O retrato cubista de Marina Silva, por Urariano Mota

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Mais de uma pessoa já notou o quanto Marina Silva se tornou feia, em menos de 30 dias. No seu natural, ela nunca foi bonita. Mas havia nela uma face que, sem ser um feitiço para os olhos, despertava em toda a gente um afeto, uma admiração, uma, já disse o bloco de carnaval do Rio de Janeiro, uma simpatia que era quase amor. Agora, não. Aquela voz que jamais anunciaria voo de avião no aeroporto, desagradável, áspera, aguda, agora vem trêmula, vacilante, mecânica, que lembra mais um discurso de robô em peito de lata.

E aqui eu faço uma breve suspensão para o cubismo. Com absoluta certeza, muitos já viram quadros de Picasso, em especial o “Retrato de Dora Maar”.  Ou melhor, para maior choque, o quadro “Dora Maar com gato”. Para a nossa vista acostumada a volumes, ou à ilusão de volume que tem um desenho em perspectiva, o quadro é um horror.  É um quadro cubista. Isso quer dizer: no cubismo, os objetos e pessoas representadas quebram-se em muitas faces, decompõem-se. O artista procura a visão total da figura, examinando-a em todos os ângulos ao mesmo tempo. E devido à fragmentação excessiva dos objetos, torna-se quase impossível a identificação da figura original. A pintura apresenta duas, três ou mais caras juntas em um mesmo rosto.

Pois assim tem sido Marina Silva. No último debate dos candidatos na Band, as suas muitas faces em um só plano eram quebradas, fragmentadas, expostas, mas reunidas todas em um só rosto. Mas sem harmonia para os olhos, aqui substituídos pelo que conhecemos dela. Por exemplo, ao ser questionada sobre as idas e vindas em São Paulo, sobre a sua candidatura estar ao lado de Alckmin e ao mesmo tempo não estar, ela afirmou: “Eu me sinto inteiramente coerente”. Aí vêm as coerências de um rosto cubista, porque assim falou Marina Silva: “Quando eu disse que não ia subir nos palanques que havia antes acordado com o nosso saudoso Eduardo Campos…” Notem o saudoso de passagem, mas saudade aí tem um conteúdo bem diferente do sentir falta.

Mas continuemos a reproduzir a fala da Marina saudosa, no sentido de quem tem uma alegre saudade: “Quando eu digo que quero governar com os melhores do PT, do PSDB e do PMDB…” Notem que ela substitui uma harmonia de ideias e valores partidários por uma seleção de melhores. Ótimo, para os ingênuos. Mas sob qual critério, os melhores serão eleitos por Marina, ela própria, que se acha a melhor dos melhores? E continua a rara orquídea decomposta em faces de um cubo: Ela criará o “Estado Mobilizador”, mas que diabo será isso? Uma injeção para uma corrida de 100 metros rasos? Não, é o Estado que nem é mínimo nem é provedor – e provedor vocês sabem o que é: é o Estado do Minha Casa, Minha Vida, por exemplo. Já o Estado Mobilizador é aquele capaz de mobilizar a iniciativa privada, empreendedorismo social, no atendimento das necessidades da população… Pelamordedeus: onde já se viu a iniciativa privada atender às necessidades da população? O valor do empresário, d aqueles mais empreendedores, é o lucro. Ponto.

Mas continuemos em outras faces e fases de Marina que ela justapõe no mesmo rosto. No debate da Band ela cravou: “Quero combater essa visão de apartar o Brasil, de que temos de combater as elites. O Guilherme, da Natura, faz parte da elite, mas os ianomâmis também. A Neca é parte da elite, mas o Chico Mendes também é parte da elite. Essa visão tacanha de ter de combater a elite deve ser combatida”. Meus amigos, essa eu vi e ouvi. Isso valeria para um atestado de óbito de um ex-militante socialista. Mas em Marina é apenas mais uma absurda face. A Neca, no caso, é acionista e herdeira do Banco Itaú, que para Marina é apenas uma educadora social. O Guilherme é um chapa, um cara legal, desinteressado,q eu joga dinheiro fora por nada, só por amor ao retrato de Dora Maar. E Chico Mendes, bem, é aquele cara que foi morto na luta na floresta. Mas todos estão juntos e na elite, lado ao lado dos ianomâmis. Não é piada, é um escárnio, que já vem pronto.     

“O senhor Leal, da Natura, deve bilhões ao fisco”, respondeu Fidelix, outro candidato. E mais:  “A gente sabe também que o banco Itaú não quer pagar R$ 18 bilhões pela compra do Itaú-Unibanco. E a senhora está com essas pessoas”. A isso Marina respondeu que os empresários que respondam, porque ela mesma está acima de coisas tão mesquinhas. Mas continuemos.

