Para relembrar Cacaso, na celebração dos 70 anos

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Por Mara L. Baraúna

Cacaso 70 anos

Cacaso (Antônio Carlos de Brito – Uberaba, 13 de março de 1944 — Rio de Janeiro, 27 de dezembro de 1987). 

Retirado de http://musicariabrasil.blogspot.com.br/2014/03/cacaso-70-anos.html

http://www.dicionariompb.com.br/cacaso

Aos 11 anos, foi morar no Rio de Janeiro. Aos 12, chegou a ser matéria de jornal, por causa de suas caricaturas de políticos e personagens da vida pública, prática que cultivaria por toda a vida. Costumava ilustrar seus poemas, crônicas e letras de músicas com nanquim e lápis de cera. Estudou violão clássico. 

Cursou Direito e formou-se em Filosofia pela UFRJ. Fez pós-graduação na USP. Lecionou teoria literária e literatura brasileira na PUC e na Escola de Comunicação da UFRJ. Foi também crítico e ensaísta.

Teve dois filhos: Pedro de Brito, do primeiro casamento com a antropóloga, professora e pesquisadora Leilah Landim Assumpção de Brito, e Paula, do segundo casamento com a cantora Rosa Emília Machado Dias. Pedro de Brito (jornalista), assim como o pai, seguiu a carreira de poeta, tendo publicado alguns poemas no Jornal de Letras e Artes. Como jornalista, Pedro de Brito, especializou-se na área de música, tendo atuado em vários jornais: Jornal do Brasil, O Estado de São Paulo, Gazeta Mercantil e no jornal O Dia, assinando Pedro Landim. 

Em 1967, José Álvaro Editor publicou de Cacaso (ainda usando o nome Antônio Carlos de Brito), “A palavra cerzida”, seu primeiro livro de poemas, que já havia sido publicado nas principais antologias da nova poesia brasileira.

Publicou artigos em vários jornais, entre eles, Jornal do Brasil, Folha de São Paulo, Jornal Movimento e Jornal Opinião.

Publicou os livros de poesias “Grupo escolar” (1974), “Beijo na boca” (1975), “Segunda classe”, em parceria com Luís Olavo Fontes (1975), “Na corda bamba” (1978), “3 poetas” (c/ Eudoro Augusto e Letícia Moreira de Souza – Centro di Estudios Brasilenos – Lima, Peru, 1979), “Mar de mineiro” (1982) e a coletânea “Beijo na boca e outros poemas” (1985).

Pouco antes de falecer, vitimado por um infarto do miocárdio, estava trabalhando junto com Edu Lobo e Ruy Guerra em um roteiro sobre Canudos. Anos depois, em 1997, Edu Lobo, em homenagem ao poeta, incluiu uma das parcerias de ambos, “Canudos”, no filme homônimo de Sérgio Rezende.

Em 1997, foi editada pela UNICAMP/UFRJ uma coletânea de seus ensaios, poemas inéditos, crônicas e artigos publicados em jornais intitulada “Não quero prosa”, com seleção e organização de Vilma Arêas e lançada na Bienal do Livro no Rio de Janeiro. 

No ano 2000, a editora Sette Letras reeditou “Beijo na boca”. Em 2002 foi publicada, pela Editora Sette Letras e Cosac & Naify, a antologia “Lero lero”, sua obra poética reunida, incluindo sete livros seus e ainda parte de um material que estava inédito (poemas e desenhos). O livro fez parte da coleção “Às de colete” e foi lançado na Livraria da Travessa, no Rio de Janeiro. Ainda em 2002, os jornalistas Renato Fagundes e Paulo Mussoi produziram o filme de animação digital “Cidadelas”, baseado em poemas sobre Canudos (‘Auto de Canudos’) deixados pelo poeta e nunca publicados, além de desenhos sobre o mesmo tema. A trilha sonora do curta-metragem foi composta por Igor Araújo, com base nos poemas de Cacaso. 

