Os alertas para uma nova crise financeira internacional

Jornal GGN – Martin Wolf, colunista do Financial Times e ex-economista do Banco Mundial, alerta para a possibilidade de uma nova crise financeira internacional, que pode ser mais grave que a de 2008. Para ele, os países de alta renda não estão em um curso sustentável, e medidas como o afrouxamente fiscal e a expansão do crédito podem ter criado “fragilidades substanciais no longo prazo”. Além disso, acredita que os níveis de endividamento total sejam maiores do que eram em 2007. Ele pontua, também, que o setor financeiro é, fundamentalmente, igual ao que causou a crise de 2008.

Do Valor

Uma nova crise no horizonte
 
Por Robinson Borges
 
O passado é um país estrangeiro, mas o futuro pode não ser tão distante. Quem alerta é Martin Wolf, 69 anos, colunista do “Financial Times” e uma das vozes mais influentes no debate econômico global. Para ele, uma nova crise financeira internacional não só está no horizonte, como pode ser ainda mais grave do que a iniciada em 2007. “Pode muito bem acontecer de as maneiras como as economias responderam à crise ­ em particular o afrouxamento fiscal e a expansão de crédito ­ terem criado fragilidades substanciais no longo prazo”, diz Wolf, que já foi economista do Banco Mundial e é professor da Universidade de Nottingham, no Reino Unido. 

 
O grande problema, em sua análise, é que os países de alta renda, epicentro da crise no fim da década passada, não estão em um curso sustentável. Wolf parte da premissa de que a resposta à turbulência financeira fez apenas o mínimo necessário para “pôr de novo o show na estrada”. Ou seja: as lições do passado não fazem parte da preocupação presente dos formuladores econômicos como deveriam fazer, com reformas essenciais e radicais. “Nós aprendemos muito desde então, mas não o suficiente para evitar que essa experiência tão dolorosa se repita”, afirma. Esse é o foco de “As Transições e os Choques: O que Aprendemos – E o que Ainda Temos de Aprender ­- Com a Crise Financeira”, seu mais recente livro que a Companhia das Letras acaba de lançar no mercado brasileiro.
 
Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista que Martin Wolf concedeu ao Valor, por telefone, de Londres.
 
Valor: O senhor não está otimista em relação ao que aprendemos com a crise financeira e diz que não estamos em um curso sustentável. Na sua avaliação, uma nova turbulência na economia é inevitável? 
 
Martin Wolf: O setor financeiro é, em aspectos fundamentais, igual àquele que causou a crise, embora não em seus detalhes. Além disso, continuamos confiando no crescimento da demanda com base no endividamento. E esse é o objetivo das políticas monetárias que estamos adotando. Ainda há grandes desequilíbrios entre poupança e investimento no mundo. Para mim, portanto, é muito provável que a combinação desses três fatores gere uma nova crise financeira. Há outro fator: a maioria das economias continua com níveis de endividamento altíssimos. Há grandes dívidas privadas e públicas no mundo desenvolvido. Não houve muita desalavancagem. Não diria quando nem em sonho [risos]. Será daqui a muitos anos e vai depender de muitas coisas, mas a chance de haver uma nova crise é bem significativa. 
 
Valor: Poderia ser pior que a de 2007/ 2008?
 
Wolf: É possível. Em primeiro lugar, é bem provável que os níveis de endividamento total sejam substancialmente maiores do que eram em 2007. Em segundo, a capacidade dos governos de reagirem aumentando drasticamente seus déficits fiscais certamente seria mais limitada, porque os níveis de endividamento serão maiores. Por fim, há uma probabilidade razoável, que depende do momento, de que as taxas de juros ainda estarão muito baixas. Lembre­se que, antes da crise, as taxas de juros dos bancos centrais dos países desenvolvidos eram de 5% ou 6%. Se as taxas anteriores à próxima crise forem de 2%, 3% ou mesmo 4%, não terão muito o que cortar. Por todas essas razões, é perfeitamente possível imaginar que a próxima crise será pior.
 
