O valor do dinheiro no tempo

Jornal GGN Qual o valor do dinheiro no tempo? A mesma quantia de dinheiro tem valor diferenciado dependendo do instante de tempo.

Ao optar entre financiar um bem por três, seis ou nove meses, o bem no final apresentará valores diferentes. Isso pode parecer um pouco óbvio, mas são decisões corriqueiras: comprar um bem à vista ou a prazo, investir em A ou Z, substituir ou não pagamentos, ou até optar por aquela parcela que cabe no bolso.

Quanto maior o tempo ou número de parcelas, maior será a influência de fatores externos e macroeconômicos em relação ao poder aquisitivo da moeda.

O que determina esta relação do dinheiro no tempo?

Vamos analisar dois fatores: inflação e juros.

A relação determinada pela inflação ocorre porque este fator representa o aumento persistente dos preços e queda do poder aquisitivo da moeda.

Se a inflação média mensal for de 0,6% ao mês, o montante de R$ 2.000,00 daqui a 6 meses equivalem a que valor hoje? (Considera-se VF= Valor Futuro, VP = Valor Presente, i= taxa, n= períodos)

VP= VF(1+i)-n

VP = 2.000 (1+0,006)-6

VP =  2.000.(0,964744)

VP = R$ 1929,49

Logo, descontada a inflação no período este valor equivale hoje a R$ 1929,49. O valor de R$ 2000 foi transportado no tempo para o momento atual.

O que também determina esta relação do dinheiro no tempo  são os juros através do rendimento da aplicação, do custo para captação e do financiamento, além do custo de oportunidade (quando o dinheiro não é investido).

Para resolver estas questões de decisões de investimentos ou financiamento, utiliza-se um conceito conhecido em matemática financeira: equivalência de capitais. Os capitais serão equivalentes quando numa mesma data, e a uma determinada taxa de juros, seus valores atuais são iguais.

Se um consumidor precisa decidir entre comprar uma televisão em lojas diferentes mas em condições de pagamentos diferentes, a decisão do melhor preço será feita pela comparação de valores na mesma data.

Logo, se o aparelho está sendo vendido em duas parcelas mensais de R$ 500 na loja A e em 6 prestações de R$ 180 na loja B, com juros mensais de 3% em ambas as lojas, qual a loja o consumidor deverá adquirir sua televisão?

Para viabilizar a comparação vamos trazer para o valor presente ou o valor à vista os dois planos de pagamento.

Na loja A, o preço à vista será de:

VP = VF(1+i) + VF(1+i)n

VP = 500(1,03) + 500(1,03)2

VPloja A = R$ 956,73

E na loja B, o valor à vista será de:

VP = 180/1,03 + 180/1,032 + 180/1,033 + 180/1,034 + 180/1,035 + 180/1,036

VPloja B = R$ 975,09

Assim, levando –se em consideração os dois conjuntos de prestações para a mesma data, verifica-se que as duas ofertas não são equivalentes, logo, na loja A o aparelho sai mais barato.

Redação

1 Comentário

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  1. Diferença de Valor?

    Isto não é só para ser lido. É para ser pensado, também!

    Nassif: tenho pra mim que esse “economês” só vale para a macroeconomia. Na visão prática, do dia-a-dia, vai-se a loja A e a loja B. As TVs da mesma marca e modelo. Juros semelhantes. Pode-se até fazer esta continha enigmática e concluir que a diferença é de R$ 18,36. O prazo só vai influir na situação financeira do momento. Se tiver a grana, fecha-se com a loja A. Senão, com a B. A diferença no preço, seja para compra à vista ou a prazo, fica irrisória, na microeconomia. Tempo não é só dinheiro. Dependendo, compra-se da vendedora mais sedutora. 

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