Os atrasos nas obras dos aeroportos e os engenheiros brasileiros

Sugerido por Alquimista

Do CREA-MG

Baixas paixões e os entraves à engenharia nacional

Jobson Andrade, engenheiro civil e presidente do Crea-Minas

Em uma infeliz declaração à imprensa no último dia 02 de novembro, o ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, Wellington Moreira Franco, afirmou que a culpa pelo atraso de obras em aeroportos brasileiros nas capitais que receberão a Copa do Mundo é dos engenheiros brasileiros, que “são ruins e elaboram projetos mal feitos”. Ressaltou ainda que “há uma carência de profissionais experientes e qualificados nessa área”.

Diante dessas declarações equivocadas, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-Minas), instituição da engenharia que aglutina dezenas de outras entidades de classe e associações da área, vem a público repudiar veementemente tais afirmações. O motivo de atrasos em obras públicas não é culpa dos engenheiros, muito pelo contrário. Nossa autoridade técnica nos coloca em evidência inclusive em grandes obras no exterior. O problema está na deficiência das instituições públicas. Com os seus vícios e incompetências, não conseguem planejar, contratar e executar qualquer empreendimento no prazo devido, com as especificações necessárias. Antes de afirmar que a nossa engenharia é ruim, é preciso rever como o país se posiciona em relação a ela.
No Brasil nunca houve a preocupação com o planejamento. Nos anos de 1980 e 1990, décadas de redemocratização e momento para efetivar mudanças, não se projetou o país para o futuro, com planejamentos plurianuais, diretrizes e liderança. Esse despreparo ocasionou diversos problemas como a recessão, a inflação, o sucateamento da engenharia brasileira e, consequentemente, no sucateamento do Brasil, que perdura até hoje. Até 2010, tínhamos uma economia pujante e programas que apontavam para um resgate do desenvolvimento econômico e social brasileiro. Porém, repentinamente, isso parou, o país está estagnado. E eu pergunto ao ministro: como será o transporte aeroviário em dez anos? Quais são os planos? Quais são as metas? O que está sendo pensado para o setor?

Um dos gargalos que contribuem para essa leniência na realização de obras é ausência dos engenheiros nas funções correlatas no Estado. O papel de contratar serviços de engenharia cabe, na maioria das vezes, a políticos e profissionais que não são da área e não detém conhecimento técnico para isso. Os cargos públicos técnicos não são ocupados por pessoas capacitadas para determinadas atividades da engenharia. Tal situação reflete nas contratações inadequadas de obras, que atreladas à lei de licitação de nº 8.666 e toda a burocracia que envolve o processo, aceita projetos básicos sem as devidas especificações.

Soma-se a isso o fato de realizarem as compras apenas pelo menor preço oferecido, sem garantir qualidade. Essa lógica tem que ser revertida, pois da forma que se constituiu não se aplica à nossa realidade. Não é o engenheiro que não sabe fazer, mas a administração que não sabe comprar. A legislação também deve ser melhorada e exigir qualidade nos projetos.

Hoje, a engenharia não é valorizada no setor público. Faço um desafio ao próprio ministro que me apresente na estrutura pública do Brasil, de Norte a Sul, o salário de um engenheiro de execução, de órgão como os do DNIT, DER, ou que me mostre algum edital de concurso público em que o salário dele seja maior do que um profissional que atua em um órgão fiscalizador. Isso não existe. Não há investimentos em engenharia pública.

Se hoje não temos universidades que formam adequadamente, se os profissionais migram para outras áreas e não exercem a engenharia, análise feita pelo ministro, é porque a política brasileira contribuiu para a ocorrência desta condição. A responsabilidade disso é das autoridades instituídas que não apóiam verdadeiramente o ensino nas universidades, que não promovem a integração delas com o Estado, que não possuem uma política de fomento da inovação e do conhecimento junto às empresas. Isso tudo é reflexo da política de educação instaurada. O país só se mostra soberano quando detém a tecnologia e o conhecimento.

Afirmar que a culpa é dos engenheiros foi um discurso infeliz e despreparado, que representa bem as décadas em que o Brasil foi administrado somente por economistas e sociólogos, tirando a engenharia da gestão pública. Países que se desenvolveram nessa mesma época foram os que valorizaram a categoria. Na China, de seus 15 ministros, 13 são engenheiros.