Valor: Janet Yellen, presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), declarou que pode aumentar as taxas de juros neste ano. Seria o primeiro aumento desde 2006. Qual será o impacto para o mundo e especialmente para países emergentes como o Brasil? 
 
Wolf: Não sei quando o Fed vai aumentar os juros e Yellen também não [risos]. Posso estar errado, porque é uma decisão delicada. No entanto, acho que a economia dos EUA está mais fraca do que o Fed imagina e a inflação, mais baixa, em virtude da força do dólar e do crescimento do déficit em conta­corrente, que parece estar acontecendo e é parcialmente compensado pela queda no preço do petróleo. Há mais um fator: o Fed, diferentemente do Bank of England ou do BCE [Banco Central Europeu], não gosta de inverter sua direção. Acho que não aumentará as taxas se não estiver certo de que pode continuar na mesma direção. Acredito que, quando as taxas subirem, subirão lentamente e sem saltos. Talvez o primeiro aumento seja para 0,5 ponto [da taxa atual de 0,25%], o que é muito, muito baixo. Também acredito que todos dão como certo que vai acontecer dentro de mais ou menos um ano. Se isso for verdade, o impacto sobre o resto do mundo não deverá ser grande. Por outro lado, já tivemos experiências em que coisas parecidas aconteceram e não perceberam qual seria a extensão do impacto. Houve choques nos mercados de títulos e subitamente os retornos dos títulos começaram a subir mais do que todos esperavam. Isso pode acontecer, mas o impacto seria temporário. É importante que os responsáveis por economias como a do Brasil, onde há grande quantidade de empréstimos em dólares, observem sua fragilidade sistêmica cuidadosamente, mas imagino que os bancos centrais competentes tenham analisado isto, porque há riscos. 
 
Valor: O senhor acha que não se fez muito para melhorar a regulação das instituições financeiras. Por que as reformas realizadas não foram suficientes e como deveriam ser feitas para reduzir o risco de pânico? 
 
Wolf: Minha tese é de que elas são complexas e é difícil saber como vão funcionar. Além disso, as reformas provavelmente não foram suficientemente abrangentes para tornar os bancos robustos nas circunstâncias relevantes. Uma das afirmações que faço no livro, talvez não tão claramente quanto gostaria, é que a causa dessa crise foi um choque relativamente pequeno. Não foi um choque gigantesco. Foram perdas geradas por contratos de hipoteca pelo mundo ­ principalmente, mas não só, nos EUA ­, mas que causaram um caos tremendo. Para mim, isso mostra que a capacidade de absorção de choques pelo setor bancário era muito limitada. Se analisarmos o verdadeiro coeficiente de alavancagem dos bancos, ou seja, a quantidade de capital que detêm em relação à dívida, ou a relação dívidacapital, essa relação ainda é de mais ou menos 20:1, portanto eles não têm uma capacidade muito grande de suportar perdas de capital. 
 
Valor: Embora considere imperfeito, o ex­vice presidente do Fed Alan Blinder diz­se otimista com relação ao ato Dodd­Frank para mitigar a vulnerabilidade do sistema…
 
Wolf: Acho que o Dodd­Frank foi uma boa tentativa de tornar o sistema, tal como é hoje, um pouco mais seguro. Se alguém dissesse: “Temos de manter o mesmo sistema, mas fazer todas as modificações possíveis para torná­lo mais seguro”, o resultado seria o Dodd­Frank, um conjunto de regras muito complicadas. E, sob ela, uma quantidade enorme de regras detalhadas será produzida. Conversei com pessoas do Banco Central [Fed] que estão céticas quanto à sua eficácia. Também temos de lembrar que, com o passar do tempo, os bancos farão lobby para modificar os regulamentos. A qualidade das ações das organizações reguladoras, em geral, será inferior à dos bancos, porque pagam muito menos [aos técnicos]. Acho razoável presumir que, embora as regras sejam bem intencionadas, sua eficácia é desconhecida e essas regras serão diluídas. Estou menos confiante do que Alan Blinder. Claro que ele pode estar certo, e espero que esteja. No entanto, já consigo ver, no Congresso, pressões para que se volte atrás, de maneira potencialmente perigosa, a fim de permitir maior liberdade em áreas das finanças que podem ser arriscadas. A maioria das pessoas não entendeu nada sobre a gravidade da crise de 2007 e 2008, e isso inclui a maioria dos economistas.
 
