Quem está em risco com a sentença de Moro é você, por Rogério Galindo

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Foto: Lula Marques/AGPT

Jornal GGN – Ao condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nove anos e meio de prisão com base em indícios, o juiz Sérgio Moro ignora uma regra do direito penal que afirma que, na dúvida, o réu deve ser considerado inocente.

A análise é de Rogério Waldrigues Galindo, no jornal paranaense Gazeta do Povo. Para o colunista, mesmo que Lula não seja inocente culpado, uma condenação sem provas cabais atropela uma das garantias fundamentais do Direito e da também da democracia.

“Os fins jamais podem justificar os meios. Ainda mais quando os “meios” calham de ser nossa única proteção contra uma ditadura do Judiciário”, afirma.

Leia mais abaixo:

Da Gazeta do Povo

Esqueça Lula. Quem está em risco com a sentença de Sergio Moro é você

por Rogerio Waldrigues Galindo

O professor Sergio Moro sabia que condenar Lula exigia uma série de cuidados. Ele próprio admite que prender Lula pode ser um “trauma”. Não é à toa que passou 238 páginas (um texto maior do que as hagiografias que vêm lhe sendo dedicadas) explicando ponto a ponto tudo o que fez. E se defendendo do que lhe acusaram.

Falou da possível animosidade com Lula. Falou das escutas e da divulgação dos áudios. Falou do possível cerceamento de defesa. Falou dos quiproquós que teve com os advogados do ex-presidente nas audiências. Falou das colaborações premiadas.

Mas principalmente falou sobre a questão das provas. Porque, afinal, essa é a questão central do caso. Os aliados de Lula insistem que Moro é um “perseguidor do PT” e que faria qualquer coisa para botar o presidente na cadeia, mesmo sem provas. E se discutiu a sério o fato de só haver indícios, não provas, no caso do triplex.

A situação do sítio de Atibaia, por exemplo, parece bem diferente: as provas de que Lula usufruiu com Marisa do imóvel são imensas, não há como negar isso. E aí a coisa fica mais difícil para o presidente (que certamente vai ser condenado neste caso, e talvez com mais justiça).

Esqueça os outros casos

No caso do triplex, ninguém pode dizer que Lula NÃO FOI beneficiário de corrupção. No momento, só mesmo os militantes mais ortodoxos continuam acreditante que o ex-presidente fez tudo certinho. Mesmo esses às vezes partem para argumentos do tipo: ah, mas todo mundo fazia; ou dizendo que não há outro modo de governar etc.

O que se estava discutindo no caso do triplex, no entanto, é evidente, era uma única coisa. É o que diz o próprio Moro no início da sentença:

“Essa é a questão crucial neste processo, pois, se determinado que o apartamento foi de fato concedido ao ex-Presidente pelo Grupo OAS, sem pagamento do preço correspondente, sequer das reformas, haverá prova da concessão pelo Grupo OAS a ele de um benefício patrimonial considerável, estimado em R$ 2.424.991,00 e para o qual não haveria uma causa ou explicação lícita.

Ao contrário, se determinado que isso não ocorreu, ou seja, que o apartamento jamais foi concedido ao ex-Presidente, a acusação deverá ser julgada improcedente.”

E então resta saber se, como diz Sergio Moro, ficou “provado” que Lula se beneficiou com o triplex, recebendo um apartamento como presente da OAS. A minha opinião é de que não.

Indícios

Tudo o que Sergio Moro apresenta como provas na verdade são indícios. Alguém disse. Há uma rasura em um documento. As construtoras não fazem reformas daquele tipo se não forem para o gosto específico de um cliente. E assim por diante.

No entanto, no direito penal, há uma regra que está acima de todas as outras. É aquela segundo a qual, na dúvida, o réu deve ser considerado inocente. A condenação só pode acontecer caso não haja a mínima dúvida razoável. E, neste caso, parece haver explicações em que Lula realmente não teria culpa.

Os delatores podiam estar falando apenas para diminuir sua pena. Os documentos não mostram em nenhum momento que Lula tenha pago um apartamento menor e ficado com outro maior. Mesmo que a reforma tenha sido feita para um cliente específico, falta provar que Lula pediu ou aceitou (que o cliente específico era ele e que ele sabia disso).

