Que Sodade!, por Marcelo Tupynambá

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Enviado por JNS

FERNANDO ÁLVARES LOBO

Tietê, 29/05/1889 – São Paulo, 04/07/1953

O autor de “Que Sodade!” adotou o pseudônimo de MARCELO TUPYNAMBÁ pois, à época, um “músico não era visto com bons olhos”.

Horacio Asborno

https://www.youtube.com/watch?v=d6N0h9BrPWk height:394]

Poly e Seu Conjunto

[video:https://www.youtube.com/watch?v=Cj4rLfrExWI height:394

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  1. Que Sodade

     

    ELY CAMARGO

    Um grande nome para a música e o folclore brasileiro.

    Cantora, folclorista, violonista e radialista, ainda criança cantou em coros de igreja e atuou na Rádio Clube de Goiânia.

     

    ELY CAMARGO | TROFÉU JABURU 2013

    É considerada uma das principais intérpretes do folclore brasileiro. Em 1960, participou do Trio Guairá de Goiânia.

    Nos anos seguintes, apresentou-se no programa que produzia na Rádio Brasil Central, retransmitido em Brasília pela Rádio e TV Nacional.

    Em 1962, mudou-se para São Paulo e assinou seu primeiro contrato com a Rede Tupi de Rádio e Televisão.

    No mesmo ano, gravou “Caninha verde”, do folclore paulista, no LP “Canções da minha terra”, além do arrasta-pé “Santo Antônio, tenha dó”, de Maria do Rosário Veiga Torres, e o samba caipira “Marido pelado”, de Teddy Vieira e Almayara.

    Em 1963, gravou a valsa “Tempos passados”, de Zica Bergami, e a moda de viola “Lá na venda, lá na vendinha”, de Lourdes Maia.

    Em 1964, gravou o LP “Folclore do Brasil”, em que interpretou cantos de trabalho nas plantações de arroz de São João da Boa Vista e um canto de ferreiro, de Botucatu.

    Como pesquisadora de folclore reuniu em suas viagens pelo nordeste e norte um grande acervo pessoal.

    Em 1967, participou com grande sucesso da “Semana Cornélio Pires” realizada na cidade paulista de Tietê.

    Em 1968, gravou o LP “Canção da guitarra”, com músicas de Marcelo Tupinambá.

    Ao longo da carreira gravou cerca de quinze LPs, além de compactos,  com discos lançados na África do Sul, Alemanha, Portugal e Itália.

    Em 1978 lançou o LP “Minha terra”, no qual interpreta entre outras, “História triste de uma praieira”, “Minha terra” e “Vida marvada”.

    O disco foi saudado com entusiasmo pelo crítico José Ramos Tinhorão em crônica publicada no Jornal do Brasil.

    Um de seus grandes sucessos como compositora foi “O menino e o circo”, gravada por Cascatinha e Inhana.

    Em 1999, lançou o CD “Cantigas do povo”, álbum que já havia sido lançado em forma de LP em 1983 e que teve a participação especial da Banda de Pífanos de Caruaru.

    A produtora audiovisual Mandra Filmes está realizando um longa-metragem sobre a vida e a obra de Ely Camargo e sua contribuição à cultura brasileira, com direção de Julio Vann e Thiago Camargo.

    O documentário vai se chamar “Ely Camargo – Água da Fonte” e um pouco deste material pode ser conferido no site da Mandra: http://www.mandra.com.br/videos/11

    [video:http://youtu.be/bK4IaU1R_Bs width:600 height:450]

    TROFÉU JABURU

    Ao término de cada ano, tradicionalmente no mês de novembro, o Conselho Estadual de Cultura (CEC-GO) realiza uma sessão aberta com o objetivo de homenagear e reconhecer o mérito de personalidades e instituições que se destacam por sua atuação no meio cultural, no âmbito do estado. Criado por lei no fim da década de 1970 e entregue pela primeira vez à Cora Coralina, em 1980, o Troféu Jaburu é considerado a mais distinta comenda que o Governo de Goiás concede aos nomes e valores da cultura goiana. A solenidade (que não ocorreu no mês de novembro do ano passado em função de uma reforma que estava em curso no Palácio das Esmeraldas) será presidida pelo governador Marconi Perillo e apresenta algumas novidades em relação aos anos anteriores.

    Fonte

    http://www.portalcatalao.com.br/portal/noticias/entretenimentos/trofeu-jaburu-sera-entregue-na-proxima-quartafeira-12-,MTQ5MzI.html

      1. Do Gauche ao Mestre

        “Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade.”

