Senado define posição sobre Venezuela

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Foto Roque de Sá/Agência Senado

Jornal GGN – Amanhã, terça-feira, dia 15, o Senado definirá sua posição sobre a crise na Venezuela em sessão deliberativa. Na pauta, dois requerimentos abordando os acontecimentos no país: um de Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que quer voto de censura ao presidente Nicolas Maduro, e outro de Jorge Viana (PT-AC) já aprovado na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), pedindo a criação de comissão externa a ser presidida por Fernando Collor (PTC-AC), presidente do colegiado, que iria ao país vizinho em “missão de bons ofícios”, oferecendo ajuda no restabelecimento de vias de diálogo entre governo e oposição.

A crise na Venezuela aprofundou-se quando Maduro perdeu as eleições legislativas e convocou nova constituinte. A oposição boicotou e os protestos, violentos, já resultaram em mais de 100 mortes nos dois lados da contenda. Alguns líderes oposicionistas estão presos. O governo brasileiro agiu para suspender o país do bloco do Mercosul, com base na cláusula democrática.

Ferraço entende que o governo Maduro opera ilegalmente na prisão de opositores. Para ele, é uma ruptura da ordem constitucional a retirada de poderes da Assembleia Nacional, com maioria oposicionista ao presidente venezuelano, em detrimento da nova Assembleia Constituinte.

O senador do PSDB também aborda o aprofundamento da crise econômica apontando um estudo do FMI, que mostra queda do produto interno bruto da Venezuela de 30% desde 2014, além do quadro de hiperinflação.

“A inflação deve ultrapassar 1.000% em 2017, além de outros problemas, como desabastecimento de remédios e alimentos. O desemprego dispara, e milhares de venezuelanos já buscam refúgio em outros países, causando problemas humanitários”, disse ele, citando a situação dos venezuelanos que têm fugido para o estado de Roraima.

E também aponta que a União Europeia, os Estados Unidos e diversas nações já se manifestaram contra o atual processo constituinte.

No caso da comissão aprovada pela CRE, o intuito, segundo Viana, seria a busca de soluções. O Senado, em missão de diplomacia parlamentar, se colocaria à disposição para estabelecer um diálogo com as forças políticas venezuelanas, sem distinções ideológicas.

O requerimento foi aprovado no último dia 3, e Jorge Viana declarou que o Brasil não poderia assistir ao agravamento da crise política e econômica da Venezuela “de braços cruzados”.

“Acho que a situação tem se agravado muito, e talvez o país esteja próximo de uma guerra civil. Não há mais nenhum entendimento, diálogo ou tolerância entre as forças políticas”, disse Viana, afirmando que o aumento de violência e da tensão na Venezuela não interessa à América do Sul.

Viana e Collor entendem que, caso a comissão seja criada, terá de manter contatos prévios com o Itamaraty, com o governo Maduro e com a oposição, “para saber se desejam de alguma maneira a nossa atuação”.

Collor também afirmou que o Senado terá que optar entre o requerimento da CRE, da criação de comissão externa, ou o de Ferraço, pelo voto de censura ao governo Maduro. “Como poderemos ir à Venezuela numa missão de bons ofícios, caso também seja aprovado um voto de censura? Será uma discrepância de atitudes, uma contradição”, disse Collor.

Com Agência Senado

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

2 Comentários

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  1. Esse ferraço é um capacho,

    Esse ferraço é um capacho, reacionário, e entreguista. Na verdade, o desejo desses canalhas tucanos, é pela intervenção dos norte-americanos na Venezuela. Quando aproveitariam para se posicionar de quatro, entregando o que resta de Brasil, para repasto dos rapazes de Washington. 

    Orlando

  2. Que impostura.
    Ferraço propor

    Que impostura.

    Ferraço propor moção contra o governo da Venezuela é o cúmulo do cinismo nacional. É um GOLPISTA!

    FC representar o Brasil é outra, ele deveria estar é preso.

    Deveriamos como nação “soberana” indicar um negociador a altura do governo Venezuelano, por exemplo, o Ex-ministro das relações exteriores Celso Amorim.

    Mas, considerando o momento atual, estaremos representados tal como somos. GOLPISTAS.

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