Isso é prova?

Há um determinado momento da sentença em que Sergio Moro parece insinuar inclusive que a ausência de uma prova é, em si mesma, uma prova:

Afinal e isso foi admitido pelo próprio ex-Presidente, embora com argumentos falsos, jamais houve discussão concreta com ele sobre o preço do apartamento 164-A, triplex, jamais foi discutido concretamente que o ex-Presidente pagaria diferença necessária, e jamais houve discussão sobre o ressarcimento da OAS Empreendimentos pelas despesas havidas na reforma, aliás, sequer houve questionamento sobre a diferença de preço e custos das reformas.

E nós?

Nada disso quer dizer que Lula é inocente. E pelo menos 90% das teorias da conspiração de extremistas do PT ou de militantes devem ser descartados como histeria. Mas há um ponto importantíssimo a ser discutido aqui. Pode ser que Moro (seja por ódio a Lula, ou mais provável, porque esse é o jeito como ele vê as coisas) esteja atropelando uma das garantias fundamentais do Direito. E da democracia. E da civilização.

Se para condenar alguém deixarmos de exigir provas cabais e começarmos a achar que indícios servem, aonde chegaremos? Quem será o próximo condenado? O que impedirá um juiz de agir arbitrariamente?

Claro que o combate à corrupção é importante e que no caso de certos crimes as provas são dificílimas. Mas os fins jamais podem justificar os meios. Ainda mais quando os “meios” calham de ser nossa única proteção contra uma ditadura do Judiciário.

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Redação

23 Comentários

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  1. Concordo e digo mais.
    O risco

    Concordo e digo mais.

    O risco é maior do que se imagina.

    Afinal, os juristas brasileiros continuam acreditando num legalismo que foi destruído durante o julgamento do Mensalão pelo STF.

    Sérgio Moro não é um inovador. Ele apenas seguiu o caminho aberto pelos ministros Joaquim Barbosa, Rosa Weber e Luiz Fux quando eles condenaram José Dirceu.

    https://jornalggn.com.br/blog/fabio-de-oliveira-ribeiro/do-julgamento-mensalao-a-condenacao-de-lula

  2. quem…

    Certa ou errada a sentença do Juiz, creio que o que está em risco finalmente no Brasil é o Cinismo e a Hipocrisia. Assim como certo Ministro da Justiça esperou um amigo seu cair na cadeia pra descobrir as tais Masmorras Medievais, assim a Imprensa descobriu o que é ser condenado sem provas. E sem Julgamento? E sem Defesa? E sem Processo? Ou pela Imprensa ou pelo interesse em desviar a atenção de algum escandâlo, fazendo o jogo do Governo do momento? 2017. Brasileiros, bem vindos ao Brasil.   

  3. Hehehe. Não é fácil dialogar

    Hehehe. Não é fácil dialogar com o pensamento binário.

    Lula é ladrão, deveria ser condenado, será novamente condenado.

    Mas nada prova que ele é ladrão.

    Portanto, permitir que um juiz condene um inocente pode abrir um precedente perigoso.

    Vocês entenderam?

    Explico.

    Dizer que Lula é ladrão é julgamento moral. Tipo: quem não acredita em Deus é pagão e irá pro inferno. Judeu, na alemanha nazista, era considerado uma sub-raça. Lula é ladrão e quem não acredita nisso e defende o contrário é louco, fanático.

    O articulista expõe esse julgamento moral, mas apesar disso, acredtia também que a moral não pode servir de parâmetro para julgamentos jurídicos, que devem se basear em evidências (fatos) e não em julgamentos morais (achismos).

    Em suma o que o articulista diz é: Lula é ladrão, mas deve ser absolvido.

    Quem fala isso alimenta a ideia facista. Afinal, as instituições estão falidas, elas estão inocentando ladrões.

    Mas, para dialogar com o binarismo oposto, o articulista binário faz uso desse artifício.

    Caso o articulista fosse um jurista civilizado, ele não poderia afirmar que Lula, como “todos os outros – políticos” são ladrões, pois, num regime civilizado quem diz que alguém é ladrão é a lei, as evidências e um julgamento técnico baseado nisso.