        Não se mate
        Mestre, sossegue, o amor
        é isso que você está vendo:
        hoje beija, amanhã não beija,
        depois de amanhã é domingo
        e segunda-feira ninguém sabe
        o que será.

        Inútil você resistir
        ou mesmo suicidar-se.
        Não se mate, oh não se mate,
        Reserve-se todo para
        as bodas que ninguém sabe
        quando virão,
        se é que virão.

        O amor, Mestre, você telúrico,
        a noite passou em você,
        e os recalques se sublimando,
        lá dentro um barulho inefável,
        rezas,
        vitrolas,
        santos que se persignam,
        anúncios do melhor sabão,
        barulho que ninguém sabe
        de quê, praquê.

        Entretanto você caminha
        melancólico e vertical.
        Você é a palmeira, você é o grito
        que ninguém ouviu no teatro
        e as luzes todas se apagam.
        O amor no escuro, não, no claro,
        é sempre triste, meu filho, Mestre,
        mas não diga nada a ninguém,
        ninguém sabe nem saberá.
        Não se mate

        A citação e o poema do grande “Urso Polar” ensinam o que fazer com as pedras no meio do caminho.

          1. Urso Polar

            Era o autoapelido do enfezado Drumma

            Drummond com sua filha Maria Julieta (à esquerda) e uma amiga, em 1935, no Rio de Janeiro, e a esposa Dolores Dutra de Morais em foto de 1942.

            Sufocado pela a monotonia do trabalho burocrático e a dura rotina imposta pelo casamento, o poeta não se conteve e foi procurar um boteco pra tomar o tradicional líquido das Gerais – aquele que passarinho não bebe.

            Injuriado, com o chifre torto, o fofoqueiro escreveu, prá todo mundo saber que tinha “uma pedra no meio da caminha”.

            Eu tava lá…

  2. Que sodade da Alice

     

    Madame Devaux

    A discreta e sofisticada cafetina francesa amealhou um patrimônio milionário, entretendo políticos e empresários poderosos nos anos 1950

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    A década de 1950 é chamada de Anos Dourados no Brasil porque, entre outros motivos, foi próspera para negócios e rica em experimentações comportamentais. A francesa Alice Devaux reunia em seu peculiar trabalho um pouco de cada uma dessas características e ganhava muito dinheiro. Ela era cafetina de luxo e seu diferencial não era o charmoso sotaque francês, já que várias conterrâneas tinham a mesma profissão no País, mas o fato de saber guardar segredos. E isso valia ouro, além de pedras preciosas, apartamentos, carros, etc. Sua clientela pagava caro por momentos de sexo com prostitutas em sigilo total. “Passavam por aqui deputados, senadores, empresários e me lembro também de um delegado de polícia. Mas não me peça para citar nomes”, diz o aposentado Roberto Lanaro, 81 anos, que ainda reside em um apartamento no andar de baixo da cobertura de Alice, na avenida Beira-Mar, no centro do Rio de Janeiro. Com espetacular vista para o Pão de Açúcar, o Corcovado e a Baía de Guanabara, o imóvel, no 12º. andar, era o ponto de encontro entre belas mulheres e homens ricos — e casados, na grande maioria.

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    O apartamento cinematográfico, onde Alice recebia belas mulheres e homens ricos, com vista para a Baía de Guanabara.

    Discrição, sobriedade, elegância e até certa erudição também eram trunfos de Madame Devaux. “Ela era muito elegante e educada, porém, praticamente não falava com os vizinhos”, lembra Lanaro. O silêncio e a agilidade para apagar pistas comprometedoras eram essenciais à rede de rendez-vous que envolvia vários outros apartamentos que ela emprestava aos clientes para encontros românticos ou esbórnia. A deslumbrante cobertura linear de 250 metros quadrados era mais usada para reuniões, festas e happy hours. Apesar da metragem, o imóvel tem apenas dois quartos. O espaço privilegiado é da sala, com piso de granito preto Tijuca — que não existe mais no Brasil porque a extração está suspensa — e do terraço panorâmico. Ali, homens importantes e influentes eram apresentados uns aos outros e, algumas doses de uísques depois, escolhiam uma garota de programa, chamadas de prostitutas na época. Alice também administrava encontros de amantes antigos ali.

