ONU autoriza uso de força para UE deter embarcações de imigrantes

Da Agência Lusa

ONU aprova missão europeia contra tráfico de imigrantes que prevê uso da força

O Conselho de Segurança da ONU aprovou hoje (9) as operações da União Europeia (UE) contra o tráfico de migrantes e autorizou o uso da força para deter na costa da Líbia as embarcações que são utilizadas nas travessias.

A resolução foi negociada durante vários meses e finalmente aprovada por 14 votos a favor e uma abstenção, da Venezuela.

O texto, válido durante um ano, autoriza as forças europeias a inspecionar, capturar e inutilizar em alto mar as embarcações suspeitas, fornecendo desta forma apoio jurídico à fase ativa da operação naval “Sofia”, desencadeada este semana.

A UE não necessitava do voto obrigatório da ONU para esta segunda etapa da sua operação, mas o apoio do Conselho de Segurança concede legitimidade internacional às suas ações.

A resolução foi redigida com base no Capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, permitindo dessa forma o uso da força para combater o tráfico de imigrantes e refugiados no Mediterrâneo, com o objetivo anunciado de proteger as vidas de quem pretende alcançar a Europa.

A autorização do uso da força dificultou as negociações do texto pelo fato da Rússia, Venezuela e diversos países africanos terem manifestado dúvidas, incluindo a possibilidade de a força ser utilizada com outros objetivos.

Estes países acusaram repetidamente as potências ocidentais de utilizarem uma resolução aprovada em 2011 pelo Conselho de Segurança destinada a proteger os civis na Líbia como base para a sua campanha militar que contribuiu decisivamente para o derrube do regime de Muamar Kadhafi, e pretendiam garantir que este cenário não voltasse a ocorrer.

A Venezuela justificou a abstenção ao considerar que a crise migratória no Mediterrâneo está sendo “abordada de uma forma completamente equivocada” por meio de um “enfoque militar” que apenas agravará a situação.

No entanto, países como Chade agradeceram ao Reino Unido, que impulsionou a resolução, a sua “flexibilidade” para alterar o texto, tendo em consideração as preocupações dos Estados-membros.

O embaixador britânico, Matthew Rycroft, sublinhou que as operações contra os traficantes de pessoas não resolverão todo o problema, mas constituiu “parte da solução”.

 

Redação

7 Comentários

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  1. Todo apoio a Putin

    Situação criada pelos USA e sua política imperialista, disfarçada de democrata.

    A solução, a mais tosca e mais barata, sentar bala nos barcos que buscam a travessia. Afinal, não há investidores em empresas americanas entre os refugiados.

    Ainda bem que Putin decidiu entrar na questão. Chega desta bichice norte americana.

  2. ONU de sempre

    Nassif,

    Graças ao sempre importante Conselho de Segurança da ONU, a resolução abre as portas para a eliminação de sabe-se lá quantos refugiados.

    A Europa conhece todas as ferramentas necessárias para a operação, a mídia mundial ficará calada e/ou fabricará uma manchete pró Europa e quase ninguém terá conhecimento das eliminações cívicas – O mesmo receituário utilizado para os chamados piratas da Somália e omitindo o descarregamento, contínuo e em expressiva quantidade, de lixo altamente tóxico europeu na costa daquele país.

    Só não entendi a necessidade de muitos meses para um jogo de cartas marcadas.

    1. É tambem , talvez principalmente

        Cara Anarquista, pode me chamar de Junior 55.

        É bom que todos leiam outra determinação da UE, que veio junto com esta:  brasil.elpais.com/brasil/2015/10/08/internacional/1444330061-431446.html , referente a aceleração dos processos de deportação, e selecionamento de quem é ou não refugiado.

         Outro texto interessante, é meu mesmo, está em: http://www.jornalggn.com.br/756079#comment -756079, com o nome de ” Federica ou Leggeri “.

  3. Refugiados, o pior estar por vir

     “Refugiados – A crise na Europa é uma pequena amostra do que vem pela frente” – chamada de capa de Carta Capital para a excelente reportagem de Antonio Luis M C Costa  “O Exodo do século XXI –  A crise dos refugiados não é européia, mas mundial”: No olho da página: “Os primeiros capítulos do drama são uma pequena amostra do porvir. Em boa medida o Ocidente colhe o que planta”.  

    Assustador: cerca de 59,5 milhões de pessoas foram deslocadas à força em 2014 (não necessáriamente para outros países). E o número deverá crescer. Desse total 86% dos refugiados estão em países pobres e apenas 4% na Europa Ocidental. Os países campeões de refugiados são Turquia: 1,59 mi; Paquistão: 1,51 mi; Líbano: 1,15 mi; Irã: 982 mil; Etópia: 660 mil; Jordânia: 654 mil. Portanto, alerta o repórter, não é a Europa mas esses países que estão no “limite da capacidade”. Os países ricos estão longe do limite de capacidade e também ainda arca muito pouco com suas responsabilidades pelo desastre em curso, problema criado pela “política internacional” desses mesmos países no Oriente Médio e na África.

    O link da reportagem ainda não está disponível.

     

  4. Legitimidade da ação

       Recentemente o SR. Nassif colocou neste sitio uma postagem, referente a dificuldade de comunicação entre as “editorias ” da midia, dos de “policia” não cotizarem suas informações com os de economia, e no caso por ele descrito, com outros de internacional e/ou diplomacia, fato que ocorre tb. neste da “Agencia Lusa”.

        Portanto é importante frisar, que a UE ao solicitar autorização do uso da força ( Capitulo 7 da Carta da ONU ), vai alem da simples necessidade de legitimar tal ação internacionalmente, mas se trata de uma expansão das varias operações européias já ocorridas na região ( Mare Nostrum, Triton, Atalanta 1, Atalanta 2 ), todas exclusivamente européias, MAS agora com o “Cap 7 ” aprovado, a “Operação Sofia”, pode legalmente, utilizar-se de outras marinhas, incluindo não-européias, sob mandato da ONU – a responsabilidade por qualquer problema ( afundamento, repressão, deportação no mar, mortos & feridos ) antes era exclusivamente européia, agora será da ONU.

         Exemplo de um risco nosso ( Brasil ):  Dia 05/09 a  V-34 ( Corveta Barroso ), em seu deslocamento no Mediterraneo, demandando a costa libanesa para assumir o capitania da UNIFIL , foi solicitada para socorrer refugiados, no gap Sicilia / Libia, e os conduziu para a Italia, portanto é risco possivel – após esta autorização CS/ONU – que qualquer embarcação militar , ainda mais sob o comando ONU ( caso nosso na UNIFIL ), tanto nas costas do Egeu como no Mediterraneo, ser solicitada para atuar na “Operação Sofia “.

          Espero que nossa chancelaria ( Itamaraty ), comunique, tanto a MB como a ONU, qual é a determinação de nosso governo relativo a esta operação, e que manteremos exclusivamente nossos compromissos apenas com a resolução que criou a UNIFIL.

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