Os sete pecados capitais e as virtudes atuais, no café filosófico de Leandro Karnal

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Sugestão de Zuraya

da CPFL na TV Cultura

O café filosófico e os 7 prazeres capitais

curadoria de Leandro Karnal

A série. Os 7 prazeres capitais – pecados e virtudes de hoje, veiculados em 2014, segundo semestre.

café filosófico cpfl na tv cultura apresenta a série “7 prazeres capitais – pecados e virtudes hoje”, com curadoria do historiador leandro karnal. prazeres? talvez você os conheça como os 7 pecados capitais: orgulho, inveja, ira, preguiça, avareza, gula, luxúria. você já pensou como isso tem se transformado? como ao longo do tempo, pecados e vícios foram sendo ressignificados?

confira os programas da série que já foram ao ar pela tv cultura:

orgulho nosso de cada dia

com leandro karnal

“o orgulho é a fonte de todas as fraquezas, por que é a fonte de todos os vícios.”

este pensamento de santo agostinho parece não ser mais levado em tanta consideração. pois, a vaidade parece estar cada vez mais em alta nesta sociedade, onde o individualismo e o “empreendedorismo” passaram a ser metas, valores, fortemente estimulados.  aquele que já foi visto como o maior e o primeiro dos pecados capitais por seus atributos maléficos – o orgulho – hoje virou  virtude. disfarçada e rebatizada de autoestima, a vaidade é  agora “amor próprio”. este programa abre a série do café filosófico que traz os “7 prazeres capitais – pecados e virtudes hoje”, com a curadoria e apresentação do historiador leandro karnal.

orgulho nosso de cada dia, com leandro karnal (versão tv cultura) from instituto cpfl | cultura onvimeo.

a preguiça e a melancolia

com oswaldo giacóia jr

nesta série do  café filosófico que fala dos 7 pecados capitais, chegou a hora de entender a preguiça. por que a preguiça é pecado? por que é vergonhosa? se a preguiça ofende a moral ocidental apoiada na produtividade, no fazer,  preguiça também é fruto da necessidade humana, de entorpecimento diante da ferida da existência, diante da falta de sentido da vida. o filósofo oswaldo giacóia jr. traz outra visão sobre este hábito mal-visto. e um elogio à preguiça é feito a partir da filosofia de nietzsche. afinal, como disse o escritor albert camus: ”são os ociosos que transformam o mundo porque os outros não têm tempo algum.”

a preguiça e a melancolia, com oswaldo giacóia jr. from instituto cpfl | cultura on vimeo.

quando muito é pouco: a avareza

com josé alves de freitas neto

“a avareza é um tirano bem cruel; manda ajuntar e proíbe o uso daquilo que se junta; visita o desejo e interdiz o gozo”. será que este pensamento do filósofo da antiguidade plutarco ainda reflete a forma como encaramos a avareza? na tradição judaico-cristã, a avareza foi considerada um dos sete pecados capitais por sua desconfiança em relação à vontade divina, além de ser contrária à prática da caridade. neste café filosófico, o historiador josé alves freitas neto traça um panorama das diferentes percepções acerca da avareza no decorrer da história e reflete sobre suas relações com a sociedade de consumo, o dinheiro e a busca pela felicidade no mundo contemporâneo.

quando muito é pouco: a avareza, com josé alves de freitas neto (versão tv cultura) frominstituto cpfl | cultura on vimeo.

da ira à esperança

com padre contieri

“alguns sábios afirmaram que a ira é uma loucura breve; por não se controlar a si mesma, perde a compostura, esquece as suas obrigações, persegue os seus intentos de forma obstinada e ansiosa, recusa os conselhos da razão… incapaz de discernir o que é justo e verdadeiro, semelhante às ruínas que se abatem sobre quem as derruba.” nas reflexões de seneca, filósofo da antiguidade, a ira transforma o ser em fera portanto segundo ele “o melhor remédio para a ira é fazer uma pausa”, “ela desaparece se tiver que esperar”. mas quem nunca se irritou? e quantas vezes jogamos a culpa no outro por nossa ira? estamos sempre dizendo: o outro me deixou com raiva, alguma coisa me irritou…. a culpa  é sempre de algo que está fora de nós. mas a ira é algo que  brota dentro de nós. neste programa, a ira é o tema da reflexão conduzida pelo padre jesuíta carlos alberto contieri também como uma forma de nos conduzir à esperança.

