O que combate a corrupção? Por Lucy P. Marcus

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – A corrupção é um flagelo global, e tão enraizado nos países que seu combate parece ser impossível – em janeiro, um relatório anual divulgado pela entidade pela Transparência Internacional observou que o problema “continua a ser uma praga em todo o mundo”.

Um dos exemplos sinalizados em artigo elaborado por Lucy P. Marcus, fundadora da consultoria Marcus Venture Consulting, para o site Project Syndicate, está relacionado ao FMI (Fundo Monetário Internacional) que advertiu a Ucrânia que seu resgate financeiro no valor de US$ 40 bilhões poderia ser cortado devido a temores de que funcionários corruptos roubem ou desperdicem os recursos. E, em sua recente visita ao México, o Papa Francisco pediu aos líderes do México – muitos dos quais envolvidos em escândalos de conflitos de interesse – o combate da corrupção endêmica.

“Mas a mudança é possível, como vimos no mundo da governança corporativa nos últimos anos”, diz Lucy. “Nem mesmo uma década atrás, as empresas foram retiradas da “caixa preta” controlada por poucas pessoas cuja autoridade parecia intocável. Os acionistas ativistas que pensavam diferente foram considerados um incômodo – tantos sonhadores e benfeitores que nunca mudariam nada. A única coisa que sempre vai importar, segundo os “realistas”, é o retorno do investimento, independentemente do custo para as pessoas, o planeta, ou economias”.

Contudo, a visão mais “realista” mostrou-se errada. Desde o começo do ano, o investidor Warren Buffett e o CEO do banco JPMorgan Chase, Jamie Dimon, ter realizado reuniões com outros líderes empresariais para discutir possíveis melhorias na governança corporativa. Em 1º de fevereiro, Laurence Fink, presidente-executivo da empresa de investimento BlackRock, escreveu uma carta para algumas das maiores empresas do mundo em que ele emitiu um aviso severo contra a visão de curto prazo e exigiu que as empresas lay out planos estratégicos claros.

Segundo Lucy P. Marcus, no dia seguinte, o advogado corporativo Martin Lipton (segundo ela, “um crítico de longa data de acionistas ativistas”), divulgou um memorando intitulado ” O Novo Paradigma de Governança Corporativa”, onde reconheceu que os investidores ativos de longo prazo estão aqui para ficar e que as empresas precisam aderir a mais normas sociais e de governança ambiental, além de enfatizar a responsabilidade social corporativa. “Da mesma forma, o fundo soberano da Noruega anunciou recentemente que irá manter em sua carteira empresas responsáveis ​​por seus registros de direitos humanos. E as mulheres, uma vez que a paridade de gênero na sala de reuniões pode ser alcançado dentro de uma geração, serão beneficiadas por uma legislação de cotas adotada no ano passado na Itália, Alemanha e França”.

Tais ações mostram que a mudança começa a chegar e em passos mais largos, mas como resultado da dinâmica que tem sido desenvolvida ao longo do tempo. “Os denunciantes não foram silenciados, os repórteres investigaram maus atores corporativos, e os investidores foram responsabilizados por suas escolhas (levando-os a agir como fundo de riqueza da Noruega). O efeito cumulativo, que se reforçam mutuamente destes e de outros fatores trouxe uma mudança que só recentemente parecia inimaginável. Claramente, há ainda um longo caminho a percorrer; ninguém está pendurando uma bandeira “missão cumprida”. Mas o processo de mudança fornece um roteiro para a batalha contra a corrupção”.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

2 Comentários

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  1. Perdao, mas a todos que

    Perdao, mas a todos que entenderam:  o que esse item eh a respeito de?!?!?!  Ele menciona sem explicar Noruega, Mexico, e Ukrania.  Alem disso, menciona Lucy P Marcus na terceira pessoa quando -de acordo com a chamada, ela eh a autora!

    Nao tem nem pe nem cabeca.

  2. Fácil, fácil…

    Fácil. Bastaria que os operadores da iniciativa privada parem de interferir na administração pública.

    Ou, de outra forma, que os capitalistas liberais, de todas as estaturas, empregadores ou empregados, dissessem a si mesmos:

    – “Não, isso não farei porque é ilegal.” Ou até mais:

    – “Isso não é ilegal mas não farei porque prejudica a sociedade pátria.”

    Consciência social e co-responsabilidade civil, de si para consigo mesmo, antes do “quanto é que posso ganhar nisso?” pensar: “Será que isso vai prejudicar alguém?”.

     

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