Lutamos para sair do regime de exceção para alcançar a tão sonhada democracia. Contudo, o que se vê hoje é a ditadura da democracia. O Estado apenas cria normas que se sobrepõem umas às outras, algo que resulta em consequentes entraves para o desenvolvimento do país como um todo. Gostaria que o ministro enumerasse quais são as normas exigidas, todas elas, para se viabilizar uma obra em um aeroporto.

O país vive hoje um problema de falta de exemplos. As instituições são fracas porque são usadas para fins corporativistas, individualistas, não têm compromisso com o coletivo. A política, como bem ressaltou o papa Francisco, é um “instrumento de caridade”, mas virou profissão de políticos que passam a vida toda exercendo cargos eletivos e não acrescentam em nada à discussão política no Brasil.

Existe uma sedução irresistível da política brasileira por empresas de capital internacional. O Brasil é um país de indústria internacionalizada, a nossa tecnologia está na mão de estrangeiros. Hoje, as empresas de engenharia nacional enfrentam todo tipo de dificuldade. Ao invés de apoiar a inovação, os governos criam entraves, juros excessivos e os financiamentos são só para os que têm um alto poder aquisitivo.  Um caso emblemático é do engenheiro brasileiro João Augusto Conrado do Amaral Gurgel, que fez o primeiro carro brasileiro, o Gurgel, e não recebeu nenhum investimento do governo.

Outro mal que atormenta as empresas e os engenheiros é que eles não se sentem seguros em trabalhar nas obras governamentais por se tornarem reféns de um processo que acaba por gerar relações duvidosas entre o público e o privado, debitadas na conta da engenharia. O Estado tem que garantir a segurança jurídica e esse caminho só é possível no cumprimento inexorável da Lei. Todavia, isso não acontece no Brasil. O que vemos é a administração pública criando instrumentos fiscalizadores que originam dificuldades legais e intransponíveis.

Com esse amontoado de regras para coibir, fiscalizar e dificultar, o governo parte do pressuposto de que o brasileiro é desonesto. Isso gera burocracias, sobreposição de instituições fiscalizadoras, acusações de toda ordem, o que resulta na paralisação de obras. E não adianta a empresa recorrer à justiça, porque ela não tem segurança jurídica.

Vivemos hoje sob a égide da improvisação, não há planejamento e sim a institucionalização do provisório. As obras realizadas para atender a Copa do Mundo de Futebol devem ser vistas sob a ótica dos cidadãos e como elas retornarão em benefícios para eles. Estamos perdendo a oportunidade de realizar grandes obras, pensadas para o futuro daqui a 30 anos. Mas o que se vê são paliativos que não contemplam à altura da necessidade e do merecimento da população.

Para criarmos uma situação propícia para a o exercício de uma engenharia de qualidade é preciso simplificar a legislação, garantir segurança jurídica aos contratos e valorizar as carreiras de engenharia no setor público com salários e educação continuada para que se tenha profissionais capacitados para gerir contratos. É importante ainda mudar a legislação passando a exigir projetos executivos nas compras e não só o básico como é feito hoje; apoiar as universidades públicas e privadas na geração de inovação e empreendedorismo; facilitar o crédito para gerar produção e melhores serviços. E, principalmente, promover o crédito a boas ideias que se transformem em tecnologias e saber para o Brasil. Outro ponto é exigir o interstício nos mandatos políticos para acabar com as carreiras dessa “profissão” no Brasil. É preciso investir novamente, como fizeram os nossos predecessores Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, em relação à indústria nacional.

Com a implementação dessas ações, vamos ter milhares de empresas fortes, sejam elas pequenas, médias ou grandes. E inclusive, já possuímos várias. Ainda diante da incoerente afirmativa do ministro em dizer que os nossos engenheiros são ruins, eu queria perguntar a ele como a Odebrecht, que está presente em diversos países, a Embraer, a Vale, a própria Petrobrás, são referências mundiais em engenharia. Porque a Odebrecht brasileira constrói aeroportos nos EUA e não no Brasil?

Enfim, o que percebemos é a facilidade em defender-se do indefensável, usando bravatas e afirmações desrespeitosas contra toda uma categoria, já bastante explorada por políticas públicas incompetentes, descomprometidas com o social e com o país, servindo a maior parte a interesses pessoais e a baixas paixões.

