Sabesp vai aumentar tarifa de água da classe média e reduzir cobrança da indústria

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Divulgação

Jornal GGN – A Folha de S. Paulo publicou nesta segunda (3) que após superar a crise do Sistema Cantareira, a Sabesp bateu recorde de lucro e, agora, desenvolve uma nova “estrutura tarifária” com base em quem pode mais, paga mais; quem pode menos, paga menos. Só que indústrias e prédios públicos teerão algumas benesses nesse cenário.

Segundo o presidente da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo, Jerson Kelman, há hoje cerca de 300 mil moradias no Estado que pagam a chamada tarifa social de água (R$ 15), quando este número poderia chegar a 1 milhão. Para isso, alguém precisa pagar mais caro. E, na visão da Sabesp, é a “classe média” que precisa fazer esse sacrifício.

“É absurdo que eu, morando em um flat, pague R$ 44 de água. Para a classe média, o custo da conta de água é muito baixo. Mas não é baixo para as famílias carentes”, disse.

E continuou: “De maneira geral, no Brasil, a tarifa é baixa se comparada à de primeiro mundo. A velocidade com que queremos avançar ao padrão de primeiro mundo, no padrão suíço, depende da população. Os suíços pagam mais. Interessa a todos dar condições à Sabesp para que ela preste melhores serviços e, ao mesmo tempo, possa exigir isso dela. A classe média não pode ir para Paris e dizer querer que São Paulo seja igual a Paris, ou Londres, sem querer se comportar como parisiense e londrino.”

O dirigente foi além: afirmou que não é justo que a classe média pague menos pela água do que “indústria e prédios públicos”. “A ideia é diminuir a distância entre esses dois setores.”

Kelman explicou que a classe média recebe um “subsídio”, na prática, que deve ser revisto porque a indústria está pagando “quase oito vezes mais” pela água. Ou seja, nessa reestruturação da tarifa, não é viável cobrar mais da indústria, que já vive um “situação perversa” no quesito tarifário.

“Isso é uma questão de pacto social, que passa por impostos. A sociedade brasileira não quer aumentar a diferença de classes, viver ilhada em fortalezas cercadas de grades. Queremos que nossos filhos e netos cresçam numa sociedade mais harmônica. Não estou querendo penalizar a classe média. Estou apenas dizendo que, se ela quiser, podemos ir mais rápido nos investimentos. Não quero impor”, ponderou.

A reportagem ainda apontou que com a crise, a Sabesp conseguiu fazer a população mudar de hábito e, hoje, reduziu a produção em 15% no volume de água. Isso significa queda de receita mas, de acordo com o presidente da companhia, não há preocupação porque essa redução significa “segurança hídrica”.

“Claro que [vender menos água] afeta a receita, mas tem que hierarquizar os temas. Na contradição entre faturamento e segurança hídrica, não tem dúvida nenhuma de que nossa prioridade é a segurança hídrica.”

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

11 Comentários

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  1. vai ser demitido/ exonerado

    vai ser demitido/exonerado……………

    onde já seu viu isso???

    numa gestão tucana, inadmissível, fora com este komunista!!!

  2. E os coxinhas, o que acham disso?

    Prezados,

    É irônico e saboroso ver os INCLAMEs receberem como retribuição pelas passeatas em favor do golpe, aumentos de impostos e tarifas. Jerson Kelman até que tenta seduzir a ‘massa cheirosa da tucanhêde a cia.’ com argumentos supostamente técnicos e com fundamentação social. Pura cascata. A SABESP, assim como empresas de energia e saneamento administradas pelo tucanato (COPASA, CEMIG na era tucana, dentre várias outras) se transformaram em S/As , com ações negociadas em bolsa, inclusive no exterior. De empresas estatais ou públicas que eram, elas passaram a atuar comobjetivo de gerar dividendos para os acionistas, sobretudo os estrangeiros. 

    Portanto, essa tentativa de Jerson Kelman em dourar a pílula só engana os trouxas, os incautos, os ingênuos, os mal informados,os de má índole e o de má-fé. Jerson Kelman pratica aquilo que o jornalista conservador José Paulo de Andrade chama de TUCANAGEM. Precisa traduzir, caro leitor?

  3. Hahahaha!

    Hahahaha!

    A fascistada e a trouxinhada do Tucanistão deve estar achando très chic, hahaha!

    Bate com a panela na cabeça, hahahaha!

  4. Coxinha ainda vai dizer que

    Coxinha ainda vai dizer que “paga com gosto” esse aumento, pois a água é muito boa.

    Será o mesmo discurso dos coxinhas que “pagam com gosto” os pedágios estratosféricos das “melhores estradas da galáxia” que estão em SP.

    Se não disserem isso, dirão que é tudo culpa da Dilma, do Lula e do PT.

  5. quem vai pagar o pato??

    qua qua qua qua… merecem pagar mais caro para garantir o desconto para a industria! aliás já acostumaram a viver sem água, não muda muito o quadro.

  6. Não tem medidores de água? É
    Não tem medidores de água? É sempre a mesma história. Nem oferecem água direito e ainda querem cobrar mais por isso, sem nenhuma justificativa plausível. Kkkkk

  7. sabesp….