Valor: O senhor mostra que a atividade bancária ficou ainda mais concentrada em um número pequeno de bancos internacionais depois da crise. Esse cenário faz as instituições financeiras continuarem grandes demais para falir?
 
Wolf: Minha resposta instintiva é que sim. Talvez mais ainda do que antes. Muitos esforços foram dispendidos na chamada resolução e na capacidade de absorção de perdas, incluindo a possibilidade de converter dívida em capital próprio. Se houver uma nova crise, talvez seja possível evitar o resgate a grandes instituições financeiras. Acho que se só uma ou duas instituições tivessem dificuldades, seria possível sanar a situação sem ter de resgatá­las. Minha preocupação é a seguinte: se algumas instituições muito grandes enfrentassem dificuldades, seria bem provável que muitas outras enfrentassem dificuldades ao mesmo tempo ­ em parte porque ainda são interligadas demais para falir. Se isso acontecesse, seria uma crise sistêmica. Nesse contexto, o processo de resolução poderia ser muito mais difícil do que se pensa. Os credores dessas instituições teriam de ser resgatados. A melhor maneira de eliminar “o grande demais para falir” seria elevar o capital acionário requerido das instituições financeiras mundiais e sistematicamente importantes.
 
Valor: Em uma de suas colunas o senhor escreveu que a saída dos gregos do euro seria um pesadelo. Quais seriam os impactos dessa decisão para a região do euro, a Grécia e até mesmo o resto do mundo?
 
Wolf: Causaria, obviamente, uma crise na Grécia, o que seria um grande problema geopolítico. A pergunta sobre o impacto sobre o resto da zona do euro é difícil de responder. No curto prazo, provavelmente seria relativamente pequeno, porque eles têm os meios para lidar com pânicos e o risco de qualquer fuga de capital. Além disso, os outros países estão em condições diferentes das da Grécia. Diria, entretanto, que isso só se aplica ao curto prazo. Minha maior preocupação é o longo prazo. Uma vez que fique claro que é possível deixar a zona do euro, terá de haver um sistema cambial muito mais complicado do que a união monetária. Sempre que um país tiver problemas, não haverá amparos muito bons, e as pessoas vão começar a especular sobre uma nova saída, o que vai exigir uma ação coordenada e gigantesca do BCE e dos demais governos para lidar com essa especulação sobre uma saída. Custará muito, muito caro e terá um efeito grande sobre os bancos e a capacidade dos governos de se financiarem. O resultado pode ser uma crise muito, muito grave para qualquer país, porque, em essência, a especulação será desestabilizadora, em vez de estabilizadora numa crise. Se a saída da Grécia for permitida, isso poderá mudar toda a natureza do contrato europeu. Embora, no curto prazo, muitos dos países que não querem ajudar a Grécia achem que isso convencerá sua população a não votar em políticos populistas, no longo prazo há o perigo de que, uma vez que a saída aconteça, a união monetária perca credibilidade.
 
Valor: O senhor diz que a Europa tomou uma decisão precipitada e cometeu um grande erro ao adotar medidas de austeridade em 2010, com medo do déficit fiscal e da grande crise.
 