Em novembro de 2004 foi relançado o livro “Na corda bamba”, desta vez com ilustrações do cineasta e amigo José Joaquim Salles. As ilustrações eram para ser entregues para a primeira edição em 1978, mas só ficaram prontas 26 anos mais tarde. O convite para o que Joaquim Salles ilustrasse o livro foi feito no ano de 1975, quando Cacaso, em Paris, visitou o ex-colega de faculdade de Filosofia, que por esta época encontrava-se exilado na França. Como as ilustações não ficaram prontas a tempo, o livro foi publicado com ilustrações do filho Pedro Landim, então com sete anos. Na reedição do “Na corda bamba” o ilustrador José Joaquim Salles contou com a colaboração do próprio filho, o designer gráfico Tomás. Sobre as novas ilustrações José Joaquim relatou: “Se Cacaso fosse vivo, provavelmente usaria o computador para compor e divulgar sua poesia. Tenho certeza de que estaria ao meu lado fazendo um livro com esta nova ferramenta”. 

Sua obra de letrista foi objeto de dissertação de mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O poeta deixou mais de 20 cadernos, muitos deles em forma de diários, com poemas, fotos e ilustrações.

Vida artística 

Em 1963, o grupo Os Cariocas gravou “Carro de boi”, parceria de Cacaso com Maurício Tapajós.

Três anos depois, em 1966, juntamente com Maurício Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho, compôs a trilha sonora para a ópera popular “João Amor e Maria”, de autoria do próprio Hermínio Bello de Carvalho. A ópera, dirigida por Kléber Santos e Nélson Xavier, teve no elenco Betty Faria, Fernando Lébeis, José Damasceno, José Wilker e Cecil Thiré, além do quarteto vocal MPB-4, cenários de Marcos Flaksman e encenada no Teatro Jovem. Desta ópera, com disco lançado pela gravadora Mocambo/Rosemblit, destacam-se “Luta danada”, “Tira o peixe do mar”, “Tempo bravo”, “Jangada”, “Foi milagre” e “Não adianta não”, todas em parceria com Maurício Tapajós, e, ainda, “Modinha”, em parceria com Maurício Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho. 

Em 1967, no LP “Samba… No duro – volume I” (Odeon), sua composição “Aurora de paz” (c/ Elton Medeiros), foi gravada pelo grupo Os Cinco Crioulos, integrado por Paulinho da Viola, Elton Medeiros, Anescarzinho do Salgueiro, Jair do Cavaquinho e Nelson Sargento. Neste mesmo ano Elizeth Cardoso regravou “Modinha” (c/ Maurício Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho) no LP “A enluarada Elizeth”, lançado pela gravadora Copacabana. Por esta época, o poeta ainda assinava Antônio Carlos de Brito.

No ano de 1968, “Meu carnaval” (Elton Medeiros e Cacaso) foi gravada por Paulinho da Viola. Elizeth Cardoso interpretou Na década de 1970, foi um dos principais teóricos e ativistas da chamada “Geração mimeógrafo”, que editava seus livros de poesia de forma artesanal. 

No ano de 1975, Sueli Costa gravou “Dentro de mim mora um anjo”, canção incluída na trilha sonora da novela “Bravo”, da Rede Globo e, mais tarde, regravada com sucesso por Fafá de Belém. Por essa época, suas composições foram gravadas por diversos intérpretes da MPB: Maria Bethânia (‘Amor, amor’), Simone (‘Face a face’) – ambas em parceria com Sueli Costa – e o grupo A Barca do Sol registrou “Cavalo-marinho” (c/ Nando Carneiro). Ainda na década de 1970, Olívia Byington regravou “Cavalo-marinho” (no LP ‘Corra o risco’,) e Milton Nascimento regravou “Carro de bois” (c/ Maurício Tapajós) no LP “Gerais”.