Redação

24 Comentários

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  1. Nao li a materia toda porque

    Nao li a materia toda porque quando um texto e muito longo, é porque esta tentando defender o indefensavel. Acho que o Moreira Franco, uma mumia viva do seculo passada, estava se referindo somente aos engenheiros mineiros. Fala BRIZOLA.

  2. O texto é magnifico e

    O texto é magnifico e irrefutavel

    Sendo assim obviamente sera pouco comentado pois o fã clube governamental na falta do que apontar prefere se abster…

  3. Programa mais engenheiros

    Vamos importar engenheiros Cubanos para suprir esta não falta de engenheiros e acabar com problema.

    A engenharia de Cuba e a melhor do mundo, especialmente a naval.

    1. Não tergiversa…

      Não somos burros, aliancaliberal.

      Gostaria que eu o chamasse de tapado sem nenhuma razão?

      Se for para escrever besteira, contenha seus dedos.

      1. “Tem gente que não tem medo

        “Tem gente que não tem medo de falar “já tem  gente que não pode falar e ter opinião própria pq pode perder a boquinha na repartição.

         

    2. Tem gente que não tem medo de

      Tem gente que não tem medo de falar bobagem… Quase todos esses “destemidos” estão na direita, ahahah!

  4. Posso citar apenas algumas

    Posso citar apenas algumas “coisinhas” que vêm ocorrendo somente em BH nos últimos anos? Prédios e casas que desabaram nos bairros Caiçara, Buritis e Anchieta. Carreta que ficou agarrada debaixo de um viaduto do Complexo da Lagoinha, cujas obras tinham acabado de ser concluídas. Estádio Independência, todo reconstruido, “só” com seis mil pontos cegos. Estádio Mineirão, praticamente totalmente reconstruído, com dois terços a menos de vagas de estacionamento, uma inacrditável esplanada com um dos maiores volumes de concreto do mundo, ocupando o lugar de dezenas de árvores!! E as obras do BRT?? Quem não é de BH não consegue imaginar as burrices, transtornos, demolições do que se acabou de fazer, a demora e a corrupção latente no que deveria ser uma solução para o terrível problema de mobilidade da capital. E o bairro Belvedere, paredão de espigões, que se tornou um case mundial de agressão ao clima de uma cidade. Precisa de muito mais CREA MG para exemplificar que a engenharia e arquitetura de Minas, mais que vergonhas, se tornaram um ameaça ao bom senso e á vida dos mineiros?

     

  5. Bem, uma coisa é óbvia:

    Bem, uma coisa é óbvia: engenheiros de execução, de obra, existem aos montes, já os planejadores..

    Me parece que a formação na área científica/acadêmica sempre foi muito falha. Dou o exemplo das nossas instituições mais prestigiadas: ITA, POLI, UNICAMP, etcétera.

    Que tipo de exame seletivo eles fazem?

    Todos os aprovados nos vestibulares respectivos se tornarão acadêmicos? Grandes pesquisadores? Grandes planejadores? Ou 1/3 vai trabalhar em banco, 1/3 vira engenheiro de obra, 1/6 presta concurso pra fiscal da Receita e só 1/6 pesquisa, planeja e se torna acadêmico?

    É muito desperdício de dinheiro público!

    Sujeito que no final vai se tornar engenheiro de obra não deveria cursar POLI ou ITA. Deveria fazer uma faculdade técnica, ao estilo da Fatec em São Paulo, para aprender os fundamentos e pronto. Vai precisar de mais para que?

    Já as instituições de ensino mais prestigiadas deveriam ser reservadas a pessoal que tem aptidão, condiçao intelectual e cultural para serem acadêmicos, grandes planejadores, pesquisadores de ponta. Muito Darwiniano isto? Talvez! Mas vá em Harvard, Oxford, ou na Universidade de Tokyo para ver se eles desperdiçam tempo e dinheiro admitindo qualquer zé mané decorador de fórmula de cursinho? 

    Você presta o exame, mas tem entrevista, envio de currículo, tudo para analisar o seu perfil perfeitinho. Se virem que você é um jovem promissor(ou seja, tem mais chance de trazer mais prestígio e dinheiro pra instituição), está dentro. É tudo muito objetivo e é por isto que conseguem formar mão de obra qualificadíssima.