Wolf: Houve vários fatores na zona do euro: um aperto fiscal substancial, um pânico na concessão de empréstimos a diversos governos, alguns deles muito importantes, como o da Itália e da Espanha. Portanto, as taxas de juros dispararam. O setor bancário se desintegrou, por isso, o custo do capital para as empresas privadas ficou muito, muito alto e houve um volume significativo de fuga de capital. A zona do euro enfrentou uma série de problemas, além de um enorme desequilíbrio na conta­corrente, que tinha de ser eliminado ­ e muito rápido, porque era difícil manter o financiamento ­ e vários outros problemas, um dos quais era a austeridade fiscal, que dificultava a solução dos demais. É uma das razões pelas quais o PIB da zona do euro ainda não voltou ao nível anterior à crise. Foram oito anos perdidos de PIB. Alguns países, como Espanha e Itália, levarão ainda mais tempo ­ 10, 11 ou 12 anos para voltar ao nível pré­crise. É quase como a década perdida da América Latina, da qual você, sendo brasileiro, deve se lembrar [risos]. É claro que eles são países mais ricos do que o Brasil é e era, então têm uma proteção muito maior. O desemprego chegou a taxas incrivelmente altas, quase 30% na Espanha, cerca de 15% na Itália. É uma crise incrivelmente cara e a reação foi muito fraca.
 
Valor: Alguns sinais são mais positivos hoje…
 
Wolf: As coisas melhoraram. Sob a gestão de Mario Draghi, o BCE fez coisas notáveis para recuperar o sistema financeiro, com a união bancária também apoiada pelo governo, o que é muito importante. Eliminaram o risco de fragmentação do euro em grande medida, exceção feita à Grécia. Iniciaram um enorme programa de QE [afrouxamento quantitativo], que reduziu ainda mais as taxas de juros e de câmbio. Além disso, certa ou errada, a contração fiscal praticamente acabou. Não vai haver mais austeridade. Foi muito difícil, mas acabou. A zona do euro está começando a crescer, muito fraca e lentamente. Minha resposta para sua pergunta lá atrás é: entre outras coisas, a austeridade fiscal custou muito à Europa, mas agora, oito anos depois da crise, está começando a ser deixada para trás. Também poderia dizer, é claro, que as taxas de endividamento cresceram enormemente, isso porque sob certos aspectos, a austeridade não foi totalmente bem­sucedida. A economia se contraiu e foi muito ruim para as receitas e, portanto, para o déficit fiscal. 
 
Valor: De que maneira o novo modelo de crescimento chinês, mais voltado ao aumento do consumo interno, afeta a economia internacional?
 
Wolf: Acho que está ficando cada vez mais evidente que a China está em processo de transição para um modelo novo de crescimento, que provavelmente será muito mais lento. É uma grande transição e é de particular importância: o crescimento chinês foi uma das principais razões pelas quais a economia mundial se manteve em movimento, apesar de os países desenvolvidos estarem em crise. Um dos aspectos mais notáveis com relação a essa crise no mundo desenvolvido ­ embora tenha tido um efeito importante sobre os países emergentes, incluindo o Brasil ­ é que seu impacto foi muito menor do que teria sido há 30 anos. Se os países desenvolvidos tivessem entrado numa crise dessas na década de 1980, teriam causado devastação no mundo emergente. O papel da China é muito importante. 
 
Valor: Mas qual será o efeito da desaceleração econômica chinesa sobre os emergentes?
 
Wolf: Em parte, isso depende de quais commodities esses países estão exportando. O impacto negativo mais forte é sobre as matérias­primas industriais. Obviamente, houve um forte efeito, entre outras coisas, sobre o petróleo, que é importante para vários países emergentes. Acho que a demanda chinesa por alimentos importados vai crescer bastante, porque estão tentando promover o consumo interno. Se continuar crescendo, é provável que a população compre mais alimentos, que serão importados, ao que me parece. Pode não ser tão ruim para o Brasil, mas acho que o boom das commodities acabou. O Brasil e outras economias que dependem muito de commodities ­ economias desenvolvidas como Canadá e Austrália, pequenos emergentes como o Chile e emergentes muito pobres na África ­ terão de diversificar suas economias e imaginar outros motores de crescimento. A China também aprimora a qualidade de seus produtos e vai concorrer mais com a indústria de países como o Brasil e de países desenvolvidos. É um desafio enorme. O Brasil terá de repensar o seu caminho para o desenvolvimento.
 