Em 1976 iniciou parceria com Edu Lobo. No LP “Limite das águas”, foram incluídas três composições de ambos: “Toada”, “Gingado dobrado” e “Uma vez um caso”, esta última com a participação especial de Joyce. Dois anos mais tarde, no disco “Camaleão”, Edu Lobo incluiu várias parcerias da dupla: “Descompassado”, “Coração noturno”, “Canudos”, “Sanha na mandinga”, “Branca Dias” e o sucesso “Lero-lero”. Por essa época, compôs também em parceria com Edu Lobo a trilha sonora da peça “O Santo Inquérito”, de Dias Gomes. A peça, com direção musical de Dori Caymmi, estreou no Teatro Tereza Raquel com direção cênica de Flávio Rangel, tendo no elenco Carlos Vereza, Cláudio Marzo, Ítalo Rossi e Isabel Ribeiro (como Branca Dias). Logo depois Nana Caymmi gravou “Branca Dias” (c/ Edu Lobo) e “Eu te amo” (c/ Sueli Costa). Dóris Monteiro no LP “Agora” interpretou “Flauta de lata”, parceria com Sueli Costa.

No ano de 1978, a gravadora Philips lançou o LP “Transversal no tempo”, de Elis Regina, com músicas gravadas ao vivo no show homônimo. No disco constou uma parceria sua com Lourenço Baeta, “Meio-termo”.

No ano seguinte, Lourenço Baeta gravou em seu primeiro LP, lançado pela Continental Discos, várias parcerias com Cacaso: “Feito mistério”, “Santa Marina”, “Festa no céu” , “Meio-termo” e “Dia dos pais” (c/ Lourenço Baeta e Sidney Mattos). Ainda em 1979 Nana Caymmi gravou “Sem fim”, parceria com Novelli.

Na década de 1980, vários outros intérpretes e parceiros gravaram suas composições: Elba Ramalho interpretou “Cartão-postal” (c/ David Tygel) e o grupo Boca Livre registrou “Pedra da lua” (c/ Toninho Horta), “Feito mistério” (c/ Lourenço Baeta) e “Um canto de trabalho” (c/ Nelson Angelo). Por essa época, outros artistas também interpretaram suas composições: “Dinheiro em penca” (c/ Tom Jobim), com Chico Buarque e Tom Jobim; “Lambada de serpente” e “Morena de endoidecer” (c/ Djavan) e ainda “Triste Baía da Guanabara” (c/ Novelli), as três interpretadas por Djavan. Francis Hime gravou algumas parcerias com o poeta, entre elas: “Cabelo pixaim”, “Meio demais”, “Baião de jeito”, “Elas por elas”, “Marina morena” e “Grão de milho”. 

Ainda no ano de 1980 Maurício Tapajós, no LP “Olha Aí” (Selo Saci), interpretou “Falando de cadeira”, parceria de ambos. Neste mesmo ano a cantora Guadalupe lançou o LP “Princesa do meu lugar”, pela RCA, no qual gravou “Francamente (A razão me diz que não)” de Toquinho e Cacaso. A cantora e compositora Ana de Hollanda gravou “Resto de lembrança” (c/ Novelli) e “Boca de cereja” (c/ Nélson Angelo) no LP “Ana de Hollanda”, lançado pela gravadora Estúdio Eldorado.

Em 1981, Joyce gravou “Beira rio” (Joyce e Cacaso). No ano seguinte, Tom Jobim e Miúcha gravaram “Nó cego” (Toquinho e Cacaso). Neste mesmo ano, a cantora e atriz Beth Goulart, em seu LP “Passional”, regravou “Cavalo-marinho” e a cantora Amelinha, no LP “Mulher nova, bonita e carinhosa faz o homem gemer sem sentir dor” interpretou “Profunda solidão” (Novelli e Cacaso), e Zé Renato, no LP “A fonte da vida”, incluiu “Volta do mundo” e “A fonte da vida”, ambas parcerias de dele com Cacaso.

Em 1984, Filó gravou no disco “Canto fatal” duas parcerias de ambos, “Perfume de cebola” e “Cavalo do cão”. Neste mesmo ano, Nelson Ângelo gravou, em Paris, o LP “Mineiro pau”, disco no qual constaram algumas parcerias com Cacaso, inclusive a faixa-título. Ainda em 1984 fez letras para músicas de Edu Lobo, Novelli e João Donato, incluídas na trilha sonora do musical infantil “Joana, a menina dos sinos”, de Lígia Diniz. 

