Operação Zelotes começa a ouvir testemunhas

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

 
Jornal GGN – Nesta sexta (22), a Justiça Federal de Brasília inicia a coleta de depoimentos de testemunhas da Operação Zelotes, a partir dos indicados pelos próprios réus. A presidente Dilma Rousseff foi uma das escaladas e aprovadas pelo juiz da 10ª Vara Vallisney de Souza Oliveira a prestar depoimento.
 
O magistrado informou que a presidente terá a opção de responder por escrito, se ela tiver “qualquer informação ou declaração a ser prestada acerca dos fatos narrados ou das pessoas indicadas na denúncia”. Caso contrário, se Dilma não tiver informações, poderá ser dispensada de responder as perguntas do MPF, do juiz e do advogado de Vallisney de Oliveira, investigado que cotou o nome de Dilma como testemunha.
 
Leia mais: Dilma será testemunha para negar corrupção das MPs de incentivo fiscal
 
“Solicito, assim, especial deferência à Vossa Excelência para se manifestar se prefere prestar depoimento escrito ou agendar data/hora para sua oitiva perante este Juízo Federal Criminal, nos termos do paragrafo 1º do artigo 221 do Código de Processo Penal. Caso Vossa Excelência não detenha qualquer informação ou declaração a ser prestada acerca do(s) fato(s) narrados ou da(s) pessoa(s) indicada(s) na denúncia solicito seja este Juízo Federal comunicado”, disse o juiz no ofício encaminhado à Dilma.
 
Na lista dos que serão ouvidos pelos investigadores estão 98 testemunhas. Além da presidente, foram arrolados outros políticos, entre eles, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro Gilberto Carvalho, o ex-senador e atual ministro da Educação, Aloizio Mercadante (PT-SP), o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), os senadores José Agripino Maia (DEM-RN), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Humberto Costa (PT-PE) e Walter Pinheiro (PT-BA) e os deputados José Guimarães (PT-CE) e José Carlos Aleluia (DEM-BA).
 
A Operação Zelotes apura a sonegação fiscal do porte de R$ 19 bilhões em desvios. A intenção da defesa de Vallisney é justamente provar o desconhecimento de suas testemunhas referente ao esquema de compra de MPs. A saída encontrada pelo advogado é uma oportunidade para governistas e parlamentares anularem atual foco da Zelotes, retornando à investigação original do Carf. 
 
Os políticos participaram da votação, no Congresso Nacional, da MP 471. A presidente, à época, era ministra da Casa Civil (2005-2010) e, portanto, teria o conhecimento dos trâmites de uma Medida Provisória antes de chegar ao presidente da República para a edição. 
 
Lula e Gilberto Carvalho devem ser ouvidos na segunda-feira, dia 25, a partir das 9h, na sede da 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília. Nesta sexta (22), serão coletados os depoimentos de dez testemunhas indicadas pelos réus Hallysson Carvalho Silva e Francisco Mirto Florêncio da Silva. Os demais devem ocorrer até o dia 5 de fevereiro.
 
Leia também:

 

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

7 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. tudo isso provocado por um

    tudo isso provocado por um agente até agora desconhecido

    da pf que desviuu o foco incial da operação zelotes.

    no início, a denúncia era contra grande empresas

    sonegadoras de impostos, milhões, bilhões de reais…

    uma desasas ewmpresaa é a rbs, do rs, afiliada da globo…

    espertamente, a grande mídia mancomunada como sempre.,

    fez conluioo com esse agente, o qualre solveu desviar desse foco inicial

    para investigar o governo, a tal mo que foi aprovada no

    congresso inclusive pela opososição…

    1. Cortina de fumaça

      ALTAMIRO

      Depois de ouvirem 98 testemunhas (inclusive a Presidente da República), a conclusão será de que a MP foi aprovada de acordo com os trâmites normais.

      Tudo isso é uma enorme cortina de fumaça para esconder a verdadeira e bilionária corrupção no CARF, envolvendo poderosas empresas como a Globo, Gerdau, etc…

       

  2. Dilma é Presidente da

    Dilma é Presidente da republica  mesmo  como  TESTEMUNHA,  ela   irá  se  quizer  porque  o juiz nao  tem foro  para convida-la.  embora  ela nao tenha  nada a  escolher Mais  porque  começar  com  a  presidente? Ha  muito  mais  gente  que  estao  arroladas  como  testemunhas  e  que  tem   muita  grana  no paraiso  fiscal. Entao  porque  serem  convocadas  como testemunhas? É  meio  complicado isso em.  O  primeiroque  deveria  ser   convocado  e que  nem vi   alusao ao seu  nome  é  AUGUSTO NARDES, ele  pode ser ouvido  como testemunha  e  depois  a depender das suas  declaraçoes  e  das provas que  ja  existe aos monte  contra ele  passar  para  invesrtigado. 

  3. a zelotes não era pra

    a zelotes não era pra investigar grandes sonegadores, corruptos entre os conselheiros do CARF? Agora está investigando MPs e o motivo da “operação” foi parar numa gaveta errada? Só imagino as manchetes: Dilma convocada a depor na zelotes. Quem quiser que entenda

  4. Creio que este processo

    Creio que este processo precisa ser desmembrado urgentemente. Alguém precisa provocar o Supremo para proceder o desmembramento. Talvez um parlamentar ou qualquer partido político.

    No processo original – Zelotes – seria investigada a corrupção no CARF, envolvendo as grandes empresas envolvidas e os conselheiros corruptos. Este processo continuaria tramitando na justiça federal, pois não se tem conhecimento de envolvimento de pessoas com foro privilegiado.

    No outro processo – das MPs – seria apurado se realmente houve compra de medidas provisórias (o que não acredito, é apenas cortina de fumaça). Neste caso, o processo não poderia tramitar na justiça comum, pois se houvesse compra de MPs, é obvio que teria que haver participação de parlamentares e/ou autoridades do governo. Então este processo teria que tramitar no STF e não nas mãos de um juiz de primeira instância.

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador