Renan Calheiros desafiou o Supremo e venceu, o que não deve ser exemplo, por Janio de Freitas

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – “Nenhum cidadão, por mais honra que tenha”, deveria ter margem para desafiar o Supremo Tribunal Federal e não cumprir uma decisão judicial vinda da mais Suprema Corte. O exemplo de Renan Calheiros, se se seguido, só vai acrescentar à crise institucional que pauta o governo Temer, capítulos mais “dramáticos”, para não dizer que podem vir a ser “trágicos”. É o que avalia o colunista Janio de Freitas, nesta quinta (8).

Por Janio de Freitas

O carnaval institucional está muito perto de capítulos dramáticos

Na Folha

Aproveite: nenhum dos seus antepassados teve a oportunidade de testemunhar um nível de maluquice dos dirigentes nacionais como se vê agora. O passado produziu crises de todos os tipos. O presente, porém, não é, na sua originalidade, uma crise a mais. É um fenomenal desvario. Uma orgia dos poderes institucionais, tocada pela explosão de excitações da mediocridade e da leviandade brasilianas.

O ministro Celso de Mello cobrava ontem, no Supremo Tribunal Federal, a nossa “reverência à lei fundamental”, à Constituição, e “aos Poderes da República”. Qual dos próprios Poderes faz tal reverência? Ilegalidades são neles aceitas, e aproveitadas, inclusive como normas. A exemplo do custo, em “benefícios”, de cada congressista, sem sequer a contrapartida de obrigações rígidas na função parlamentar; ou dos descaminhos processuais no Judiciário, nos quais o desprezo de prazos é sempre a negação da justiça merecida por uma das partes; ou da ilegitimidade de um Executivo que entregou parcelas importantes do seu poder a corruptos históricos, sem sequer despertar a administração sonolenta.

É essa natureza despudorada imposta às instituições que se eleva agora ao paroxismo. E rompe as barreiras restantes, mais aparentes que reais, na confrontação que disputa hierarquia e predominância entre os Poderes.

Presidente do Supremo, a ministra Cármen Lúcia tem ilustrado a explosão com intervenções cíclicas talvez apropriadas, nas circunstâncias, mas inesperáveis. Já na posse, concitou os integrantes do Judiciário à união porque “unidos seremos mais fortes”. Na intenção de força estava implícita a ideia de combates não perceptíveis nas perspectivas do Supremo e do Judiciário. Muito ao contrário, em um e em outro depositavam-se esperanças de solução mansa e inteligente para muitas das aspirações e frustrações da cidadania.

Em seguida a informar-nos que “o papel da Justiça é pacificar”, os modos suaves e o conceito de serenidade judicial da ministra nos trazem, como a erupção de profundezas ígneas, um brado alarmante: (…) “o Estado democrático previsto tem sido, ou parece ser até aqui, nossa única opção. Ou a democracia ou a guerra”. Completou-se o chamado à união do Judiciário para se tornar mais forte, mas a alternativa apresentada pelos autores do impeachment, e pelo alheamento do Supremo na ocasião, não tinha duas hipóteses.

Faz lembrar o madrilenho “No passarón”, de La Passionaria. Seria uma conclusão da presidente do Supremo sobre o presente conflitivo? Uma proposta? Alguma nostalgia, talvez? Ininteligível. Sobretudo diante do que se constata: Renan Calheiros desafiou o Supremo e venceu –o que não deve ser exemplo para nenhum cidadão, por mais honra e razão que tenha. A lógica das guerras e dos privilégios é complexa demais para os não beneficiários.

No reino das extravagâncias institucionais, não cabe esperar um encaminhamento razoavelmente saudável. Os que me desancaram quando escrevi que a crise passava de política a institucional afiem, agora, os insultos: se ainda vale alguma coisa o que testemunhei, o carnaval institucional está muito perto de capítulos dramáticos. Tomara que ao menos não passem a trágicos.

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

40 Comentários

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  1. renan….

    Caricatura de país. Escárnio do Mundo. Constituição? Ora, Constituição?!….Cala a boca, pague e morra. Sem fazer muito barulho ou sujeira. Que isto incomoda demais nossa elite. Estado? Você acreditava que havia um Estado no Brasil? Cada grupo Senhores de Escravos ocupando seu latifúndio na sua Capitania Hereditária.   

