Qual a verdadeira energia do futuro?

Jornal GGN – O parque energético brasileiro passa por um momento de mudanças que os especialistas chamam de transição hidrotérmica. Isso quer dizer que, pelo esgotamento do potencial econômico e ambientalmente viável da geração hidrelétrica, e pela perda de sua capacidade de autorregulação decorrente da diminuição dos reservatórios, a expansão do sistema passa a requerer uma crescente contribuição das termelétricas na base.

Esse cenário começou a se desenhar no Brasil a partir dos anos 2000, quando a taxa de crescimento das térmicas passou a ser muito superior à das hídricas. Isso porque, em 2001, o país sentiu na pele o peso da dependência das hidrelétricas. Na época, por conta da seca, o nível dos reservatórios caiu e não havia disponibilidade de energia térmica complementar. O resultado foi o apagão.

Naturalmente, para não repetir os erros do passado, o governo buscou diversificar a matriz. E as termelétricas ganharam um protagonismo maior.

As estimativas são que, até 2025, 2030, o Brasil terá esgotado o seu potencial hidrelétrico aproveitável (economicamente competitivo e ambientalmente viável), de cerca de 150 MW. A partir daí, a expansão do sistema precisaria necessariamente incluir as térmicas na base. E as nucleares entre elas.

Essa é a opinião de Leonam dos Santos Guimarães, diretor de Planejamento da Eletronuclear, que introduziu o assunto para discussão no 56º Fórum de Debates Brasilianas.org.

De acordo com ele, existem 435 reatores nucleares operando comercialmente em 31 países. São 375 mil MW de capacidade e 11% da eletricidade mundial. Além desses, outros 70 reatores estão em construção.

A grande questão para que a fonte possa evoluir é a relação que as pessoas têm com a energia nuclear. “Não existe nenhuma dificuldade tecnológica, nem nenhuma restrição de insumo, mas a aceitação pública é um desafio”, disse Leonam.

Desafio que os países estão tentando superar com inovação tecnológica. As usinas que compõem o parque nuclear atualmente em operação são de “Geração II”. Os projetos em desenvolvimento, incluindo Angra III, são chamados de “Geração III” ou “Geração III+”.

Nessas plantas, o combustível continua a ser o mesmo, e os reatores ainda são resfriados com água, mas a instrumentação e controle são aprimorados e há dispositivos para evitar acidentes severos.

Leonam acredita, que depois de Angra III, deve surgir novos projetos de usinas nucleares no Brasil. Para ele, a expansão do parque energético nacional depois de 2030 terá que ser baseada em gás natural e carvão. Mas isso depende da quantidade e custo do pré-sal e da viabilidade da captura e armazenamento de carbono. Daí a importância da energia nuclear na base.

E as fontes renováveis? Eólica, solar e biomassa? Na opinião de Leonam, elas serão um importante complemento, assim como os programas de eficiência energética. Mas por serem imprevisíveis e intermitentes não estarão na base do sistema.

“A evolução do sistema elétrico canadense nos últimos 50 anos guarda muitas similaridades com a situação do sistema elétrico brasileiro nos últimos 15 anos. A partir de uma contribuição de mais de 90% em 1960, a participação da hidroeletricidade no Canadá declinou de forma constante até 1990, quando se estabilizou em torno de 60%”, comparou Leonam.

“No Canadá, o crescimento da geração térmica operando na base permitiu que a geração hídrica passasse a fazer a regulação de demanda e da sazonalidade das renováveis, que em 2010 representavam cerca de 3% da geração total”. Ele se pergunta se esse não é um modelo para o Brasil do futuro.

Redação

27 Comentários

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  1. Qual a eficiência do futuro?

    Afinal, o que interessa é produzir cada vez mais ou podemos fazer máquinas mais eficientes?

    Existem mudanças nas cargas elétricas e os equipaemntos de aquecimento solar estão ficando mais baratos.

    Temos cada vez mais gás e de diferentes fontes (Pré Sal e lixões).

    As lâmpadas incandescentes deixaram de ser fabricadas nas potências iguais e acima de 60 W e os LEDs estão cada vez mais eficientes.

    Temos motores elétricos muito mais eficientes bem como compressores e tecnologias que fazem com que a energia elétrica seja melhor aproveitada.

    Podemos investir em desenvolver melhores sistemas de geração e transmissão de energia, diminuindo as perdas e também aumentando a eficiência.

    Acredito que a eficientização das cargas e um mix de alternativas de produção seja o caminho melhor e mais seguro que a energia nuclear que, como vimos em Fukushima e Chernobil, podem trazer lembranças muito amargas.

