Proposta de plebiscito coloca governo Temer em alerta

Jornal GGN – Os acenos da presidente afastada Dilma Rousseff com a realização de um plebiscito sobre novas eleções tem colocado o governo interino de Michel Temer em alerta. Além disso, a possibilidade de Eduardo Cunha, presidente afastado da Câmara, ter seu mandato cassado reforça a ideia de que Dilma consiga reconstruir sua base de apoio no Parlamento, caso volte para a Presidência da República.

No Senado, alguns parlamentares negociam tanto com a presidente afastada como com o interino, como é o caso de Romário (PSB-RJ). Outros nomes são Otto Alencar (PSD-MA), João Alberto (PMDB-MA), e Cristovam Buarque (PPS-DF). O grupo auxiliar da petista apostaria, também, em senadores ressentidos, como Roberto Rocha (PSB-MA), que foi convidado por Temer para o Ministério de Minas e Energia, mas depois preterido em favor do filho de Fernando Bezerra (PSB-PE).

A ideia de propor uma consulta popular serve para atrair o voto de senadores indecisos, que, ao mesmo tempo que não querem o retorno de Dilma, também não são favoráveis a manutenção de Temer na presidência. O problema da proposta de plebiscito é que os movimentos sociais estão divididos com a ideia. 

Leia mais abaixo:

Do Valor

Aceno de Dilma a consulta popular mobiliza Planalto
 
por Andréa Jubé
 
A dois meses do julgamento definitivo do impeachment no Senado, o Palácio do Planalto acredita que possui os votos necessários para tornar permanente a gestão do presidente interino Michel Temer. Contudo, os acenos da presidente afastada Dilma Rousseff com a realização de consulta popular sobre sua volta ao cargo ou novas eleições, mais a promessa de melhores espaços em seu eventual novo governo aos senadores que recusarem o impeachment, deixam os auxiliares de Temer em alerta.
 
Somada a esses fatores, a perspectiva de cassação do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB­-RJ), reforça os argumentos de Dilma de que, se for reconduzida ao cargo, terá condições de reconstruir uma base na Câmara que lhe assegure alguma governabilidade no Congresso Nacional. Uma argumentação integralmente política, que exige a plena confiança dos interlocutores nas negociações em curso, que também envolve a distribuição de cargos.
 
Dilma é agora “gato escaldado”, porque foi vítima de traições na votação do impeachment na Câmara. O entorno de Dilma no Alvorada sabe, por exemplo, que o senador Romário (PSB-­RJ) dialoga com os dois lados. Com Dilma, pode garantir a indicação do futuro ministro do Esporte, e com Temer, uma diretoria de Furnas.
 
Há nomes de senadores que aparecem como voto certo nas listas dos dois presidentes, o interino e a afastada, como Otto Alencar (PSD­BA), João Alberto (PMDB-­MA) e Cristovam Buarque (PPS-­DF). O grupo de Dilma também aposta nos ressentidos, como Roberto Rocha (PSB­-MA), convidado pelo grupo de Temer para ser ministro de Minas e Energia e no dia seguinte preterido em favor do filho do senador Fernando Bezerra (PSB­-PE).
Redação

7 Comentários

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  1. constatando

    Os acontecimentos recentes:

    -7×1

    -GOLPE

    -1X0

    O único mercado que funciona no Brasil é no parlamento, quando se precisa de competência estamos nus. 

  2. Consulta…

    Não necessariamente para novas eleições Presidenciais, mas, o fundamental é para reforma política e eleição de assembleia especial para isso, sob o comando da Dilma.

  3. Apenas duas hipóteses: excesso de burrice e fechamento e…

    Pode ser paranóia minha (lembrança da tirinha de jornais na época da ditadura, ” Ubaldo O Paranóico”), mas sobre a proposta de plebiscito se e quando Dilma voltar é tão óbvia de mais do que sensata, é a única saída pra não desgastar ainda mais uma presidente eleita por um dos partidos avermelhados .Desde o PT não assinar a Constituição de 1988 (por ser burguesa), bancar imunidade a alianças,  seria sacal lembrar nossa outra memória de erros crassos, um deles o culto à personalidade dando rasteira em possíveis bons rivais. Uma hipótese que levanto é que  pode haver infiltração nos vários níveis de direções  ou, entao, há uma incrível e excessiva burrice nos vários níveis de direções, não importa suas mesmices de enormes catataus de teses, de reuniões, de crítica e autocrítica ( uma coisa stalinista pra um partido que surgiu alardeando novo e puro como se não fosse composto de homens e mulheres). Não há quem me convença que é mais um erro enorme rejeitar a proposta de Dilma e setores por um plebiscito, mesmo que seja inviável a execução, mas demonstrará sensatez da presidente (ah, uma besteirinha minha: recuso o politicamente correto e também gramaticalmente certo feminino Presidenta).

  4. Presidencialismo enfraquecido

    Fortalecer o presidencialismo ou adotar o parlamentarismo. Precisamos de um plebiscito como o de 1993. E o que o povo decidir estara decidido.

  5. Sonhos delirantes,  para

    Sonhos delirantes,  para conduzir uma MEGA operação politica desse porte é indispensavel o apoio concentrado

    das forças majoritarias da economia, da imprensa de opinião, das lideranças politicas (mesmo desgastadas).

    Não se tira coelhos da cartola com a lona do circo no chão, não vejo condições politicas para tal jogo.

  6. Só se for para deputados e senadores também

    Não sou contra o plebicito. Em caso de impasse político o correto mesmo é consultar o eleitorado, afinal o poder deveria emanar o dovo (coisa que os golpistas não respeitam). Mas se vai ser feito um plebiscito para convocação de novas eleições que seja para o executivo e o legislativo.

    Eleições só para presidente não vão resolver nada. Se for eleito alguém que não agrade ao CUnha ele vai tentar derrubar de novo e volta tudo à estaca zero. Se for eleito alguém do gosto dle será uma marionete desse Congresso podre e corrupto. aliás, o Congresso deve mesmo ser renovado porque o desprezo que os deputados e senadores já demonstraram para com o voto popular os torna incapazes de representarem os seus prórios eleitores. Tornaram-se representantes deles mesmos e de seeus bolsos. Escancararam que estão defecando e andando para os eleitores.

    Uma renovação geral do Congresso passaria uma régua nesse lamentável episódio golpista. Mas teria como condição inegociável o retorno da Dilma para conduzir esse processo. Não é possível conduzir uma eleição livre com golpistas que não respeitama democracia nem o Estado de direito. Além do mais se não houver o respeito ao voto popular agora não há porque imaginar que haveria em relação aos novos eleitos. Não reconduzir a Dilma é um desrespeito à democracia que só pode ser purgada com confronto e o confronto pode (com boa probabilidade) envolver derramamento de sangue, coisa que ninguém quer e que apesar da ilusão da direita fascistizada, tem enorme probabilidade de atingir o “andar de cima”.

    Somente eleições gerais, com Dilma reconduzida ao cargo até sua efetivação, pode dar um “reboot” na política nacional de forma pactuada.

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