O tamanho do impacto ambiental da lama da Vale-Samarco

Enviado por Norma Nascimento

Por André Ruschi, via facebook

Esta sopa de lama tóxica que desce no rio Doce e descerá por alguns anos toda vez que houver chuvas fortes e irá para a região litorânea do ES, espalhando-se por uns 3.000 km2 no litoral norte e uns 7000 km2 no litoral ao sul, atingindo três UCs marinhas – Comboios, APA Costa das Algas e RVS de Santa Cruz, que juntos somam uns 200.000 ha no mar.

Os minerais mais tóxicos e que estão em pequenas quantidades na massa total da lama, aparecerão concentrados na cadeia alimentar por muitos anos, talvez uns 100 anos.

RVS de Santa Cruz é um dos mais importantes criadouros marinhos do Oceano Atlântico.

1 hectare de criadouro marinho equivale a 100 ha de floresta tropical primária.
Isto significa que o impacto no mar equivale a uma descarga tóxica que contaminaria uma área terrestre de de 20.000.000 de hectares ou 200.000 km2 de floresta tropical primária.
E a mata ciliar também tem valor em dobro. 
Considerando as duas margens são 1.500 km lineares x 2 = 3.000 km2 ou 300.000 ha de floresta tropical primária.

Voces não fazem ideia.

O fluxo de nutrientes de toda a cadeia alimentar de 1/3 da região sudeste e o eixo de ½ do Oceano Atlântico Sul está comprometido e pouco funcional por no mínimo 100 anos!

Conclusão: esta empresa tem que fechar.
Além de pagar pelo assassinato da 5ª maior bacia hidrográfica brasileira.
Eles debocharam da prevenção e são reincidentes em diversos casos.
Demonstram incapacidade de operação crassa e com consequências trágicas e incomensuráveis.
Como não fechar?
Representam perigo para a segurança da nação!

O que restava de biodiversidade castigada pela seca agora terminou de ir.

Quem sobreviverá?
Quais espécies de peixes, anfíbios, moluscos, anelídeos, insetos aquáticos jamais serão vistas novamente?

A lista de espécies desaparecidas foram quantas?

Se alguém tiver informações, ajudariam a pensar.

Barragens e lagoas de contenção de dejetos necessitam ter barragens de emergência e plano de contingência.
Como licenciar o projeto sem estes quesitos cumpridos?
Qual a legalidade da licença para operação sem a garantia de segurança para a sociedade e o meio ambiente?

Sendo Rio Federal a juridição é do governo federal portanto os encaminhamentos devem serem feitos ao MPF.

André Ruschi
Estação Biologia Marinha Augusto Ruschi
Aracruz, Santa Cruz, ES

Redação

16 Comentários

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  1. Agradeço pelas informações, e

    Agradeço pelas informações, e sinceramente gostaria de saber a quem podemos recorrer contra essas empresas, tal qual contra bancada ruralista e todas as atrocidades que propõem, as vezes me sinto incapacitada, e acho que isso é que querem mesmo.

    1. A alternativa é a mobilização

      Somente criando grupos de ação & informação, conseguiremos deter  ou atrapalhar os interesses excusos e  mesquinhos destas forças “nada-ocultas”  que trabalham contra nossa  nação.

      Temos que deter a  bancada BBB, o entreguista Serra da Chevron, o play boy cherador do Leblon e sua bancada de sanguessugas. a revista de esgoto, o coletivo de traíras millenium   e todo o PIG !!!

  2. Augusto Ruschi

    “O fluxo de nutrientes de toda a cadeia alimentar de 1/3 da região sudeste e o eixo de ½ do Oceano Atlântico Sul está comprometido e pouco funcional por no mínimo 100 anos!”

    Faltou dizer que essa será a causa da extinção das baleias, e das tartarugas e do mico-leão dourado e platinado.

  3. Semear a sede de vingança não

    Semear a sede de vingança não resolve o problema.

    Apenas “fechar” uma “empresa” não resolve nada ou quase nada.

    Talvez, mudar a administração. Indiciar e julgar e condenar  os culpados, de acordo com o DEVIDO PROCESSO LEGAL.

    Uma  organização de fatores de produção, vulgarmente tratada equivocadamente por “empresa” deve prosseguir, gerando emprego, trabalho, renda.

    Ora, vivemos num sistema capitalista ou não?

    Bom, isso é uma coisa.

    Outra coisa é resolver o problema das famílias atingidas, bem como a questão dos danos ambientais.

