se não pensou, se confiou na sacralidade das urnas, nem merecia ter chegado lá. Ou melhor, até merecia, mas deveria ter acabado com a lei de reeleição. Como partido hegemônico, o PT deveria cuidar de sua hegemonia, adquirindo maior organicidade no Congresso Nacional. É sempre bom lembrar que o PTB, em 1964, tinha quase um terço da bancada da Câmara de Deputados, com alguns deputados a menos que o PSD de Tancredo e Kubistchek. Isso porque, nos anos subsequentes à morte de Vargas, o PTB se poupou de eleições presidenciais e focou nas eleições legislativas. O PT não poderia fazer isso depois da saída do Lula? Fazia uma campanha meia boca pra Dilma, mas tentando preencher os espaços do Congresso Nacional. Uma vez conquistada a hegemonia real do Congresso Nacional, poderia acabar com esse raio de reeleição, que é o que tira a estabilidade do sistema a longo prazo! Mais uma coisa: quando o golpe veio, em 1964, Jango tinha o primeiro e o terceiro exércitos, dois dos principais, senão os dois maiores. Não encarou a guerra civil porque não quis, a despeito da Operação Brother Sam, que também é fruto de uma “telegrafada” do Brizola, de 1961… Ou seja: o PTB tinha influência dentro do exército também. O PT não poderia tentar angariar maior influência, não dentro do exército, mas dentro da burocracia estatal, como fez o PTB? Mesmo que fosse arregar na hora H, não importa! Enfim, em um momento de relativa calmaria, nada comparado a 1964, o PT perdeu a chance de estender sua hegemonia ad eternum, com um subsequente golpe, o que não é, absolutamente, sua culpa, mas que pode deixar as esquerdas mais 38 anos fora do poder, sendo isso brutal para o povo brasileiro, pois a nossa direita é feudal.  É só o que eu acho. Desculpem meus devaneios.

      O Daniel Aarão Reis, comunista convicto, disse em uma palestra sobre os cinquenta anos do golpe, não sei se essa tese foi à frente, que a esquerda brasileira e a direita francesa tem algo em comum: ambas possuem uma cultura capitulacionista. Diante da derrota eminente, curvam-se para não serem aniquiladas. Ou seja: têm medo de morrer. Tive que concordar com o cidadão. Vamos deixar o país escapar pelos dedos novamente…

    2. Ou quando ganha mas não leva.

      Ou quando ganha mas não leva. A prática nem sempre bate com a teoria ou, com outras palavras, temos o que é de fato é o que é de direito. O segundo governo Dilma foi tão boicotado e incessantemente massacrado que não seria exagero dizer que ela pouco governou. Parece mais que buscou um tanto desajeitadamente se defender

  10. Frase antiga, mas encaixa

    Frase antiga, mas encaixa como luva nos tempos de hoje.  O Brasil não é um país para amadores. Não precisava regular a mídia,  bastava acabar com as subvenções do papel usado na revista e jornal, se possível aumentado os impostos deste setor, acabado com a verba publicitária para esses meios. Injetado todo esse dinheiro na EBC, entrado de sola para adquirir os direitos da copa do mundo, olimpíada e dos torneios de futebol. Distribuía concessão de rádio e TV até para o capeta se ele pedir assim diluia o poder da globo e das demais. Era fazer isso e era uma vez a rede globo… sem aprovar, lei sem nada, simples assim. Só na caneta e atos administrativos que não dependem do congresso.

    1. Os conglomerados de mídia são

      Os conglomerados de mídia são perfeitamente destrutíveis, bastaria maior coordenação de políticas no Congresso Nacional, e não depositar todas as fichas nas mídias estatais.

  11. OBS
    Na tv justiça, durante o

    OBS

    Na tv justiça, durante o julgamento de hoje na parte da manhã,  vi que passava a diferença de presidencialismo e parlamentarismo.

  12. Insistência infantil em salvar o PT. Pô, o PT já era!

     Foi muito importante, mas já deu o que tinha que dar. Agora, no pós mensalão – que existiu, né, gente! Sem essa de que não, pode te sido deturpado, mas ocorreu – as cabeças que o compõe permaneceram até o governo Dilma, mas a tendência é se irem para outros e novos partidos e, como ainda tem? gente que entende do riscado lá, com certeza ajudarão na construção de novas possibilidades.