café filosófico cpfl inédito na tv cultura: da ira à esperança, com padre contieri from instituto cpfl | cultura on vimeo.

a gula: entre vícios e virtudes

com luis estevam de oliveira fernandes

a gula, esse  desejo insaciável de querer mais e mais, o pecado que a igreja transformou em capital na idade media, já foi visto de diversas maneiras. hoje vivemos um tempo de contradições: de um lado o culto e o cuidado com o corpo, a ciência, a nutrição trazendo regras de como se deve comer… e do outro lado, o estímulo gastronômico nas competições do tipo “quem come mais” e no enorme sucesso do rótulo “gourmet”… afinal, onde cabe a gula no mundo contemporâneo? o historiador luis estevam de oliveira fernandes traz uma análise de como a humanidade inventou a gula e associou-lhe culpa.

a gula: entre vícios e virtudes, com luis estevam de oliveira fernandes (versão tv cultura) frominstituto cpfl | cultura on vimeo.

a castidade impossível, a luxúria maldita, com luiz felipe pondé

neste programa o tema é a luxúria, o pecado da carne. e o filósofo luiz felipe pondé mostra os desprazeres do pecado do prazer. a luxúria não traz satisfação e plenitude, ela escraviza a alma e conduz ao aniquilamento moral. ou, nas palavras de marquês se sade, o escritor libertino: “a paixão da luxúria quer ser servida… ela exige, ela tiraniza”. sendo luxúria essa maldição, nos resta ainda a esperança do amor,- ou seria esta uma ilusão ainda maior? a alternativa seria então a castidade, este ideal tão inalcançável? entre a luxúria maldita e a castidade impossível, haverá saída para o nosso desejo?

a castidade impossível, a luxúria maldita, com luiz felipe pondé from instituto cpfl | cultura onvimeo.

o pecado envergonhado: a inveja

com leandro karnal

a inveja  dirige todo o nosso olhar para o que o outro tem, o que o outro faz, o que o outro é. com a comparação nos concentramos sempre no outro e não em nós mesmos. por isso, a inveja revela a incapacidade de reconhecer o que falta na gente. e esse sentimento pode atingir um tal grau de intensidade que as consequências podem ser imprevisíveis.

na biblia a inveja foi tratada em parábolas como as de caim e abel e a do filho pródigo; na literatura ela é o tema de grandes tragédias como othelo de sheakspeare.  essa espécie de cegueira foi representada na divina comédia de dante aligheri por pessoas com os olhos costurados que caminham pelo segundo terraço da montanha do purgatório.

neste programa da série “7 prazeres capitais – pecados e virtudes hoje”, o historiador leandro karnal nos mostra como a inveja pode ser a porta de entrada para um corajoso mergulho em nós mesmos, para conhecermos quem somos e o que buscamos.

o pecado envergonhado: a inveja, com leandro karnal from instituto cpfl | cultura on vimeo.

 

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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  1. PECADOS CAPITAIS
    by Ramiro
    PECADOS CAPITAIS
    by Ramiro Conceição

    A soberba é uma senhora
    pequena que se julga alta.
    Feia: imagina-se bela.
    Grosseira: idealiza-se meiga.
    Gorda: inventa que é magra.
    Ignorante: matuta que é culta
    mas a ininteligência urra
    porque a soberba é burra.

    Um corriqueiro vazio é a gula,
    um navio que não é cargueiro,
    mas um acúmulo repleto do nada
    duma classe que devora o mundo
    com frieza e crueldade sem fundo.

    A inveja ouve
    e, cega, toca,
    degusta e fareja
    a toca da inveja
    triste…do outro.

    Uma filosófica lesma metafísica é a preguiça:
    um sol sem energia; um poema sem palavras;
    uma verdade sem dúvida; um mar sem água;
    um universo sem estrelas; um “Ah” sem ar…

    A avareza é folha seca
    que não quer ir à terra:
    é uma prisão de ventre
    que retém tudo sempre.

    Uma diarreia é a ira:
    de Marx – defecar stalin;
    de Jesus, o poder pra si.

    Um prazer perverso é a luxuria de bento XVI
    em hebdomadárias trepadas clandestinas
    junto a pedófilos do intestino corrupto do Vaticano.
    Porém bentinho, cuidado!… Não fique tão à volonté.
    Papai-do-céu não perdoa  Ele só finge que não vê.
    Aliás, lobo ratzinger, por que condenaste Leonardo Boff
    ao mesmo castigo de Galileu que disse eppur si muove?

