Petroleiros prometem greve em cinco estados contra “desmonte” da Petrobras

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A Federação Única dos Petroleiros (FUP) decidiu que a categoria fará greve no início de agosto nos campos da Petrobras destinados à privatização, nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe, Bahia e Espiríto Santo. A paralisação geral será de ao menos cinco dias, contra a decisão da estatal de conceder parte de suas funções à iniciativa privada. Os trabalhadores alegam que tirão direitos suprimidos.

Por Helder Lima

Da RBA

Petroleiros vão parar em agosto contra ‘desmonte’ da Petrobras

O coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel, disse hoje (12) que a categoria fará greve no início de agosto nos campos maduros terrestres da Petrobras, definidos para concessão à iniciativa privada no plano de desinvestimentos da empresa. Esses campos estão localizados nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe, Bahia e Espírito Santo, e produzem 35 mil barris por dia, representando 2% da produção nacional.

Segundo a coordenadora do Sindicato dos Petroleiros Unificados de São Paulo, Cibele Vieira, a greve deverá ser de cinco dias.

Ao todo, são 98 concessões de produção, mais seis blocos de exploração, totalizando 104 concessões. “É por esses campos que começa o desmonte da Petrobras na prática. Os investimentos deles já se pagaram. Vão entregar campos produzindo há mais de 50 anos. A Petrobras não é uma empresa privada, ela tem um caráter social, e por isso a nossa resistência”, afirmou Rangel. Campos maduros são aqueles antigos, mas que ainda produzem.

De acordo com o sindicalista, a venda desses campos se dá em função da alegada necessidade da empresa de investir suas forças na produção do pré-sal. “Essa venda vai causar um problema social porque as empresas privadas não têm preocupação com a população, não têm remuneração mínima para os trabalhadores, vai agravar os problemas sociais”, disse. Ele acredita que a maior presença do setor privado na exploração de petróleo aumenta os impactos sociais. “No fim do mês vamos ter um seminário para avaliar essas questões.”

Além das greves nos campos voltados à concessão, os petroleiros vão realizar atos em solidariedade em diferentes pontos contra o início do processo de desmonte da empresa estatal. Na semana passada, os petroleiros realizaram no Norte Fluminense três dias de debates por meio da 6ª Plenária Nacional da FUP (Plenafup), na qual aprovaram um calendário de lutas para barrar o desmonte da empresa e a entrega do pré-sal.

“Na Plenafup, fizemos uma avaliação profunda sobre a conjuntura, o golpe e os reflexos para o trabalhador, e também analisamos a entrega do pré-sal como ponto central do golpe”, diz Rangel. “Avaliamos ainda a campanha salarial deste ano, porque os nossos acordos são bianuais, e também o plano de luta contra o desmonte da Petrobras. Vamos nos mobilizar em diferentes frentes”, afirma.

O sindicalista destacou que especial atenção no processo de mobilização será dada ao Projeto de Lei 4.567, que muda a Lei de Partilha (número 12.351, de 2010), que estabeleceu a cobrança de royalties e a destinação de recursos do pré-sal para saúde e educação. Já aprovado no Senado, o PL é de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), atual ministro interino das Relações Exteriores, que busca tirar a exclusividade da empresa na operação do pré-sal. O projeto agora tramita na Câmara.

Campos terrestres que a Petrobras quer conceder à iniciativa privada

Ceará

Polo da Fazenda Belém (2 concessões)

Rio Grande do Norte

Polo Riacho da Forquilha (34)

Polo Macau (4)

Sergipe

Polo Siririzinho / Riachuelo (12)

Bahia

Polo Buracica (7)

Polo Miranga (9)

Espírito Santo

Polo São Mateus (14)

Polo Fazenda de São Jorge / Cancã / Fazenda Cedro (9)

Polo Lagoa Parda (3)

Polo Gás (4)

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

6 Comentários

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  1. AINDA estou esperando a

    AINDA estou esperando a promessa do PT diki TODAS as companias privatarizadas por Temer vao ser re-restatizadas sem mais cerirmonia mais tarde.

    Os petroleiros estao certos, mas…  Tou esperando mais.

    Eu perdi a paciencia (repetindo pela milesima vez).

    Entre outras, eu nao sou audiencia pra eleicao de speaker of the house, por exemplo.  Lembro de uma vez que eu disse aqui que toda vez que um gato quer mostrar amizade ele te mostra o cu?

    Eu NAO quero ver o cu do governo Temer, ja vi.

    Tava sujjo.

    Eu NAO sou audiencia pra um Cunha com 800 processos por corrupcao ir fazer malabarismo e mostrar o cu por dois anos direto por caus de Rodrigo Janot.

    SEMPRE foi o pre-sal.  Desde o comeco da LavaBunda, SEMPRE foi o pre-sal.  Pelo menos os petroleiros descobriram isso magicamente…  pena que a greve eh so de 5 dias, devia ser permanente.  Se depender do  PT…  ja era.

    1. Ivan:
      Salvo honrosas

      Ivan:

      Salvo honrosas excessões, os petistas que são

      realmente a favor do povo não se elegeram.  O

      resto são verdadeiros “bundas mole” e estão

      na câmara ou no senado só para “constar”.

      Mas, já foi muito pior. Em épocas passadas

      não tínhamos nem isso.

    1. greve….

      Não se mexam e seus empregos serão tomados por funcionários das empresas que receberãom a doação da Petrobras. Ao invés de Sete Brasil, será Sete Malasia, Sete Singapura, Sete Coréia ou Sete Holanda. Acorda inocente!!! Hoje qualquer empresa pode explorar o Pré-Sal. Só que o petróleo é nosso e estas empresas são regiamente pagas. Mas isto elels não querem. Eles querem o petróleo e fazer desta preciosidade o que seu interesse corporativo e do país que estas empresas representam o que bem entender. E tem inocente no Brasil que não consegue ver isto. Quer entregar uma inesgotável fonte de capital, tecnologia e empregos altamente qualificados, além da própria soberania nacional a interesses estrangeiros. Acorda país limitado!!!

  2. Greve

    Os petroleiros ainda estão com suas direções desunidas.

    Existem duas federações. A FUP e a FNP. Vivem se bicando.

    Até quando os trabalhadores vão aturar tanta vaidade?

    Quando será o dia em que os petroleiros poderão lutar unidos?

    Quosque tandem abutere, diretores, patientia nostra?

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