Obama não precisa de Congresso para se relacionar com Cuba, diz chanceler

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O apelo do chanceler cubano Bruno Rodríguez em nome de seus conterrâneos foi, pelo 23º ano consecutivo, ignorado pelos Estados Unidos e países aliados à potencial ocidental, que rompeu suas relações bilaterais com a Ilha há meio século e insiste em manter os embargos. Rodríguez, na resolução apresentada à ONU, argumentou que o presidente estadunidense Barack Obama tem competências constitucionais para melhorar o relacionamento com Cuba sem necessidade de passar por aprovações do Congresso. A maioria dos países signatários da ONU apoiam o fim dos embargos impostos ao país de Fidel.

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Da Exame

A Assembleia Geral da ONU voltou a aprovar nesta terça-feira, pelo 23º ano consecutivo e com imensa maioria dos votos, uma resolução pelo fim do embargo comercial imposto a Cuba pelos Estados Unidos há quase meio século.

A resolução foi apoiada por 188 países, enquanto Estados Unidos e Israel votaram contra, e outros três se abstiveram. Este foi o mesmo resultado registrado no ano passado.

O embargo foi estabelecido em 1962 pelo então presidente americano, John F. Kennedy, para forçar a queda do regime comunista da ilha.

Desde 1982, a Assembleia Geral da ONU pede o fim da restrição por meio de resoluções apresentadas por Cuba.

Na ocasião, a resolução contou com 59 votos a favor, três contra e 71 abstenções.

Além disso, 46 países não participaram da votação.

Em seu discurso ao apresentar a resolução, o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, afirmou que Cuba e Estados Unidos podem “tentar encontrar solução para as divergências, por meio do diálogo respeitoso e da cooperação em aspectos de interesse comum”.

“Podemos viver e nos relacionar, de forma civilizada, dentro das nossas diferenças”, declarou, deixando claro que Cuba “nunca renunciará a sua soberania, nem o caminho livremente escolhido por seu povo para construir um socialismo mais justo e eficiente, próspero e sustentável”.

“O presidente Barack Obama tem todas as prerrogativas constitucionais, sem ir ao Congresso, para modificar aspectos determinantes do bloqueio e introduzir uma dinâmica nova e decisiva na relação bilateral”, insistiu.

Rodríguez destacou as medidas “limitadas, mas positivas” adotadas pelos Estados Unidos entre 2009 e 2011 sobre “as visitas familiares, as remessas dos cubanos que vivem em seu território e as viagens de determinadas categorias de cidadãos americanos com diversas motivações”.

Ele acrescentou que, desde então, a cooperação “foi ampliada” para áreas como o combate ao narcotráfico, o crime transnacional e o tráfico de pessoas.

O representante cubano também denunciou que, recentemente, a aplicação “extraterritorial” do bloqueio “se intensificou”, principalmente “por meio da imposição de enormes e insólitas multas de US$ 11 bilhões para 38 bancos, como o francês BNP Paribas, que fazem transações com Cuba e com outros países”.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

9 Comentários

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    1. Não há bloqueio algum contra

      Não há bloqueio algum contra Cuba, bloqueio é ato de direito internacional, há embargo, que é ato de direito nacional.

  1. A vida sem trolls.

    Se Obama restabelecer e liberar relações com Cuba  o que será dos nossos trolls aqui  no blog? Como poderão eles, os nossos trolls, manter sua teoria favorita: a “cubanização do Brasil via PT”? Ficaremos órfãos de seus comentários bizarros, que tanta diversão nos trazem? Pense nisso, Presidente Obama! Pense nisso, Raul Castrol! Se liga, Nassif!

  2. 71 se abstiveram.


    Parece-me que são contra o embargo, mas não querem se indispor com o pitbull do norte. Desculpem-me, acho que me enganei, os eua são um santinhos, não interferem, não invadem, não mandam matar nem semeiam a guerra em outros países.

  3. Cem por cento errado. O

    Cem por cento errado. O embargo é resultante de duas leis de iniciativa do Congresso, o Helms Burton Act e a Cuban Democracy Act, só o Congresso pode mudar essas leis. O Presidente, por Odem Executiva, tem alguns poderes messe caso, por exemplo, exportação de trigo, alimentos e remédios já foram liberados, assim como voos para Cuba, isso já foi feito, abolir o embargo só o Congresso.

    O problema é que o a revogação do embargo é importante para Cuba, não para os EUA.

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