    Então, a questão não é só melhorar o ensino universitário. É mudar a concepção.

    Tem muita gente que é formada na USP que é incompetente, não sabe pensar, não sabe raciocinar, não tem cultura nenhuma. O engenheiro a que aludiu Moreira Franco pode muito bem ter se formado numa universidade pública de renome. Ser inteligente e saber calcular não significa necessariamente saber planejar, infelizmente.

    1. Quem não deixa é o CREA

      “Sujeito que no final vai se tornar engenheiro de obra não deveria cursar POLI ou ITA. Deveria fazer uma faculdade técnica, ao estilo da Fatec em São Paulo, para aprender os fundamentos e pronto. Vai precisar de mais para que?”

      Houve uma proposta nesse sentido na década de 1960. Era a formação de engenheiro operacional. Curso de 3 anos. A ideia tinha inspiração no modelo de formação americano.

      O que aconteceu? – O CREA não deu registro aos formados e fez pressão para que a engenharia de operações fosse extinta. Criaram uma tal situação que a solução encontrada pelo MEC, através do então Conselho Federal de Educação, foi a “desfiguração” dos cursos de engenharia operacional transformados em cursos de formação de tecnológos.

      Os formados nesses cursos foram (assim como os técnicos de 2º grau) considerados parias dentro da visão estamental do CREA.

      1. Parabéns ao CREA.Para ser

        Mas são os fundamentos que são dados em 5 anos. E em período INTEGRAL!

        Não da pra resumir este curso.

         

        Parabéns ao CREA.

        Para ser chamado de engenheiro, tem um mínimo de conhecimento a ser adquirido.

         

        Tem países que levam a engehnaria a sério. O nosso CREA aparentemente leva.

        Na alemanha por exemplo, uma pessoa pode TENTAR ser engenheiro UMA VEZ NA VIDA.

        Tenta entrar no curso, …não conseguiu, não pode mais estudar engeharia na alemanha.

        Engenharia não é brincadeira de criança. É  a base do conhecimento dos países que detém conhecimento.

        Em outros, como o Brasil, a “base é de advogados…lol.

    2. Reparou que seu comentário só

      Reparou que seu comentário só tem uma estrela?

      Amigo, engenheiros vão trabalhar em banco…sabe porque ? Porque sabem fazer conta, porque tem cálculo, porque o curso é puxado…enfim, é um curso universitário de verdade.

      Agora os outros cursos,… são uma bosta que podem, estes sim, ter 3 anos de duração…como é na França. Engenharia 5 anos…cursos mais irrelevantes, como direito, administração, essas bostas que não servem pra quase nada, 3 anos.

       

      Na faculdade de ciências contábeis os alunos podem levar a prova de cálculo pra casa e trazer no dia segunte. Matemática em faculdade de economia virou piada de mal gosto. Adminsitração… nem se fala.

      Basicamente a diferença do engenheiro para os outros cursos, é que este, e apenas este, sabe matemática de verdade.

      Então, os engenheiros trabalham em outros lugares porque a formação DOS OUTROS é deficiente. Aí vem vc sugerir mudança no curso de engenharia que, aparentemente, é o único que forma mão de obra decente neste país.

       

      DO seu comentário, não da pra salvar nada…

       

      PS. Eu não votei…

  6. Engenharia brasileira

    O artigo é oprtuno e bem elaborado, desnudando o desconhecimento que o Gato Angorá detém sobre engenharia (ou “ingenharia”?

    Na matéria há um equívoco sobre a fabrica brasileira de carros Gurgel, que teve apoio governamental para a produção do modelo Carajás e outros. Acontece que muitos fatores, acredito eu, contribuiram para o frracasso, além da péssima qualidade dos veículos. No final dos anos 80 do século passado trabalhei com um inglês que dizia que o Carajás que utilzávamos tinha a “aerodinâmica do tijolo”. E ele tinha razão mesmo. Parecia um Frankenstein, com peças de muitos modelos produzidos no Brasil, configurando uma improvisação  .

  7. A Administração não sabe comprar

    “Afirmar que a culpa é dos engenheiros foi um discurso infeliz e despreparado, que representa bem as décadas em que o Brasil foi administrado somente por economistas e sociólogos, tirando a engenharia da gestão pública. Países que se desenvolveram nessa mesma época foram os que valorizaram a categoria. Na China, de seus 15 ministros, 13 são engenheiros.”

