Presidente da Petrobras diz que gasolina pode ter reajustes mensais

Jornal GGN – Em entrevista para a Globonews, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine afirmou que, caso necessário, os combustíveis podem ser reajustados mensalmente. Ele relatou que a atual premissa na empresa é que todos os derivados devem ser lucrativos. 

Bendine disse que considera inoportuna a discussão sobre a mudança no modelo do pré-sal no Congresso. “Não é pela fragilidade momentânea que você tem que julgar o modelo”, afirmou. Quando indagado sobre os casos de corrupção investigados na Operação Lava Jato, o executivo explicou que é possível que os casos tenham acontecido sem o conhecimento dos presidentes da companhia, devido ao antigo modelo de govenança da empresa. Também afirmou que foram adotadas mudanças na governança da estatal para evitar que novos casos aconteçam. ” O que a gente tem, inclusive pelas investigações, não pareceu ser coisa sistêmica, mas localizada em alguns pontos”, disse.

Do Valor

Se preciso, gasolina pode subir por mês, diz presidente da Petrobras

O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, disse nesta quinta­feira que, caso haja necessidade, poderá haver reajustes mensais dos combustíveis. Em entrevista ao programa de Miriam Leitão, na ‘Globonews’, Bendine ressaltou que atualmente a margem dos preços dos derivados é boa para a companhia e que a atual premissa na estatal é que todos os derivados têm que ser lucrativos para a empresa.

“Percebo que existe ansiedade por conta do que aconteceu, mas não posso promover o aumento [dos combustíveis] só para satisfazer essa ansiedade, essa expectativa”, disse Bendine. “Esse modelo [de acumular prejuízos na venda de derivados] não será [adotado]”, acrescentou.

O presidente da estatal também fez questão de frisar que o conselho de administração da companhia atualmente atua de maneira independente. Questionado, frisou que não há integrantes do governo no conselho e apenas nomes “de mercado”.

O executivo também destacou que um leilão de áreas do pré­-sal neste momento não seria bom para a companhia e disse ter confiança de que o governo não promoveria um leilão dessas áreas no atual cenário da empresa. Bendine também voltou a dizer que considera inoportuna a discussão no Congresso sobre a possível mudança da lei que determina a Petrobras como operadora única do pré-­sal.

“Não é pela fragilidade momentânea que você tem que julgar o modelo. Mas vamos acatar a legislação. Estamos preparados para todos os cenários”, ressaltou.

Questionado sobre os escândalos de corrupção na companhia, Bendine explicou que, dado o antigo modelo de governança da empresa, é possível que os casos de corrupção tenham acontecido sem o conhecimento dos presidentes da companhia e dos integrantes do conselho. Para evitar novos casos, ele citou a mudança na governança e a adoção de decisões colegiadas e não mais concentradas em diretorias, como acontecia antes.

“Os volumes [de propinas pagas] são expressivos, mas o que a gente tem, inclusive pelas investigações, não pareceu ser coisa sistêmica, mas localizada em alguns pontos”, frisou.

Bendine também destacou que empresas investigadas pela Operação Lava Jato da Polícia Federal e que atualmente estão suspensas do cadastro de fornecedores da estatal poderão voltar a esse cadastro caso se adequem ao novo modelo de governança da companhia.

Redação

19 Comentários

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  1. Eu sabia !  Nós consumidores,

    Eu sabia !  Nós consumidores, mais uma vez pagaremos pelas nao conformidades encontradas. Quero mais é comprar gasolina barata, como em países normais. Abra-se a importação.

    1.   Colega, o problema é 

        Colega, o problema é  JUSTAMENTE que os preços praticados aqui ficaram ABAIXO do praticado no mercado internacional.

  2. Falou e disse!

    Bendine afirmou, então, que a Petrobrás vai produzir a volta da inflação mensal ditada pelo reajuste de preço dos combustíveis? Qual o critério? A Taxa SELIC? Os juros do Ourocard? O índice de reajuste dos servidores do Judiciário?

    Supimpa!

    1. O critério está exposto na

      O critério está exposto na reportagem. O preço de custo do derivado mais uma margem de lucro.

      Todo empresa, tem que funcionar dessa forma. Senão como ela sobrevive com sistemáticos prejuizos em determinadas operações ?

      A culpa da inflação no País não é da Petrobrás e ela não pode nem deve atuar nessa frente.

      Um dos maiores erros do Govenro Dilma foi justamente nessa questão, que também afetou sobremaneira toda a cadeia sucro-alcooleira,  e não deverá ser repetido.

       

      1. Concordo, mas o preço do

        Concordo, mas o preço do álcool foi afetado quase tão somente pelo preço do açucar nos mercados internacionais de 2009 a 2012/13, com super valorização da saca…esse foi o motivo real.