  2. Energia

    Países como o Japão (após o desastre de Fukushima provocado pelo tsunami em 2011) e a há mais tempo a Alemanha  vêm investindo maciçamente em energia solar e eólica para produção de energia elétrica. No caso da energia solar esses países possuem potenciais para geração muito inferiores ao Brasil, onde essa forma de geração está apenas no início. A energia solar é intermitente mas não imprevisível. Há ainda enorme potencial para utilização no Brasil dessas fontes de energia antes de cogitarmos, a meu ver, as fontes não renováveis como o carvão e o gás natural que emitem gases de potencial efeito estufa. A energia nuclear que por sua vez não emite esses gases, é a que mais oferece riscos de segurança durante a operação e quanto ao destino do lixo nuclear, um problema ainda a ser resolvido. Creio que devemos explorar ao máximo as fontes alternativas de energia como a eólica, solar e biomassa no Brasil antes de optarmos pela geração térmica convencional e/ou nuclear.

    1. Isso não é verdade. Japão não

      Isso não é verdade. Japão não vai abandonar a geração nuclear!

      E a Alemanha vai abandonar porque consome nuclear da frança, vai consumir gás russo e ainda tem suas reservas infinitas de carvão QUE serão utilizadas na “transição” de 50 anos.

      entendeu? Transição de 50  anos que é justamente a vida útil de uma térmica a carvão! 

      Sabe a expansão de solar e eólicas na alemanha? acabou! Não tem mais áreas! Agora é carvão…

  3. Fazer X debater

    Eu não entendo porque sempre que olho para a REDUC ela está queimando gás natural em suas chaminés, toneladas de gás diuturnamente porque não tem capacidade de armazenamento nem reprocessamento.. Ao invés de construir refinaria no nordeste para sangrar a Petrobras, porque não ampiar a reduc PARA O APROVEITAMENTO DESTE GÁS?

    A interferência política criou uma crise existencial na petrobras, ela tem hoje dificuldade de eleger prioridades, pois depende do amém de políticos delirantes e ambiciosos. Prestem atenção, nem estou falando de robalheira, essa cantilena. Estou falando de uma organização que precisa funcionar para se perpetuar.

     

    Outra coisa, em trinta anos que observo o setor nuclear, já passei de militante que constrangeu um engenheiro da NUCLEN, hoje ELETRONUCLEAR numa palestra na UERJ,  com fatos e dados sobre as falhas de projeto de Angra 1, em especial seus dutos de resfriamento terciário que foram projetados para água doce e usam água do mar. Naquela época a emprensa noticiava o desastre acontecendo com aqueles tubos e a paralização da geração de angra 1. Ele gaguejou, e disse que  o acordo com os EUA eram uma caixa preta mas angra 2 seria diferente.. Depois questionei sobre os impactos de um acidente nuclear e ele disse que não ha provas que a contaminaçao nuclerar causa câncer, mutações geneticas, demosntrei os efeitos da contaminação pela chuva radioativa por estrôncio 90 e os estudos sobre a população alvo das bombas americanas, Enfim, eu estava com sangue nos olhos e o engenheiro achava que iria encontrar um monte de estudantes boiando na palestra dele veio com umas transparencias e um bê a bÀ, saiu zonzo.

    De calouro passei a conhecer melhor o assunto in loco e toda a estrutura da praia de Itaorna. A planta de angra 1, o canteiro de angra 2, os depósitos dos equipamentos já comprados e pagos de angra 3. Hoje digo que o brasil perdeu um tempo demasiado e absurdo rediscutindo um plano que já estava em andamento e que poderia ter-nos brindado com 8 usinas do modelo de angra 2 que são seguríssimas, cerca de 80% do cusoto é segurança.  Aquilio não é Brasil, como se conhece usualmente hoje com essas meias águas do minha casa minha vida. Aquilo é tecnologia, perfeição em obra civil, planejamento pesado e execução meticulosa. Se puser uma angra 2 na lua, se fosse possível, não só ela resiste como produz e se autosustenta.

    Se tivessemos um minimo de juízo, ao inves de discutir se queremos monarquia… lembram? Ou parlamentarismo, ou se a turminha do PT é mais legal que a do PMDB, e se a turminha do PSDB vai ser indiciada num processo que vai para instrução que vai para escolha dos ministros, que vai para rediscução, que vai para…

    1. O ponto levantado por mim

      O ponto levantado por mim aqui neste blog insistentemente é que a ausência de debate, a falta de fazer, como diz vc, nos leva ao aumento do percentual fóssil em nossa base de geração.

      Isso pode ser constatado apenas olhando os percentuais anuais. Basta olhar e ver!

