Os acordos entre Brasil e Israel na área bélica

Enviado por Leo V

Do Brasil de Fato

Transações bélicas entre Brasil e Israel já atingiram a marca de US$ 1 bilhão

Relatório internacional de 2011 detalha o comércio entres os países; mestrando em História também resgatou acordos, entre eles, o firmado com a empresa Global Shield que forneceu veículos utilizados na Copa do Mundo pelo BOPE e o CORE-RJ

Da Redação

A condenação do governo brasileiro aos ataques de Israel à Faixa de Gaza iniciado em 8 de julho e que, até ontem (29), já causou a morte de 1.296 palestinos, além de deixar mais de 7 mil feridos, resultou na declaração do porta voz do governo de Israel, Yiagal Palmor, que chamou o Brasil de “anão diplomático”. A resposta israelense – que parece ter estremecido as relações diplomáticas entre os dois países -, no entanto, pode ocultar a parceria econômica entre as duas nações.
Segundo relatório da organização Stop The Wall, em 2011, contratos entre os dois países chegou a movimentar bilhões de dólares. Neste período, o documento aponta que o Brasil chegou a ser o quinto maior importador de armas israelenses e que, somente entre 2005 e 2010, esse comércio superou a marca de US$ 1 bilhão.

O relatório também apontou inúmeras situações que embasam o apoio do Brasil à indústria armamentista israelense: a abertura do escritório da FAB em Tel Aviv em 2003; um acordo de cooperação de segurança para facilitar a cooperação e contratos militares com Israel e a ajuda das autoridades brasileiras no contato de empresas israelenses de armas com outros países latino-americanos.

Duas empresas citadas no documento, a Elbit Systems e a Israel Aircraft Industries (IAI), que forneciam equipamentos para o Muro da Cisjordânia ou “Muro do Apartheid”, mantinham relações com o governo brasileiro. O muro começou a ser erguido no governo Ariel Sharon para cercar os territórios disputados entre palestinos e israelenses, com o propósito de “proteger” Israel da infiltração de terroristas. Porém, em 2004, o Tribunal Internacional de Justiça de Haia declarou a construção ilegal, pois corta terras palestinas e isola cerca de 450 mil pessoas.
  
“Os governos estrangeiros que adquirem armas israelenses não estão apenas comprando os frutos da ocupação, mas também garantindo que a indústria israelense de armas possa continuar produzindo armas cada vez mais sofisticadas para reprimir e matar os palestinos”, conclui o relatório.

Israel e Copa do Mundo

Em artigo publicado no site Desacato (http://desacato.info/), o mestrando em História, Alexandre Arienti Ramos, traça uma análise atualizada dos contratos entre os dois países. Entre outros acordos, Ramos resgatou o acordo do Brasil com a empresa israelense Global Shield, que, em 2013, forneceu veículos blindados para o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) e para a Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) do Rio de Janeiro. Os armamentos foram vendidos 70% abaixo do preço de tabela para serem usados na Copa do Mundo e nos Jogos Olímpicos em 2016.

Redação

19 Comentários

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  1. Os “acordos” não escritos

    Que indicam que Israel é global e não apenas um território no deserto. A diferença entre israelense, judeu, sionista e etc. parece não ser muito clara. Qualquer opinião que alerta sobre esta “quinta coluna” dentro do Brasil e de outros países é tachada de anti-semita, racista e etc.

    http://oglobo.globo.com/mundo/pioneiros-brasileiros-no-exercito-israelense-6556230

    http://www.forte.jor.br/2013/09/22/brasileira-vira-sargento-combatente-no-exercito-de-israel/

    http://www.meionorte.com/noticias/jornais-e-revistas/em-israel-brasileiro-serve-o-exercito-e-joga-na-selecao-local-125997.html

     

  2. então…

     tende a confirmar-se o que já li por aí de autoridades israelenses:

    “nós já temos o principal, o apoio internacional”

    mas

    independente de ser técnico, diplomático ou comercial, pode ser usado em conjunto para convencer Israel……………

    pois enquanto não acontecer dessa forma, com desaprovação total, as bombas continuarão sendo lançadas, o exército avançando e os inocentes morrendo

  3. O fato  não diminui a

    O fato  não diminui a importância e a oportunidade da ação do Governo  Brasileiro.  Os Estados Unidos  são os maiores parceiros comerciais brasileiros,  mas o Brasil  tem tido ma parceria altiva em relação à quela poténcia,  recusando-se a ser seu quintal ou seu reboque.