  2. CRIME HEDIONDO
    O golpe que é
    CRIME HEDIONDO

    O golpe que é aplicado no Brasil tem sido observado e analisado, quase exclusivamente, sob seus aspectos políticos e econômicos.
    Sem dúvida, a quebra da institucionalidade democrática, pela ausência da consulta popular, e republicana, pelo aviltamento das funções legislativas e judiciárias, e os interesses econômicos nacionais e estrangeiros formam um embasamento sólido e relevante para assim caracterizar este ataque ao Brasil, como Estado, e a seu povo, como vítimas personalizadas.
    Mas há outra vertente, estampada emblematicamente no vergonhoso e midiático espetáculo encenado pela Câmara dos Deputados, no dia 17 de abril: a ruína da alma.
    Tomo esta expressão da conhecida carta de Gargantua a seu filho Pantagruel, de François Rabelais, que transcrevo em tradução livre: a sapiência nunca ocupa um espírito malévolo, ciência sem consciência é somente a ruína da alma.
    O golpe vem se construindo há muito. Na verdade ele vem impedindo a surgimento da alma nacional, do orgulho patriótico que, a cada conquista brasileira, ressurge denegrindo, desvalorizando ou destituindo-a de mérito. Dou apenas um exemplo recente: a conquista científico-tecnológica do pesquisador brasileiro Miguel Nicoletis, do Instituto de Neurociências, existente em Natal, capital do Rio Grande do Norte, estado do Nordeste brasileiro, que permitiu o paraplégico dar o pontapé inicial da Copa do Mundo de Futebol, com um aparelho pelo qual o cérebro comanda o pé, foi colocada fora do campo, praticamente oculta dos participantes, público pagante ou convidado e das redes de televisão. Uma verdadeira ofensa ao País e a seu povo. Mas não foi apenas ato de estrangeiros, houve a entristecedora conivência da imprensa nacional.
    Temos a mais competente empresa de exploração e produção de petróleo do mundo, capaz de feitos únicos nas áreas oceânicas. A Petrobrás é diuturnamente achincalhada, agredida e desmerecida na imprensa editada e produzida no Brasil. Isto sim é uma vergonha, maior do que a de ter diretores corruptos como existem em todas as grandes empresas mundiais.
    Nossa música é executada em todo mundo. Afirmo como testemunha, ao entrar em avião de tripulação croata, das linhas áreas do Nepal, em Catmandu, ouvi arrepiado o magnífico Ave Maria no Morro, de Herivelto Martins. E por toda parte, em todos os Continentes, a música brasileira está presente, menos nas rádios em nosso País. Por que?
    Talvez algum parlamentar possa ter votado não pela mulher, que trai, pelo filho, que deseduca, por um deus muito particular que abençoa patifarias, mas pelo Brasil. Mas, com sinceridade, não o ouvi. Até porque a quase totalidade tinha certeza que praticava um ato espúrio, para o qual tinha sido comprado por trinta dinheiros, por chantagem ou por vingança.
    Alguns jornalistas internacionais, que jamais presenciaram atos desta natureza em seus países, mostraram a vergonha e o escândalo que tomou o Congresso brasileiro. Não repercutiram os brindes do sucesso de seus patrões.
    E os escândalos que cotidianamente estão nas manchetes de jornais e revistas fazem-nos acreditar que não somos um País decente, de povo trabalhador, que sustenta uma elite ociosa e escravagista, mas um amontoado de ladrões a espera de uma oportunidade. É mais um item na desconstrução da cidadania brasileira. Um relaxamento moral para aceitar o assalto perpetrado impunemente aos direitos mais elementares à vida, à saúde, à dignidade, ao conhecimento
    O golpe é um crime, antes de tudo um crime hediondo contra o povo brasileiro. Seus mandantes, embora os possamos conhecer, estão ocultos. Aparecem apenas seus capatazes, seus pistoleiros, travestidos de parlamentares, juízes, jornalistas e homens de negócios, o que na verdade todos eles o são.
    Pedro Augusto Pinho, avô, aposentado.

  3. Esse tal de Pondé é uma

    Esse tal de Pondé é uma fraude. Pensei que ele fosse brilhar, mas qual o quê, bobagem danada, tá mais pra colunista de jornal ruim mesmo. Agora esse Leandro Karnal é danado hein, sempre profundo e inteligente.

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