      Mesmo Angra 1, o projeto já foi consertado e sim, aquilo era uma bomba. Os mlitares, na base do também matamos comunistas logo somos seus amigos, foram enrolados. Gente inexperiente que não tinha idéia do que estava comprando porque TODOS os nossos físicos e engenheiros nucleares estavam exilados. Só recém formados nas negociações. deu no que deu!

       

  4. O futuro de qualquer parque

    O futuro de qualquer parque energético é que consiga evoluir para 100% de energias renováveis. As demais são fontes finitas de energia e se esgotarão, tão mais rapidamente, quanto mais sejam utilizadas;

    Considerado o consumo atual de urânio combustível, e as reservas já identificadas, a alternativa nuclear não tem um tempo útil previsto maior que cem anos, mas os seus rejeitos e a necessidade de arcar com os custos do seu armazenamento e controle, tem potencial para onerar a sociedade que dele faça uso por milhares de anos.

    Ainda, considerando os custos de implantação e a caducidade das instalações nucleares, que ocorre entre 40 e 60 anos conforme todos os manuais de segurança, considerar a energia nuclear “barata e viável” é uma temeridade.

    1. A China ano passado colocou

      A China ano passado colocou em funcionamento um reator que extende suas reservas de Urâncio para 3000 anos, considerando o consumo atual.

      Essa sua informação é de 30 anos atrás. Sobre Urânio e o problema está resolvido com novas tecnologias que permite que varetas de combustível já utilizadas sejam reaproveitadas.. Ainda teríamos o tório para utilizar e as reservas são exponencialmente maiores.

      E  ainda tem o errôneo conceito de que renovável é sinônimo de limpa. São coisas diferentes. Que tal comprar uma casinha ao lado de uma linda térmica movida a bagaço de cana? 100% renovável!!!

      1. Você está enganado, não

        Você está enganado, não confundo renovável com limpa; para mim renovável é apenas isso: RENOVÁVEL!

        Mas tem que ser renovável em escala e a matéria vegetal não é: A fotossíntese, que gera biomassa) é a pior forma de aproveitamento da energia solar com finalidades de aproveitamento energético, ocupando grandes áreas e conseguindo transformar apenas 1 a 1,5% da energia que recebe. Já um painel solar “xing-ling”, bem rampeiro, aproveita 18%.

        Quanto ao tório, ainda faltam os mesmos 50 anos que faltavam há 50 anos para que funcione, assim como a “fusão nuclear” e, sonhos, não geram energia enquanto não se tornam realidade.

        1. Mas então vc sabe que sua

           

          Vc confirma que sua solução não é limpa e que ela mata gente funcionando normalmente e sem acidentes?

          De acordo com a Ornganização Mundial de Saúde, qual a fonte que mata mais e a que mata menos POR WATT GERADO? Vc sabe me dizer?

          Sabe qual a maior vantagem destas plantas, dito pelos vendedores dos motores? Elas podem ficar próximas aos locais de consumo, bem pertinho das cidades… 

          Diminuindo as perdas de transmissão sendo assim mais eficientes no sistema. 

          Uma pena que essa solução mate tanta gente… e só gente pobre. uma pena.

           

          PS. e O Melhor painel chinês terá  16% de eficiência. 16% é o padrão de mercado. 18% é o melhor disponível no mercado e NÃO esta a venda no Brasil. Sei disso porque sou representante de um fabricante de painéis e o melhor deles oferecido no Brasil é de 16%…e não é chinês…que são inferiores e de custo mais baixo.

          Painéis chineses NÃO virão agora para o Brasil porque a China, desde 2013, tem isntalado 6Gw por ano de painéis. Isso enxuga a produção nacional e sobra pouca coisa para o exterior. Quem está vindo agora são europeus e dos EUA, apenas.

          Abraço

  5. Luiz Augusto, respeito seu

    Luiz Augusto, respeito seu posicionamento mas ele tem algumas inconsistências fundamentais.

    Primeiro, o problema do Brasil não é eficiência e tampouco o perfil de consumo. O problema do Brasil é a baixa geração per capta. Não se resolve problema de baixa geraão reduzindo consumo.

    Segundo, estamos vivendo um momento climático muito complicado. Seja pelo motivo que for, isto aumenta o risco de nosso sistema que é baseado em séries hidrológicas para, a partir daí, fazer seu planejamento de longo prazo.

    Terceiro, mesmo que vc não acredite que o aquecimento global exista e seja um problema, vc ignora O FATO de que estas fontes citadas por vc, fósseis, são extremamente nocivas a saúde da população que vive PRÓXIMA aos empreendimentos.

    Sobre a terceira eu espero que alguém conteste porque estou doido para falar sobre isso!