    “Um dos gargalos que contribuem para essa leniência na realização de obras é ausência dos engenheiros nas funções correlatas no Estado. O papel de contratar serviços de engenharia cabe, na maioria das vezes, a políticos e profissionais que não são da área e não detém conhecimento técnico para isso. Os cargos públicos técnicos não são ocupados por pessoas capacitadas para determinadas atividades da engenharia. Tal situação reflete nas contratações inadequadas de obras, que atreladas à lei de licitação de nº 8.666 e toda a burocracia que envolve o processo, aceita projetos básicos sem as devidas especificações.”

    “Soma-se a isso o fato de realizarem as compras apenas pelo menor preço oferecido, sem garantir qualidade. Essa lógica tem que ser revertida, pois da forma que se constituiu não se aplica à nossa realidade. Não é o engenheiro que não sabe fazer, mas a administração que não sabe comprar. A legislação também deve ser melhorada e exigir qualidade nos projetos.”

    (Jobson Andrade, engenheiro civil e presidente do Crea-Minas)

     

  8. CREA

     

       O texto é bom e o M.Franco também tem razão.

       Tenho  35 anos de engenheiro e digo com tranquilidade: o Crea, Clubes de Engenharia e Sindicatos  nunca ajudaram ninguém. Querem que você pague as mensalidades (sempre exageradas e inflacionadas , como o CREA que aumentou trocentas vezes, cf a lei) e nada mais.

     O CREA nunca instituiu política alguma para absorver engenheiros no mercado. Nos últimos quinze anos, um monte de engenheiros ficaram desempregados e oCREAS e Clubes de Engenharia nada fizeram. O CREA nunca propos um melhoramento curricular que dinamizasse a profissão ou exerceu fiscalização para ver suas parcas normas serem obedecidas.

    Engenheiro que esteja bem de vida faz parte de panelinhas de empreiteiras ou de associações de classe que estão “em simbiose” com políticos e donos do dinheiro.

    No mercado um engenheiro senior  briga por R$ 5.000,00/ R$ 6.000,00 na área de óleo e gás e ainda tem que ser P.J..

    Por isso um monte destes bons profissionais exercem funções alternativas menos humilhantes.

    Engenheiros ambientais  recém- formados estão  brigando no mercado de grandes empresas por R$2.200,00 – eo CREA nada vÊ, nada orienta e nada fiscaliza.

     

  9. Um testemunho

    No final do mandato do presidente Itamar Franco comoi governador de Minas Gerais (em 2001) ele ofereceu à época R$ 30 milhões para construir debaixo da Praça da Liberdade (Belo Horizonte) uma grandes estação de Metrô, um grande estacionamento e lojas, restaurantes, ao argumento que no futuro próximo a cidade necessitaria de Metrô e esta estação já estaria pronta. O presidente do CREA/MG falou que era um absurdo e que tal obra comprometeria ou abalaria o patrimônio arquitetônico (prédios das secrecatias de Estado) da Praça da Liberdade. Cheguei a postar minha indignação em mídias sociais: “Será que os franceses contruíram o metrô de Paris e depois construiram o palácio onde hoje está o museu Louvre?”. Até hoje o então engenheiro presidente do CREA/MG não respondeu e o presidente Itamar Franco destinou a verba ao Prefeito de Belo Horizonte (Fernando Pimentel) para obras no entorno do centro.

  10. Conversa fiada

    Claro que é falha da engenharia. Ou ele acha que é o presidente ou o governador que planeja, organiza e executa as obras. São so engenheiros que o fazem em qualquer das instâncias.

    Toda, toda obra não cumpre prazo, não porque não se queira, todos querem, mas porque é mal planejada e projetada por engenheiros incapazes.

    E ainda vem o presidente do crea falar em contrtação que não a do menor preço. Isto é universal, se contrata ou se compra, até no botequim da esquina pelo menor preço; o que falta é especificação técnica do produto ou da obra que não é feita ou é muito mal feita. Se o governo for deixar que o contratante final avalie se o executor vai fazer a obra com qualidade, sempre será o amiguinho do peito aquele que tem a previsão, previsão de melhor qualidade; é um buraco para corrupção.