No ano seguinte, Olívia Hime gravou “O fio da meada”, uma das muitas parcerias do poeta com Francis Hime. Por essa mesma época, o parceiro Francis Hime gravou “Se porém fosse portanto” e “Terceiro amor”. 

No ano seguinte, foi lançado, pelo Selo Grapho, o LP “Ultraleve”, de Rosa Emília (sua esposa), disco no qual o poeta vinha trabalhando desde 1986. Neste trabalho, produzido por Cacaso, figuraram nove composições suas em parcerias com Rosa Emília (‘Árvore mágica’), Nelson Angelo (‘Maria Demais’ e ‘Na subida da ladeira’), Jacques Morelenbaun (‘Ultraleve’), Novelli (‘Triste Baía da Guanabara’) e Sueli Costa (‘Dona Doninha’). O disco contou com a participação de Moreira da Silva, interpretando, juntamente com Rosa Emília, o samba “Deixa o barraco rolar” (Rosa Emília, Nelson Ângelo e Cacaso) e Sérgio Santos em dueto com a cantora na faixa “Lambada de serpente” (c/ Djavan), além da faixa “Amambai”, música e letra de Cacaso. 

Milton Nascimento, no LP “Miltons”, regravou “Sem fim” (Novelli e Cacaso), cuja gravação contou com a participação especial do pianista americano Herbie Hancock. Neste mesmo ano sua composição “Cinema antigo” (c/ Sueli Costa) foi interpretada por Alaíde Costa no LP “Amiga de verdade”. Em 1989, a gravadora Philips relançou em CD “Transversal do tempo”, de Elis Regina, anteriormente lançado em LP, que contém uma parceria de Cacaso com Lourenço Baeta, “Meio-termo”.

Em 1991, Beth Carvalho, no LP “Intérprete”, incluiu “Agradecer”, composição de Cacaso em parceria com Sueli Costa. No ano seguinte, Muri Costa gravou “Chega de tarde”, parceria de Cacaso com Danilo Caymmi, lançado em CD produzido pela Leblon Records. Um ano depois, pelo Selo Niterói Discos, o cantor Errol regravou “Dona Doninha” (Sueli Costa e Cacaso).  No ano de 1994 João Bosco, no disco “Na onda que balança”, gravou “Liberdade”, parceria de ambos.

Em 1995, a Lumiar Discos lançou o Songbook de Edu Lobo, no qual incluiu “Lero-lero”, interpretada pelo grupo Garganta Profunda. Aldir Blanc, em 1996, registrou, em seu disco “Aldir Blanc 50 Anos”, a composição “Vim sambar”, composta por Cacaso, Aldir Blanc e João Bosco, com interpretação do grupo Arranco de Varsóvia. 

Em 1998, o grupo Boca Livre lançou “Song Boca”, disco comemorativo de 20 anos de carreira. Neste disco, Chico Buarque participou interpretando “Feito mistério” (Lourenço Baeta e Cacaso). Neste mesmo ano o grupo de choro Nó Em Pingo D’Água (Mário Sève: flauta, sax soprano, wind controller, Rodrigo Lessa: violão, Rogério Souza: violão e arranjo, Papito: baixolão) gravou “Tristorosa”, choro de Villa-Lobos letrado por Cacaso e interpretado por Leila Pinheiro. 

No ano seguinte, Nana Caymmi regravou “Chega de tarde” (Danilo Caymmi e Cacaso) no CD “Resposta ao tempo”, lançado pela EMI. Ainda neste ano, Ito Moreno interpretou “Lambada de serpente” (Djavan e Cacaso), no LP “De onde vem o baião”, lançado pela gravadora Velas.  

No ano 2000, o cantor paulista Carlos Navas gravou no CD “Sua pessoa” uma composição inédita de Cacaso com Zé Renato, “Lua de vintém”. A compositora Sueli Costa lançou o CD “Minha arte”, no qual constaram alguns títulos da dupla, entre eles “Dona Doninha” e a inédita “Senhora de si”. 