    Todos são inocentes, até prova em contrário. Esse é o princípio civilizatório. Expressar uma ideia oposta a essa num texto jurídico, como foi feito, é defender o facismo.

    1. Perfeito o seu

      Perfeito o seu comentário.

      Esse jornalista escreve coluna pra Gazeta do Povo, de Curitiba e é possivelmente um dos únicos colunistas com pensamento mais voltado pra esquerda e progressista do jornal. Mas quase sempre as suas colunas são dúbias, parece que ele não pode marcar posição, sempre faz uma concessão pro pensamento mais reacionário. Talvez deva ser assim pq precisa mostrar pro jornal que ele é isentão. Acho boas as premissas das suas colunas, mas sempre no final fico pensando, qual o medo de tomar posição? Bem, pro jornal qu ele escreve, dá pra imaginar e talvez compreenda pq é assim, lendo os comentadores nas suas colunas online, que deve ter o pior ranço reacionário de Curitiba. 

  4. O risco de um povo é transferir sua cidadania a um culto

    a um culto à personalidade realimentado seja por grandes méritos, mas também (é fácil esquecer ou não queremos admitir pelo vale-tudo eleitoral-político) por manobras (de q já citei e cansei por aqui) que um grande líder e seu partido único jamais poderia lançar, praticar ou se omitir. Claro, são e somos todos seres humanos, a carne é fraca, a força da tradição brasileira de impuni-dade e nosso autoritarismo leva a abusos e arbitrariedades. Não li, nem examinei, nem teria competência pra afirmar que não há provas nos autos.Sim,é um perigo admitir erro e culpa nessa hora(em que anos a fio cultivaram 1 só líder, afastando outros com baixa política,ou melhor,espertas manobras).Admitir pode abrir caminho pra um ou outro candidato da extrema direita,esse é o dilema que nos faz de avestruzes e que leva um deputado a propor 8 meses de segurança contra prisão, triste. Não foi possível um partido se renovar no seu Congresso recente, e acho que não será. Somos fracos, continuamos rebanhos.

  5. Momento muito perigoso

    Não sou nada. Apenas um técnico em contabilidade, mas estou assutado porque quem acha Lula condenável sem provas, acha Aécio absolvível com provas. O piór é que aqui embaixo onde não se sabe tudo sobre leis as coisas estão cada vez mais radicais para todos os lados. A gente vê acontecendo coisas parecidas aqui na parte debaixo da pirâmide, quando um pobre atropela alguém e é amplamente divulgado em todo lugar e alguém com mais posses é escondido pelos próprio poder público para não ser constrangido socialmente. Me parece que é bem isso que está acontecendo lá encima.

  6. Sempre assim: o cuidado, ou

    Sempre assim: o cuidado, ou mesmo o medo; aliás. a covardia de arguir a favor de Lula, nem que seja parcialmente, é sempre entremeada de ressalvas de que no fundo, no fundo, Lula é culpado; que o benefício da dúvida não o favorece como inocente, mas o contrário. Ou seja, dão uma no cravo ou na ferradura. Afinal, ninguém quer se dado como histérico, não é mesmo?

    Pois esse besta daqui não tem medo de ser chamado de nada. O único pavor é o de corromper sua consciência seja por qual motivo for. 

    Bem, o que o articulista alude é elementar: inexistem provas de que Lula: a) Se corrompeu; b) A motivação para o crime foi a cessão de um triplex de segunda categoria. Se não há provas que confirmem uma acusação qual a situação do réu?Meio culpado, meio inocente? É.mas não é ou Não é, mas poderia ser…quem sabe? 

    Pois é essa, enfim, a tese do texto. Nesses termos sibilinos, de minha parte agradeço o alerta. 

    PS: como ele sabe que, a priori, Lula já está condenado no processo do sítio? Entenderam a Lei das Compensações Anônimas? Se defende agora porque é inevitável, então adianta uma culpa para compensar. Isso não é histeria, claro. É coisa muito pior.