     

    Por fim vc parece acreditar numa idéia, num conceito de que o caminho para o desenvolvimento humano seria a modificação das máquinas, do padrão de consumo ou seja o que for. Isso é sonho. Quando vc quiser discutir o assunto de maneira sincera e sem preconceitos, com a mente aberta para receber informaçoes, que pelo menos seja com os dois pés no chão,….

    Porque estamos discutindo o concreto. Estamos discutindo um número. São problemas reais que necessitam de soluções reais!

     

    Abraço

  6. Não, não confirmoi, fui bem

    Não, não confirmo, fui bem claro ao dizer que biomassa tem aproveitamento muito pobre, ainda que renovável, mas te faço uma pergunta… Fukushima está localizada em um dos países mais desenvolvidos, tanto do ponto de vista tecnológico quanto do ponto de vista da disciplina social e, ainda assim, deu no que deu. Se tivesse acontecido um meltdown nuclear em Angra dos Reis, qual seria o resultado para a população local, inclusive a “rica”?

    PS sobre o teu PS: 16% ainda é dez vezes mais que o aproveitamento da energia solar por fotossíntese e você não tem que arar, plantar, esperar crescer, cortar e carregar.

    1. Para vc ver Mayo, uma fusão

      Para vc ver Mayo, uma fusão total de núcleo e ninguém morreu. Sucesso absoluto!

      No mesmo dia, uma hidroelétrica em, veja só que soisa curiosa, FUKUSHIMA ruiu e matou centenas de pessoas. que coisa curiosa, não é  mesmo? E essas centenas estão contabilzadas nas mortes do terremoto. Que coisa curiosa.

      Essa usina velha, com seus sistemas velhos, e um dos maiores terremotos da história da humanidade foi incapaz de faze-la deixar de funcionar.

      Teve que vir uma onda de 12 metros de altura e infelizmente a usina só estava preparada para ondas de 11 metros de altura. Faltou um metro só para NADA acontecer.

      Aliás, nos já tivemos uns 4 ou 5 eventos de fusão total de núcleo e quantas pessoas morreram? 100? 1000? 3000? Isso é apenas uma FRAÇAO do que vai acontecer caso sua solução fóssil seja implementada.

      Sua solução mata gente, sem acidentes! Todo ano mata e não vai sair nos jornais….

      O pior de tudo é que vc acha absolutamente NORMAL vir aqui em pleno século 21 para dizer que a solução energética do Brasil é fóssil!
      Parece piada. Se contar isso no exterior vão morrer de rir mas não farei porque é motivo de vergonha.

      1. Presta mais atenção, Athos,

        Presta mais atenção, Athos, eu não falei de “solução fóssil” nenhuma; Quanto aos efeitos da radiação, não são imediatos e você sabe disso… Fukushima não é a primeira cáca que acontece com nucleares ao redor do mundo. 

        1. Vc não precisa me dizer que

          Vc não precisa me dizer que Fukushima não foi a única principalmente quando eu mesmo já disse isso.

          Então qual sua solução para o aumento de nosso parque gerador? Por favor seja o mais direto possível!

           

          E sim os efeitos da radiação não são imediatos e TODAS as estimativas sobre o acidente de chernobyl estavam incorretas.
          Sabe como é, 30 anos após o evento, ao invés de estimativas resolveram contar os corpos. E os números são baixos, são 3.000. O número contado mesmo é inferior a 100 mas…novamente…estimativas. Hoje é de 3000. Já foramd e milhões não é mesmo? Já foram…

          Em Fukushima…será bem menos, se tivermos UM. Quando acharem o primeiro caso, me avise.

  7. Nuclear

    Todo mundo fala de Fukushima. Uma usina velha, onde os protocolos de segurança foram burlados em nome do lucro.

    Nem uma palavra nas tecnologias mais modernas como a francesa. O vies é bem direcionado,para não dizer viciado.

    A doutrina dos anos 1970 ainda produz efeitos sobre corações e mentes. Não poderia ser diferente, tecnologia nuclear ainda é tecnologia dual e sensível. Colonizados até quando?

    1. Para ser sincero eu

      Para ser sincero eu desconheço por completo a tecnologia francesa. Acho que eles não vendem isso.

      Uma pergunta, de onde vc tirou a idéia de que protocolos de segurança foram desrespeitados em Fukushima? isso para mim é novidade e fiquei curioso. Eu sempre achei que a usina tivesse sido atingida por uma onda de 12 metros de altura. Além disto, algo mais contribuiu para o acidente? Por favor me informe!

       

      Aqui para o BR…

      Nossa solução seria Russa, GE Hitachi ou ainda India e China. Não são muitas opções! westinghouse que vá para a PQP! Temos que bater o pé quanto  a isso! Essa empresa não!

