Selic cai para 9,25% e chega ao menor nível desde 2013

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
 
Jornal GGN – Nesta quarta-feira (26), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu os juros básicos da economia, a taxa Selic, de 10,25% para 9,25% ao ano.
 
Este é o sétimo corte consecutivo na Selic e é a primeira vez que ela fica abaixo de 10% em quase quatros anos, desde 2013. A decisão confirmou a expectativa dos analistas do mercado financeiro, com o BC mantendo o ritmo de redução de um ponto percentual. 
 
Os economistas acreditam que há espaço para mais cortes e e que a Selic chegará a 8% no final do ano, ficando neste nível até 2021. 
 
Por meio de nota, o BC disse que a manutenção deste ritmo de corte de juros vai depender da “permanência das condições descritas no cenário básico do Copom e de estimativas da extensão do ciclo”.

 
“O ritmo de flexibilização continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação”, afirmou o Banco Central, que pontuou que suas projeções de inflação recuaram para em torno de 3,6% para 2017 e 4,3% para 2018.
 
Com a queda da Selic para 9,25%, o Brasil saiu do segundo para o terceiro lugar no ranking mundial de juros reais, baseado na inflação prevista para os próximos doze meses. 
 
A taxa real do país é de 3,71%, ficando atrás da Rússia, com juros reais de 4,59% ao ano, e da Turquia, de 3,93%. 
 
Repercussão
 
O presidente Michel Temer comemorou a redução da Selic e afirmou que ela “incentiva investimentos produtivos que geram mais empregos”. Moreira Franco, ministro de Temer, também celebrou o corte e disse que a “recuperação da economia é crescente e não vai parar”. 
 
Já Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, afirmou que o BC está reduzindo a taxa “muito mais devagar do que poderia”. “O BC está com a preocupação errada; a inflação está sob controle. O que o Brasil precisa, no momento, é retomar o crescimento e gerar novos empregos. E isso só vai acontecer com juros mais baixos”, afirmou.
 
Robson de Andrade, presidente  da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), disse que a “decisão do Banco Central diminui a diferença entre as taxas de juros nominal e real da economia”, favorecendo a recuperação das condições financeiras das famílias, “essencial para a recuperação da atividade e do emprego”.
 
Andrade voltou a defender a ideia de que as “reformas estruturais”, como a da Previdência, “são fundamentais para o equilíbrio das contas públicas e a consolidação do crescimento sustentável”.
 
Bancos
 
Após o anúncio da decisão do Copom, bancos divulgaram comunicados com o corte das taxas nas linhas de crédito para o consumidor, em uma estratégia de comunicação adotada desde janeiro. 
 
O Bradesco disse que vai repassar o corte para suas principais linhas de crédito, mas não especificou quais linhas serão beneficiadas e o tamanho dos cortes. 
 
O Itaú afirmou que repassará “integralmente” o corte de 1% da Selic, reduzindo as taxas de empréstimo pessoal, cheque pessoal e nas linhas de capital de giro para empresas, sem divulgar o valor das novas taxas. 
 
O Banco do Brasil reduziu as taxas do crédito imobiliário, cheque especial e crédito direto ao consumidor (CDC). O Santader já havia anunciado cortes no cheque especial, crédito pessoal e financiamento de veículos na segunda-feira (24). 
 
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Redação

7 Comentários

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  1. Juros reais > 9,25% …

    … se temos deflação. E não me venha dizer que a inflação anual foi de 3% nos últimos 12 meses, porque quando se usa taxa de juros para controlar inflação, sempre mira a expectativa da inflação futura, nunca a passada.

    Chega de chamar a gente de palhaço dizendo que esses juros é para controlar a inflação. O impressinante é que não existe nenhum procurador da república para dar o tratamento de superfaturamento na gestão da dívida, preferindo ir dar palestras para o mercado financeiro.

  2. E daí ?
    Nenhuma taxa NA PONTA

    E daí ?

    Nenhuma taxa NA PONTA caiu, seja para capital de giro, médio e longo prazo ou cheque-especial. Nem financiamento imobiliário caiu.