  2. Com quem e com o quê está o STF

    A leitura era clara.

    Nem precisava que o senador Lindberg Farias fosse ao microfone do senado dizer: Se o PT presidir o senado, acaba a PEC 55!

    O comprometimento com o golpe fez a maioria do STF no caso Renan!

    A pergunta que não quer calar: Quem é o cabeça disto tudo, por que o tal decoro dos políticos, a verdade da justiça é que não é!

    Tem que haver um regente!

    Quem é este regente?

    Há conjuntura perversa para com o Brasil que foi ter tantos canalhas juntos numa só época e nos 3 poderes!

    1. Ontem, passei os olhos pelo

      Ontem, passei os olhos pelo título de um artigo onde se via um alerta a um possível golpe militar. A rejeição à simples menção da hipótese foi tamanha que sequer guardei memória de onde o li.

      Todavia, há que se dar espaço para a hipótese de que vamos em direção a uma ruptura. A mediocridade das pessoas que ocupam, através de cargos eletivos ou de indicação governamental, os espaços de poder, é algo tão intenso no pensar e agir e algo tão extenso na sua dimensão que torna difícil sequer entendê-las, quanto mais justificar seus atos.

      Sem perder tempo e espaço adjetivando os proceres dos poderes, em todas as esferas e em todos os níveis da Federação, que parecem amalgamados indistintamente em um bolo feca ou, melhor dizendo, em um monte de merda, a transbordar imundície e fedor, se vê a sua crediilidade desvanecendo à velocidade da luz. Por sua credibilidade pessoal confundir-se, ante a representação que detêm, com as instituições da República, logo, precipita-se a crise institucional. Com o fim da credibilidade se vai a representatividade e com elas a legitimidade das instituições. Abre-se, assim, o espaço para a ruptura institucional.

      Mas, não necessáriamente se dará por manu militari. A sociedade civil congrega melhores condições e oportunidades para assumir a condução de uma solução. Basta examornar o cenário e as congregações de forças.

      Do lado do poder público convivem os vendilhões do templo. Sem consciência de seu papel, sem um projeto factível, sequer estruturado e crível, vemos o Executivo e Legislativo, pretendendo governar e ditar regras de vida à Nação, impondo-as de cima para baixo, sem considerar o interesse do País e desprezando o interesse das pessoas, do cidadão e do eleitor. Já o Judiciário, representado na Suprema Corte por dândis e quaintrelles, apega-se ao corporativismo e ao previlégio, embalado em um discurso moralista apartado do império da lei e dos seus preceitos fundamentais. Usa a Lei como instrumento de autopreservação e de barganha a serviço do oportunismo e do mercantilismo político, na base do toma lá dá cá, como se viu no dia de ontem, 07 de dezembro de 2016, cujo julgamento e decisâo será usado, no futuro, para explicar o presente caos da República.

      Do lado privado vemos uma imprensa hegemônica, por monopolista, mentindo e manipulando despudoradamente, sem escrúpulos, ética ou qualquer outro padrão moral de decência. Imprensa que serve aos seus interesses imediatos, sem plano B para um futuro incerto, alinhados e a serviço do interesse corporativo da indústria e do capital financeiro. Estes, por seu turno, apenas seguem seu mapa de viagem, o mesmo que seguem desde sua origem e que levam por caminhos próprios a destinos diferentes daqueles em que se encontrariam com o interesse público e com o bem-estar do povo.

      O pressuposto para a funcionalidade desse cenário é que somos, os brasileiros, manobráveis, o que, em certa medida é verdade. Basta vermos que os interesses acima descritos tem sido mais e mais atendidos e sobrepostos aos interesses da Nação, observados bovinamente pela maioria dos cidadãos.

      Contudo, a arrogância e a prepotência, irmãs siamesas e filhas da ignorância, encontram limites de passividade, até nos bovinos quanto mais nos homens, supostos seres intelig.entes e racionais. À medida em que as propostas de reforma avançam, dentro do cenário traçado pelos áulicos, sacripantas e mercadores de ilusões que tomaram de assalto a condução do Brasil, começamos a ver pequenas fissuras se abrirem.