      O ideal mesmo, na minha modesta opinião, seria construir umas 5 ou 6 novas da GE, como a China e, em paralelo desenvolver novos reatores com tecnologias disponíveis.

      Há 6 caminhos a serem seguidos, basta escolher um ou dois. A china escolheu seguir os 6…mas aí é muita grana.

       

      abraço

      1. La garantia soy jo

        Pra quê reinventar a roda? faltam cinco Angras para construir do projeto original. Só botar uns sistemas de controle automatizados e telas touch….

        O projeto com a Westinghouse foi um fracasso por conta da total impossibilidade dos EUA manterem acordos anteriormente firmados, além de transferência de tecnologia zero. Em áreas sensíveis os americanos não são confiáveis. Pararam o fornecimento dos elementos combustíveis de Angra 1 por proibição do Governo americano após o acordo Brasil – Alemanha. A empresa teve que encomendar de improviso para uma Subsidiária da Siemens, que fez uma gambiarra, bem, o resto não interessa. Westinghouse são americanos. Se quiser tecnologia espacial, nuclear, nano, satélites de referenciação e de toda sorte, química sensível, materiais supercondutores, fibra de carbono, não os  procure. Bem fez o Brasil de não comprar os Aviões deles, que seriam verdadeiros drones com uma cabine para um fantoche brasileiro que acha que pilotaria alguma coisa.

        1. Eu tb acho mas hoje temos

          Eu tb acho mas hoje temos opções melhores que Angra 2 que é um ótimor reator e que tem uma das maiores taxas de geração e disponibilidade do mundo. Tem coisa muito melhor disponível.

          Adoro o assunto acordo nuclear. Me permita extende-lo um pouco.

          Sobre o acordo com os EUA, os problemas foram 3. O primeiro é que o projeto era ultrapassado, velho, desatualizado E com defeitos conhecidos. Daí vc já percebe o tipo de consideração que esta nação tem conosco. Continuando, o segundo, com a crise do petróleo os EUA, por medo, cometeram um terrível erro, que foi ter cortado a garantia de fornecimento de combustível para os reatores vendidos por eles mesmos. 

          O terceiro problema é um parágrafo a parte.  Nossos militares extinguiram toda e qualquer pesquisa civil nuclear e nunca se interessaram por geração nuclear de energia. O que eles queriam era um método de enriquecimento de Urânio para a construção da bomba. Não conseguiram com os EUA e isso talvez tenha sido o motivo da recusa em ajudar nas correções do projeto de angra 1 e acabaram por culminar com o fim do acordo.

          O problema 3 para os militares eu diria que alguns hoje podem considerar positivo pois não temos a bomba. Eu acho positivo não ter  dado a bomba aos generais e negativo não a termos hoje.

          Depois foi feito o acordo com a Alemanha que nos deu esse belo reator E uma tecnologia ultrapassada e antieconômica de enriquecimento. Foi assim por pressão dos EUA. Não era a primeira tentativa de se obter tecnologia de enriquecimento dos Alemães e em todas eles concordaram. Até a década de 60 o Brasil era um grande colaborador mundial em pesquisas nucleares e geológicas correlatas. O Brasil tinha um relacionamento histórico, baseado em relacionamentos pessoais principalmente, com a Alemanha.

          Tudo foi arruinado pelos militares em seu radicalismo ideológico descontrolado e sem razão!

          Sobre o programa brasileiro o que eu gostaria de ver mesmo era o projeto da bomba. Quem desenhou: Qual tecnologia: O Urânio veio da China mesmo:

          São questões não respondidas até hoje…

          1. O blog custou a atualizar

            O blog custou a atualizar minha resposta  então aqui vai. Certo, os militares queriam a bomba, mas queriam energia também.Hoje não temos uma nem outra. Assim como queriam ITaipu para ameaçar a Argentina e para gerar energia. Se não fosse Itaipu…Outro detalhe, enfatizo, Os EUA não são confiáveis. Enquanto os chineses são desconfiados mas se combinam está combinado os EUA combinam e descombinam segundo suas razões de segurança nacional que são mais volúveis que o Bill Clinton. GE não. Nem Boeing, nem tecnologia de radares. Tenho apenas um senão nas suas informações, o acordo Brasil Alemanha para construção de 8 usinas como a de Angra 2 além de muito melhor em todos os sentidos que Angra Um, com amortecimento por molas e não por massa, duplas redundâncias duplas em todos os processos críticos (4x) documentação de projeto e de construção alemãs, com registro de cada solda, de cada parafuso nome do soldador e fabricante e série. O referido acordo incluia a transferência de tecnologia de enriquecimento de urânio por ultracentrifugação, que não era obsoleta, pelo contrário era experimental, e o Brasil supostamente a tornou viável apesar de todas as restrições orçamentárias. O Brasil enriquece hoje a um percentual considerável. A maior perda de todas nesse processo é a humana pois o pessoal que se engajou no projeto de angra 2 e foi estudar na Alemanha, dos quais tenho parente proximo que liderou processos, pessoal este que em Angra três estava de bengala prestando serv iço aposentado, esse povo já era o brasil voltou à estaca zero na tecnologia civil nuclear,, que teve nos anos 80 e 90 uma boa base, hoje totalmente desfeita. Nisso por diversas razões nosso governantes foram casuistas, FHC para agradar os EUA, Lula para agradar os verdes e Dilma, tentou retomar, mas precisa cuidar mais de política do que de coisa séria.

