Refúgio a gente dá para gente do Haiti, não da Venezuela, diz Jucá

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – A concepção de “refugiado” do senador Romero Jucá (PMDB), homem forte do governo Temer, é um pouco curiosa: depende do tipo de crise que o país do imigrante enfrenta. Se for uma tragédia de ordem natural, como terremoto ou peste, aí o Brasil pode abrir os braços. Se for por uma “ditadura” ou “briga política”, essas terras tupiniquins não devem oferecer guarida.

“Refúgio a gente dá para gente do Haiti, onde teve terremoto, calamidade e a peste campeou; ou por causa de guerra como a da Líbia, as pessoas estão se matando lá, estourando bomba na cabeça dos meninos; isso é um problema para refúgio; [na Venezuela] é uma questão de ditadura, de briga política, então defendo que os pedidos sejam estancados”, disse Jucá, segundo relatos de Folha.

De acordo com o jornal, o senador fez o discurso de que “o Brasil não tem dinheiro para receber essas pessoas” em audiência pública em Boa Vista, capital de Roraima, onde estão vivendo milhares de venezuelanos.

Jucá está preocupado com o salto que a população de Boa Vista dará se o Brasil continuar aceitando refugiados. A cidade tem 350 mil habitantes, e pode acabar recebendo 270 mil venezuelanos, nas contas do peemedebista.

O Estado brasileiro tem uma visão muito distinta da de Jucá. “Segundo a legislação brasileira, serão reconhecidos como refugiados estrangeiros que sofram perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade ou opiniões políticas e aqueles obrigados a deixar seu país devido a violações de direitos humanos graves e generalizadas.”

Ainda assim, nesta semana, Jucá se reuniu com “representantes de oito ministérios e com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, para desenhar um plano de ação para lidar com a esperada onda de migração venezuelana, que já começou.”
 
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

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  1. Décadas e décadas de um

    Décadas e décadas de um trabalho de política externa, firmando o Brasil como líder regional, sendo jogados fora por um grupo alucinado que tomou o poder no tapetão. É muita irresponsabilidade e falta de caráter. O dano que estão fazendo ao país não podem ser calculados e levará um bom tempo para recuperar.

  2. Farinha pouca…

    Nossa até parece o marido de minha prima falando… Se o Brasil fosse um Pais poderoso, agiria da mesma forma ou até pior que certos paises europeus e os Estados Unidos do muro da separação trumpista.

  3. Ridículo

    Castigar mais ainda o sofrido povo venezuelano, que não tem um mínimo de culpa pela total incapacidade e o mínimo preparo de seu presidente.

    1. Se o Maduro fosse o Temer…

      Se o Maduro fosse o Temer, aí, sim, ele teria total capacidade e o máximo de preparo.

      As cadelas latem, mas a Caravana Venezuelana não se detém

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