No carnaval de 2001, o bloco Flor do Sereno, do bar Bip Bip, em Copacabana, desfilou com três marchas, sendo uma delas, “Marcha regresso”, de Elton Medeiros, Maurício Tapajós e Cacaso.

Elton Medeiros regravou “Aurora de paz” (Elton Medeiros e Cacaso), que deu título ao disco, lançado pela gravadora Rob Digital. Ainda em 2001, o cantor Augusto Martins interpretou “Lambada de serpente” no disco “Me leve… Na batida de Djavan”, música também regravada pelo cantor Belo. Nesse mesmo ano, Lucinha Lins regravou “Dentro de mim mora um anjo”, “Agradecer”, “Face a face” e “Amor, amor”, todas em parceria com Sueli Costa, no CD “Canção brasileira” (sobre a obra de Sueli Costa) que inicialmente foi lançado como disco-brinde da CETIP, com arranjos de Gilson Peranzzetta, depois lançado pela gravadora Biscoito Fino. 

Neste ano, Nelson Ângelo lançou, pela gravadora Lua Discos, o CD “Mar de mineiro”, com 13 de suas parcerias com Cacaso: “Terra à vista”, “Mar de mineiro”, “A fonte”, “Marinheiro sem mar”, “De uma vez por todas”, “Quando eu vi o mar”, “Dinhêru”, “Dito e feito”, “Pena de paixão”, “Veridiana”, “Na subida da ladeira”, “Profundamente” e “Ave”, esta última, formatada em clip pela Virtual Cinema e Video, com imagens geradas no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. 

Em 2002 sua composição “Feito semente”, parceria com Marko Andrade e Euclides Amaral, interpretada pela cantora Edir Silva, foi incluída na coletânea “Conexão carioca 3”, produzida por Euclides Amaral, com apresentação do também poeta e letrista Sergio Natureza.

Nesse mesmo ano, foi incluída no CD “Duetos”, de Chico Buarque, “Dinheiro em penca”, parceria com Tom Jobim, interpretada por Chico Buarque, Tom Jobim e Miúcha.  Em 2003, Lenine e Francis Hime interpretaram “Corpo feliz” (Francis Hime e Cacaso), no CD “Brasil lua cheia”, disco comemorativo dos 40 anos de carreira de Francis Hime. 

Em 2004 Rosa Emília no CD “Baiana da Guanabara” incluiu diversas composições de autoria de Cacaso, entre elas “Ilha”, “Na subida da ladeira”, “Maria é demais”, “Carioca da gema”, “Ave de arribação” e “Cresça e apareça”, todas em parceria com Nelson Angelo.

Neste mesmo ano foi finalizado o CD “Sem fim”, produzido por Pedro Landim e Mário Adnet, disco no qual foram incluídas algumas de suas composições que se tornaram sucesso, interpretadas pelos principais artistas da MPB. Neste mesmo ano Fernanda Cunha, no CD “Fernanda Cunha interpreta Johnny Alf e Sueli Costa” incluiu “Cinema antigo”, “Amor, amor” e “As labaredas”, as três em parceria com Sueli Costa. 

No ano de 2005 a cantora Daniela Aragão lançou o CD “Daniela Aragão interpreta Sueli Costa e Cacaso” no ‘Projeto Terças” promovido pelo Centro Cultural Pró Música, de Juiz de Fora. No disco a cantora regravou “Agradecer”, “Amor amor”, “As labaredas”, “Cinema antigo”, “Face a face”, “Dona Doninha”, “Dentro de mim mora um anjo”, “Falando sério”, “Poeira e maresia”, “Falando sério” e “Senhora de si”, todas parcerias de Sueli Costa e Cacaso. 

Em 2006 a cantora Paula Santoro regravou “Perfume de cebola” (c/ Filó Machado). Neste mesmo ano foi lançado pela gravadora CPC/UMES o disco “Sobras repletas”, de Maurício Tapajós. No disco póstumo foi incluída, entre as inéditas, a composição “Surdina”, parceria de Maurício e Cacaso feita em homenagem à Clara Nunes e interpretada por Tatiana Parra e Gianluca Littera.