    Vejam bem, há um ano a taxa selic estava em 14,25%, hoje está em 9,25% e NENHUMA taxa na ponta abaixou.

    O grande problema é oligopólio do sistema financeiro aonde 5 bancos dominam 90% do mercado.

    Outra grande problema, e que incrivelemnte, nem mesmo a esquerda toca é a grande INDEXAÇÃO  da economia brasileira.

    Esse sistema perverso de contratos indexados garante que se a economia tiver um soluço de recuperação a taxa selic aumenta no outro dia, pois como a inflação é indexada, ela aumenta também.

    Governo que não mexer no oligopólio do sistema financeiro, na indexação da inflação e nas castas de corporações com salários nababescos que hoje dominam o País, não fará cócegas nos problemas brasileiros.

     

    1. Só o povo salva, se levantar o traseiro da cadeira

      Hoje, nenhum governo consegue mexer no oligopólio do sistema financeiro, a não ser que houvesse uma ditadura muito bem armada para enfrentar as consequências. O Siriza quis enfrentar na Grécia e os próprios bancos internacionalizados provocaram uma corrida da população ao bancos que levaria ao colapso. O Siriza foi obrigado a recuar.

      Dilma quis enfrentar colocando a CEF e BB para concorrer com juros mais baixos e sofreu um processo de sabotagem econômica nunca visto antes.

      Só o povo salva e o jeito mais simples é boicotar a TROIKA Itau, Bradesco, Santender que governa de fato o Banco Central e o Tesouro Nacional. Migre a conta de preferencia para a CEF (100% estatal) ou BB. Eu sei que no governo Temer ambos estão nas dominados pela TROIKA, mas se o povo migrar em massa assusta a TROIKA e provoca mudanças, quebrando o plano de poder em curso do mercado.

  3. Só idiotas acreditam nesta “queda de Juros”

     

    Vamos ser sérios, aqui não estão representados nenhum colunista econômico da Globo, logo sem palhaçada!

    São duas coisas que interessam para a retomada da economia, os JUROS REAIS descontados a inflação e o JURO NA PONTA. Quanto aos juros reais com índices de deflação aparecendo aos poucos devido ao desastre econômico 9,25% para uma inflação aproximando-se de zero estamos com um juro real na melhor das hipóteses em torno de 5%, que para uma economia estagnada onde os industriais estão sofrendo pressão para baixar seus preços não causa nenhum efeito em retomada de investimentos. Por outro lado, caindo em 1% a taxa Selic o que pode acontecer para as famílias, o juro no cartão de crédito que aumentou no mês passado de 377,9% para 378% pode cair para o quê? 375%? Claro com toda esta dinheirama que os utilizadores de cartão de crédito com crédito rotativo vão se esbaldar, por exemplo, se pagavam R$500,00 por mês vão pagar o que R$498,00, imensa folga, vão poder gastar mais dois reais por mês.

    Não sei o que vai na cabeça destes imbecis como Meirelles e Cia, estão querendo explodir o país?

  4. BC com sinais de desespero

    Quando o Banco central baixa 1% na selic em uma única reunião do Copom, isto significa sinais de desespero. Eles tem abaixado abaixado a selic, e a economia não reage, pelo contrário, continua em queda livre.

    Estão desfazendo muitas coisas erradas que fizeram, como subir os juros da Selic, mas não basta isto para reativar a economia. Teriam de desfazer tudo o que fizeram de errado, como por exemplo revogar a PEC do corte dos gastos, e outras asneiras que nem podem ser desfeitas, como a quebra das maiores construtoras do país . E mesmo assim, mesmo que pudessem desfazer todos os erros que os reaças fizeram, a economia demoraria anos para se recuperar, pois confiança de investidor perdida não volta assim de um dia para o outro. O Brasil está com uma péssima imagem diante do mundo.

    O medo maior do pessoal do mercado é chegar a 2018, quando haverão eleições e apresentar para os eleitores um país destruído, arrasado  e arruinado pela equipe do Meireles que seria o garoto propaganda dos tucanos.  Este receio deles caminha para se tornar realidade, mesmo abaixando os juros em alta velocidade.

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