Para Paulo Rabello de Castro, economia precisa mais do que um ajuste fiscal

Da TV Cultura

 
Fundador do Movimento Brasil Eficiente afirma que economia nacional precisa de transformação, não de um mero ajuste fiscal

Um dos fundadores do Movimento Brasil Eficiente (MBE), o economista e autor do livro “O Mito do Governo Grátis”, Paulo Rabello de Castro defende a simplificação da estrutura tributária brasileira, o planejamento de gastos na gestão pública e o investimento em infraestrutura.  

Para ele, a economia nacional precisa sofrer uma transformação. “Estamos tratando a economia brasileira como se fosse doente, mas quem está doente é o governo”, resume.

Castro explica que a missão do movimento que coordena é “sonhar o quase impossível, não o que é possivel”. Segundo ele, o movimento não propõe nada de excepcional, a não ser a possibilidade de uma estrutura simplificada, porque o que vivemos “é um verdadeiro manicômio tributário”, com um excesso de categorias, impostos, taxas e contribuições. Castro defende que o país precisa algutinar essas categorias, primeiramente as federais, como Cofins, PIS e IPI, num único ICMS nacional partilhado.

Durante a sabatina, Castro diz que a maneira mais estúpida de combater a inflação é aumentar os juros. “É uma inflação de governo, de serviços e de excesso de gastos, coisa que a desindexação já deveria ter acabado há muito tempo”. Segundo o economista, a corrupção brasileira é “função do agigantamento do Estado”. Ele diz que teremos uma década esbanjada e que não se trata de uma figura de linguagem. “Até 2020, teremos crescimento de 1,5%, podendo chegar a 2% de crescimento médio anual, algo gravíssimo”, comenta.

Segundo Castro, falta ao Brasil uma visão de conjunto, que o país pode ter se contar com uma equipe coordenada por uma presidência imbuída de visão de futuro, “de um capitalismo para milhões de brasileiros, que participem do mundo do trabalho, não do assitencialismo”. “Precisamos pegar o capital e transferir em massa para a população. para que o povo tenha capital”, completa.

A bancada de entrevistadores desta edição do Roda Viva é formada por José Roberto Caetano, editor-chefe da Revista Exame; Cesar Bianconi, editor-chefe do Serviço Brasileiro da Agência Reuters; Fabio Gallo, professor de Finanças da PUC e da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo; Daniela Lima, repórter de política do Jornal Folha de S. Paulo; e Marcelo Sakate, repórter de economia da Revista Veja. O programa conta com a participação fixa do cartunista Paulo Caruso.

 

Redação

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  1. Pais do futuro

    Estamos numa estagnação secular há 30 anos, crescendo a taxas ridículas de 2% ao ano. A agricultura vai bem. O grande problema é a indústria.

    A indústria e toda a cadeia do mercado interno e so de pensar em conseguir dar sustentabilidade econômica para este mercado é de desanimar. Porque a agricultura é a única área no Brasil que esta dando certo?

    O que sustenta a indústria é um mercado interno forte, esperar uma indústria alavancada principalmente pelas exportações, não da certo nem é suficiente, para manter um crescimento sustentável de longa duração.

    A agricultura no Brasil é, historicamente, umas das principais bases da economia do país, desde os primórdios da colonização até o século XXI, evoluindo das extensas monoculturas para a diversificação da produção. A agricultura é uma atividade que faz parte do setor primário onde a terra é cultivada e colhida para subsistência, exportação ou comércio. Segundo resultados de pesquisa feita pelo IBGE, no ano de 2008, apesar da crise financeira mundial, o Brasil teve uma produção agrícola recorde, com crescimento na ordem de 9,1% em relação ao ano anterior, motivada principalmente pelas condições climáticas favoráveis. A produção de grãos no ano atingiu a cifra inédita de cento e quarenta e cinco milhões e quatrocentas mil toneladas.[2]

    Mas pela primeira vez na historia deste Pais, não foi somente a monocultura a responsável por este sucesso. No Brasil dos latifúndios, a robusta produção da agricultura familiar disputa com o agronegócio exportador a atenção do poder público e o reconhecimento de sua participação no desenvolvimento do país.