Em outra face do seu retrato cubista, Marina hoje se declara contra a esquerda, ao mesmo tempo que se filia à luta da militância no Acre, quando lhe é conveniente. E critica, e chama de “velha esquerda”, a que se acha dona da verdade, que acha que vai começar tudo do zero. Na educação, sobre o ensino do criacionismo em escolas, Marina defendeu uma educação “plural”: “Se você coloca claramente para as pessoas que existe uma outra visão, a do evolucionismo, não vejo nenhum demérito nisso”, Mas o evolucionismo não é uma outra visão, para ser posta ao lado da criação do mundo por Deus. É a diferença entre ciência e crença medieval.

Disse antes que nos últimos tempos Marina se transformou num retrato cubista e cometi um pecado. Cubismo é arte. Ele está há séculos e anos-luz de distância das muitas faces de Marina Silva, em um só plano. E o plano dela é, o que reúne todas as suas faces: chegar à presidência da República. Nesse novo retrato dos últimos tempos, Marina é a encarnação de um amontoado de faces. Da falsa viúva à madona falsa, mas sempre de cabelos presos e com bastante pudor. Daqueles  que a direita brasileira adora.  

Também publicado no Portal Vermelho.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

32 Comentários

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    1. Meu Caro,
      Escolher o que ao

      Meu Caro,

      Escolher o que ao texto de Urariano?

      Escolher é optar por uma coisa ou outra.

      Do outro lado não tem nada.

       

        1. Lionel, acho que ele um

          Lionel, acho que ele um “pouco” cínico… Ele quis dizer que o o texto do Argolo não tem conteúdo para ter que escolher entre um e outro.

          1. Xiiii, então a animosidade está crescendo,

            deve ser o efeito colateral de ver retratos da Marina em todo lugar no blog.

            Mas não nego o interesse do texto do Argolo. Só acho que ele é típico da linha ‘bacharel brasileiro”, que faz abstração total do mundo real onde eu vivo.

  1. Muita bobagem junta

     

    FALA SÉRIO!

    A conta está sendo cobrada agora.

    Marina ainda não fez conluios com estes pilantras para conquistar ou se manter no poder a qualquer custo.

    “Marina Silva se tornou feia, em menos de 30 dias. No seu natural, ela nunca foi bonita.”

    Por ser uma ameaça ao sistema partidário bipolar?

    Por ter uma ascendência negra acentuada?

    Por quê?

    1. Não vem com

      Não vem com desonestidade,pois sou negra e até  agora nesse blog ninguem se quer fez qualquer alusão a cor da Marina!

      Tenha vergonha pois você sabe muito bem aonde anda o racismo escancarado na internet.

      Então não vem usar a  bandeira que nós negros já defendemos a decadas referente a mais negros em postos de Liderança,mais negros dentro de universidades,menos negros sendo mortos nas periferias,menos negros entre os miseraveis deste Pais,como alibi para falta de nexo dessa candidatura.

      Que tenho certeza que muitos que são contra as cotas raciais vão querer se esconder atras deste argumento tosco,pois só se preocupam com o racismo quando a um grande interesse .nunca é em prol da nossa luta de seculos!

       

      1. Interpretação de Textos

         

        DESCULPE SENHORA!

        A senhora tá mais perdida que cego em tiroteio ou em briga de faca no escuro.

        Quem está apontando a ‘F E I Ú R A’ da Dona Marina é o diligente autor do post!

        Estou, APENAS, questionando a inoportuna argumentação rasa do rapaz!

        Eu estou, APENAS, fazendo a defesa dela contra o preconceito!

        Vê se me entende!

    2. Ai………….

      1. Marina Silva virou candidata fazendo uma aliança de ocasião. Marina abandonou o PT para ser candidata a presidente pelo PV. Desentendeu-se também com o novo partido e saiu para fundar a Rede — e ser novamente candidata a presidente. Não conseguiu apoio suficiente e, no último dia do prazo legal, com a ameaça de ficar de fora da eleição, filiou-se ao PSB. Os dois lados assumem que a aliança é puramente eleitoral e será desfeita assim que a Rede for criada. Ou seja: sua candidatura nasce de uma necessidade clara (ser candidata), sem base alguma em propostas ou ideologia. Velha política em estado puro.