Valor: O senhor já disse que o Brasil precisa recorrer à reindustrialização para isso.
 
Wolf: Sim. O Brasil terá de recorrer à reindustrialização e às exportações industriais. Será muito salutar, mas pode ser difícil. Estive no Brasil há alguns anos e acho que a era do boom das commodities criou uma falsa explosão de crescimento no país. Levou as pessoas a acreditarem que estavam fundamentalmente melhores do que estavam de fato. Neste momento, o desempenho econômico indica que as previsões são piores do que a realidade. Acredito que vocês vão melhorar nos próximos anos ou talvez no ano que vem. Mas acho que o crescimento real do Brasil é de 3% ou talvez 3,5%. Muitas mudanças estruturais são necessárias para elevar essa taxa.
 
Valor: No curto prazo o Brasil passa por um ajuste fiscal duro e, ao mesmo tempo, o Banco Central está aumentando as taxas de juros…
 
Wolf: Sim, são ajustes macroeconômicos de curto prazo. Acho que os principais problemas são estruturais, um nível incrivelmente baixo de poupança nacional, o que torna o país dependente demais da poupança externa e, em particular, do capital estrangeiro, o que, por sua vez, gera um grau de instabilidade. O nível de poupança nacional precisa aumentar. Isso implica aumento da poupança privada. Acho também que, para um país com esse nível de desenvolvimento, é quase certo que os impostos e gastos públicos são altos demais. O Brasil está fora da curva nesse sentido. Acho que prejudica a rentabilidade e o investimento. A distribuição de renda é um problema muito grande, você sabe bem disso. Tenho a impressão de que o governo do PT melhorou isso. Distribuição de renda melhor é uma fonte de dinamismo importante e de ganho na qualidade do capital humano no longo prazo. Também é relevante aprimorar e promover qualidade na indústria e serviços por meio de políticas de ciência e tecnologia muito ambiciosas. Já foi feito um pouco nessa área, mas é possível fazer muito mais: envolver os jovens com ciência e tecnologia e fazer do Brasil uma potência maior. Nessas áreas é que me concentraria, no longo prazo, para elevar a taxa de crescimento sustentável do Brasil. Creio eu que o Brasil pode se tornar um país avançado na próxima geração, e acho que essa é uma ambição realista.
 
“As Transições e os Choques: O que Aprendemos — E o que Ainda Temos de Aprender — Com a Crise Financeira”
 
Martin Wolf, Tradução de Otacílio Nunes, Companhia das Letras, 478 págs., R$ 64,90
Redação

2 Comentários

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  1. Fora do tempo

    A foto dele é em Davos.

    A entrevista por telefone, sabe-se lá quando.

    E ele está na Austria hoje, no encontro sigiloso do Bildeberg.

    Só fala generalidades e platitudes, grossa abobrinha na minha humilde opinião.

    O bom do Wolf são as discussões da sua coluna, feita por outros.

  2. É interessante que toda

    É interessante que toda discussão sobre economia por gente de países como a Inglaterra e os EUA parta do princípio de que economia só pode ser globalizada e é imprescindível que continuaremos a admitir não apenas que haja grandes empresas agigantadas e internacionais como que essas empresas devem interferir o máximo possível na gestão pública para reduzir o que é estatal ao mínimo possível. Esses pontos são como que dogmas inquestionáveis. É pecado mortal falar em economias locais, em descentralização tanto de produção quanto de consumo, assim como nem se cogita a possíbilidade de que se estabeleça governos realmente democráticos, que promovam maior participação, nas economias, da pequena produção local – o que acarretaria diminuição das desigualdades de oportunidades de prosperidade. Não interessa a soma de milhares de forças compondo uma força e sim que haja quem seja tão forte que vença as pequenas iniciativas. Essa megalomania da gente ainda vai nos matar…

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