    Que obra no país não está atrasada? Que reforma de apartamento ou contrução de obras particulares não está atrasada. Um faz e quebra contínuo e desastroso. E o crea conversando fiado, ficando bravo com o governo, aprecendo no pig.

    Quem mais tem prejuizo com estes atrazos são as próprias empreiteiras. Perdem muito dinheiro com a falta de profissionalismo.

    Perdeu um precioso tempo. Também o crea é um ninho de previlégios que sempre ficou com as empreiteiras e nunca lhes cobrou nada quando fazem obras de péssima qualidade, nunca criticou preços, nunca fez pela engenharia, ou melhor, pelos projetistas.

  11. Depois  do linchamento feito

    Depois  do linchamento feito pelo “excelente” homem público  moreira franco  ( !!!) e seus apoiadores daqui  ao engenheiros brasileiros  fico pensando…Como conseguimos  tornar empresas como Eletrobrás, Petrobrás, Embraer, e tantas outras sólidas e com realizações que nos orgulham com engenheiros tão toscos ?

        Como um sistema elétrico tão complexo como o brasileiro está aí operando se foi projetado e construido e é operado e tem a manutençaõ feita por engenheiros brasileiros  tão despreparados ?

       A Embraer e a Petrobrás devem  estar lotados de engenheiros  tão incompetentes,  como a Odebrecht, Camargo Correa, Andrade  Gutoerrez….Precisou o “genial” (!!!) moreira  franco  com a sua “sabedoria”  ( ?!/!? )  mostrar a nação  que somos atrasadíssimos na área de engenharia…

        Se  não  fossem  os competentes (?!?!) administradores  como o moreira franco,  nós  estávamos  no chão !!

     

     

     

  12. COMARA

     Este imbecil, mas influente politico, W. Moreira Franco, nunca deveria estar no cargo que ocupa, ainda mais falando as abobrinhas que diz, é um idiota.

      Nossa engenharia aeroportuaria, originaria do ITA e da UFSCAR, é superior tecnicamente a qualquer concessionáirio que o governo invente, temos a COMARA, que em 30 anos construiu e tornou operacionais, mais de 30 aeroportos em uma região de topografia e orografia extremamente dificil, nem vou colocar a logistica empregada nos “trens” da COMARA ( Balsas e balsas,empurradores, chatas de concreto e recapeamento asfaltico), a COMARA já integra o Brasil Profundo ( Amazonia).

       Quem tem tecnologia para construir aeroportos, não shoppings centers, na região amazonica, em condições dispares não contempladas pela tecnologia normal, constroi as pistas e os auxilios a navegação, em qualquer lugar do mundo, ou não venderia sua tecnologia aeroportuaria, para paises da Africa ( Angola, Nigéria, Moçambique, Namibia e Africa do Sul).

        Mas se a Infraero, ANAC, e Kid Moreira Franco, querem fazer shoppings centers aeroportuarios, atrasar as frequencias para que as pessoas que esperam seus voos e conexões, gastem nos quiosques e lojinhas de conveniência, já não é papo para a engenharia aeroportuaria (pistas, auxilios a navegação, otimizaçao de espaços, fingers, slots de espaço, combustivel e serviços correlatos), tornou-se um negócio para explorar o pax.

         Ou todo mundo é tão ingenuo a ponto de acreditar que todos os atrasos são por razões técnicas-metereológicas, é para o aeroporto (shopping caro), faturar.

  13. O problema está no uso da expressão “engenharia brasileira”

    Não sei se o CREA é uma instituição que pode se apresentar como exemplo isenção e, mesmo, condição para falar em nome do que genericamente chamaríamos de “engenharia brasileira”.

    Aliás, o problema parece estar justamente na expressão “engenharia brasileira”.

    O uso impreciso dessa expressão por parte do Moreira Franco mas atrapanha do que ajuda. Afinal, o que é que ele quis dizer?

    O racicínio pode estar correto. Mas, a expressão usada provavelmente não é a mais adequada.

    Do outro lado, o CREA é apenas um órgão corporativo. Longe de ser uma verdadeira associação de engenharia. Uma associação que, por exemplo, se dedicasse ao estudo e a elaboração de normas técnicas, incentivasse a inovação (seja ela saida de um engenheiro formado ou qualquer outro cidadão), que promovesse a divulgação das inovações, entre outros.

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