“Se a gente afastar Dilma, Temer é blindado, ninguém o pega mais”, diz Lindbergh

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O senador Lindbergh Farias (PT) disse nesta quinta (25), durante sessão final do julgamento do impeachment de Dilma Rousseff, que se a presidente eleita for afastada em caráter definitivo, o interino Michel Temer (PMDB) ganhará imunidade processual e não poderá ser investigado pela Operação Lava Jato enquanto ocupar a presidência da República.

“Se a gente afastar Dilma, Temer é blindado, ninguém o pega mais”, disparou o senador. Lindbergh despertou a revolta de senadores aliados ao governo quando disse, na tribuna, que o governo Temer quer acelerar a conclusão do processo do impeachment porque tem medo de delações. “Se Eduardo Cunha abrir a boca, Temer cai”, pontuou, sob protestos de governistas.

Segundo Lindbergh, Temer usa a presidência da República e seu posto de comando dentro do PMDB para atrapalhar investigações da Lava Jato. Por isso, o senador pediu à Procuradoria Geral da República, capitaneada por Rodrigo Janot, para que Temer seja afastado do cargo que ocupa interinamente e que o impeachment seja suspenso até que o procurador-geral decisa sobre o pedido.

“Estamos blindando um presidente interino que foi citado várias vezes [na Lava Jato], e tem de ser investigado. Por isso, entramos com representação à PGR pedindo o afastamento de Temer da Presidência [para não obstruir as investigações]. Foi o mesmo argumento usado pelo Supremo para afastar Cunha da Câmara”, comentou o petista.

Em defesa de Temer, o senador Aloysio Nunes (PSDB) disse que “além de repelir infâmias, Lindberghg faz manifestação que nada tem a ver com o caso do impeachment. Talvez tenha, porque querem blindar Dilma das invesigtações que tem contra ela na Lava Jato.” Para o tucano, os aliados da presidente afastada usam manobras para adiar o julgamento. “Isso se chama chicana.”

Magno Malta (PR) minimizou as citações a Temer na Lava Jato. “Se gravação valesse alguma coisa, Mercadante tinha que estar preso. Se valesse alguma coisa, e a gravação de Dilma com Lula? E Lula atacando o Supremo, dizendo que lá não tinha homem?”

A senadora Gleisi Hoffmann usou a palavra para dizer que “não aguenta mais” ouvir de senadores governistas que a defesa de Dilma faz “chicana” apresentando questões de ordem. Ela partiu para o ataque, perguntando quem ali na Casa tinha “moral” para julgar Dilma. “Metade aqui não tem”, disparou, sob protestos. Lewandowski teve de suspender a sessão.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. Jogando a toalha…

    Acompanhei todo esse processo, sessão a sessão da Câmara e depois as do Senado, do STF etc… Foram meses aguentando muitos senadores pregando moral de cuecas, agredindo os colegas que defendem a presidente, usando de machismo contra Vanessa, Gleisi e Fátima Bezerra…enfim, um circo de horrores ! Hoje, joguei a toalha. Não há estrutura emocional que dê conta de suportar esse julgamento. Desculpe, presidente Dilma, mas não vou conseguir ver a senhora diante desse tribunal feito de oportunistas e hipócritas.

  2. Pois é exatamente por esse

    Pois é exatamente por esse motivo que eles votarão pela deposição da Presidente eleita, o objetivo é justamente a blindagem de todos os canalhas.

  3. Viva a canalhice! Viva o

    Viva a canalhice! Viva o grande Porto Rico em que o Brasil vai se transformar! Viva a desordem e o retrocesso! Vivam os bandidos inocentados e os inocentes condenados! Viva a destruição dos adversários e o empoderamento dos amigos! Este é o Brasil do futuro, após atravessar a ponte.

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