      As pessoas assistirão a esse espetáculo circense, sem maiores reações – a não ser as mesas de sempre à direita e à esquerda – até que se sintam direta e pessoalmente prejudicadas. Medidas como a venda de ativos publicos, por mais estratégicos que sejam ou, mesmo, como a PEC 55, a PEC da Morte e a MP 746/16 que reforma o ensino médio, não trazem maiores reações populares. Os efeitos deletérios dessas medidas não serao sentidos imediatamente, nem são percebidos pela maioria das pessoas como um ataque direto aos seus direitos e interesses individuais. Eventual “despertar” virá em primeiro da degradação da economia e, se parofundará com a PEC 287 (Previdência) e com a PEC da reforma trabalhista quando for apresentada. Esses são fatores que alcançam os indíviduos diretamente e são percebidos como ataques aos seus interesses pessoais.

      Por mais que se tente manipular informação ou criar grupos de apoio por ardis e manobras, os efeitos na estabilidade das forças que ora sustentam o poder se farão sentir com intensidade, e em breve. Aliás, ontem na sessão do plenário da Câmara de Deputados, dissenções na base do governo sobre esses temas já se constataram. Por mais que desprezem o eleitor e sua capacidade de análise crítica e de retaliação contra quem voto sobre seus interesses, há aqueles que, mesmo atrelados ao atual governo e as forças que o amparam, se perguntarão como irão se apresentar frente a um eleitorado surrupiado de seus direitos, emprego, renda e pecúlio nas póximas eleições. A temperatura nas ruas vai subir e, quando “coxinhas” e “mortadelas” se virem no mesmo barco, o caldo vai entornar.

      A esperança, tênue, é que personagens da política, aqueles com maior lucidez e bom senso, poucos e escassos, busquem o consenso e o caminho para reconduzir o País ao rumo perdido e evitem a catástrofe eminente e, nas condições atuais, indevitáveis.

       

    2. Eu creio que o regente seria

      Eu creio que o regente seria o mesmo dos anos 60, regravando essa novela horrível, sem se prender totalmente ao enredo original (forças armadas) mas com o mesmo propósito. Cai Dilma, cai Maduro, cai Kirchner, cai Lugo (ainda falta Morales e mais alguns) para entrar em cena os entreguistas traidores do país.

  3. Romero Jucá propos acordão e o supremo sucumbiu

    Os áudios dizem por sí. Está se cumprindo todas as etapas do acordão das elites como cada um : Moro, membros do STF, membros do MPF e líderes polítcos do PSDB e PMDB cumprindo seus papéis : tomar de assalto o poder e estancar a sangria .

    “Aos defensores do povo o rigor da lei ou se preciso for rasgar a lei.”

    Ás elites que a quinhentos anos dominaram o Brasil : Os favores da lei ou descumprimento da lei”.

    Eles não auentavam mais os treze anos de compartilhamento do poder.

    Essa elite está avisando que :se o povo quizer ser protagonista de seu destino tem que ir a guerra e fazer a revolta popular, pois, a elite não entrega nem os aneis, aliás , roubam dinheiro do cidadão pra comprar seus anéis.

  4. Mais uma afirmação de que a justiça é podre…

    Deram um jeito de que “o que não pode” “agora pode” .

    É a justiça criando exceções bizarras.

    O povo assiste as novelas da Globo e se acalma.

  5. O Marco Aurélio também saiu vitorioso nesse duelo institucional

    O que o Marco Aurélio queria não era que sua liminar fosse cumprida, mas forçar o Renan a manter intactos os abusos do Judiciário contra pretos, pobres, putas e petistas mas ganhando supersalários para fazer isso.

    O grande derrotado foi o povo brasileiro.

  6. A depender dos contextos, não

    A depender dos contextos, não é raro na dimensão política  a chantagem na forma explícita ou implícita dar uma chega para lá no diálogo aberto e franco. Na realidade, nessa arte ambas as formas são como faces da mesma moeda. 

    Nesse último episódio da série de horror que se tornou a vida nacional, ficou escancarado que até mesmo nas relações institucionais essa é a moeda de troca. Em concreto, a decisão do STF ontem foi, claramente, sobejamente, tomada sob a égide da chantagem política, e, quem sabe, até mesmo pessoal. 