  13. Onde está a autocritica da

    Onde está a autocritica da nomeação do Procurador Geral “lista triplice” que os governos anteriores nunca aceitaram?

    Ou da completa autonomia da Policia, algo que não existe em pais algum do planeta?

    O da nomeação de juizes do Supremo por um sistema de cotas: agora á a vez de alguem do Nordeste, agora é a vez de um

    afro-descendente, agora é a vez de uma mulher, agora vamos nomear um ligado aos movimentos sociais,  não interessa saber o que o indicado pensa, só interessa atender à cota, onde está a autocritica desse criterio absurdo?

     

    Cade a autocritica da nomeação para a Casa Civil de pessoa absolutamente inabil, antipatica e desarticulada, como Mercadante?

    Cade a autocritica de não receber congressistas em Palacio, não viajar com deputados e senadores para inaugurações prestigiando o parlamentar,  não convidar senadores para almoçar, não fazer politica como se faz no mundo inteiro?

    Cade a autocritica de abrir espaço para Eduardo Cunha ganhar a presidencia da Camara ao não se articular com as lideranças anti-Cunha, preferindo estupidamente lançar Arlindo Chinaglia que não tinha chance alguma , o que deua vitoria à Cunha?

    Fazer tudo errado e depois colocar a culpa na CIA, que coisa impressionante.

     

    1. Pô, André!

      Agora você já tá querendo demais. Não basta uma “”autocrítica”” petista? (aspas à vontade) Vem você querer uma autocrítica! ora, ora…

    2. ?

      Nada do que tu diz serve para retirar a culpa ou as culpas existentes a respeito do golpe de estado. De quem é a culpa pelo golpe de estado? Ora, dos golpistas! A culpa pelo estupro não é da moça que sai sozinha à noite mas sim do estuprador. 

      No mais, vejamos:

      1. Durante 12 anos consecutivos, de 2003 a 2014, o modelo de escolha do Procurador-Geral da República funcionou muito bem. Tão bem que até as Madalenas arrependidas e os engenheiros de obras prontas deitavam falação todo o santo dia repetindo que com o PT a sujeira não ficava escondida embaixo do tapete e que nada ficava engavetado, em contraposição ao descalabro dos 08 anos consecutivos do Engavetador-Geral da República Geraldo Brindeiro. No caso em questão quem precisa fazer autocrítica são as Madalenas arrepentidas e os engenheiros de obras prontas (ou defendiam da boca para fora o modelo existente até 2014, com ares ufanistas, ou defendem a troca do modelo somente agora, a partir da Operação Lava Jato). 

      2. A autonomia da Polícia Federal não existe e nunca existiu. O que existe é uma liberdade de investigação que essa investigação só teve durante os governos do Partido dos Trabalhadores. A PF sempre foi uma instituição criada para não fazer nada a não ser apreender carguinhas de maconha na fronteira com a Bolívia, além de servir também como polícia política do governo de plantão. O PT errou ao mudar este paradigma? Não creio. 

      3. O único juiz do STF que foi nomeado por “cotas” foi Joaquim Barbosa, no distante ano de 2003. Naquela época a esquerda e os movimentos sociais, estudantis e sindicais urraram de prazer e aplaudiram fragorosa e emocionadamente a escolha do então presidente Luis Inácio Lula da Silva. Quem poderia prever, lá em 2003, que Joaquim Barbosa faria o que fez na AP 470? Se existe essa ou essas pessoas com dons premonitórios, eu sinceramente gostaria de as conhecer. Aliás, este é mais um caso que se presta para os queixumes dos engenheiros de obras prontas. Lá em 2003, quando da nomeação de Joaquim Barbosa, aplaudiram efusivamente a escolha (e hoje, de forma oportunista, reclamam da indicação com o velho e surrado “eu avisei” – sendo que, o que é pior, não avisaram coisa nenhuma!).

      4. Mercadante pode ser qualquer coisa, tanto faz. Qualquer ser humano que Dilma tivesse colocado na Casa Civil a partir do segundo mandato não teria importância nenhuma. E por uma razão muito simples. O complô golpista para derrubar o governo legitimamente eleito foi montado no final de 2014, logo após a vitória reeleitoral da presidenta. 