  7. Quem esta em risco é voce…

    Condenação sem provas nada mais é que um ataque violento ao processo civilizatorio e coloca em xeque a democracia brasileira. A teoria dos procuradores nao é só absurda, ela é vaga, inconsistente, um grotesco erro de metodo que dá ao juiz a possibilidade nao apenas de condenar sem provas mas de libertar criminosos com bundancia de provas.

    O modus operandi é a exposição publica de parte das evidencias para construir narrativa de condenar ou inocentar de acordo com conveniencia do momento e ao total arrepio da lei. Pode-se acusar por qualquer coisa, dispensar provas e fazer aproximação estatistica para concluir culpabilidade dando ao juiz legitimidade para fazer o que convier com a sentença dependando da resposta do publico aos vazamentos.

    Amanha algum procurador podera acusar o cidadão comum de ser um cavalo simplesmente por que a maioria da sua carga genetica é parecida com a do cavalo, bastando para isso tomar o depoimento de pessoas que o viram  correr todas as manhas no parque e beber muita agua depois e  fazer uma aproximação gaussiana para inferir que o dito cuje é mesmo um cavalo. 

    O juiz entao dispensa o teste de DNA , condena o réu a usar ferraduras e publica a sentença para imprensa repercutir mas não executa antes de monitorar a resposta do publico. 

    Conclusao 1: Obviamente o reu nao tem a menor chance de defesa  e na verdade ate mesmo a figura do juiz pode ser precindida, qualquer pessoa pode dar uma sentença semelhente.

    Conclusao 2: A decisao nesses termos parece tão grotesca não nem se pode garantir que tenha sido feita pelo proprio juiz, quando foi feita e se ja nao veio pronta de outro lugar. Neste caso a barbarie completa se instala e legitima-se o uso da força para restabelecer a ordem, talvez seja isso que pretendem.

  8. Galindo e o bullying

    Galindo chama de histeria qualquer defesa ou qualquer grito contra abusos. Galindo não chama de histeria as palavras de Dallagnol ou o que está escrito naquela sentença cheia de preconceitos , cheia de pre julgamentos e cheia de más intenções políticas.  Galindo me lembra a história daquele menino que fez bullying   e mais bullying em cima do outro menino. Quando o  menino que foi abusado, reage, ele vai chorando para a mãe,   que depois de presenciar tudo diz para o  menino abusado; não seja assim tão radical, porque tanta agressividade, porque toda esta violência,

    A violência desta sentença assim como de tudo neste processo, o gasto do dinheiro publico, o abuso de um poder outorgado constitucionalmente , tudo isto, explicitado na sentença.  Um processo que depois de anos , não conseguiu levantar sequer uma prova. Mas isto  não sensibiliza Galindo. Ele fala que em dúvida pro réu. Pois Galindo, não se trata de dúvida, o que está explicito é que nada foi provado, não porque não se quis , ou não se pôde,  mas simplesmente porque não obtiveram provas. E não me venham dizer das dificuldades em obtê-las, pois  não me parece tão difiicil, provar tudo que já foi provado contra Aécios e outros. Pelo contrário  Galindo existem sim provas suficientes de que o apartamento, não pertence a Lula.  Mas para você  como para outros Lula é culpado mesmo que não se prove.  Afinal como um operário ousou ser  presidente.

    Não se esqueça Galindo que isto ficou explícito, quando Moro investiu contra o acervo presidencial, Inclusive retirando presentes dados ao presidente. Moro , neste ato confessou, que jamais aceitou Lula na presidência. Isto fica explicito, quando Moro considera na sentença que as palestras de Lula são falsas. Afinal de contas o presidente Brasileiro de maior prestígio no exterior que retirou o Brasil do mapa da Fome, que elevou nossa economia a patamares nunca antes alcançados, que situou o Brasil geopoliticamente, para  pessoas como Moro não tem nada o que falar. 

    E são posts como este que visam apenas salvar a pele do proprio autor.

  9. Eu me sinto mais ameaçado com

    Eu me sinto mais ameaçado com a condenação do Michel Temer do que com essa condenação de Lula.

    Isso com certeza.

    Aos poucos se está percebendo que tem muito caroço no angu da defesa do Lula.