    Chama a atenção uma suíte que pertence ao imóvel, mas é totalmente independente, disfarçada. Sua entrada é pelo corredor, bem perto dos belíssimos elevadores de madeira. Há suspeitas de que o estratégico quarto era usado para encontros sexuais rápidos. A cozinha era pequena, ao estilo do arquiteto francês Le Corbusier (1887-1965), com a funcionalidade típica de uma cabine de avião: prateleiras e armários geometricamente desenhados para circundar uma pessoa. Alice reservou uma espaçosa suíte para si própria, com direito a despertar com vista para o Pão de Açúcar. Um antigo inquilino de um de seus imóveis teria dito que a cafetina mantinha fieis camareiras treinadas em arrumação de luxo, equivalente a hotéis cinco estrelas. Vale lembrar que não existiam motéis naquele tempo.

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    Terreno em condomínio na Gávea, avaliado em R$ 5 milhões.

    “Ela tinha caixas e mais caixas de joias valiosíssimas. Colares, brincos, anéis, broches feitos de ouro, brilhantes e pedras preciosas. Foram leiloadas em meados de 1980 por ordem de um juiz, num hotel de Copacabana. Quem arrematou não faz ideia que pertenceram a uma cafetina”, revela à ISTOÉ a ex-administradora dos bens de Alice e também companheira dos últimos anos de vida, Ely Maria Cazadio Guimarães Pinto, 76 anos. “Tudo indica que a cobertura da Beira Mar era uma espécie de sede e, os apartamentos, filiais. Encontrei lá muito material para decoração, objetos dourados, finos. Acredito que eram usados para dar maior luxo aos imóveis”, afirma Ely. Embora a curadora tenha convivido com Alice até a morte, ela garante nunca ter ouvido confissões ou mesmo a admissão de que tinha sido cafetina.

    Nascida em Paris, em 1903, a francesa desembarcou no Rio em 1925, aos 21 anos, tendo se naturalizado brasileira em 1951. Morreu em 1989, sozinha em uma clínica geriátrica, após anos de luta contra o Mal de Alzheimer. Apenas três pessoas acompanharam seu enterro: Ely, o marido dela e uma assistente do Tribunal de Justiça. “Aparentemente, não tinha parentes. Todos os familiares morreram na Primeira Guerra Mundial”, explica a ex-curadora. Mas sua história não acabou com a morte. Madame Devaux deixou um patrimônio de 16 imóveis, sem herdeiros. Finalmente, o espólio irá a leilão em meados de julho, com renda revertida para a Prefeitura, como manda a lei. Sua fortuna também incluía ações da extinta Companhia Luz Steárica e da empresa Controle Industrial e Financeiro S/A, onde foi sócia-diretora. Esses investimentos, entre outros, viraram pó com as mudanças de moedas brasileiras e o fim das empresas. Como executiva, ela se destacou em uma reunião de conselho deliberativo, realizada em 1941, conforme consta de ata publicada no Diário Oficial da União. A francesa administrava sua rede de rendez-vous como se fosse uma empresa comum. Com firmeza e objetivo de lucro. Afinal, tudo era negócio mesmo.

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    O prédio de salas comerciais, no centro

    A cobertura, hoje repleta de problemas estruturais devido à falta de conservação, deverá render algo em torno de R$ 1 milhão. O bem mais valioso é o terreno de quatro mil metros quadrados na Gávea, bairro nobre da zona Sul carioca, vizinho de figuras como o arquiteto Hélio Pellegrino, o neurocirurgião Paulo Niemeyer e o maestro Isaac Karabchevsk. Avaliado em pelo menos R$ 5 milhões, foi o último endereço de Alice antes de ser transferida para a clínica geriátrica. “Para a prefeitura, não faz sentido gastar dinheiro público para reformar um imóvel e alugá-lo. Esperamos conseguir o máximo possível por apartamentos e salas comerciais, que estão, em sua maioria, no Centro, uma região que sofreu grande valorização nos últimos anos”, afirma o superintendente de Patrimônio Imobiliário da prefeitura, Fabrício Tanure, que avalia em pelo menos R$ 10 milhões todo o espólio da francesa. Especialistas do ramo imobiliário, entretanto, calculam que este valor pode dobrar.

     

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    Mas por que Alice e outras cafetinas francesas faziam tanto sucesso entre os poderosos? O historiador carioca Milton Teixeira diz que a preferência dos ricaços brasileiros por moças dessa nacionalidade se deve à fama que elas ganharam de boas amantes desde o período que a corte portuguesa morou na cidade, na década de 1810. Oriundas de um país onde a emancipação da mulher foi mais rápida, elas conseguiram bons empregos no comércio, mas dinheiro alto vinha mesmo dos bordéis. “O próprio imperador Dom Pedro I teve duas amantes francesas. Até hoje usamos expressões do idioma francês trazidas por elas”, afirma o historiador.