      5. De fato Dilma não fez a parte fisiológica da política, tão ao gosto de parlamentares que vivem no século XXI como se estivessem nos tempos da República Velha. Ponto crítico de Dilma ou deveria ser o ponto crítico da política brasileira, que privilegia o troca troca, a fisiologia escancarada e o toma lá dá cá que existe desde tempos imemoriais?

      6. Quanto à eleição de Eduardo Cunha, chega a ser um disparate o que tu diz. Eduardo Cunha se elegeu olimpicamente no dia 1º de fevereiro de 2015. Não precisou do PT e nem do PSDB para se eleger. Desprezou os dois, juntou o Centrão cavernoso e fez uma estrondosa votação vencendo já no primeiro turno da disputa. Dilma e o PT não procuraram as lideranças para fazer uma chapa vitoriosa? Mentira! Mil vezes mentira. Procuraram Deus e todo mundo, inclusive a oposição clássica formada pelo PSDB e pelo DEM. Nada foi levado adiante não porque o PT não quis mas sim porque já estava delineado que a vitória de Eduardo Cunha era crucial para os planos de destruir a democracia brasileira com a derrubada ilegal de Dilma (sem falar nos intentos de salvar o pescoço de Cunha e de outros meliantes da Lava Jato). 

      Espero a tua resposta porque Dilma não fez nada de errado. Ao contrário, é tão honesta e sempre procurou fazer tudo de forma tão transparente e honesta que está caindo porque não protegeu os criminosos que sempre demandaram dela a proteção contra as investigações ora em curso. O negócio é o seguinte: temos um golpe de estado em curso. Ou se está contra ou a favor do golpe. E mais, quem diz que a culpa pelo golpe é da vítima é tão ou mais desonesto que a soma de Cunhas, Temers, Aécios, Serras, Globos et caterva. 

      1. Clap! Clap! Clap!

        Não sabia que esse senhor Andre Araujo tinha migrado para esquerda alice, ou tem vocação para engenheiro de obras prontas. Seja o que for, está aberta a questão em espera da sua resposta.

        Parece que o texto em comento deixa muito claro. Sem mudar o Capitalismo que virou Canibalismo em todo o planeta, não há muitas opções de caminhos e muito menos qualquer possibilidade de que qualquer um que critique seja capas de fazer a metade ou talvez nem um terço do que se propos e realizou o governo sob processo de linchamento. Como disse o texto cabe resistir ou fugir das pancadas que estão e das que virão.

        Só não concordo com o Diogo no apontamento do começo do movimento golpista que, acredito, foi projetado e iniciado em 2010 quando forças estrangeiras entraram em ação em território nacional determinados a ganhar as eleições de 2014 de qualquer jeito. A espionagem da Petrobras e a desvalorização do preço do barril do petróleo já foram ações incluidas no programa do GOLPE bem antes da eleição de 2014.

         

      2. Meu caro Diogo, o conceito de

        Meu caro Diogo, o conceito de AUTOCRITICA se destina a uma analise interna para ver nossas falhas e não para elencar as vantagens do adversario. As criticas que faço são as que se fazem DENTRO DO PT, nos seus escalões mais altos.

        A absoluta falta de articulação do Planalto para barrar Cunha é uma UNANIMIDADE na opinião das cabeças pensantes dentro do PT.. Em 2006 Eduardo Cunha queria ser presidente da Comissão de Finanças e Tributação da Camara COM APOIO DO PMDB. O Planlto rapidamente se articulou com a base alaida porque havia um clima de operação conjunta

        com as lideranças inclusive da oposição e em horas se liquidou com a candidatura Cunha, sem maiores dificuldades.

        Nada disso foi feito em 2015 e Cunha avançou por falta de articulação contraria que cabia ao comando politico do Planalto fazer, já que tambem o PSDB e o PP nas suas cupulas não queriam Cunha, o PSDB apoiava Julio Delgado que teve a segunda votação, Delgado com os votos de Chinaglia (137) teria batido Cunha e não creio que Delgaoo, mesmo sendo da oposição, aceitaria um pedido de impeachment., até porque porque não era essa a linha da cupula do PSDB.