    A defesa dela foi muito, mas muito mal feita desde o início.

    Parece a história da Gata Borralheira, quando as fadas madrinhas transformam uma abóbora em uma linda carruagem, o Mago Padrinho Leo Pinheiro transformou um simples apartamento, virado para a Serra do mar, num Super, Mega Zobol Triplex, com elevador particular, cozinha planejada e eletrodomésticos de luxo, sem que tenha havido assinatura de contrato, pagamento de prestações ou pagamento pelas benfeitorias.

    Esse mesmo Mago Padrinho operava uma conta de propina para o PT e fez uma colaboração premiada, onde conta que as despesas com o triplex eram sacados da conta da propina.

    Embora a Lei do crime organizado não permita que se condene ninguém com base unicamente no testemunho do colaborador, aqui nesse processo uma extensa coleção de provas corroboram a versão da colaboração premiada e autorizam a convicção do Juiz de que Lula recebeu o triplex como fruto da corrupção em seu governo.

    Já no caso do Temer, não existe nenhuma prova de que a maleta de dinheiro que Lores recebeu seja realmente, dele.

    Não há nota fiscal pra saber quem comprou a maleta, Temer não vistoriou a maleta em companhia da esposa, Temer não pediu reformas na maleta.

    O próprio procurador da República, repito: o próprio procurador da república, em sua denúncia, diz que não tem provas que liguem a maleta ao Temer pr se tratar de uma prova satanica (diabólica), jargão usado no direito para se dizer que tal prova é IMPOSSÍVEL de ser produzida.

    Assim, no caso da condenação de Lula temos a delação junto com provas e indícios do crime. E no caso do Temer temos apenas a delação.

     

    1. troll de novo novamente reciclando a tua idiotice!

      Prezado sem prezo, patinho amarelo enfarinhado para fritar como coxinha de rodoviária, já te contei daquele filme e da personagem cuja defesa era sempre negar as evidencias mais evidentes; surpreso com bonita recatada moçoila e do lar na cama, mas vestido com pé de meia nega o fato sempre a contrariar as evidencias, não estava nu de verdade e um pé de meia era a maior peça da  defesa

      Veste-se despede a bonita recatada do lar moçoila e quando a situação é recomposta, cachimbo na boca questiona a esposa sobra uma verdade que existe apenas cabeça dela, era verdade no momento e inquestionável.

      Troll e idiota é sinônimo e testa da cazzo uma confirmação.

    2. Ah… o conto de bruxas da Globo-Lavajato é da gata borralheira

      É bom saber de onde veio o roteiro adaptado. Mas a estória do conto de fadas ou de bruxos não bate com a realidade dos fatos.

      1 ) Os mesmos corruptores que faziam tudo escondido com Cunha, offshores, etc, quando foi com Lula resolveram dar um baile à luz do dia deixando digitais para todos os lados, e sapatinho para trás como provas? sem usar laranjas intermediários, nem nada? Leo Pinheiro resolveu aparecer pessoalmente com Lula no apartamento na frente de testemunhas, porteiro, etc, usar um contrato que D Marisa tinha assinado com a Bancoop, consciente de que estava gravando uma mensagem para a Globo “OI mamãe estou aqui corrompendo” ou não usou pessoas interpostas, nem atos clandestinos porque estava consciente de que não estava cometendo nenhum crime?

      2 ) Conta de propina, até onde sei, é planilha entregue no contexto de negociação da delação premiada, feita por orientação de advogados. Não é prova suficiente para condenar, como uma contabilidade oficial seria. Pois pode ser produzida extemporânea, pode ser mera interpretação de um controle interno de centros de custos sob a ótica da empresa sem nenhum conhecimento da outra parte (o PT), e que para fechar o acordo de delação ou reduzir a pena mesmo antes do acordo, passa a chamar tudo de propina.