       O inverso também  tem validade :  ”  Negócios,  negócios,  amigos  á parte ” .

  4. Isso sim é sem-vergonhice

    Isso sim é sem-vergonhice Dilma!!!

    Suas açoes sao da boca pra fora quanto a Israel.

    Se nao atingir o bolso, nao vale.

  5. O Brasil precisa cancelar

    O Brasil precisa cancelar estes acordos e expulsar o Embaixador de Israel. Menos que isto seria um ultraje a memória das centenas de crianças inocentes que foram mortas e despedaçadas pelos soldados israelenses. Nosso país não pode manter relações comerciais e diplomáticas com um Estado fora-da-lei que ignora os direitos humanos dos palestinos que vivem em Gaza e que realiza operações militares não autorizadas pelo Conselho de Segurança da ONU. 

  6. Relativizar

    É preciso ter calma na hora de analisar assuntos como esse. Naturalmente também sou contra essa violência desproporcional que estamos assistindo estarrecidos, assim como a agressão às populações do Iraque e do Afeganistão. E o Estado Brasileiro se colocou politicamente contra, mas isso é uma coisa, outra muito diferente é fechar as portas para qualquer tipo de comércio, pois existem acordos, interesses comerciais inclusive interesses da população brasileira. Não se pode cerrar as portas a qualquer relação comercial, cultural, o que seja (necessárias a nós também) aos Estados Unidos, Israel, Rússia, China, Japão, sempre que discordarmos da política externa de algum país, há que se ter equilíbrio na hora de analisar o que está se passando.

      1. Por aí

        Pois é, Leo, há que ser realista até nisso, ou seja, temos até de “trabalhar” nossa indignação com essa violência terrível, porque sabemos das limitações do governo (aliás de qualquer governo) na hora de tomar medidas concretas. Sei que é lamentável, beira até o cinismo, mas as relações de Estado não obedecem os mesmos mecanismos de nossas relações pessoais, por exemplo.

    1. Interesse comercial algum

      Interesse comercial algum JAMAIS justificará fazer acordos com um regime que mata crianças dormindo em uma escola ou mulheres no mercado.

      O Massacre em Gaza não é mera “política externa da qual discordamos”, é crime contra a humanidade.

       

  7. Chega de Herodes

    O duro de envelhecer é ver que nós humanos chafurdamos na hipocrisia, no crime, no genocídio, por causa do dinheiro. Concordo com os colegas. Melhor seria rompermos esses negócios sujos com Israel e doarmos a grana pra salvar essas crianças. Não podemos compactuar com Israel esse Grande Herodes.

  8.  
    Nesses momentos, a
     

    Nesses momentos, a impotência se aloja como um nó em nossa garganta.

    Já enviei e-mail ao Itamaraty, informando que me senti ofendida pelos vitupérios do representante do governo fascista de Israel, e cobrei (como se adiantasse, mas enfim) adoção de medidas para a retratação e o rompimento de relações com aquele governo até que se estabeleça o mínimo respeito aos direitos humanos.

    Entrei em contato com  a assessoria do Senador Suplicy, meu representante junto ao senado, e fui informada que deveria checar a página dele no facebook. É sério, a assessora, Rosa, me mandou olhar no facebook e me disse que enquanto o senado estiver em recesso o senador não se pronuncia oficialmente.

    Entrei em contato com a Federação Israelita, e recebi um e-mail com todas as mesma justificativas de sempre, respondi rebatendo cada um dos argumentos, como se a morte de trezentas crianças já não fosse um argumento definitivo.

    Não obtive resposta, estou imaginando quanto tempo meu interlocutor vai demorar para me classificar como anti-semita.

    Mas nesse diálogo com o representante da federação, pude perceber como essas pessoas estão perdidas, como precisam se agarrar a essa argumentação pusilânime de que “precisamos nos defender”, estão loucos.

    Evidentemente a presente ofensiva é a tentativa de Israel de dar o golpe de “misericórdia” e exterminar, de vez, a população palestina. Eu com pesar acho que ele irão conseguir.

    Mas então a Palestina vai deixar de ser um lugar e será um ideário, um sentimento, não mais confinado, não mais privado de água, comida e dignidade, mas ganhará amplidão, se espalhará, e  mundo do povo israelenses se restringirá somente as terras usurpadas pois tornar-se-ão, novamente párias, odiados pelo resto do mundo.