             

            Outro dia um fisico brasileiro publicou um paper onde ele fez engenharia reversa e demonstrou como funcionava a bomba teoricamente, foi um fuzuê, os EUA ficaram ouriçados e tentaram bloquear o Journal, tem uns anos, se googlar direitinho acha.

            Aramar tem que vingar cara, quero viver para ver isso. Estourar o champanhe no submarino .

          2. Essa tecnologia foi a que foi

            Essa tecnologia foi a que foi combinada com os alemâes mas eles não entregaram porque os EUA amdaram que não fosse entregue e pronto. Não precisa de justificativa. Aquilo é país ocupado há mais de 50 anos.

            Tanto não entregram que só agora temos tecnologia para enriquecer E ainda não é economicamente viável porque não tem escala.

            A GE…tem o melhor reator pronto para venda. Tipo comprou, inicia a obra e pronto. Eles se associaram a Hitachi, então hoje é GE/Hitachi.

            Olha, eu tb não gosto dos EUA por causa das rasteiras mas eles tem os motivos deles para este tipo de sabotagem. Considero   isso normal. O Brasil é que TEM QUE DESENVOLVER suas tecnologias.

            Mas, dito isso, eu defendo a GE porque simplesmente é mais fácil de passar. Eu quero nucleares! se for um reator russo…já imaginou a dificuldade? Eu até prefiro mas…não rola mesmo! Ou é nosso ou será dos EUA! Isso é ser pragmático.

            Sobre o programa militar brasileiro, se vc clicar no meu nick e ir para minha página do blog, eu postei aqui um estudo dos EUA sobre o programa militar brasileiro que é muito interessante.

            Brasil’s Nuclear Kaleidoscope

            Procure no google que vc acha tb. 

             

            Sobre este paper, ele hoje é controlado e não deveria estar disponível nem no google. Basicamente ele calculou como seria o combustível de uma ogiva nuclear miniaturizada, ou seja, para caber na cabeça de um míssel.

            Isso é controlado e não deveria estar disponível por aí! Gravíssimo!

  8. As energias que têm futuro são as renováveis, ponto.

    Porque as não-renováveis , por definição são finitas, acabarão dentro de um prazo determinado por sua intensa utilização. Tudo que é finito e intensamente utilizado um dia acaba, simples assim, mas parece incompreensível para economistas e certos planejadores energéticos. Petróleo, gás, carvão e urânio são recursos finitos e utilizados intensamente, se prosseguirmos explorando-os nas taxas crescentes que praticamos, todos estarão esgotados neste século.

    É Impossível crescer perpetuamente dentro de espaços e recursos finitos. O que aconteceria, por exemplo, se pudéssemos prosseguir crescendo o uso de energia, nas taxas verificadas nos últimos trezentos anos? Se descobrirmos fontes que permitam tal crescimento,  chegaríamos no século XXIV, daqui a trezentos e cinquenta anos, dissipando com nossas atividades energéticas, tanta energia na superfície do planeta, quanto aquela que chega do sol. Teríamos um ambiente planetário semelhante ao de Vênus, impróprio para qualquer forma de vida. Isto demonstra que não podemos seguir com ideias de crescimento perpétuo. Um crescimento baseado numa fonte que se esgota fica sujeito à duração da fonte, quando ela declinar, teremos decrescimento.

    Os combustíveis fósseis contribuem com cerca de oitenta e sete por cento (87 %), da matriz energética mundial, não há condições de outras fontes vir a substitui-los nessa proporção, também no aspecto da versatilidade a substituição será muito limitada; eles são finitos e não-renováveis e assim também é a energia nuclear.