    O primeiro, em matéria de reparação do dano material deve ser IMEDIATO. Quem paga? A “empresa”.

    O segundo deixo para os ambientalistas razoáveis e que conhecem bem o problema e que tenham competência técnica suficiente para resolver o problema.

     

     

  4. Gov Valadares e entorno, sem água potável

    Uns 300 MIL habitantes, provavelmente mais do que este número, prestes a beber água contaminada, se já não estão bebendo.  Famílias inteiras estão procurando refúgio longe do Rio Doce: vão para Ipatinga, Teófilo Otoni e para outras cidades onde a seca está castigando, mas a pouca água que resta não recebeu resíduos tóxicos. 

    Vista da cidade de Governador Valadares do alto do Pico da Ibituruna. (Foto: Diego Souza/G1)

    A prefeita já decretou estado de calamidade pública:

    http://g1.globo.com/mg/vales-mg/noticia/2015/11/prefeita-de-valadares-decreta-estado-de-calamidade-publica-no-municipio.html

  5. Quero ver só o valor da multa…

    Agora é que serão elas !!!

    No acidente da Deep Horizon da BP no Golfo do México, a  multinha  foi de simbólicos US$ 18,7 bi pagos ao governo americano  divididos  em 15 anos..

    Quero ver agora, o comportamento de ” República de Bananas” do nosso goverrno frente a Vale e a BHP ( duas multinacionais  donas do mundo mineral mundo afora)…(Samarco é só fachada) !!

    Só prá lembrar…… http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/07/1650700-bp-concorda-em-pagar-us-187-bi-aos-eua-por-desastre-no-golfo-do-mexico.shtml

  6. EDUCAÇÃO AMBIENTAL?!

    Educação ambiental no capitalismo?

    É só dando gargalhadas.

    Controlar, exigir, fiscalizar nada disto adiante.

    O capitalismo faz com que autoridades não enxerguem e todos sabemos como.

    Enquanto o poder for ocupado por membros controlados pelos interesses do capitalismo, jamais poderemos contar com um mundo melhor para os seres vivos deste planeta,  sobrevivência esta que está,  tenham a certeza com os dias marcados.

    E será muito mais breve do que pensamos.

     

     

     

  7. Que vergonha do “meu governador”…

    Na sede da empresa, saiu na defesa da mesma…

    Sendo os impactos grandes ou pequenos, a curto, médio ou a longo prazo, o que importa é que a empresa é a que menos se expressa.

    Eu ouvia o rádio e, embasbacado, recebi a notícia que a empresa iria instalar um aviso sonoro de aviso de iminente perigo, isso passados 2/3 dias do ocorrido…! É mole?!

     

  8. Fechemos pois.

    Mas vale lembrar que 80 % da arrecadação do município vem da mesma. Problemas complexos – e este é – não pedem soluções simplórias.

  9. O maior erro vem desde o início

    O maior erro vem deste o início das atividades dessa mineradora. Será que era para ser aprovada uma mineração no cume de um morro, sendo que ao redor existe vilas habitadas e um dos principais rios de Minas Gerais e do sudeste? Uma vez aprovada a licença ambiental, isso só poderia ser feito com altas taxas de segurança sobre a barragem de lama. E, considerando o aumento do risco de rompimento da barragem, que naturalmente tanto os técnicos do meio ambiente e da própria mineradora sabiam, as atividades deveriam ter sido encerradas.  Mas o lucro falou mais alto, vidas humanas e o meio ambiente que se danem.

  10. O exagero, mesmo que bem

    O exagero, mesmo que bem intencionado, retira credibilidade do articulista e da tese que defende. Um cientista e um estudioso têm de se pautar pela razão, não pela emoção, embora esta última sempre esteja presente nas atividades e no pensamento humanos. Todo o artigo é caracterizado pelo exagero catastrofista. Os números superlativos não têm fundamentação na realidade; puro chute.

    Nada de sermos condescendentes com as mineradoras, ao contrário. Essas empresas visam apenas lucro e deixam um rastro de degradação por onde atuam. Falo isso com tranqüilidade, pois sou técnico em mineração e já trabalhei na área. A Barragem de Fundão já estava no fim da vida útil e não deveria ter elevada a sua cota de 920 para 940m. As autoridades ambientais do estado, assim como as equipes da mineradora e entidades certificadoras foram lenientes e omissas em relação à gravidade da situação, há anos conhecida; os interesses econômicos prevaleceram sobre os humanos e ambientais. Se o MP fizer uma investigação para valer, constatará muitas irregularidades. E se forem aplicadas com rigor as penalidades previstas na legislação, a mineradora terá de desembolsar bilhões, para compensar os danos e prejuízos causados, além das indenizaçães às famílias das vítimas.