    Renan Calheiros como pessoa e político não é tão valoroso assim. Sacrificá-lo seria normalíssimo. Aliás, sacrificar não seria o termo, mas enquadrá-lo. Uma coisa é pugnarmos pela independência e harmonia entre poderes, como arguiu esse comentarista ontem neste espaço; outra bem diferente é fazer desdém de uma ordem judicial, máxime partindo da instância máxima do Poder Judiciário. Por esse aspecto, o presidente do Senado poderia, e deveria, até mesmo ser preso. Pelo menos em tese, porque na prática isso dependeria do assentimento da Casa que preside. 

    Mas voltando a linha de raciocínio: a chantagem aludida, até por uma questão de lógica,  só poderia ter partido do MESMO ESQUEMA QUE ENGENDROU E CAPITANEOU O PROCESSO DO IMPEACHMENT. O Supremo foi chantageado e, seja por covardia, seja por mera conveniência política, ou ambas, se curvou. Claro que jamais os protagonistas, a começar pelo chefe do Executivo, o mais interessado na permanência do aliado na presidência do Senado, admitirão essa interferência. Mas que ela ocorreu, é um raciocínio aceitável. A lógica induz a isso. 

    Antes a governabilidade envolvia o Executivo e o Legislativo. Muito óbvio, porque necessário. Agora a novidade é a inclusão do Judiciário no processo. Qual a consequência mais prática e imediata disso? Ora, a coonestação de tudo que provir da Lava a Jato. Afinal, se há motivações “nobres” que se danem o resto. Dr, Moro a essas horas deve estar rindo para as paredes. 

    Não me causaria surpresa se o ministro Marco Aurélio de Mello renunciasse à título de aposentadoria. A não ser que ache irrelevante um ministro do Supremo ser desmoralizado da forma que ele foi. Pior: uma desmoralização chancelada por seus próprios pares, chegando um, inclusive, ao ponto de chamá-lo de doido e pedir seu impeachment. Suas iniciais: Gilmar Mendes. Num próximo encontro entre ambos, guardem facas, giletes, grampos e similares que estiverem à mão. 

    Há dois dias defendi enfaticamente o respeito à Constituição e ao Senado, não ao político Renan Calheiros, um das estrelas da camarilha que encabeçou a destituição de uma presidente legitimamente eleita. Um lidimo representante do que há de PIOR na política brasileira. Defendi, e continuo defendo, o Poder Legislativo como o Poder por excelência dado que é o único com interface com o povo. 

    1. Basta lermos os jornalões

      Basta lermos os jornalões conservadores para afiançarmos a tese de que existiu, sim, uma interlocução POLÍTICA entre o STF e o esquema de Poder atualmente loteando o Executivo. A possibilidade do PT, via presidência do Senado, sustar a tramitação da PEC 55 esteve no centro da questão. 

    2. Concordo com você em quase

      Concordo com você em quase tudo, mas não acho que exista a possibilidade do Ministro Marco Aurélio renunciar, pois acompanho um pouco do STF há algum tempo e sei que ele já passou por situações bem piores.

      Discordo de você quando diz que a novidade é a inclusão do judiciário na governabilidade.  Acho que sempre esteve, senão por ação, então por pura omissão.  Lembremos que até poucos anos o STF havia passado mais de 20 anos sem concluir qualquer processo penal, o que deu continuidade de poder a esses caciques mesmo após a ditadura, e talvez por conta justamente dos “laços” criados durante aquela ditadura.  E isso sem falar nos judiciários estaduais que da mesma maneira sempre deixaram prescrever processos dos caciques.  A coisa de uns três anos atrás, durante a tramitação de um projeto de lei para reajuste dos juízes e procuradores do MPU, soube que ambos possuem lobistas atuando em seus favores junto ao Congresso.  Quando penso em lobista, me vem à mente imediatamente alguém que leva uma proposta para negociar no Congresso, afinal sabemos que no mundo político “é dando que se recebe”.  Mas o que teriam juízes e procuradores a oferecer aos congressistas que pudesse fazê-los apoiar ou não determinadas leis?  Nesse episódio atual em discussão, o Renan tinha na manga um projeto que permite cassar os supersalários, inclusive no judiciário, além da PEC do corte de gastos de interesse do executivo.  Ora, bater de frente com ele seria bater de frente com todos os seus apoiadores que permaneceriam lá no Congresso mesmo após sua saída e que poderiam vir com tudo para cima do judiciário, por exemplo, com revogação da lei que dá 2 meses de férias para juízes, recesso de 18 dias no final do ano, corte de auxílios moradia, paletó e outros tantos, etc.  Portanto, creio que a cassação daquela liminar foi uma saída estratégica e negociada, bem no estilo ” eu coço suas costas e você coça as minhas” e não me surpreenderia se até o final de seu mandato o Renan esfriasse o projeto que cassa supersalários.