      2. A chapa de Marina Silva está coligada com o que de mais atrasado existe na política. Em São Paulo, o PSB apoia a reeleição de Geraldo Alckmin, e é inclusive o partido de seu candidato a vice, Márcio França. No Paraná, apoia o também tucano Beto Richa, famoso por censurar blogs e pesquisas. A estratégia de “preservá-la” de tais palanques nada mais é do que isso, uma estratégia. Seu vice, seu partido, seus apoiadores próximos, seus financiadores e sua equipe estão a serviço de tais candidatos. Seu vice, Beto Albuquerque, aliás, é historicamente ligado ao agronegócio. Tudo normal, necessário até. Mas não é “nova política”.

      3. As escolhas econômicas de Marina Silva são ainda mais conservadoras que as de Aécio Neves. A campanha de Marina é a que defende de forma mais contundente a independência do Banco Central. Na prática, isso significa deixar na mão do mercado a função de regular a si próprio. Nesse modelo, a política econômica fica nas mãos dos banqueiros, e não com o governo eleito pela população. Nem Aécio Neves é tão contundente em seu neoliberalismo. Os mentores de sua política econômica (futuros ministros?) são dois nomes ligados a Fernando Henrique: Eduardo Giannetti da Fonseca e André Lara Rezende, ex-presidente do BNDES e um dos líderes da política de privatizações de FHC. Algum problema? Para quem gosta, nenhum. Não é, contudo, “uma nova forma de se fazer política”.

      4. O plano de governo de Marina Silva é feito por megaempresários bilionários. Sua coordenadora de programa de governo e principal arrecadadora de fundos é Maria Alice Setúbal, filha de Olavo Setúbal e acionista do Itaú. Outro parceiro antigo é Guilherme Leal. O sócio da Natura foi seu candidato a vice e um grande doador financeiro individual em 2010. A proximidade ainda mais explícita no debate da Band desta terça-feira. Para defendê-los, Marina chegou a comparar Neca, herdeira do maior banco do Brasil, com um lucro líquido de mais de R$ 9,3 bilhões no primeiro semestre, ao líder seringueiro Chico Mendes, que morreu pobre, assassinado com tiros de escopeta nos fundos de sua casa em Xapuri (AC) em dezembro de 1988. Devemos ter ojeriza dos muito ricos? Claro que não. Deixar o programa de governo a cargo de bilionários, contudo, não é exatamente algo inovador.

      5. Marina Silva tem posições conservadoras em relação a gays, drogas e aborto. O discurso ensaiado vem se sofisticando, mas é grande a coleção de vídeos e entrevistas da ex-senadora nas quais ela se alinha aos mais fundamentalistas dogmas evangélicos. Devota da Assembleia de Deus, Marina já colocou-se diversas vezes contra o casamento gay, contra o aborto mesmo nos casos definidos por lei, contra a pesquisa com células-tronco e contra qualquer flexibilização na legislação das drogas. Nesses temas, a sua posição é a mais conservadora dentre os três principais postulantes à Presidência.

      6. Marina Silva usa o marketing político convencional. Como qualquer candidato convencional, Marina tem uma estrutura robusta e profissionalizada de marketing. É defendida por uma assessoria de imprensa forte, age guiada por pesquisas qualitativas, ouve marqueteiros, publicitários e consultores de imagem. A grande diferença é que Marina usa sua equipe de marketing justamente para passar a imagem de não ter uma equipe de marketing.

      7. Marina Silva mente ao negar a política. A cada vez que nega qualquer um dos pontos descritos acima, a candidata falta com a verdade. Ou, de forma mais clara: ela mente. E faz isso diariamente, como boa parte dos políticos dos quais diz ser diferente.

      Há algum mal no uso de elementos da política tradicional? Nenhum. Dentro do atual sistema político, é assim que as coisas funcionam. E é bom para a democracia que pessoas com ideias diferentes conversem e cheguem a acordos sobre determinados pontos. Isso só vai mudar com uma reforma política para valer, algo que ainda não se sabe quando, como e se de fato será feita no Brasil.

      Aécio tem objetivos claros. Quer resgatar as bandeiras históricas do PSDB, fala em enxugamento do Estado, moralização da máquina pública, melhora da economia e o fim do que considera um assistencialismo com a população mais pobre. Dilma também faz política calcada em propósitos claros: manter e aprofundar o conjunto de medidas do governo petista que estão reduzindo a desigualdade social no País.

      Se você, entretanto, não gosta da plataforma de Dilma ou da de Aécio e quer fortalecer “uma nova forma de fazer política”, esqueça Marina e ouça Luciana Genro (PSOL) e Eduardo Jorge (PV) com mais atenção.