    Inconcebível que a mineradaora não tenha instalado sistema de alarme sonoro, para avisar à população do distrito de Bento Rodrigues sobre os riscos de rompimento das barragens. Barragens como aquelas não se rompem sem, muito antes, apresentarem vários ‘sinais’; os técnicos, os engenheiros e os diretores da mineradora sabem disso. O custo desse sistema é irrisório.

    É bom lembrar que o distrito de Bento Rodrigues, com três séculos de história, nasceu muito antes das operações da mineradora samarco. Quando a empresa colocou em atividade as minas na região, o distrito já existia há pelo menos 200 anos. Ora, assim sendo, a mineradora tinha a obrigação de tomar todas as medidas, para evitar uma tragédia como essa, decorrente do rompimento das barragens de rejeito situada à montante de Bento Rodrigues.

    Nem vou perder tempo para esclarecer todos os exageros do André Ruschi. Vou me ater apenas ao item que diz respeito às substâncias químicas usadas no tratamento de minério de ferro. São usadas, bàsicamente, duas categorias de substâncias químicas: as éter-aminas e os surfactantes. As éter-aminas são substâncias orgânicas usadas principalmente na flotação reversa de minério de ferro. As aminas cujo uso é aprovado pela legislação brasileira, para uso namineração, são biodegradáveis; o período para que até 80% delas sejam degradados por micro-organismos (bactérias) é, geralmente, inferior a 10 dias, quando os rejeitos do processo de concentração de minério de ferro são depositados em barragem. Segue abaixo um endereço em que os leitores podem consultar algumas informações técnicas. Logo a seguir, um excerto do livro, citando a toxicidade e biodegrabilidade das éter-aminas usadas na mineração. Há muito material sobre o assunto, produzido pela UFOP, UFMG e ETFOP.

    As substâncias usadas como surfactantes têm um papel semelhante ao das aminas usadas na flotação reversa do minério de ferro; alguns desses surfactantes são aminas, têm aminas na composição ou compostos orgânicos de família similar à das aminas. Os surfactantes são usados para decantação de lama em tanques espessadores, visando reutilizar a água no processo de concentração, ao mesmo tempo em que adensam a lama que será destinada à barragem de rejeitos. É importante lembrar aos leitores leigos que no processo de concentração de minério de ferro são usadas apenas substâncias orgânicas, como as citadas, além do gel depressor obtido a partir da soda cásutica (NaOH) e amido de milho. Os minerais ou metais pesados que possam haver numa barragem de rejeitos da concentração de minério de ferro são aqueles que existiam no minério, antes de lavrado. Dos componentes sólidos dos rejeitos, cerca de 60% são sílica (SiO2) e 30-35% de hematita (Fe2O3); o restante dos sólidos é composto de alumina (Al2O3), limonita e outros óxidos de ferro (Fe2O2) e outros minerais em pequeníssimas proporções.

    Num momento como este é preciso levar ao público a informação correta. O impacto e dano ambiental, além da tragédia humana causada pelo acidente, são enormes. Mas o alarmismo e catastrofismo, sobretudo quanto à toxicidade das substâncias químicas usadas na mineração, assim como a infundada relação causal que se quer estabelecer entre os abalos sísmicos de pequena magnitude verificados na região no dia do acidente (fato corriqueiro) e o rompimento da barragem são um desserviço à sociedade e sobretudo à população das regiões atingidas pela lama das barragens que se romperam.

    ______________________________–

    http://livros01.livrosgratis.com.br/cp108875.pdf

    2.8 Biodegradabilidade, Toxicidade e Manuseio de Éter-amina A preocupação com o impacto ambiental das atividades mineradoras sempre foi um tema bastante abordado pela indústria (NEDER, 2005). O uso de produtos químicos em processos de flotação se insere nesse contexto, pois a maior parte dos compostos usados na etapa de concentração, como as éter-aminas, são descartadas para barragens de rejeitos, onde após um período são degradadas (CHAVES, 2001). Estudo anterior mostrou que o processo de degradação, nas barragens de rejeito, ocorre através de microorganismos (ARAUJO, 2007). De acordo com ARAUJO (2007), foi identificada em amostras provenientes da barragem de rejeitos a bactéria como responsável pela degradação, a Serratia marcescens bizio 1823AL, e nas amostras da flotação em bancada, a Enterobacter cloacae. Os estudos realizados sobre o comportamento das bactérias mostraram que o minério de ferro exerce papel fundamental fornecendo os minerais essenciais para o seu crescimento. Os testes de biodegradação realizados com a Serratia marcescens bizio 1823AL revelaram a grande influência da temperatura e da concentração na velocidade de degradação das éter-aminas EDA 3B (ARAUJO, 2007). Alguns estudos sobre a degradação de aminas graxas por microorganismos têm sido realizados. YOSHIMURA et al. (1980) estudou a degradação de várias aminas graxas e utilizou a bactéria Pseudomonas sp. Através do monitoramento da demanda bioquímica de oxigênio observou-se então a suscetibilidade de aminas graxas para biodegradação (YOSHIMURA et al., 1980). VAN GINKEL et al. (1995), também estudaram a biodegradação da dodecilamina pela Pseudomonas sp, em 7 dias houve a degradação cerca de 80% da amina pela bactéria. Outra bactéria utilizada em estudos de biodegradação foi a Bacillus polymyxa, a qual mostrou ser capaz de biodegradar a dodecilamina, a bactéria estaria retirando do meio o carbono e o nitrogênio requeridos para o seu crescimento, gerando no meio polissacarídeo, proteínas e ácidos graxos durante o metabolismo (DEO e NATARAJAN, 1998). Em estudos realizados com Tenebrio molitor e ratos albinos, linhagem Wistar, em relação à toxicidade das aminas, a absorção desse insumo por via oral pelo organismo é baixa e a DL50 3 é maior que a indicada pela ABNT para resíduos de classe I. Os efeitos toxicológicos da amina apontam que quando a amina é absorvida pelo organismo, pode ocasionar leucopenia (CHAVES, 2001). 22 Praticamente todos os derivados de amina são classificados como perigosos, podendo gerar irritação nos olhos e a pele. Emitem vapores amoniacais e se inalados, podem ocasionar náuseas ou vômitos, e deve-se redobrar o cuidado no caso de ingestão acidental (NEDER, 2005). O manuseio da amina deve ser feito com toda segurança possível, sendo indispensável o uso de equipamentos de proteção individual (EPI).

     

     

  11. Os mandatos foram comprados…

    Lixo deste governo que ainda fica no muro das lamentações…

    Já falei! A vingança deve ser preparada pelos desabrigados. Estilo camicase!!!

    Pois justiça não será feita.

  12. Algumas contas para ajudar.

    Como não peguei autorização de quem fez as contas para citá-lo, seguem apenas elas:

    O Brasil tem quase 50 milhões de automóveis registrados. Se o peso médio de um veículo for 1200 kg, a frota de automóveis brasileira deve pesar algo como 60 milhões de toneladas.

    Bem, a Samarco informou que vazaram 62 milhões de metros cúbicos de lama. Considerando que esta lama deve pesar cerca de 1050 kg/m³, o peso do que vazou deve ser da ordem de 65 milhões de toneladas, ou seja, um pouco mais que o peso de TODA a frota nacional de automóveis.

    Agora parem para pensar: este foi o peso que a Samarco fez passar por cima de Bento Rodrigues. Foi como se todos os automóveis do Brasil passassem sobre o povoado em algumas poucas horas. Vejam bem, não é pelo povoado. É sobre o povoado. Sobre as casas, sobre as pessoas, sobre os animais, sobre 300 anos de história.

     

     

  13. Ainda não há Avaliação Conclusiva

    Muitas são as interrogativas à serem respondidas.

    Certamente que o  direacidente ocorrido resultará em impacto diretos  e indiretos.

    Fechar a empresa é uma opção que acredito não ser interessante para nenhuma das partes uma vez que tanto o estado quanto os munícipes e empresários desfrutavam e se beneficiavam da economia gerada.

    Certo é que certos imapctos, como a morte de pessoas é algo imensurável e a perda de biodiversidade levará algum tempo para se reestabelecer.

    Contudo, somente mesmo um estudo mais aprofundado poderia quantificar este impacto também de forma qualitativa.

    Cero é que as lama poderia ter sido contida através de processos remediativis conhecidos.

    Resta aguardar uma ação por parte do governo para primeiramente mitigar o impacto e as necessidades básicas da população atingida e posteriormente a remediação dos locais atingidos com um plano de reestruturação.

    Sem mais e aberto à dalogo e perícias,

     

    Leniro Guedes Lemos Junior.

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