      1. Agradeço o contraditório.

        Agradeço o contraditório. Realmente, essa hipótese de renúncia é extrema, reconheço. Entretanto, estava visível ontem seu abatimento. Sou um expectador assíduo das sessões do Plenário do STF e apreendi bem as características, incluindo cacoetes, dos ministros. Por esse ângulo, o ministro Marco Aurélio sempre se distinguiu pelas ênfases(às vezes exageradas) nos seus votos, não raro recorrendo a ironias e tiradas de humor. 

  7. La Pasionaria…

    Pequena correção ao texto do Janio (com o qual concordo plenamente): a frase é “¡No pasarán!”, dita em discurso de Dolores Ibárruri (“La Pasionaria”) durante a resistência ao cerco de Madrid pelos fascistas.

  8. No meu entender, um homem da

    No meu entender, um homem da estatura de Marco Aurélio Mello, ressalvando seus enganos, pode ter se sentido abatido diante dos seus pares na votação de ontem em benefício de Renan, mas não entregará os pontos, Sempre achei que ser irônico é uma qualidade de seres inteligentes, destacados de uma maioria. Lá no STF MAM é dos que tem a faca afiada, e, pra mim, não vai deixar barato esse episódio pelo qqual ele saiu derrotado, tendo que ouvir juridiquêses e asneiras de todoa sorte. 

    Renan, por outro lado, não saiu ganhando nada propriamente, senão pelo fato de ter peitado uma ordem de um juiz da mais alta corte, mas também porque ele permanecerá como presidente do Senado apenas para que as pautas de Temer sejam aprovadas com a urgência demandada pelos donos do poder. Ficará por um tempo calado quanto ao episódio, mas não poderá calar a boca do juiz. Este vai voltar à cena, a qualquer momento, porque não tem papas na língua, sabe ser irônico, e saberá, do mesmo modo, voltar à tona, dessa feita com argumentos irrefutáveis para pôr Renan no seu devido lugar. Haverá revanche, com toda certeza. Creio nisso.

    Jânio de Freitas passou por cima da conversa, já divulgada, entre Carmem Lúcia e Temer, antes do julgamento fatídico. Tava tudo devidamente combinado.

    1. Renan saiu ganhando muito. Na

      Renan saiu ganhando muito. Na complexa e rica cultura politica do Norte-Nordeste demonstrou um valor que nessa cultura tem um peso extraordinario, a coragem e o prestigio. Peitou o Supremo e ganhou a parada. Não tem coisa mais valiosa

      para o centenario mundo politico coronelistico que ainda impera em boa parte do Brasil.

  9. Bananolândia, hexa-campeão do mundo

    Mas quando a Adidas faz uma logo com uma bunda encravada num coração representando o Brasil. esse bailarinos metidos a juristas se indignam

  10. Resta um

    Esfarelados quase todos os poderes, só há uma instituição que segue firme e forte, cada vez mais firme e forte: o poder econômico. E se antes se falava num abstrato e impessoal “capital”, agora já dá para nomear cada um de seus operadores, e o pior, nenhum deles é estrangeiro nato. Nunca antes na história do mundo tantas pessoas deixaram-se nortear por uma única ideia, uma única orientação: detonar com o que é público para que o privado se estabeleça. Mesmo – ou melhor, prinicipalmente – as pessoas que estão democráticamente eleitas ou nomeadas pelas regras das próprias instituições para cuidar da Política, salvo raras exceções, a estão estragando deliberadamente, sem um mínimo de pudor ou constrangimento. Como recuperar noções como honradez e espírito público acima de interesses pessoais e privados é o desafio. Poucos são como Requião, Gleise, Jorge Viana… Lula! Pouquíssima gente de larga envergadura moral.

    E o pior: dinheiro, todo mundo precisa, todo mundo gosta, todo mundo quer, quanto mais, melhor, e pouca gente é capaz de dizer “não, esse dinheiro eu não quero” ou ainda “não, isso não faço mesmo que com isso eu ganhe dinheiro”.