    Cerca de quatro milhões de pequenas propriedades rurais empregam 80% da mão-de-obra do campo e produzem 60% dos alimentos consumidos pela população brasileira. No país dos latifúndios, a bem-sucedida produção da agricultura familiar disputa com o agronegócio exportador a atenção do poder público e o reconhecimento de sua participação no desenvolvimento. A alta produtividade das pequenas propriedades contrasta com as extensas áreas ocupadas por lavouras de monoculturas e pastagens de pecuária extensiva.

    É tão claro a solução que é difícil entender, como se discute tanto o porque do Brasil não dar certo, se a solução esta escancarada na cara de todo mundo. É imprescindível, dotar o mercado interno constituído de pequenas empresas, comercio e serviços, da capacidade de crescimento de que contou o setor agrícola. E ai tem-se que mexer numa legislação trabalhista arcaica e uma jurisprudência da justiça do trabalho que viveu as ultimas décadas para penalizar quem pretendeu empreender alguma coisa.

    Não temos estratégia nacional de desenvolvimento. Isso virou um palavrão. Os problemas não foram enfrentados e foram se acumulando. Apareceu tudo agora.

    Por que a economia começou a frear a partir de 2010?

    Isso se aprende no segundo ano de economia. O que houve foi um ciclo de consumo. No governo Lula, as exportações subiram em quantidade e em preços. Isso deu impulso na economia. Permitiu soltar o credito, o gasto público, a arrecadação subiu. Isso moveu a economia. Em 2009, Lula fez certo, uma política de sustentação para não deixar a economia afundar. Mas isso é um ciclo de consumo, que é curto.

    O Lula se deixou levar por um entusiasmo e ingenuidade embalado por um otimismo inconsequente, a única coisa boa da atuação do Lula foi sua origem metalúrgica e a educação da ideologia que a prosperidade somente seria possível diante do resultado da produção. Porem, infelizmente só ficou nisto, Acontece que a falta de experiência administrativa e gerencial do Lula falou mais alto em detrimento de sua disposição de utilizar os parcos conhecimentos empresariais fruto da sua convivência com os empresários de seu tempo. O que falta para os teóricos e os economistas que em ultimo caso são os que verdadeiramente ditam os rumos das politicas econômicas adotadas é exatamente esta convivência com aqueles que efetivamente geram riqueza e produtividade. Os teóricos e os economistas estão muito mais alinhados com o rentismo do que com a produção.

    Enquanto os partidos tradicionais do Poder antigo traziam o know, o berço, as raízes do conhecimento das alavancas, o “mando ancestral” de que falava Jorge Amado, o PT não tinha essa experiência acumulada. Assumiu um poder como quem entra pela porta de serviço, acanhado e respeitoso. Não soube fazer uma aliança vital com as Forças Armadas e talvez nem pudesse, seu DNA vinha de uma vertente anti-militar não doutrinária, porque nem sabiam por que eram, afinal, o PT nasceu durante o regime militar e sob a tolerância, para não dizer, bênçãos do General Golbery.

    Quem vai inverter esta situação?

    1. Segundo Castro, falta ao

      Segundo Castro, falta ao Brasil uma visão de conjunto, que o país pode ter se contar com uma equipe coordenada por uma presidência imbuída de visão de futuro, “de um capitalismo para milhões de brasileiros, que participem do mundo do trabalho, não do assitencialismo”. “Precisamos pegar o capital e transferir em massa para a população. para que o povo tenha capital”, completa.

      Evidentemente é necessario entender neste paragrafo que a transferencia em massa de capital tem que ser dirigido para quem produz ou gera qualquer atividade economica e não simplesmente para o consumo.