      2. Como fazer então para segurar a inflação???

        Se todo setor tem que fazer as devidas correções em cima da inflação e ainda ter algum lucro, vão impactar sobre a inflação, aí vão ter que corrigir os preços sobre a inflação novamente e ter o merecido lucro, vão impactar sobre a inflação…

        Vê a bola de neve, como resolver isto aí se todo setor tem que ganhar…

        1. Há confusão ai.
          Nem todo

          Há confusão ai.

          Nem todo setor faz correção em cima de inflação passada, isso é indexação.

          O que todo setor tem que fazer é ter uma margem de lucro. Ora, existe o custo do produto para a empresa, e ela tem que vender esse produto por um valor maior que o custo. É algo evidente. Mas que não vinha sendo feito pela Petrobrás, incrivelmente.

          ´Mas é claro que toda empresa deve pensar em trabalhar dessa forma, como uma empresa vai viver , no médio  e longo prazo se não conseguir repassar aumentos de custos ? É do lucro da empresa que vem aumentos de investimentos, a remuneração dos sócios, etc..Se uma empresa dá prejuizos sistemáticos o seu destino é o fechamento, com a diminuição dos empregos e do investimento.

          Se o petroleo cai de preço, pode também abaixar o preço do derivado, não tem que necessariamente aumentar.

          O pessoal quer que a Petrobrás de conta de todo o pré-sal mas também que cuide da inflação no Brasil, de não repassar eventuais aumentos nos derivados ? Ora, empresa nenhuma faz mágica, não se cria dinheiro do nada.

           

      3. Daniel, normamelmnte concordo

        Daniel, normamelmnte concordo com você em varios pontos, mas nesse sou obrigado a discordar.

        “Todo empresa, tem que funcionar dessa forma.”

         A Petrobras não faz parte desse “todo, (ou toda)”; é uma estatal produtora de commodities. E não só isso , a mais importantente commoditie, aquela que move economias mundo afora e tem importancia estratégica.

        A Petrobras e o preço do petróleo não podem cair nessa area comum de “todas as empresas”.

        Reajustes mensais no valor do petróleo trariam mais insegurança em tempos em que já está rara.
        Considero no mínimo infeliz a declaração do Presidente, um desnecessário “erro crasso”. Era melhor ele ter ficado de boca fechada.

        1. Concordo que ele pode ter

          Concordo que ele pode ter exagerado no tom, mas no ano, pelo menos, a empresa não pode mais ter prejuizo nesse tipo de operação.

          O que foi feito foi algo absurdo, estimam em cerca de 60 bi de prejuizo em 2 ou 3 anos. E veja que a falta de transparência é tanta que nem se sabe o tamanho do prejuizo .

          Se o Governo quer subsidiar derivados de petréleo, o que  a meu ver não é correto, deveria então fazê-lo de maneira transparente, comprando da Petrobrás, por um valor razoável, com lucro para a empresa, e ele, Governo , revender com prejuizo.

          Mas o problema é que parece que gostam de escamotear as coisa e isso nunca dá certo.

           

  3. Traduzindo: mais um que quer

    Traduzindo: mais um que quer jogar a população, já furiosa, cada vez mais contra o governo, daqui a pouco, em vez de ofender a Dilma, debaixo dos narizes de sua (in)segurança pessoal, vão começar a bater, tamanha a irresponsabilidade dos auxiliares e da cegueira da propria presidente.

  4. Pedra filosofal

      Gostaria muito que o presidente Bendine explicitasse para nós esse milagroso modelo de governança que foi agora adotado pela Petrobrás e que vai eliminar práticas fora do alcance da governança da empresa, como ocorreu no modelo anterior. Será indicado para o Prêmio Nobel!….

     

  5. De volta para o futuro!

    Tiro no pé, nos dois pés!

    De volta  ao Sarney! Quero reposição salarial mensal e URV também.!

    Quem vai para a mesa branca tentar contato com o Funaro para ver se ele dá alguma dica valiosa?

  6. “O executivo também destacou

    “O executivo também destacou que um leilão de áreas do pré­-sal neste momento não seria bom para a companhia e disse ter confiança de que o governo não promoveria um leilão dessas áreas no atual cenário da empresa”.

    Fica bem claro a posição de refém da Petrobras na qual se encontra a indústria petrolífera brasileira. A área de maior potencial para novas descobertas e que deveria estar atraindo grandes investimentos, gerando empregos e impostos para o país vai continuar “deitada em berço esplêndido”. Por quanto tempo ainda ninguém sabe.