    Bem, além de dinheiro tem o poder político, também. Mas esse estão cuidando direitinho de transformar em destroços. O líder é o que a propaganda comercial diz que é, celebridades, BBBs e “políticos”.

    Que tempos… Como fomos deixar-nos afestar dessa maneira pelo poder econômico, né?

    1. Não creio que nos deixamos

      Não creio que nos deixamos afetar pelo poder econômico.  Isso sempre foi assim.  O poder econômico sempre decidiu nossas vidas, em todo o mundo, desde tempos pré-históricos.  O que se tem hoje é a sensação (vendida à classe média tradicional) de que isso começou agora, de 2003 pra cá.

  11. Se o papel da justiça é pacificar, a paz é fruto da justiça

    Se o papel do judiciário é pacificar e se a paz é fruto da justiça, então o $TF desempenhou com perfeição seu papel. Não haverá mais conflito entre o Marco Aurélio e o Renan Calheiros, pois os processos do Renan serão arquivados ou, caso contrário, ele será absolvido, enquanto o Marco Aurélio e a curriola do Judiciário continuarão recebendo supersalários para cometer abusos contra pretos, pobres, putas e petistas.

    Suum cuique tribuere

  12. 2 coisas com tudo isso…

    1) O governo passo recibo que CAI, de imediato, se lhe tirarem as presidencias da camara e/ou senado… O governo É as duas casas.

    2) Um ministro (EM FUNÇÃO) do STF (do SUPREMO TRIBUNAL FEERAL DA REPUBLICA DO BRASIL) sugeriu a um SENADOR DA REPUBLICA (Presidente da casa) que este NAO RECEBESSE um OFICIAL DE JUSTIÇA DA REPUBLICA DO BRASIL. 

    Nao obstante ao absurdo que isto seja, por que esta gravacao de telefonema nao pode ser,  tambem, divulgada no JN???

    PS: Nao tenho palavroes suficientes pra descrever o que penso agora…

  13. Difícil identificar as reais

    Difícil identificar as reais intenções de Marco Aurélio Mello quando concedeu a liminar. Queria atingir Gilmar Mendes ou o próprio Renan? Queria enterrar as ameaças da proposta que enquadra o judiciário? Ou, simplesmente ouviu o clamor popular da última manifestação “fora Renan”? Nunca saberemos… O certo é que os sacrifícios que serão impostos ao povo passará longe da casta de privilegiados que detêm o poder. 

     

    Se eu fosse deusA vida bem que melhoravaSe eu fosse deusDaria aos que não têm nada Eduardo Gudin

  14. Pelo contrário, quando um

    Pelo contrário, quando um tribunal é composto por criminosos é obrigação desobedecer tal tribunal. O tribunal só têm “poder” por causa do pacto social que TODOS concordaram em respeitar, e quando este tribunal decide rasgar o pacto social deixa de existir qualquer razão ou motivo para que o cidadão tenha que continuar obedecendo o tribunal.

    1. Quem rompe o Contrato Social.

      Acredita-se que um dos primeiros sinais que identificam a formação de uma sociedade civilizada é a demonstração da capacidade e determinação dos cidadãos que a constituem de respeitar os contratos celebrados, os mais diversos. Dentre todos os contratos, destaca-se o principal que celebra o pacto em torno do qual se consitui uma nação. Não é por acaso que esse pacto, o Contrato maior que estabelece as regras gerais que a sociedade, constituída sob os seus mandamentos, respeitará, é chamado de Constituição. Para que a sociedade caminhe e mantenha-se no rumo da civilização a Constituição prevê a composição de poderes independentes, dentre eles aquele que será composto por quadros de especialistas em Direito, organizados em níveis de atuação, nas diversas esferas em que a administração pública se organiza, cuja sustentação desse poder custa ao erário 1,8% do PIB. A finalidade da atuação desse poder é pacificar os conflitos que surgem no seio da sociedade, arbitrando-os em conformidade com os ditames das leis. Tudo muito bonito até que a instância mais alta desse poder resolve passar a atuar como um armazém de secos e molhados, onde pode-se obter, em troca de favores ou compensação pecuniária, os mais variados produtos, como habeas corpus, embargos de gaveta, acusações para servir a calúnias e difamações, sentenças condenatórias encomendadas baseadas em suposta “Literatura do Direito”, e tudo o mais que o freguês necessitar e possa oferecer boa compensação pelo produto que venha a obter. A partir desse exemplo, as instâncias mais inferiores, instaladas em rincões do território, passam a reivindicar o direito de também oferecer os seus produtos e angariar as compensações a que consideram ter direito, ao sabor do seu livre arbítrio. Destarte, daí, forma-se essa ZONA que estamos assistindo. (com o devido respeito às zonas que o merecem)

