Ruralista que matou agente da PF é condenado a 34 anos de prisão

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Jornal GGN – Após longo julgamento, decisão do júri em Curitiba (PR) condenou o ruralista Alessandro Meneghel a 34 anos e seis meses de prisão pelo assassinato de Alexandre Drummond Barbosa, agente da Polícia Federal, ocorrido em 2012. 
 
O crime ocorreu em frente a uma casa noturna na cidade de Cascavel. Após um desentendimento, o agente da PF foi morto com mais de 40 tiros. Ex-presidente da Sociedade Rural do Oeste, Meneghel havia lançado sua pré-candidatura para deputado estadual pelo DEM em 2012, tendo o apoio do hoje governador Beto Richa (PSDB). 
 
A defesa de Meneghel adotou diversas estratégias para protelar o julgamento e a condenação, até mesmo provocando os promotores para obter reações que cancelassem o júri. O local do julgamento  foi transferido para Curitiba para evitar uma possível pressão por parte da família de Meneghel sobre testemunhas.

 
 
Do CGN
 
Meneghel é condenado a 34 anos e seis meses
 
Após cerca de 30 horas de júri popular, Alessandro Meneghel foi condenado a 34 anos e seis meses de reclusão pela morte do Policial Federal Alexandre Drummond Barbosa, em 2012. A decisão do júri foi definida na madrugada desta quinta-feira (23), em Curitiba e proferida pelo juiz Thiago Flôres Carvalho depois das 3 horas.
 
O julgamento foi longo. No primeiro dia foram cerca de 14 horas ouvindo testemunhas, presencialmente ou por videoconferência. Como um cabo de guerra, defesa e acusação buscaram traçar um perfil da vítima e do réu.
 
Houve momentos de emoção por parte da família da vítima e de tensão entre juiz, ministério público e advogado. O juiz teve que ser firme para manter a ordem diante de ânimos exaltados.
 
Ao longa da exposição foram muitas questões técnicas. A imagem do crime foi reprisada e analisada à exaustão, com informações de peritos, inclusive contratados para tentar comprovar qual foi a dinâmica do ocorrido.
 
No segundo dia a oitiva de Meneghel, que começou por volta das 10h30, só foi concluída no final da tarde. Descontados os intervalos. Meneghel foi ouvido e questionado por cerca de seis horas. Neste período ele se emocionou e ficou irritado muitas vezes, mas não deixou de prestar os esclarecimentos.
 
Neste segundo dia de julgamento, réu, defesa, acusação, jurados e juiz permaneceram mais de 17 horas debatendo o futuro do ruralista.
 
Argumentos da acusação
 
A promotoria apresentou Meneghel como um homem impulsivo e com grande histórico no setor policial.Acusações da ex-esposa e a filha foram resgatadas. Para a acusação Meneghel saiu aquele dia para caçar, buscou armas e até um cão e voltou com a intenção de matar o policial.
 
A violência do crime foi detalhada: ossos quebrados, muito sangue, muitos disparos. Tudo para convencer os jurados de que o policial foi vítima de um crime cruel.
 
Histórico
 
O crime ocorrido em frente a mais tradicional casa noturna de Cascavel ocorreu em abril de 2012. Meneghel é de uma família tradicional de ruralistas, chegou a ser candidato a deputado e sempre se envolveu em polêmica, especialmente ligadas aos assuntos agrários. O policial federal morto tinha 36 anos e o caso gerou grande comoção na categoria.
 
Meneghel foi preso na mesma madrugada e ficou por mais de três anos na cadeia. Durante este tempo foi protagonista da sangrenta rebelião na PEC, posto como uma espécie de porta-voz nas negociações. Ele foi liberado para prisão domiciliar em julho de 2015, com uso de tornozeleira.
 
O próprio júri foi muito polêmico. O local foi transferido para Curitiba para evitar uma possível pressão por parte da família do réu sobre testemunhas. Defendido pelo famoso e polêmico Cláudio Dalledone Junior, foram várias estratégias para adiar o júri. Um julgamento ocorrido em março do ano passado foi totalmente anulado quando se aproximava do final e Dalledone deixou o júri. Foram várias idas e vindas, acusações de coação, datas para o júri remarcadas. Até que Meneghel, aos 50 anos, foi julgado e condenado.
 
Sentença
 
Depois da decisão do juiz os promotores choraram. Compuseram o corpo de jurados cinco mulheres e dois homens. O ruralista teve prisão domiciliar revogada e teve a prisão preventiva decretada. Considerando a idade que Meneghel tem hoje e o tempo já cumprido, ele terá cerca de 80 anos quando terminar de cumprir a pena. 
 
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Redação

5 Comentários

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    1. OS MANDANTES ERAM DO PSDB, DO PSDB NÃO VAI PRESO.

      Alguém do PSDB vai preso nesta justiça brasileira, só se for para MIAMI ou DUBAI…. PSDB é inimputavel….

      1. Auditores fiscais do Trabalho pedem prisão dos mandantes

        São 13 anos de espera. Em artigo de dias atrás o G1 noticiou o protesto dos auditores, mas sem citar que o mandante é tucano, claro…A Globo saber proteger seu rebanho de golpistas e assassinos

        Auditores fiscais do Trabalho pedem prisão dos mandantes da Chacina de Unaí

         

        http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2016-01/auditores-fiscais-do-trabalho-pedem-prisao-dos-mandantes-da-chacina

    2. Correção, eram Auditores-Fiscais do Ministério do Trabalho.

      Os assassinados na tocaia não eram da Justiça do Trabalho, eram 3 Auditores-Fiscais do Ministério do Trabalho e um motorista do mesmo Ministério. Mas como o mandante é do PSDB, fica tudo por isso mesmo…..

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