    Com base na relação Reserva/Produção (R/P), critério usado apenas para avaliação comercial de companhias de extração mineral, sem validade científica, podemos fazer uma avaliação aproximada da duração e limites dos combustívei fósseis. O cálculo abaixo, eu fiz há quatro anos, com base nas estatísticas da BP, mantendo o consumo de energia primária em Mtoe constante, sem projetar seu crescimento, supondo que na medida em que um combustível torne-se escasso, outro será deslocado para sua substituição – gás no lugar de petróleo, carvão no lugar de ambos – e assim obter a mesma oferta total de energia primária. Os números indicam que veremos neste século o crepúsculo da era dos combustíveis fósseis.  

    Combustível        Consumo       R/P    
    Petróleo                 4028,1      46,2          

    Gás Natural            2858,1      58,6         

    Carvão                   3555,8    118,4          

    Total                     10442,0      74,1         

    Algumas precauções técnicas precisam ser abordadas diante desses números e do critério de avaliação R/P; a principal é que não podemos manter constante a exploração de um recurso mineral, daí a limitação do R/P; outra importante é que os recursos de melhor qualidade são tirados primeiros, o final é raspa do tacho, duro de retirar, de péssima qualidade, de baixos teores e rendimentos, o que causa baixas taxas de retorno energético, gasta-se muita energia na extração e sobra pouca energia líquida para outras finalidades. O cenário cientificamente provável é o da ocorrência de um pico de extração de energéticos fósseis, previsto para acontecer nas próximas décadas, antes de meados do século, depois disso ocorrerá o declínio energético e produtivo, um decrescimento econômico inexorável. O que temos de fazer diante desse fato é rever o pensamento herdado do Iluminismo e incentivado pelo capitalismo, mudar nossa concepção sobre o que é o desenvolvimento e abandonar a ilusão, a ideia alienada do crescimento econômico perpétuo; coisa que segundo o economista Kenneth Boulding só pode acontecer na cabeça de malucos e economistas.

    1. Acho ótimo sua abordagem. Só

      Achei ótimo sua abordagem. 

      Só que, com a tecnologia atual, poderíamos suprir 100% das necessidades brasileiras por 1000 anos.

      Essa não é a questão. Não é este o ponto que vai decidir SE uma tecnologia será adotada ou não.

      Nós poderíamos por exemplo, só fazer térmicas a bagaço de cana. MAs aí eu te pergunto, como fica caso falte areas para o cultivo de comida?

      Se alguém te disser, não EU, alguém que vc acredita, que se desenvolvermos 100% de nosso potencial hídrico, eólico E solar e ainda assim necessitarmos de nucleares, vc apoiará as nucleares?

      1. Bem lembrado.

        Para aumentar a participação nuclear na matriz energética brasileira, vamos ter que investir mais alguns bilhões em mineração de urânio e outros bi em seu processamento, mais outros bilhões ainda em capacidade de seu enriquecimento, pois caso contrário, a despeito das reservas, teremos de importar combustível nuclear – situação que existia há poucos anos atrás e que, até onde sei, perdura, almejava-se a autossuficiência, não sei se a conseguiram – além de uma fortuna incalculável, a ser paga pelas gerações futuras, para armazenar resíduos radioativos com meia-vida de dezenas ou centenas de milhares de anos. Os nucleocratas e seus lobistas omitem esses fatos, na hora em que apresentam os cálculos de custos das usinas nucleares. Fazem a conta apenas sobre kw instalado.

        As reservas brasileiras de urânio, entre as medidas (comprovadas) e as inferidas ou estimadas (não-comprovadas), estavam em cerca de trezentas mil toneladas. Para uma produção registrada de cerca de trezentos e cinquenta toneladas, o país não era autossuficiente, logo, todas reservas anotadas não garantem “100 % das necessidades brasileiras por 1000 anos”. O prazo é bem menor do que isto e, veja bem, para uma capacidade de produção de energia elétrica equivalente a um pouco mais de 2 % da produção nacional. Se dobrar a produção, a relação R/P cai pela metade; se triplicar, para um terço e assim por diante. Com uma capacidade nuclear de dez por cento da produção elétrica atual, veríamos um horizonte de esgotamento bem mais curto.

        Sobre novas tecnologias, eu já expliquei, ninguém planeja com tecnologias que não estão em operação comercial. Tanto é que a matéria postada não fala nisso, as autoridades mencionam usinas mais modernas, porém com a mesma base tecnológica anterior. Se é para fazer mais do mesmo, é voce quem diz que vêm coisa nova na frente, por que não segurar a onda? Qual é a pressa de fazer o que vai ficar, segundo você, logo ultrapassado? Os milicos já tiraram partido do programa nuclear brasileiro, eles já sabem enriquecer urânio, que era o que eles queriam; o mundo civil não tem necessidade urgente da energia nuclear, parcela significante rejeita a ideia e há alternativas estratégicas para nossa economia, muito mais interessantes do que a energia nuclear.