      1. Os fundamentos do capitalismo

        Os fundamentos do capitalismo são de uma simplicidade que não interessa para os que viveram sempre parasitando quem produz alguma coisa.

        Toda polemica politica, toda manobra que envolva interesses de poder são factoides para confundir, criar fumaça para se manter o estado das coisas como sempre foram, desde sempre na maior parte do mundo, excetuando os paises que são exemplo de democracia e capitalismo, que os interesses do poder prevalecem em detrimento da maioria alienada.

        O que acontece atualmente no mundo com as diversas crises da economia, tem muito a ver com o que acontece no Brasil, a partir da segunda guerra mundial, as instituções se deixaram levar por interesses demagogicos tanto economicos como sindicais, favorecendo grupos que alçaram ao poder despreocupados com o restante da sociedade que pertencem, uma geração de incompetentes foi gerada, usada como massa de manobras dos oportunistas. Para tornar um empregado eficiente são necessários confiança e tempo e o que se viu foi a indução de considerar o capital eo trabalho como inimigo.

        Como o comunismo e o socialismo fracassaram, estamo todos suspensos num passado que morreu e um futuro que não chegou. O capitalismo que frcassou no mundo é na verdade um arremedo do verdadeior capitalismo. Absurdo. Reportagem dizendo que o credito é baixo, por causa da falta de confiança dos empresários do sistema financeiro em conceder empréstimo.

        Absurdo e contraditório, o credito tem que ser concedido para quem produz ou gera emprego, o melhor credito para o consumo, é um bom salario é uma carreira solida para o empregado, e uma profissão que possibilite prosperidade pessoal, a inflação o baixo desempenho da economia são os sintomas não a causa da situação critica do Brasil. O plano econômico que procurou turbinar a economia através do credito focado no consumo, já deu o que podia dar. Continuar nesta direção é a mesma coisa de construir a casa começando pelo telhado. Enquanto não se apontar séria e efetivamente que a preocupação dos planos econômicos é patrocinar com a base da economia, fortalecendo a produção e a geração de empregos, não se deve esperar nada além de que se continua mantendo o mesmo do mesmo. Os efeitos da crise passarão, mais cedo ou mais tarde, com o sacrifício daqueles que não tem outra alternativa, além de arcarem com as consequências, e no futuro qdo nova crise se instalar a situação estará exatamente como a do presente

      2. A manufatura está parada

        A manufatura no país está totalmente estagnada, e eu acredito que propositalmente.

        É uma pena visitar empresas e contatar que siderúrgicas e fabricantes de matérias primas básicas estão fechando unidades e demitindo. Os equipamentos estão sendo sucateados e as empresas descapitalizadas.

        Isto vem lá desde a Copa.

        Tenho que acreditar que isto tudo é para desvalorizar as empresas e empregados, e num piscar de olhos, estas empresas estarão sendo vendidas a grupos estrangeiros a precinhos módicos, assim como os funcionários na base da terceirização.

        Dilma, por favor, acorda.

        Injeta dinheiro na economia e faz o mercado interno girar.

  2. Depois eu discuto

    Quando o assunto incluir o ataque a pobreza, a  fome e a miséria, me chamem que eu vou me interessar. Fora disso é baboseira destes que fariam o mesmo que agora atacam. Atualmente é assim: promova a fome e a miséria que o pib sobe.

    Só um palpite, esta turma que diz que o problema é o pib, que o que precisamos é fazer o pib crescer, pib, pib, pib…, devia ir para a europa para passar paa aqueles bobos esta brilhante lição.

  3. Entrevista cheia de chavões

    Entrevista cheia de chavões neoliberais, muita retórica, poucos números. E com o irritante Augusto Nunes insistentemente concordando com o entrevistado e intimidando os entrevistadores.

  4. Fonte insuspeita: TV

    Fonte insuspeita: TV Cultura.

    Entrevistadores insuspeitos oriundos da Veja, Exame, FGV etc.