    A propósito, o histórico Estaleiro Mauá em Niterói, foi fechado hoje por tempo indeterminado desempregando milhares de operários. E ainda tem gente que defende a operação única da Petrobras no pré-sal….

  7. Tomara que o Bendine consiga

    Tomara que o Bendine consiga realmente uma gestão empresarial na Petrobras. Mas pisou na bola ao não afirmar que é melhor para a empresa ter a opção de selecionar os projetos do pré-sal que deseja participar do que ser obrigada a participar de todos (até os que avalie como anti-econômicos!!!). Aliás, é o que a empresa já acenou que vai fazer agora, priorizando os mais atrativos e desinvestindo nos menos rentáveis.

    E a operação única da Petrobras não é só um problema conjuntural relacionado as finanças da estatal. O Presidente do IBP explicou muito bem no Senado, as vantagens da atuação de mais operadores em contraponto à operação única.

    http://www.senado.gov.br/noticias/tv/plenarioComissoes2.asp?IND_ACESSO=S&cod_midia=407883&cod_video=410594&pagina=3

    Ele cita o exemplo da Noruega que desde que descobriu o petróleo do Mar do Norte sempre priorizou a atração de multi-operadores. E não é preciso explicitar o sucesso do modelo aplicado no país escandinavo.

    Aliás, quando questionei um comentário, posts atrás, que aformava ser o modelo norueguês de partilha e semelhante ao do pre-sal brasileiro, escreveram que eu estava falando mentira, que precisava fazer o dever de casa, etc.

    http://uk.practicallaw.com/6-529-5206

    Este site resume bem o modelo norueguês. Destaco os seguintes pontos:

    The regulatory regime

    The rights to the petroleum resources on the Norwegian continental shelf are vested in the Norwegian state. The regulatory regime for Norwegian petroleum activities is based on a licensing system, under which companies are granted rights to explore for and produce petroleum. The companies become owners of the oil and gas that they produce.

    Lease/licence/concession term

    A petroleum production licence gives the licensees in the licence period:

    ·         The exclusive right to exploration, exploration drilling and production of petroleum deposits in areas covered by the licence.

    ·         Ownership of the petroleum which is produced.

    A petroleum production licence can be obtained by either:

    ·         Acquiring a participating interest from a licensee.

    ·         Applying and being awarded a participating interest in a petroleum production licence in a licensing round.

    The government will in each licensing round consider whether the state will directly participate in a petroleum production licence. However, if the state decides to participate it does so as an owner on similar terms as the other owners, and covers its proportionate part of the costs and receives the corresponding portion of produced petroleum.

    The Norwegian state’s income from petroleum activities derives from:

    ·         Taxes paid by companies operating within the petroleum industry.

    ·         The state’s direct and indirect participation in petroleum activities

     

    Fica claro que não tem partilha nenhuma e participação obrigatória ou mínima de empresa estatal. O retorno para o país está garantido nos impostos (que não são baixos) e na participação da Statoil onde se julga estratégico. Exatamente o que está se propondo com a PL 131.

    PS. Tenho feito este dever de casa já há quase trinta anos, desde que comecei a trabalhar na área de E&P.

  8. Petróleo a preço baixo só estimula o desperdício.

    A Noruega além de ser o único grande exportador de petróleo da Europa tem uma das fasolinas mais caras do MUNDO, aproximadamente R$6,12 o litro. Por que isto? Porque o norueguês é BURRO! Espertos são os árabes que vendem no seu mercado interno a gasolina em torno de centavos de dólares e seus habitantes deixam o ar condicionado do carro ligado enquanto estão no shopping fazendo compras!

    Gasolina cara é uma atitude correta, os transportes de passageiros e de cargas tem que estar baseado na lógica do baixo consumo de derivados de petróleo, logo há duas coisas a serem feitas, preço alto na gasolina e superavit na conta petróleo, quando houver, deve ser empregado especialmente em investimento em transporte de baixo consumo de petróleo.

    O resto é choro, comprem um carro menor!

  9. “O executivo também destacou

    “O executivo também destacou que um leilão de áreas do pré­-sal neste momento não seria bom para a companhia e disse ter confiança de que o governo não promoveria um leilão dessas áreas no atual cenário da empresa.”

    Fica claro que a indústria de petróleo no Brasil está refém da Petrobras. Justamente as áreas de maior potencial para novas descobertas, que tinham tudo para estar atraindo volumes significativos de investimentos, gerando empregos e impostos para o país vai continuar “deitado em berço esplêndido”. Até quando ninguém sabe! 

    O histórico Estaleiro Mauá de Niterói anunciou hoje que vai fechar as portas por tempo indeterminado, demitindo milhares de trabalhadores. E ainda tem gente que defende o modelo que gerou esta crise no setor…

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