        Em todo mundo politico há uma  visão unanime que mesmo com a crise economica o impeachment não passaria se

        houvesse um MINIMO de competencia na articulação politica do Planalto, os partidos de oposição até fim de 2015 preferiam esperar 2018 para tirar o PT do poder, não havia clima para impeachment até a eleição para a Presidencia da Camara, quando o Planalto  teimosamente quis fazer candidato proprio, um erro estrategico monumental, ao que sei o proprio Lula foi contra essa estupidez, Chinaglia nunca teve a minima chance de ser eleito, teve apenas 137 votos, o mesmo numero

        que Dilma teve na votação do impeachment, um mega erro anunciado. De erro em erro foram armando o alçapão da primeira votação do impeachment na Camara, ai o caminho sem volta já estava traçado.

        Dilma jamais aceitou conselhos mesmo de quem queria apoia-la e ajuda-la, quando um conselheiro abria a boca Dilma interrompia e dava uma aula de como se faz politica, Brasilia inteira sabe disso, Dilma acha que sabe mais que qualquer mortal sobre qualquer assunto, então só ficavam no Palacio os aulicos e não os bons conselheiros.

  14. futurologia

    -> Proponho um outro exercício de futurologia

    – “A regra é: geléia amanhã e geléia ontem… mas nunca geléia hoje.” 

    – “Isso só pode acabar levando às vezes a ‘geléia hoje’”, Alice objetou.

    – “Não, não pode”, disse a Rainha. “É geléia no outro dia: hoje nunca é outro dia, entende?”

    – “É uma mísera memória, essa sua, que só funciona para trás”, a Rainha observou.

    – “De que tipo de coisas você se lembra melhor?” Alice se atreveu a perguntar.

    – “Oh, das que aconteceram daqui a duas semanas”, a Rainha respondeu num tom displicente.

    em 1961, ao finalmente desembarcar em Porto Alegre, após a Rede da Legalidade garantir sua posse, Jango foi recebido por Brizola e comandantes militares com a proposta de marchar por terra com tropas e povo até Brasília, mas optou ir de avião ao lado de Tancredo, aceitando o Parlamentarismo. foi assim que os golpistas tiveram caminho livre para depor Goulart em 1964.

    na manhã do primeiro de abril de 1964, o herói da II Guerra Mundial e comandante da Base Aérea de Santa Cruz, Rui Moreira Lima, localizou e deu um vôo rasante sobre as tropas revoltosas, que se apavoraram e se jogaram no mato. contudo, não foi autorizado a atacar, nem mesmo quando propôs que o bombardeio seria tão somente às posições da estrada, vanguarda e retaguarda, para estabelecer um bloqueio. foi assim que Mourão chegou ao Rio, para na manhã de 1º de Abril entregar a “revolução” a um Costa e Silva sonolento e de cuecas.

    em 1964, após retirar-se do Rio para Brasília e em seguida para Porto Alegre, Jango decidiu pelo exílio, mesmo diante de militares que diziam NÃO ao golpe, como a garantia dada pelo General Ladário da viabilidade da resistência armada. Brizola não se conteve e desabafou: “Vai embora, traidor. Tu nunca mais vais voltar para este país.”. foi assim que se iniciou o longo dia que durou 21 anos.

  15. Gostei muito da sua

    Gostei muito da sua “autocritica”, Hydra.

    Tambem ja’ estou de saco cheio de ouvir falar que “o PT precisa fazer uma autocritica. “

    Assumir a responsabilidade por estar sendo estuprado, no meio do estupro; pedir desculpas para a esquerdinha imaculada (1% por cento de votos nas eleicoes) que batia no governo e no PT um dia sim e outro tambem, e levou muita agua para o moinho do golpe.

    Cansado de moralistas de ocasiao que nunca tiraram a bunda da poltrona para fazer uma pequena diferenca a favor da sociedade, por menor que fosse, e acha muito facil exigir dos politicos do PT, e alguns outros poucos de outros partidos, aquilo que eles nao praticam; gente que compra carteira de motorista para familiares e se posiciona contra a corrupcao do PT; gente que, sistematicamente, bebe e dirige pelas ruas da cidade e diz que vota no PCC  mas nao vota no PT, e por ai’ afora. E estou falando de pessoas privilegiadas em termos de educacao e cultura. Nao estou nem falando dos milhoes que foram brainwashed pela Globo/Veja/Folha/Estadao/Bandeirantes, que simplesmente odeiam o PT e gostariam de ve-lo desaparecer do cenario politico do pais.