      3) Temer foi denunciado porque na gravação ele passou procuração verbal a Joesley para Rocha Loures tratar dos interesses da JBS junto aos órgãos governamentais, e as tratativas levaram à mala. Precisa desenhar? Reforçam os indícios justamente o encontro na calada da noite, no porão, fora da agenda oficial, diferente do caso de Lula e Leo Pinheiro, que fizeram à luz do dia porque tinham consciência de que não estavam cometendo crimes. Precisa desenhar também? É claro que, abrindo processo o ônus das provas é do MPF no caso de Temer também. Aliás o vazamento da delação de Joesley favoreceu Temer do ponto de vista jurídico, pois o melhor seria continuar monitorando a mala e até prosseguir nos pagamentos semanais seguindo o caminho do dinheiro por mais tempo.

      1. Quando Lula e Leo Pinheiro,

        Quando Lula e Leo Pinheiro, um notório corruptor confesso, que participou do maior assalto à Petrobrás são fotografados juntos sem se aperceberem, quando este estava entregando ao Lula e esposa uma cobertura triplex em troca de um apto normal com vista para a serra do mar, sem contrato assinado e sem pagar as prestações, e ainda ganhando de brinde mais de 1 milhão em benfeitorias, para vocês não é prova de intimidade, mas sim, olha não tenho nada a ver com isso.

        O que você diz que Temer passou procuração verbal para Rocha Loures, na verdade foi ao contrário. Ele na verdade, ao pedir pro Joslei falar com Loures foi na verdade NÃO QUERO SABER, NÃO QUERO ME METER, NÃO QUERO AJUDAR E NEM PREJUDICAR.

        Quero ver você provar que Loures informou ao Temer sobre se resolveu o problema do Joslei, ou que combinou o pagamento de propina. O Rodrigo Janot já disse que não tem nenhuma prova pois se trata de prova satanica (diabólica). Se você tiver apresente-as, se não tiver não meras ilações suas.

        E essa estória de que Joslei ia pagar 500 mil por semana durante 20 anos pro Temer, é de matar qualquer um de rir.

        A delação de Leo Pinheiro veio acompanhada por provas sobre a troca do apto por uma cobertura, sem contrato assinado, sem pagamento de prestações por 5 anos e com benfeitorias que somam mais de 1 milhões de reais. Toda a prova que precisava para corroborar a sua delação está presente. A delação se mostrou verídica, a condenação é consequencia.

         

         

        1. Seus argumentos só provam ausência de crimes no caso de Lula

          A única coisa que ficou provada é que Leo Pinheiro queria agradar Lula, e que Lula e D. Marisa (que tinha cotas do empreendimento que viraram cotas da bancoop e não havia decidido nada) tiveram interesse no apartamento em algum momento. Faltou fechar o negócio para haver provas do que você acusa. Sem receber as chaves, sem haver nenhuma transferência documental, não existe como afirmar o valor que seria a transferência caso Lula comprasse. Ele tinha recursos de sobra de palestras para pagar o valor do imóvel. Portanto nenhum juiz honesto no mundo poderia afirmar que o valor do apartamento e da reforma foram propina sem nunca ter sido. Isso é apenas presunção sua, da acusação e do juiz que um crime iria acontecer, mas se não aconteceu não há como condenar. É até cartesiano.

          Como atenuante, Leo Pinheiro tanto não estava fazendo nenhum crime que não fez nada escondido. Mostrou o apartamento a Lula (que é uma celebridade conhecida do público em geral despertando a atenção de testemunhas) à luz do dia, na presença de funcionários da OAS, funcionários e moradores do condomínio. Diferente das manobras que fez com offshores, empresas e pessoas intermediárias para esconder o caminho do dinheiro e vínculos com a OAS, quando pagava propinas de fato relacionadas à Petrobras.

          E na época dos acontecimentos quem não era corrompido por ele não sabia que Leo Pinheiro era “corruptor cofesso”. Leo Pinheiro era bem recebido por autoridades do judiciário inclusive. A OAS construiu os prédios sedes do TSE e do STJ em Brasília, por exemplo.