    É uma lástima, uma lástima.

    O que mais podemos fazer?

    Luciana Mota

    Luciana Mota.

     

     

     

  9. Arma não tem ideologia.

    Arma não tem ideologia. Israel as usa para massacrar civis. O Brasil, pragamaticamente*. faz acordo com quem detém mais tecnologia no setor.

    Sabe-s que o estado sionista é um dos mais avançados do mundo em combate ao terrorismo. A parte do ataque covarde aos palestinos é o que aparace. Mas eles também tem uma parte de prevenção ao ataques terroristas dos fundamentalistas islâmicos. É uma tecnologia de inteligência e defesa em eventos públicos.

    Então, nada melhor para ajudar na segurança dos grandes eventos, que tem acontecido principalmente no Rio de Janeiro.

    *Engraçado que o governo é acusado pela direita de ideológico ao fazer alianças com terceiro mundo. Ao fazer com Israel, é acusado de menosprezar a ideologia em prol do pragmatismo

  10.   Esses acordos levam anos

      Esses acordos levam anos para ser firmados, além da realização em si. Não se cancelam assim até pelo custo puro e simples do cancelamento (multas, etc). Não é como negar empréstimo pro cunhado.

      Geopolítica não é briga no jardim da infância; não se pode cortar contato e depois dar o dedinho. O que o Estado Brasileiro pode fazer entra em uma escala; chamar “para consultas” o representante diplomático está nos primeiros degraus. Cancelar acordos está nos últimos.

      Dito isso, se o país quer ter mais peso nos assuntos internacionais – e essa é uma questão DE PESO – não pode xingar a mãe e fazer beicinho, nem dar porrada na mesa, esse é um trabalho árduo, QUE DEVE SER FEITO, DADO O CARÁTER MORAL, mas feito de forma coordenada através de contatos com parceiros internacionais.

    1. Realmente…..

      O André está certo, infelizmente! Quisera eu que o Brasil juntamente com todas as nações sérias, chamassem seus embaixadores de volta a seus paises, e iniciassem um rompimento de relações, não só comerciais mas culturais e economicos com esta nação sionista!

      No entanto, conforme muito bem coloca, ” Geopolítica não é briga no jardim da infância; não se pode cortar contato e depois dar o dedinho.”

      Assim sendo, quando o padrinho, ou melhor o vassalo, EUA, mantem seu apêndice no OM, cabe a nós, os não manilpuláveis, fazer o contraponto, ou seja, divulgar as aberrações deste estado genocida, e caso venha realmente assassinar os palestinos e anexarem suas terras como têm feito até agora, aí sim, impedir que as desfrute, apesar da conivência das potencias  atuais.

      Dedo engano pensarem que, após este ato bárbaro,  estarão imune a furia e violência dos palestinos em diáspora.  

      Se até agora, as manifestações congtra estas agressões são quase universais, imagine no futuro!!!!

  11. “Brasil de Fato ” e Prof. Alexandre Ramos

     Caro Mestrando, e “Brasil de Fato”:

      Parece-me que a pesquisa elaborada por vcs., ou foi mal feita, ou seguiu parametros fora da realidade do que seja o mercado bélico, ou  de “produtos de defesa “, uma vez que a cifra apresentada de US$ 1,0 Bilhão, relativa aos acordos bélicos entre Israel e Brasil, é no minimo apenas 30% do que realmente ocorre.

      Pelo que se deprende do texto, foram consideradas apenas as operações diretas, que realmente atingiriam esta cifra, deixando de focar no mais importante: a aquisição de partes de empresas nacionais de tecnologia, por empresas israelenses, as joint-ventures, as aquisições em sistema draw-back, transferencias de linhas de montagem.

      Para vcs. terem uma idéia, os US$ 1,0 Bilhão, não pagariam: 1. Atualização dos A-4 Skyhawk da Marinha (IAI); 2. Reforrma e atualização dos M-113 do CFN/MB ( IMI ); 3. Os radares dos P-3AM ( Elta).

      Empresas bélicas israelenses com joint-ventures e/ou participações societárias no Brasil: IAI, ELBIT/ELTA, RADA, RAFAEL, IMI.

      P.S.: Em breve, colocarei em um “fora de pauta” apenas o que é publico referente a estas associações, e possiveis futuros acordos, inclusive na area aeroespacial ( até Alcantara está no “rolo”).

     

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