    Michel Alecrim
    Colaborou Eliane Lobato 
    IstoÉ

  3. Ae queres saber o que é saudade…
     

    Fagner & Joanna – SAUDADE – Mário Palmério.
    Álbum: Fagner – Amigos e Canções – CD 02.
    Ano de 2004.

    Suspiros na noite paraguaia
    No dia 10 de outubro de 1962, a convite do presidente Jango, Mário Palmério assumiu a embaixada do Brasil no Paraguai. E já no ano seguinte, entre notícias de articulações de encontros de deputados com o governo paraguaio para tratar de políticas de intercâmbio comercial, eis que uma notinha na coluna de Carlos Swann, no jornal O Globo, registra o sucesso no Paraguai de um “long-play” de música popular cantada em espanhol, de inusitada autoria do embaixador brasileiro naquele país: Mário Palmério. Era “Saudade”, uma guarânia terna, suave e sedutora, cuja composição é serpenteada de lendas que o embaixador fazia questão de ora confirmar, ora desmentir…

    Na versão mais singela, contada em entrevistas na TV, Palmério dizia que alguém, um dia, lhe perguntara o que era saudade… e então, num suspiro triste de inspiração, compôs a guarânia, maneira única de traduzir para o castelhano o lirismo dessa palavra aconchegante que nos faz sofrer em doces devaneios… As versões mais calientes falam de um boêmio Mário Palmério acompanhado por duas ou três muchachas desnudas enquanto dedilhava… entre um beijo e outro… si insistes en saber… ay… lo que és saudade… uma música para cada mulher… no digas no… antes que tú me digas primero… déjame hablarte… y confesar cuánto te quiero…

    O fato é que Don Mário, como o chamou o amigo Mauro Santayana, foi também uma surpresa na música. Pianista de ouvido, deixou para a posteridade talvez as mais deliciosas guarânias que um brasileiro teve a audácia de compor.

    SAUDADE
    Letra e música de Mário Palmério
    Si insistes en saber lo que es saudade,
    Tendrás que antes de todo conocer,
    Sentir lo que es querer, lo que es ternura,
    Tener por bien un puro amor, vivir!

    Después comprenderás lo que es saudade
    Después que hayas perdido aquel amor
    Saudade es soledad, melancolia,
    Es lejanía, es recordar, sufrir!
    http://www.uniube.br/mariopalmerio/mu

    Saudade – Mário Palmério (Letra em Português)

    Se queres compreender o que é saudade
    Terás que antes de tudo conhecer
    Sentir o que é querer, o que é ternura
    E ter por bem um grande amor, viver

    Então compreenderás o que é saudade
    Depois de ter vivido um grande amor
    Saudade é solidão, melancolia
    É nostalgia, é recordar, viver

     

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=BYyPEVZDprA%5D

     

  4. Solitas

    Saudade… um termo preciso para expressar um sentimento que, não sei se existe em alguma lingua longinqua, mas ja é uma palavra conhecida em certos meios cults na Europa toda.

    “O melhor o tempo esconde, longe muito longe, mas bem dentro aqui… “

    [video:http://youtu.be/pmYBvrAKxuc%5D

     

     

    1. Eu havia esquecido essa saudade!

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=v6Dtxo8Cxpc%5D

      Si insistes en saber lo que es saudade, Tendrás que antes de todo conocer, Sentir lo que es querer, lo que es ternura, Tener por bien un puro amor, vivir! Después comprenderás lo que es saudade Después que hayas perdido aquel amor Saudade es soledad, melancolia, Es lejanía, es recordar, sufrir!

    2. Pessoa

       

      Por mais que me tanjas perto

      Quando passo, sempre errante,

      És para mim como um sonho.

      Soas-me na alma distante.

      fada

      A cada pancada tua

      Vibrante no céu aberto,

      Sinto mais longe o passado,

      Sinto a saudade mais perto.

  5. ÁGUA DA FONTE

     

    O Filme de Ely Camargo

    Encontra-se em produção e captação de recursos, o enriquecedor filme dos diretores Thiago Camargo e Julio Vann, sobre a vida e a obra de Ely Camargo.

    [video:http://vimeo.com/40452225 width:600 height:450]

    A extraordinária cantora e folclorista goiana viajou por todo o Brasil e América Latina pesquisando a música de raiz, cantada pelo povo.

    [video:http://youtu.be/QdEXXmUQyZI width:600 height:450]

    [video:http://youtu.be/OC7dK6cp5xk width:600 height:450]

    Informações sobre a Mandra Filmes: http://www.mandra.com.br/videos/11

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