          No caso de Temer já desenhei de acordo com as gravações divulgadas: Joesley fala que, para não incomodar o presidente, como ele não podia mais falar com o Geddel que estava investigado, com quem poderia falar? Temer diz que era Loures o substituto de Geddel com quem atenderia em seu nome. Depois aparece gravação do Ricardo Saud com Loures prometendo 500 mil por semana para Loures e Temer (ele fala isso literalmente) em troca de pegar 1 milhão por dia a menos por gas da Petrobras vindo da Bolívia. Depois do objetivo conquistado a mala prometida é entregue. Houve crime e indício de autoria aponta também para Temer, o que é o suficiente para aceitar a denúncia. Óbvio que cabe ao MPF provar o que falta durante o processo para levar à condenação.

  10. “Operação Condor II” – judiciário-midiática!

    “Operação Condor II” – judiciário-midiática! – e o alvo-mor: Lula

    Por Romulus & “Dom Cesar”

    (“&” Eugênio Raúl Zaffaroni)

    “Operação Condor Judicial”: diferentemente da versão original, em vez de “fardados”, desta vez os agentes ~locais~, novamente concertados (!) – consciente ou inconscientemente… – para o avanço da agenda do imperialismo em todo o Hemisfério, são:

    – Judiciário – combinado com o Ministério Público; e

    – Carteis midiáticos locais.

    Honduras, Paraguai, Argentina, Brasil, República Dominicana, El Salvador, Venezuela, Uruguai, Peru…

    Cruza-se a fronteira, fala-se espanhol ou português, mas a estratégia – e o método! – para alijar da vida pública forças políticas progressistas seguem sendo os mesmos.

     

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  11. Probabilidades usadas contra Lula, na verdade o inocentam

    Já é absurdo condenar criminalmente usando teoria da probabilidade, levando para hermenêutica análises de risco na tomada de decisão usada em negócios ou na guerra. Mais absurdo é usar ao contrário do que a teoria exige.

    Dellagnol e Moro cometem os dois absurdos ao mesmo tempo. Frases usadas para condenar como “não é crível,  não é razoável acreditar”, não passam de possibilidade segundo visão subjetiva (nem chega a métrica da probabilidade), portanto, seguindo a lógica e o método científico, seriam motivo para absolver in dúbio pro réu. Se ainda assim resolvessem usar a probabilidade, o resultado é totalmente favorável à inocência de Lula, dada a desproporção dos valores irrisórios (e a própria falta de cuidados em esconder digitais para quem escondia via offshores nos crimes de fato), seja do triplex, seja de reforma em sitio, comparada as propinas encontradas na Suíça de diretores e até gerentes da Petrobras de escalão muito mais baixo e sem a imagem pública que Lula tinha a perder. Probabilidade altíssima é de que qualquer agrado que Leo Pinheiro ou Obebrech queiram ter feito à Lula, não tem relação nenhuma com ato de corrupção. Moro, contraditoriamente, aceitou que a guarda do acervo presidencial não era corrupção.

    Galindo não comete o primeiro absurdo, mas comete o segundo de usar ao contrário a probabilidade. Diz ele “No caso do triplex, ninguém pode dizer que Lula NÃO foi beneficiário da corrupção”. O uso de dupla negativa na frase já mostra a dificuldade do autor em querer convencer, mas isso é o de menos. Usando a teoria da probabilidade (usada no cálculo de premios de seguro por exemplo) é óbvio que a probabilidade é mínima de haver relação entre o triplex e corrupção, pelos riscos e pelo volume de dinheiro que a corrupção na Petrobras acarreta, se fosse propina o prêmio teria de ser muito maior e muito mais clandestino (inclusive no interesse também dos corruptores. Se estivessem de fato corrompendo, não fariam algo tão exposto, como não fizeram nos casos das contas na Suíça). A probabilidade fica ainda menor diante da boa imagem de Lula como líder mundial (cujos direitos de imagem, valor como palestrante, capacidade de arregimentar doações para ONG, de receber prêmios internacionais,  tem até valor econômico muito maior do que o triplex). Isso sem falar que Lula sempre manteve seu potencial para retornar à presidência da república, daí a relação de ter muito mais a perder diante de tão pouco a ganhar, leva a probabilidade próxima de zero de haver corrupção envolvida seja no triplex, seja no sítio. 