Neste mesmo ano Élton Medeiros incluiu “Aurora de paz”, parceria de ambos, na coletânea “Circuito original”, que reuniu artista participantes do projeto homônimo apresentado em bares do Rio de Janeiro. 

No ano de 2007 Fafá de Belém regravou “Dentro de mim mora um anjo”, incluída no CD e DVD ao vivo, com lançamento no Canecão. Neste mesmo ano Délcio Carvalho musicou os versos do poema “Passa-passa” e incluiu a composição no disco “Décio – inédito e eterno”. Ainda em 2007 Olívia Byington regravou “Clarão” com versos adicionados e que anteriormente não haviam sido musicados. 

Em 2009 a cantora Rosa Emília lançou, pela Lua Music, o CD “Álbum de Retrato” no qual interpretou 13 composições de Cacaso com diversos parceiros, entre as quais “Perfume de cebola” (Filó Machado e Cacaso) com participação de Filó Machado; “Fanzendeiro do mar” (Sérgio Santos e Cacaso) com participação de Sérgio Santos ao violão e voz; “Beira rio” (Joyce e Cacaso) com participação de Joyce; “Clarão” (Olívia Byington e Cacaso) com participação de Olívia Byington; “Deixa o barraco rolar” (Nélson Angelo, Rosa Emília e Cacaso) com participação de Nélson Angelo; “Eu te amo” e “Dona Doninha”, ambas de Sueli Costa e Cacaso, com participação de Sueli Costa ao violão, “Lua de vintém” (Zé Renato e Cacaso) com participação de Zé Renato e “Triste Baía da Guanabara” (Novelli e Cacaso), entre outras. 

Ainda em 2009 Rosa Emília produziu a série “Cacaso – Música e poesia” apresentada durante o mês de março no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro. Nos oito shows apresentaram-se vários parceiros musicais de Cacaso, entre os quais Joyce, Edu Lobo, Sueli Costa, Zé Renato, Sérgio Santos, Cláudio Nucci, Nélson Angelo e Rosa Emília, além dos poetas Geraldo Carneiro, Chico Alvim, Carlito Azevedo e Ulisses Tavares. 

Em 2010 foi montado o espetáculo “Homenagem a Cacaso”, com Rosa Emília (voz), Sueli Costa (piano e voz), Sérgio Santos (violão e voz) e Pedro Lage (poesias). O show, com produção de Clara Sandroni, foi apresentado no Casarão de Austregésilo de Athayde, em Laranjeiras, Zona Sul do Rio de Janeiro e no repertório foram incluídas “Face a face” (Sueli Costa e Cacaso), “Sem fim” (Novelli e Cacaso) e “Triste Baía da Guanabara” (Novelli e Cacaso), “Angu de caroço” (Edu Lobo e Cacaso) e “Tristorosa” (Villa-Lobos e Cacaso), além de inéditas do poeta com diversos parceiros musicais. A homenagem contou também com exposição de fotos, desenhos, livros e CDs do poeta. 

Ainda em 2010 a cantora paulista Vânia Bastos incluiu “Gingado dobrado” (c/ Edu Lobo) no disco “Na boca do Lobo – A Música de Edu Lobo”, faixa na qual contou com a participação especial de Edu Lobo. Neste mesmo ano a dupla Zé Renato e Renato Braz regravou “Sem fim” (Novelli e Cacaso) no CD “Papo de passarim”. 

No ano de 2012 sua composição “Feito semente” (c/ Marko Andrade e Euclides Amaral), interpretada pela cantora Edir Silva, foi incluída no CD “Quintal Brasil – Poemas, Letras & Convidados”, do poeta e letrista Euclides Amaral, lançado pelo Selo Musical Ipê Mundi Records, da Noruega. 