    E quem deveria ser o presidente brasileiro para mais esse presidente de associação que visa derrubar a presidente Dilma e o PT do governo: FHC, Serra, Aécio ou Alckmin?

    Vá se catar. Ou para sua associação ficar maior e mais representativa chama o João Dória.

    Admira que o blog do Nassif agora se junte aos que combatem o “assistencialismo”. Aos pobres, é bom que se diga.

     

     

    1. O Paulo Tabello de Castro é

      O Paulo Tabello de Castro é um dos melhores economistas brasileiros e não tem ABSOLUTAMENTE nada a ver com João Doria.

      Ele é pos graduado na Universidade de Chicago e declarou-se completamente contra o caminho seguido pela dupla Levy-Trombini. O Plano Levy-Trombini NÃO é ortodoxo ou conservador, é só burro.

      1. Ainda bem que acabou a mania

        Ainda bem que acabou a mania de economista mandando no governo. Já pensou um estrupício demagogo e sabe-tudo que nem esse no governo?

        PS. Ser “pos graduado na Universidade de Chicago” não faz de ninguém “um dos melhores economistas brasileiros”. Tampouco ser contra o Levy e o Tombini.

         

  5. Ufa …

    … ate que enfim apareceu alguem com tutano.

    alguem que discursa a favor do Brasil .  porque hoje nao há plano de recuperaçao do país, apenas um ajuste em curso com foco trabalhista.  a Fazenda puxa para um lado e o bacen puxa para outro.

    como disse Rabelo – quem está doente e´o GOVERNO e nao o mercado !!   um dia eles se entende ….

  6. Eis o “museu de grandes novidades”

    Como sempre, surge ou ressurge mais um destes “economistas” com seus diagnósticos enviesados até a alma propondo “fórmulas mágicas” para a solução dos problemas brasileiros. 

    Haja paciência….

    O mais legal foi a pergunta demolidora em aproximadamente 16 minutos: Como fazer isso?

    Eis que “o museu de grandes novidades” se materializa em respostas do tipo  clichês tais como:  não sentei lá ainda, isso é outra coisa, precisamos sonhar com o algo mais e nada de trivial  e mais aquele  monte de blá blá blá,    que nada responde, só que, no caso,   com um agravante:  o entrevistado afirma que os “governantes” são sábios pois não acataram a sua  proposta ou  ideia ou  plano ou sei lá o nome que se queira dar para sua argumentação.  Ora, isso é curioso não? Ninguém acatou sua proposta mas ela é “eficiente”.

    Nesse momento, eu faria outras   perguntas ao nobre economista:

    A implementação de sua proposta se daria num ambiente democrático?

    Respeitaríamos a CR/88 ou V.Sa proporia um novo  “AI-5” versão 2015? E nesse caso, colocaríamos mais um “bolo” no forno para que as fatias magníficas fossem repartidas no longo prazo? O bolo então iria crescer para depois se repartir?  De novo? Ou será que esse bolo, misteriosamenet,  não se desmancharia no ar ao longo deste seu “longo prazo”?  Alguém ainda engole esse bolo? Ou deveríamos engolir esse bolo “goela abaixo”.

    Nessas horas lembro-me do Darcy Ribeiro: ( acho que foi ele quem disse)

    Não acredite em “intelectuais” pois eles não prestam. Não servem para nada a não ser para piorar a situação ou enganar o povo, os otários de sempre.

    Portanto, cá pra nós, basta de “economistas”. Já chega. 

    O Brasil não precisa mais de “planos”. Já temos inúmeros planos. Basta. Chega desta baboseira de propostas salvadoras para o Brasil.

    Todos nós já sabemos o que precisa fazer para atender aos interesses nacionais. Qualquer transeunte já sabe. Qualquer motorista de taxi já tem pós doutorado  de  “problemas e dignósticos  brasileiros”. Enfim, pelamordedeus, basta….de novo não… chega!

     

     A própria CR/88 já é um plano para o país que NÃO FOI implementado. 

     

    Francamente…

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