  12. se liga, gente…

    esqueça a falta de provas

    e passe a se ligar na falta de crime

    o perigo real para qualquer cidadão não é fato de poder ser condenado sem provas, é a de poder ser condenado sem a configuração jurídica ou legal do crime por quem acusa

    1. estudem melhor as sentenças…

      não foi a primeira vez que a condenação deixou de se basear em um crime que, no caso Lula, também deixou de ser informado ou definido pela acusação……………………

      todas as condenações estão sendo retiradas dos argumentos de defesa…………………….

      e não poderia ser de outra forma, tendo sido ilegal ou violadora da própria Constituição de todas as formas, pois é assim que funciona nos casos delações com participação direta do juiz

      para delatores, são condenados pelo que confessam

      e para suas vítimas, como o Lula, estão sendo condenadas pelo que alegam no afã de se defenderem sem saber ao certo de que, pois o crime sempre deixou de ser definido legalmente na acusação

       

      1. isso não é novidade, nunca deixou de ser atuação criminosa…

        isso é terrorismo com faceta de legalidade, ou de Estado ou de procurador ou de juiz

  13. jornalismo do sim senhor!!!!

    Sem desmerecer muito mais o que o próprio Galindo fez consigo mesmo, lembro que a gazeta do povo de Curitiba é na sua parte mídia afiliada da rede globo.

    Galindo mesmo querendo ser protagonista deve lembrar que a sua autonomia como jornalista é sempre subordinada às verdades do dono, ou confirmando obedece etc….

  14. A verdade dói, a paixão cega

    Vou contar uma historinha curtíssima que ouvi de meu pai muito tempo atrás. < O pai mandou o filho estudar lá fora. Em Lisboa, em Londres, pouco importa. Um belo dia, recebeu um telegrama : “Pai, mande dinheiro”. O pai reagiu superindignado com o desrespeito, com o tom do filho no telegrama, e zangado disposto a não mandar dinheiro, mostrou o telegrama à mãe, à sua mulher. A mãe-esposa leu e observou: “Não, fulano, veja – ele escreveu no telegrama –  “Pai, mande dinheiro” > (a mãe usou um tom de voz de pedido, de pedido de favor. >  – Não é uma questão de ler ou não ler a Sentença, é de se interpretar. Há uma disputa. O que pesa mais tenho dúvida: Burrice, Fanatismo, Ignorância, Vale-Tudo eleitoreiramente. 

  15. nine, nine, nine, nine

    Juiz vai julgar o réu que, entre os seus e de antemão, chama de nine.

    Se os fatos não confirmam a teoria, danem-se os fatos.

     

  16. MORO/GLOBO INTIMIDADOS POR LULA: “LEÃO” DE CURITIBA… MIOU!


     

    Atualizado 15/7: MORO/GLOBO INTIMIDADOS POR LULA: “LEÃO” DE CURITIBA… MIOU! – DE NOVO!

    Por Romulus

    Muitos leitores vieram me perguntar o que eu achei da condenação de Lula por Sergio Moro ontem. Queriam saber “quando eu ia publicar um artigo sobre isso”.

    Confesso que, assim que saiu a notícia, além de postagem sumária nas redes sociais, não pretendia escrever sobre isso não.

    E por quê?

    Ora, porque essa “notícia” foi uma…

    – … NÃO-notícia!

    Pior: foi uma não-notícia visando, justamente, a virar a pauta do noticiário em relação a notícias de verdade.

    Ia lá eu fazer o jogo da Globo/ Moro e ajudar a pauta fake a subir?

    Tratando dela especificamente?

    Não…

    Nada disso!

    Não que o (não) acontecimento seja irrelevante…

    Não é bem isso…

    A questão é a minha “pegada” como analista…

    Como os leitores já sabem, pensando ~estrategicamente~, meu foco costuma ser muito mais no ~subtexto~ do que nos textos disparados pelos diversos atores do jogo político.

    E em “atores do jogo político” entram, evidentemente, a Globo e Sergio Moro.

    Muito mais importante do que a condenação de Lula por Moro – per se – são:

     

    (i) a sua timidez!;

    (ii) o timing;

    (iii) as limitações técnicas; e

    (iv) os movimentos casados da Globo para tentar pautar os seus desdobramentos.

     

    Passemos, pois, à análise desse subtexto.
     

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