        As novas fontes alternativas são de baixa escala, ao contrário das nucleares que operam em grandes centrais para terem alguma viabilidade econômica; as novas alternativas oferecem muito mais empregos, permanentes e de ótima qualidade, por kW instalado, em comparação com as megaplantas; esta é uma das razões que levam os países desenvolvidos a incentivarem os projetos. O Brasil é o maior território tropical do mundo, são oito milhões de km quadrados dentro dos trópicos e mais meio milhão de km quadrados imediatamente ao lado. Ninguém tem maior potencial solar do que o Brasil; a tecnologia solar está alcançando preços competitivos com as tarifas de distribuição, um painel solar aqui rende o dobro do que rende na Alemanha; e você recomenda que percamos recursos e tempo, com tecnologias nucleares que você mesmo diz superadas, que acabaremos comprando dos alemães. 

        1. As tecnologias estão
          As tecnologias estão disponíveis HOJE na China e Rússia.
          Sobre mineração, não são bilhões, é muito menos. Acho lamentável quebum Brasileiro desconfie da capacidade brasileira em achar e prospectar mm minérios radioativos principalmente quando no Brasil foibo primeiro lugar do mundo a desenvolver métodos de localização deste tipo de jazidas. Os EUA e França aprenderam conosco.

          Sobre eólicas e solares vc ainda precisa se informar melhor sobre custos, escala e.limitações.
          Saia qual for o custo das nucleares, é apenas uma fração do custo para a mesma energia eólica e solar. Hoje eólica chega junto mas perde em outras características. Solar custa de 3 a 5 vezes no custo eólico…que não é dos mais baixos.

  9. Deixe-me contar uma história…

    Deixe-me contar uma história para vcs que não tem relação aparente com nucleares.

    Na França, numa área rural, existe uma usina de queima de lixo urbano. Perto desta usina há um vilarejo pequeno com uma rua e 80 moradores. Uma área rural qualquer que produz alimentos agrícolas.

    Dos 80 moradores 30 estão com cancer!

    Sabe do que estou falando? Dioxína! Esta partícula altamente cancerígena sai das chaminés de TODA e QUALQUER TÉRMICA FÓSSIL com filtros ou não!!!

    Essa dioxína depois fica presa nos alimentos. Os alimentos nós comemos…bem longe destas usinas. E quando desenvolvermos canceres…deve  ser por causa de angra é óbvio@ 🙂

    A exitação brasileira em solucionar seus problemas com a única solução  disponível está adicionando  CANCER em nossa dieta.

    Esta é a grande solução anti-nuclear, um verdadeiro engodo.

    Estão te empurrando cancer goela abaixo como solução porque vc tem medo do cancer que, quem sabe, um dia, se ocorrer um acidente…das nucleares.

    Isso para não falar dos moradores próximos destas maravílhas fósseis que os SIC ambientalistas vendem como solução PARA não instalarmos nucleares. Os moradores próximos nem tem tempo de desenvolver canceres!!! Morrem antes de problemas pulmonares!

     

    Abraço

  10. …assim falou Zé de Tustra…

    …nem hidráulica, nem nuclear…nem eólica ou apostólica, o que tem-se  que fazer não depende de nenhuma tecnologia avançada, pois todas se esgotarão na busca de atender, os primitivos e inalteráveis instintos consumistas da velha humanidade. A maior revolução da história do planeta depende apenas das mulheres, especialmente das mocinhas que agora entram na fase procriativa. A grande revolução, que solucionará todos os problemas emocionais e materiasis, não precisa de nenhum líder, de nenhuma nova tecnologia além da que já temos, as redes sociais. Basta que estas mocinhas, comecem, nas redes sociais, a tornarem poético e romântico a cultura do filho único.Minha sogra e meu sogro tiveram tês filhas, cada uma teve um filho, duas meninas e um menino, com aquela cultura, este universo de 5 pessoas, na terceira  geração, se reduzirá a dois. Minha filha está com o firme propósito de seguir a sua mãe, ter apenas um filho.

    Só assim equilibraremos nossos instintos consumistas com a renovação dos recursos naturais.

    …assim falou Zé de Tustra…

     

  11. …assim falou Zé de Tustra…

    …não sou comunista, não sou capitalista, não sou solcialista, nem mesmo dizimista…mas, o capitalismo financeiro morreu, e com ele morrerá  o consumismo do  mercado, novos hábitos, novas culturas, nascerão…ou não ???

    …olhai os lírios dos campos…Aleluuuia ???

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