Para acolher refugiados, Alemanha poderá expulsar imigrantes

Jornal GGN – O governo da Alemanha pretende mapear os países mais seguros para receber de volta parte dos imigrantes que entram em seu território. “Para poder ajudar os que estão num situação de emergência, temos que dizer também àqueles que não estão que não podem ficar aqui”, disse a chanceler alemã Angela Merkel.

Para a chanceler, é preciso integrar com rapidez aqueles que precisam de proteção, mas também enviar de volta quem já teve seu asilo negado. Estimativas do governo alemão apontam que 800 mil pessoas deverão entrar com pedido de asilo até o final do ano, o equivalente a quase 1% de sua população. Merkel pediu para que outros países da União Europeia recebam uma parcela maior de refugiados.

Da Folha

Alemanha planeja expulsar imigrantes para acolher refugiados

Um dos destinos mais visados pelo enorme contingente de refugiados que tem chegado à Europa nos últimos meses, a Alemanha planeja mapear quais são os países mais “seguros” para receber de volta parte dos imigrantes que entram em seu território.

“Para poder ajudar os que estão num situação de emergência, temos que dizer também àqueles que não estão que não podem ficar aqui”, disse neste domingo (30) a chanceler alemã, Angela Merkel, num evento público em Berlim.

Segundo a líder alemã, é preciso “integrar com maior rapidez em nossas vidas aqueles que precisam de proteção”, mas também enviar de volta com rapidez quem já teve seu asilo negado no país.

 

O governo alemão estima que, até o fim do ano, 800 mil pessoas entrarão com pedido de asilo —o equivalente a quase 1% de sua população.

Neste domingo, o ministro do Interior, Thomas de Maiziere, afirmou que a Alemanha não poderá lidar com esse número de refugiados por muito tempo. “No longo prazo, 800 mil refugiados são demais”, disse.

A Alemanha já é um país muito procurado por imigrantes que saem da região dos Bálcãs. Agora, é também pela multidão de sírios e afegãos que chegam ao continente fugindo de conflitos.

Nos últimos quatro anos, a Europa já enviou de volta mais de 1 milhão de imigrantes, sendo 252 mil só em 2014. Albaneses, paquistaneses e ucranianos representaram 28% dos expulsos.

Nos primeiros três meses deste ano, 64 mil pessoas foram obrigadas a deixar os países europeus –3% a mais que no trimestre anterior. Destes, 4.000 eram sírios.

REUNIÃO

Merkel também convocou outros países da União Europeia a receber uma parcela maior de refugiados. “Se a Europa tem solidariedade, e nós também já mostramos solidariedade a outros, então deve mostrar isso agora”, disse. “Devemos agir rapidamente.”

Os ministros do Interior e da Justiça dos países do bloco foram convocados para reunião extraordinária em 14 de setembro para discutir a crise “sem precedentes”. O pedido tinha sido feito no fim de semana por Alemanha, França e Reino Unido.

Alguns governos europeus se recusaram a aceitar refugiados e resistem, até agora, às propostas da UE por uma resposta comum ao problema.
 
A descoberta de um caminhão-frigorífico na Áustria com os corpos de 71 refugiados na última semana chocou o mundo e colocou ainda mais pressão nos líderes europeus por uma solução à crise.
 
Luxemburgo, que mantém a presidência rotativa do bloco, disse que a reunião extraordinária terá como focos a política de retorno (aos países de origem), cooperação internacional e investigação, e medidas para evitar o tráfico de pessoas.
 
Estima-se que 340 mil refugiados ultrapassaram as fronteiras da Europa desde janeiro, sendo 100 mil só em julho.
Redação

3 Comentários

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  1. A Europa está pagando caro pelas aventuras bélicas
    em que se meteu ao apoiar o desmantelamento de governos na Ucrânia, Líbia, Síria, Afganistão e outros. Os Estados Unidos e a Inglaterra, apesar de terem sido os idealizadores das tais ” primaveras” , se mantém à margem desta crise migratória.

  2. A Europa está pagando caro pelas aventuras bélicas
    em que se meteu ao apoiar o desmantelamento de governos na Ucrânia, Líbia, Síria, Afganistão e outros. Os Estados Unidos e a Inglaterra, apesar de terem sido os idealizadores das tais ” primaveras” , se mantém à margem desta crise migratória.

    1. Belo ponto levantado

      Eles precisam de gente para fazer o que eles nao querem fazer. Os cidadao comum no mencionado pais muitas vezes nem quer trabalhar por simples luxo (nao gosta da area, do emprego…) e ficam vivendo do governo com renda e ap pago. Ha uma demanda grande por todo tipo de emprego especialmente o nao qualificado que os alemaes realmente nao querem fazer. Limpar, arrumar, organizar, cozinhar…esse sera o futuro dos imigrantes. Eles logicamente nao tem o mesmo status legal de cidadao alemao e so depois de uns 8 anos e da “prova de integracao” vao poder comecar a se beneficiar do sistema social. Isso tudo me parece bem planejado.

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