    Mais de 38 por cento das pessoas gostariam que Lula sumisse do cenario; mais de 40 por cento gostariam que ele fosse preso. Por que tanto odio ? Bem, afinal vivemos numa cultura que tem como um de seus arquetipos fundamentais o assassinato de uma grande lideranca messianica, do bem, em Jerusalem, e a perseguicao sem tregua aos seus adeptos, para alimentar os leoes e proporcionar entretenimento ‘as massas ensandecidas do imperio romano.

    Estou de saco cheio de Frei Beto, Fornazieri, Andre Singer, Kotscho, Erundina, Wladimir (aquele filosofo da Folha), Kenedy, e toda esse conjunto de representantes daqueles que, tendo condicoes de “entender melhor”, preferiram ficar em cima do muro ou fazer coro com a avalanche de criticas (pela esquerda, pela “etica”, note bem) a um governo e a um partido que, dentro de limitacoes gigantescas – como tendo a Globo e seus asseclas da midia famigliar brasileira – tentava fazer o melhor que podia, o melhor que as grandes limitacoes circunstanciais permitiam.

    Limitacoes de grau de evolucao politica, social e cultural da sociedade brasileira; limitacoes de um sistema politico apodrecido ate’ os ossos; limitacoes de uma populacao que acha que votar num Tiririca, num Russomano, num Bolsonaro, num Cunha, num pastor evangelico que lhe suga o salario em nome de Jesus, e’ o melhor que podem fazer; limitacoes de ter recebido 63 por cento dos votos para presidente, e 17 por cento de apoio no Congresso e, ainda assim, ter que governar e alcancar pelo menos alguns de seus objetivos mais importantes.

    Conseguir o que o PT conseguiu em 14 anos de governo – e que sera’ profundamente valorizado quando for tarde demais -, dentro destas limitacoes todas, e’ impressionante; e’ quase que um milagre.

    Nunca fui do PT, era ongueiro na decada de noventa, e vivia brigando com o PT em encontros e conferencias de movimentos sociais, por razoes mais teoricas do que praticas. Mas mesmo assim, eu sempre votei no Lula, e fiz campanhas pra ele, e isto foi das melhores coisas que fiz no plano politico. Sempre vi o PT como o melhor instrumento desenvolvido pelo povo brasileiro para tentar implementar o sonho do Darcy, o sonho de Getulio, o sonho de Brizola, o meu e nosso sonho para o nosso povo, o nosso pais.

    E neste momento de derrota acachapante, me solidarizo e me junto ao Partido e todos os seus participantes; sinto uma dor profunda pelo que esta’ acontecendo com o Brasil. Como Darcy, eu jamais gostaria de estar entre os “vencedores” da hora. Ou entre aqueles que ficam, do lado, dizendo “eu avisei” (E como diz o Diogo, “avisou” porra nenhuma. Estes astutos analistas de poltrona sequer notaram que o golpe, e a direita, vinham ganhando densidade. E’ enojante ve-los agora lamentar os fatos que estao ocorrendo).

    A historia esta’ cheia dos destrocos de culturas e sociedades que “nao deram certo,” e acabaram sendo colonizadas, deglutidas por outras, mais bem sucedidas nas lidas adaptativas dos grupos sociais. Espero que nao seja o caso do Brasil, mas tem sido muito penoso admitir que posso, junto com os companheiros e companheiras de sonho, estar equivocado.

    Termino com um paragrafo muito, mas muito pertinente, da Hydra:

    “Fizemos o que podíamos, não acertamos em tudo, mas se não fôssemos nós, as coisas estariam bem piores…E gostem ou não, a solução, ou algum restinho de esperança ainda depende, quase que exclusivamente, se ainda tivermos paciência de apanhar, apanhar, apanhar de todos os lados, e resistir a mandar todos (e tudo, diria eu) às favas…”

     

     

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