Em 2013 a cantora e poeta Rosa Emília apresentou o espetáculo “Cacaso – Amigos e parceiros”, leitura de versos e show na Biblioteca Pública do Estado da Bahia, em Salvador. Entre seus intérpretes constam Pery Ribeiro em “Nó cego” (c/ Toquinho), Emílio Santiago em “Angu de caroço” (c/ Edu Lobo) e Maria Bethânia em “Morena de endoidecer” (c/ Djavan), Elis Regina em “Meio termo” (c/ Lourenço Baeta), além de Chico Buarque e Tom Jobim em “Dinheiro em penca”, parceria do poeta com Tom Jobim.

De suas mais de 200 músicas gravadas, e muitas inéditas, figuram parcerias suas com Egberto Gismonti, Miúcha, Sérgio Santos, Eduardo Gudin, Jorge Simas, João Donato, Filó Machado, Jards Macalé, Sivuca, Maurício Maestro, Claudio Nucci, Euclides Amaral, Dulce Nunes, Pedro Landim, Marko Andrade, Carlinhos Vergueiro, Novelli e João Bosco.  

 

 

 

 

 

 

 

Poemas

http://www.escritas.org/pt/poemas/cacaso

 

http://www.germinaliteratura.com.br/cacaso.htm

 

http://http://veredasdalingua.blogspot.com.br/2012/12/cacaso-poemas.html

 

http://http://www.releituras.com/cacaso_menu.asp

 

Algumas músicas

http://letras.mus.br/cacaso/

 
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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  1. Pois é… Fui aluno  do

    Pois é… Fui aluno  do Cacaso na UFF. Nunca poderia imaginar que aquele cara baixinho, comedido e modesto já fosse  “aquilo tudo”  que era. Acho que o narcisismo e o vedetismo dos outros  professores, aliados  à tal porra-louquice vigente não deixavam Cacaso dar o recado. Tive o privilégio de ter tido uma atenção e um carinho especiais dele, exatmente a partir de uma noite em que armei um super barraco na sala de aula porque os colegas falaram em formar uma ALA DE UNIVERSITÁRIOS pro desfilar na Portela, é mole? A história continua em Paris e em Colônia, e termina aqui no Rio, mas  é  muito longa. Pra  mim, foi uma honra mesmo, mas o mais importante foi o legado do bom Cacaso para nossa arte e cultura. Não dá pra não ter saudade do bom Cacasol

  2. “Dinheiro em penca”, parceria

    “Dinheiro em penca”, parceria com Tom Jobim, interpretada por Chico Buarque, Tom Jobim e Miúcha. 