    Sabesp está fazendo o projeto da Privataria. Apesar da tragédia da falta de água em São Paulo, voltou a dar bilhões em lucro,. Os acionistas em NY estão dando pulos de alegria. O seu direito, a sua cidadania, a sua segurança enriquecendo especuladores. E anti-capitalistas tupiniquins. Afinal ninguém é de ferro. E você acha qie nestes 30 anos onde está a aposentadoria da centro esquerda que esteve no poder todo este tempo? E agora mais aumento de receita e mais pagamento de dividendos. E os investimentos? Só com dinheiro de impostos. Que grande negócio para você eu este do governo tucano? Parabéns para quem acreditou.   

  8. Contra as desigualdades sociais, o aumento tarifário tucano
    Nassif, a era da pós-verdade chega ao clímax em São Paulo. Sob o pretexto de custear 300 mil ligações de água que pagam uma tarifa de R$ 15,00, o diretor-presidente da Sabesp anuncia um pesado reajuste para os outros oito milhões de hidrômetros ou ligações domiciliares de água, manipulando descaradamente a realidade ao dizer que “quem pode mais, paga mais”- quando na verdade o certo é “quem gasta mais, paga mais”, dentro de políticas de recursos hídricos internacionais que cobram mais dos consumidores hidro-intensivos – a indústria, principalmente – para diminuir a tarifa dos consumidores residenciais. Jerson Kelman, esse diretor-presidente que entre 2010 e 2012 teria beneficiado o doleiro Alberto Yossef e o ex-ministro colorido Pedro Paulo Leoni, segundo a Operação Lava-Jato, atuando como presidente da Light carioca (crime que ele imputa ao conselho de acionistas da empresa que dirigia), mais parece um Che Guevara em Sierra Maestra ao admoestar uma “classe média” que a seu ver vive viajando para Paris e Londres mas não quer se comportar como parisiense e londrina antes de exigir que São Paulo se torne igual àquelas capitais. Em outras palavras, transforma os 26 milhões de paulistas servidos pela Sabesp em milionários cidadãos do mundo, sem especificar se os outros 18,8 milhões de habitantes do estado também vivem nessa ponte-aérea para a França e Inglaterra. Na hora de defender apaixonadamente o consumidor industrial que paga até oito vezes mais pela água, omite o essencial, qual seja, que o mesmo consome a maior parte de um líquido captado e distribuído à expensa de quem não é acionista ou beneficiário dos lucros da iniciativa privada, o contribuinte. Com essa linha de argumentação, defende a própria empresa que dirige, a Sabesp, que ao desperdiçar entre 30 e 40% da água que capta (em vazamentos decorrentes da falta de manutenção de suas redes de distribuição, já que antes de ser privatizada em 49,7% em 2002, a Sabesp promoveu a demissão massiva dos operários que cuidavam de seus 67 mil quilômetros de rede distribuidora) é a principal “consumidora” do produto que comercializa, através de desperdícios gigantescos que em momento algum empanaram a imagem de quem a privatizou em nome da “excelência da gestão privada e do fim dos prejuízos ao erário e bolso do contribuinte”, aquele vice-governador Geraldo Alckmin empossado no lugar do governador eleito, Mário Covas, que se afastou para tratar um câncer em janeiro de 2001 e deixou o vice em seu lugar até 2002, quando Alckmin foi reeleito para mais quatro anos de mandato, dando continuidade ao Programa de Despoluição do Tietê, que, iniciado em 1990 pelo governador peemedebista Luiz Antônio Fleury e seu vice Aloysio Nunes, consumiu algo em torno de oito bilhões de dólares (três vezes mais que a França gastou para despoluir o Tâmisa) para deixá-lo tão poluído como era antes. Kelman, entretanto, prefere imputar a esse mesmo contribuinte e usuário a pecha de “subsidiado”, por não pagar tanto quanto os maiores consumidores pagam, sem entrar no mérito do malogro da privatização da Sabesp e de uma despoluição que, se tivesse ocorrido, teria livrado São Paulo do colapso hídrico de 2014 – uma vez que os 33 metros cúbicos de esgotos por segundo do Tietê poderiam ser usados como a vazão salvadora de água limpa naquele período de estiagem aguda. Prefere retomar a pregação de centro-esquerda que viabilizou trinta anos de gestão neoliberal, ao argumentar que o aumento tarifário trará o fim das desigualdades sociais ou das diferenças de classes, com a desoneração do pobre setor industrial e, talvez, a substituição do tucano pelo pato da Fiesp como efígie preferida do eleitorado. Em síntese, se houver realmente essa equiparação tarifária dos hidro-intensivos com os pequenos consumidores residenciais, Kelman/Alckmin poderão ser considerados patronos do desenvolvimento sustentável dos acionistas da Sabesp na Bolsa de Valores de NY e SP, por darem aos paulistas a oportunidade de usufruir de uma água tão cara quanto a Perrier em suas torneiras, apesar de ser considerada indutora de câncer e outros males, tamanha a quantidade de cloro utilizada em seu tratamento, mais para evitar o cheiro e gosto do esgoto que nela se infiltra nos vazamentos do que pelos padrões de potabilidade daqui ou de Londres e Paris.

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