Para 50% dos brasileiros, “bandido bom é bandido morto”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Daniel Mello

Da Agência Brasil

O uso da força por parte da polícia é apoiado pela metade da população. De acordo com pesquisa do Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), 50% das pessoas concordam com a afirmação “bandido bom é bandido morto”. Conforme os dados, 45% dos entrevistados discordam dessa posição. Foram ouvidas 1,3 mil pessoas em 84 municípios com mais de 100 mil habitantes.

O apoio às ações policiais violentas cai entre os mais jovens. Entre 16 e 24 anos, 42% disseram concordar com a afirmativa e 53% opinaram contra. Entre 25 e 34 anos, os contrários e favoráveis alcançaram o mesmo percentual: 48%. O índice de apoio também é menor entre os que têm nível superior: 40% concordam e 57%  discordam da posição.

Os pretos também foram maioria na manifestação contrária: 50% não apoiam a letalidade para combater criminosos e 44% admitem a violência. Entre os  pardos, 48% manifestaram-se favoráveis à afirmação e 47% foram, contrários.

A faixa mais velha da população, com 60 anos ou mais, é a que tem mais aceitação da força letal. Segundo a pesquisa, 65% concordam com a morte de criminosos e 30%, não. Entre a parcela da população com apenas o ensino fundamental, 58% são favoráveis à letalidade e 36% contrários. Os entrevistados brancos também mostraram mais aceitação do uso da violência: 53% concordam e 41 discordam.

Os dados do 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública indicam que, em 2014, oito pessoas foram mortas diariamente por policiais, totalizando 3.022 casos. O número representa 37,2% das 2.203 mortes causadas pelas forças de segurança em 2013.  O estado com maior número absoluto de mortes é São Paulo, com 965 vítimas da ação de policiais a serviço ou de folga.

No último dia 14, a Justiça Militar de São Paulo decretou a prisão temporária de seis policiais militares suspeitos de participar da execução de Fernando Henrique da Silva. Poucos dias antes, outros cinco PMs haviam sido presos por um crime correlato, o assassinato de Paulo Henrique de Oliveira. Ambos eram suspeitos de participar de roubo de moto.

Imagens feitas pelo celular de uma testemunha mostraram um policial jogando Fernando, algemado, do telhado de uma casa no Butantã, zona oeste da capital paulista. Imagens de câmeras de segurança registraram Paulo Henrique se entregando, inclusive levantando a camisa para mostrar que não estava armado.

Em seguida, ele é colocado contra um muro, fora do alcance da câmera, momento em que teria sido morto. O vídeo mostra um dos policias pegando uma arma na viatura para, de acordo com Ministério Público, forjar um confronto e justificar a morte do suspeito.

Em 2014, as mortes de policiais somaram 398 casos, sendo 317 fora de serviço. Em 2013, foram registradas 408 mortes de policiais civis e militares, 310 em horários de folga.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

11 Comentários

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  1. Pesquisa?

    Que tipo de propósito há em uma pesquisa com esse tipo de questão “”Bandido bom é bandido morto ??” 

    A pergunta já direciona  e incentiva o entrevistado para o ódio..

    Datafolha, datafolha…. 

    1. É uma pesquisa “DeFormação” de Opinião Pública

      Na minha curta visão, esta suposta pesquisa, realizada num suposto universo heterogêneo e isento de vícios tem somente como objetivo o de alimentar diariamente a justificativa de um aparelho opressivo e que atua à margem da lei. Ou é também uma forma velada de validar perante a sociedade a pena de morte executada já exercida pelos meios oficiais.

      Numa outra análise, é uma pesquisa que tem como objetivo “por tabela” relegar ao esquecimento as investigações referentes, por exemplo, as chacinas de Osasco, o assassinato forjado de um assaltante pela PM de SP, o bandido jogado do telhado e depois alvejado ( creio que no Rio), aquele “auto de resistência” forjado num morro no Rio… 

      É também para mexer com o “emocional” das pessoas, tocando nas necessidades “viscerais” do povo ( sobrevivência, vida e morte, paixão e ódio) e “por tabela novamente” fazer com que a atenção fuja, por exemplo, dos Cunhas, dos Helicópteros de Pasta base de Cocaína, dos Nardi na Zelotes, da Zelotes, do Banestado, das Tarjas Pretas, das Ambulâncias, das Privatarias,, dos Darfs das Goebels, dos Marcolas em SP, ….. … …. 

      É somente uma pesquisa Deformação de Opinião Pública.

  2. Isto vale para tucanos
    Isto vale para tucanos bandidos, para PMs bandidos, para políticos e pastores evangélicos bandidos e para os bandidos da Ditadura que torturaram e mataram prisioneiros?

  3. Na atualidade podre

    Na atualidade podre do país que a mídia nos oferece, realmente “bandido bom é bandido morto”. O problema é como diferenciar quem é o bandido? Afinal eles (os bandidos) também usam Terno, Farda ou Toga, e não são fantasias, são suas roupas de trabalho.

  4. Triste.

    O pessoal prefere acabar com os pobres a acabar com a pobreza. Até porque enquanto houver pobreza, relativamente o pessoal se dirá, orgulhoso e pimpão, “não sou pobre, sou classe média”…

  5. A população anda meio sem

    A população anda meio sem opçao mesmo.

     

    Por um lado, os reaças defendendo a pena de morte e tortura dentro dos presídios;

    Do outro lado, os esquerdistas e os direitos dos manos defendendo os ‘coitadinhos, oprimidos pelo sistema’, que estupram meninas menores de idade e são defendidos pela Maria do Rosário.

     

    Quem se f*** realmente nessa história toda acaba sendo quem trabalha e é honesto, que fica à mercê dos bandidos (das ruas e do governo).

     

    Enquanto o cidadão não tem aonde morar, o bandido faz churrasco na cadeia, com direito a visita íntima e tudo o mais, tudo pago pelo contribuinte é claro.

     

    Em vez de gastar bilhões em um sistema penitenciário falido, o Estado deveria colocar os marmanjos para trabalhar em prol do país, limpando e asfaltando ruas entre outras coisas…

  6. O povo brasileiro é muito bom de coração

    Já para 100% do Estado brasileiro, bandido bom é bandido morto. 

    Não fosse assim não teríamos os depósitos de gente a que o Estado chama de presídios.

  7. Quando a estupidez fala mais

    Quando a estupidez fala mais alto.. O responsável pela pesquisa e todos àqueles que foram a favor da morte, extermínio…”Bandido Bom é Bandido Morto”….”pesquisa do Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), 50% das pessoas concordam com a afirmação “bandido bom é bandido morto”..deveriam tomar vergonha na cara e praticar HARAQUIRI…bandidos se atraem…

  8. Notar o sincronismo da pesquisa “bandido bom é bandido morto”

    Com os panfletos “petista bom é petista morto”.

    A miRdia faz pesquisas de avaliação do “andamento” dos resultados de suas campanhas camufladas de ódio.

    E vão, passo a passo, avançando em suas “pesquisas de laboratório”…

    Onde as cobaias são parte crescente da população.

    Senão em quantidade, certamente em atividade…

  9. pesquisa tão direcionada quanto a do IPEA

    que perguntava se “roupa suja se lava em casa” e concluiu erroneamente que 65% da população apoia o estupro…

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