    http://www.youtube.com/watch?v=wvqcHGVtu6c

    O mati é passo preto
    Ele é muito tapereiro
    Ele canta por amor
    Eu só canto por dinheiro
    No seu canto tem valor
    No meu canto tem vintém
    Ele geme a sua dor
    Eu não choro por ninguém
    Ninguém sabe ir pelo Catumbi
    Ninguém sabe, ninguém sabe
    Eu casei com ela
    Fiz um filho nela
    Bati muito nela
    Fui feliz com ela
    Se o santo cai do andor
    E o barro cobre o ladrilho
    Quem roubou o meu amor
    E me escondeu do meu filho
    Renda de filó
    Carretel de linha
    Jorro de cascata
    Canja de galinha
    Sino de Belém
    Mofo de farinha
    Vou cantar agora
    Uma prenda minha
    O mati ao meio-dia
    Tá piando no soleiro
    Ele canta no estio
    Eu debaixo do chuveiro
    Ele mora no sertão
    Eu no Rio de Janeiro
    Ninguém sabe ir por Andaraí
    Ninguém sabe, ninguém sabe
    Se o peito guarda rancor
    O raio pisca o seu brilho
    Do porto sai o vapor
    Da vaca sai o novilho
    Tem gente que faz favor
    Pamonha é feita de milho
    Quem roubou o meu amor
    E me escondeu do meu filho
    Fé de bisavó
    Praga de madrinha
    Laço de gravata
    Bando de rolinha
    Sorte de repente
    Jura de modinha
    Vou cantar agora
    Uma prenda minha
    Eu fui lá, na grota funda
    Avistar meu feiticeiro
    Fiquei bom do reumatismo
    E ganhei muito dinheiro
    Melhorei do meu cansaço
    E ganhei muito dinheiro
    Ninguém sabe ir pelo Buriti
    Ninguém sabe, ninguém sabe
    Se o cheiro muda de cor
    O nego puxa o gatilho
    A lucidez sai da dor
    O trem de ferro do trilho
    Se o vento liga o motor
    E a morte presta um auxílio
    Quem roubou o meu amor
    E me escondeu do meu filho
    Rede de cipó
    Lata de sardinha
    Porta de alçapão
    Ceva de tainha
    Bolha de sabão
    Sopa de letrinha
    Bucha de balão
    Papo de cozinha
    Meu padrinho quando moço
    Era muito fazendeiro
    Tirou ouro do sertão
    Foi gastar no estrangeiro
    O dinheiro da boiada
    Transferiu pro estrangeiro
    Ninguém sabe ir pelo Piauí
    Ninguém sabe, ninguém sabe
    O avião salta do chão
    O padre sai do retiro
    O acaso faz o ladrão
    Da espingarda parte o tiro
    Do verso nasce a canção
    Do sertão meu estribilho
    Quem roubou o meu amor
    E me escondeu do meu filho
    Medo de ladrão
    Noite de arrepio
    Boca de fogão
    Casco de navio
    Pipa de papel
    Bem-te-vi no cio
    Corda de relógio
    Bomba de pavio
    Tive léguas e mais léguas
    Muito gado, cafezais
    Sesmarias, mata virgem
    Onde a vista já não vai
    Extensão de terra roxa
    Ia até o Paraguai
    Tive até um burro preto
    Que vovô deu pro papai
    Eu também já tive um tio
    Que virou velho gaiteiro
    Que gostava de mulher
    Como eu gosto de dinheiro
    Era louco por mulher
    Eu me amarro no dinheiro
    Fui mascate no sertão
    Caminhei o norte inteiro
    Vendi grampo a prestação
    Guarda-chuva em fevereiro
    Até hoje estou esperando
    A remessa do dinheiro
    O mati é passo preto
    De janeiro até janeiro
    Ele casa no verão
    Eu namoro o ano inteiro
    O mati já tem bisneto
    Eu ainda tô solteiro
    Ele voa em liberdade
    Inda tô no cativeiro
    E voou pra imensidão
    Eu ainda prisioneiro
    Canta curió
    Canta coleirinho
    Sabiá da mata
    Garnizé de ninho
    Terra de niguém
    Viração marinha
    Vou cantar agora uma prenda minha
    Uma vez em Nova York
    Liguei pro meu feiticeiro
    Que atendeu o telefone
    Lá no Rio de Janeiro
    Eu então falei pra ele
    Procurar meu macumbeiro
    Pra avisar pro pai-de-santo
    Pra arranjar algum dinheiro
    Pra pedir pro delegado
    Pra soltar meu curandeiro
    Ao doutor seu delegado
    Pra soltar meu curandeiro
    Mas o tal telefonema
    Lá se foi o meu dinheiro
    Sunga de lagarto
    Dente de galinha
    Sovaco de cobra
    Pena de tainha
    Asa de tatu
    Jura de Maria
    Gritos de menino
    Rabo de Cotia

     

     

  3. Branca Dias, de Edu Lobo e

    Branca Dias, de Edu Lobo e Cacaso, para “O Santo Inquérito” de Dias Gomes. A peça, com direção musical de Dori Caymmi, estreou no Teatro Tereza Raquel com direção de Flávio Rangel, e no elenco Carlos Vereza, Cláudio Marzo, Ítalo Rossi e Isabel Ribeiro (como Branca Dias).

    http://www.youtube.com/watch?v=qUeS4YZi47s

  4. poemas

     

    Na página 69 de Beijo na Boca, Cacaso fala uma verdade definitiva no poema cujo título é Arca de Noé:

                                                        Nasceu

                                                        Fudeu

     

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