    2. Muito bem, Somebody. Como vc fala inglês, veja veja abaixo

      “It is my duty as a proletarian, deprived of all the rights of the city, to reject the competence of a court where only the privileged classes who are not my peers sit in judgment over me”. Louis-Auguste Blanqui, Defense Speech

  15. O medo da fôia

    e de seus colon_nistas é que pessoas do campo progressista também comecem, aqui e ali, a peitar a justiça, eles e nós sabemos que isso á quase uma impossibilidade pois o STFascista ou os juízes, mesmo os de 1ª instân_CIA do Condado Agrícola de Curitiba, mandarão baixar a porrada (literalmente)  na primeira pessoa “do lado de lá” que resolver afontá-los;  mesmo assim ficou evidente o medinho deles, não é só Jânio, um monte de “analistas” da midiona está alertando para esse “risco”.

    Essa mídia é tão canalha que incentivou e apoiou o golpe de estado que expulsou sumariamente, e sem crime comprovado, Dilma Roussef do Planalto, golpe esse que nos trouxe a essa estado de incertezas institucionais e quebras diárias de direitos arduamente adquiridos (como um salário dígno e uma aposentadoria sem atropelos econômicos), mas agora, a cada dia vendo que a merda que eles estimularam e defenderam poide fatalmente afetá-los também (nas tiranias é sabido que usualmente a imprensa livre é uma das primeiras vítimas), estão de certa forma querendo sair pela tangente. Sei bem caro Jânio, o que você e seus e suas coleguinhas jornazistas ficaram fazendo nos verões passados após 2003 e até Abril de 2016.

    1. João,

      Você está sendo injusto.

      O Jânio de Freitas sempre foi um dos pilares do jornalistas no Brasil. Tão ou mais independente que ele só o Nassif e mais uns poucos.

      Inclua o Jânio fora dessa turma de jornazistas (muito bom o termo). 

    2. Janio preciso como sempre!!!!

      João,

       

      O Janio de Freitas está onde sempre esteve! 

      A favor da liberdade, da democracia, da lei.

      Quem mudou foram muitos dos colegas dele.

      Ele não tem culpa! É uma questão de carater, de principios!

       

  16. Vou reproduzir o cenário, pois o achei lindo

    É nesse cenário que o governo tentará convencer quem tem menos de 50 anos a trabalhar até morrer, se conseguir emprego.

    Finalmente temos um jornalista no PIG

  17. Crise institucional ou ópera bufa?

    Esta nais claro do que a luz do sol de verão que o $TF aceitou o que o Renan fez e liberou ele porque o objetivo da maioria do Congresso, do executivo golpista e do judiciário é o mesmo: passar de qualquer forma as medidas que ferram mais ainda com a vida dos trabalhadores e atender as demandas do patrão deles todos, o tal ‘mercado’. Acho que pode haver disputa de poder, mas certos intere$$e$ falam mais alto e na hora de destruir a vida da maioria da população todos eles estão do mesmo lado (contra nós).

  18. O Lula é safo, o Marco Aurélio é safado

    Não fosse essa liminar de bosta desse ministro safado mas que disse que o Lula é safo, o Projeto de Lei de Abuso de Autoridade teria sido aprovado no Senado. Depois seria aprovado o fim da farra salarial do Judiciário.

    Você acha que um sujeito safado como o ministro Marco Aurélio não sabia que sua liminar não seria cumprida pelo poderoso chefão do Senado Renan? O Ministros se disse traído. Foi traído por quem? Pelo Gilmar Mendes e por todos os demais que votaram a favor do Renan voltar ao posto do qual não saiu? Pela Carnen Lúcia? Me poupe.

    Esse Marco Aurélio é um safadão de mãos cheias, tanto quanto o Gilmar e os demais (tem exceções, pois toda generalização é burra) supremos bandidos togados. Estou sem tempo de analisar a(s) exceção(ões). Desculpa, Ricardo e talvez desculpa, Barroso;

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