      De Marina Silva, espere tudo menos a tal “nova forma de fazer política”. Até agora a sua principal e quase que única proposta é negar o que faz diariamente: política.

      http://www.cartacapital.com.br/blogs/carta-nas-eleicoes/marina-silva-nao-representa-a-nova-politica-7849.html

       

    3. Com esses, fará acordos se

      Com esses, fará acordos se porventura for eleita. Mas, desde já, há o Roberto Freire, o Demóstenes, o Alkmin, os Bornhausen, o Pedro Simon (paridor de ratos), o Heráclito Fortes, por aí…

  2. Marina, muito além da direita

    Marina é a Sarah Palin da política brasileira. É a representante do Tea Party brasileiro. Consegue ser tão atabalhoada e irresponsável em suas investidas quanto a mulher do Alaska. O objevivo de suas palavras é agradar e gregos e troianos. Se vitoriosa, vai promover o maior desmonte de todos os tempos em todas as áreas vitais do desenvolvimento brasileiro. Marina, se eleita, vai jogar o Brasil numa crise institucional de consequências imprevisíveis.

    Hoje ela disse que vai deixar o pré-sal em segundo plano. E adeus o trilão de reais oriundos principalmente da exploração do petróleo para a aducação e saúde do povo brasileiro. Marina, a messiânica, quer redimir o Brasil de todos os seus pecados com o sangue do cordeiro de Deus. Ela vai mandar implodir Girau, Santo Antônio e Belo Monte? Se ela ganhar, eu não duvido.

    Portanto, chegou a hora da virada. Vamos eleger Dilma no primeiro turno.

     

  3. Voo de galinha?

    Acho que MArina, se enamorando a serra, está se vendo nele. Explico: ela sabe que esta sua subida, se este seu vôo for de galinha, vai deixar de ser uma Collor de saias (se eleita for) para ser uma Serra de saias (se perder as eleições). Ficará estigmatizada e não ganha mais nem pra Pipoqueira na porta do Zoo de São Paulo! (isso sem ofensa aos pipoqueiros).

  4. Marina não é vôo de galinha,

    Marina não é vôo de galinha, Queria muito que fosse, mas não é. A análise do Gunter mostra isso  de forma clara.

    Marina sumiu desde 2010, mas esteve presente em tudo que aconteceu em 2013. Uma presença não física, necessariamente, mas estavam ali as suas ideias, ou as suas não ideias. O “não me representa”.

    Agora, para muitos, é ela que os representa.

    Pouco importam realizações, conquistas, avanços, um país melhor, mais justo.

    Muitos, um número estarrecedor de pessoas, quer apenas o sonho. Agora que já têm o feijão.

    E o sonho durará até que falte feijão novamente.

    Uma pena. 

     

  5. Com a ameaça real do PT sair

    Com a ameaça real do PT sair do poder a partir de 2015, a impressa “progressista” deu uma PIGADA.

    Reinaldo Azevedo curtiu esse texto do Urariano.

  6. Voou de partido em partido,

    Voou de partido em partido, não por ser oportunista, e sim porque os partidos se desmoralizaram..

    No momento só vale o PSB.

    É a candidata dos muito espertos e dos muito bobos.

     

  7. Que maravilha de texto! Ainda

    Que maravilha de texto! Ainda bem que existem mais Pernambucanos lúcidos como o Lula! Tentarei de todas formas alertar os incautos que estão caindo nesse engodo de “nova política”. Com ela vem os sanguessugas do mercado, ávidos para dilapidar o que restou do patrimônio brasileiro. Distribuição de renda, pleno emprego, educação pública…esqueçam, isso são anseios “antigos”.

  8. Marina cubista?

    Quem vota em Marina não votaria numa Marina “cubista”, pois pensa que “cubismo” deriva de “Cuba”, e é contra a “grande ameaça comunista.”

     

    Sobre o avião de Campos, ela quer pôr uma pedra no assunto. Para ser mais exato, uma “pedra preta” (que, em tupi, é “itaú”). 

     

     

  9. Critica política vs Crítica estética

    Cubista > ao estilo de Cuba. Certeza que tem gente que lê e entende isso. Certeza!!! rsrs Valida a alegoria do cubismo para as varias caras da Marina, achei bem legal, mas não consegui deixar de notar aquela velha estratégia machista: quando falar de mulher fazer sempre alguma critica estética. “Se tornou feia”, “Nunca foi bonita”… ZzZzZzZzZzZ Que preguiça!
    O texto/escritor podia ter passado mto bem sem seguir essa “tendência” machista e se ater somente a critica a atuação/opinião política dela.

  10. só um poeta da imagética como

    só um poeta da imagética como o mota poderia fazer uma síntese tão perfeita da marina como um retrato cubista.

    parabéns.

    marina ao cubo.

    parece aquelas senhoras submissas dos maridos coronéis da velha república.

     a arte de picaço é colocar as várias faces da realidade esteticamente.

    a desgraça de marina é colocar muitas faces de ideias e projetos em cubos desarmonico e irreconciliáveis. 

     

  11. O que tem o cú com as calças?

    Sr Urariano Mota,

    Já lí por aqui alguns textos da sua lavra. Mas este em especial, ao tentar desqualificar a candidata Marina Silva, desconstrói a si próprio e mostra a sua própria “feiura” moral e intelectual. Estamos tratando de uma sucessão presidencial e o sr. está tratando o assunto como uma corrida de moçoilas da festa do cajú pernambucano  ou reles concurso de beleza da Vila de Agua Fria, sua terra. Que diabo de jornalista e escritor é o sr.? Eu não gosto da Dilma e nunca escrevi que é gorda, sem graça, bunduda, dentuça, etc. Para me adequar ao nível do seu texto espero que o sr não seja casado com uma Graça Foster ou uma Zezé Macedo ou qualquer  mulher competente que a natureza biológica tenha descuidado do polimento estético que o sr. aprecia e aplaude. Por falar nisso, seu nome é estranhíssimo!

     

    1. Não entendeu nadinha

      Seu Pereira, com todo respeito e sem querer ofendê-lo, o senhor já ouviu falar em metáfora, pois não? Quem leu o texto e achou que o autor estava falando em estética, deve reler à luz da metáfora. A análise está sendo claramente feita a respeito do discurso da candidata e jamais sobre a aparência dela, que está sendo usada no texto apenas metaforicamente. O “enfeiamento” da imagem/rosto apresentada ao público  se dá a partir da fragmentação do discurso, que não resulta harmonioso, num esfacelamento cubista. É apenas disso que se trata.

    2. Uriano Mota

      Francamente , curso de interpretação de texto nele.

      É meio ruim escrever o que vou escrever pois será mal interpretado, mas cada vez mais acho que Marina está desenvolvendo a mesma sindrome que se  abateu sobre Collor, ou seja:

      A ansia de poder subiu-lhe a cabeça

      Ela a “melhor” entre os melhores.

      Dá arrepios  pensar no que gente assim fará no planalto.

  12. cubismo ou pós-modernismo?

    Não vou discutir se o rosto de Marina é feio ou bonito, esse tipo de baixaria pouco importa para algo tão sério como uma eleição. Mas vou dar um pitaco estético diletante sobre o discurso – pelo menos antigamente esse era importante quando se tratava de politica. Ele não é cubista, cubismo é parte do modernismo. A estética do discurso de Marina é pós-moderna: uma mistura eclética de coisas já ditas, sem harmonia e ‘coerencia’ ou que coloca a incoerencia como coerencia, o discurso anti-moderno que argumenta com a ‘desrazão’ em lugar da razão, seja a moderna seja a dialética da ‘velha esquerda’. Um ‘sample’, um pastiche, tudo junto e misturado.

  13. O retrato cubista de Marina

    Sobre Marina , quando ouço o seu discurso quase evangélico , quase agregador , quase superior a tudo, encaixado na sua figura beática , encontro um ser transgênico , não é cubismo , não é arte ,é um ser   modificado para atender interesses financeiros , a   sua  figura simbólica dos seringais junto com Chico Mendes é usada por ela mas  não corresponde ideologicamente .A  Marina  foi transfigurada  na sua caminhada para galgar o poder .

     

  14. Aquele comentario sobre o

    Aquele comentario sobre o feijão é o que há!

    E sim, a ingenuidade e a necessidade desse sebastianismo  que assola os jovens 

    e a classe media C sustentam a falsa percepção de que a santinha é a solução.

    Dói sentir a multidão pouco informada ou mal infromada aderir ao esse Don Sebastião de saias.

    Tempos dificeis virão.

    E quer saber, a voz da moça irrita mesmo.

  15. Sofrível

    O texto não poderia ter argumentos mais inconsistentes e fúteis. Não poderia ser mais esdrúxulo e fugaz. Caro autor, caso você busque criticar alguém ou alguma coisa, faça-o com respostas e não com perguntas vazias. O senhor foi leviano, incapaz de cumprir com a sua tarefa de veicular informações. Se vossa excelência é contra a referida candidata, seja, pelo menos, profissional hábil em se abster de suas convicções pessoais. Isto foi, indubtávelmente, desnecessário. Espero que o senhor tenha dias melhores, pois este texto foi sofrível.

    p.s.: Sugiro que o senhor busque estudar melhor as vanguardas europeias, o cubismo nada tem sentido com os argumentos do texto.

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