Standard & Poor’s mantém grau de investimento do Brasil

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – A agência de classificação de risco Standard & Poor’s informou nesta terça-feira (28) que manteve a nota de crédito em moeda estrangeira do Brasil no longo prazo em BBB-. Assim, o país manteve o chamado grau de investimento (e considerado seguro para os investidores). Entretanto, a agência revisou a perspectiva da nota para negativa. 
 
De acordo com o comunicado divulgado ao mercado, a agência de classificação de risco apontou “uma correção significativa de política durante o segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff”, mas, mesmo assim, “o Brasil enfrenta circunstâncias políticas e econômicas desafiadoras”. A Standard & Poor’s destaca que as investigações de corrupção, envolvendo políticos e empresas, estão impactando a perspectiva fiscal e econômica do país e colocando em risco a implementação efetiva das políticas de correção, particularmente no Congresso Nacional.
 
“Revisamos nossa perspectiva do Brasil para negativa para refletir o que acreditamos ser uma chance maior do que uma em três de que a correção de política irá, no futuro, enfrentar derrapagem, devido à dinâmica política fluida, e que o retorno para uma trajetória de crescimento mais firme levará mais tempo do que o esperado”, diz a agência de classificação de risco, ressaltando que os riscos de piora no Brasil desde 23 de março de 2015, quando os ratings da S&P foram reafirmados pela última vez. A economia brasileira apenas cresceu 0,1% ano passado e as últimas projeções dos economistas para este ano preveem contração de 1,76%, o pior resultado do país desde 1990. O próprio governo admite uma redução do crescimento de 1,49%.

 
A Standard & Poor’s decidiu manter a nota da dívida brasileira não só apesar da redução da meta fiscal, mas por considerar o aumento da influência do peso negativo sobre o cenário econômico e fiscal das investigações de corrupção que envolvem a Petrobras e que atingiram vários políticos e empresas. Ao revisar a perspectiva da nota brasileira para “negativa”, a agência admitiu que há uma elevada possibilidade de rebaixamento da qualificação, não só pela situação política e fiscal, mas também pela possibilidade de a economia demorar a recuperar a trajetória de crescimento. 
 
Segundo a agência, no curto prazo, a diminuição da coesão política no Congresso é um risco material, com possibilidade de a correção da política se mostrar ineficaz, e que a coalizão prejudicada na dinâmica entre o PT e o PMDB “havia diminuído sob a coordenação política do vice-presidente Michel Temer, mas reemergiu”. A Standard & Poor’s advertiu ainda que o Brasil enfrenta grandes desafios políticos e econômicos apesar do ajuste fiscal anunciado pela presidente Dilma Rousseff em janeiro, no início de seu segundo mandato, que representou “uma correção significativa”. 
 
Os investidores temem que algumas das grandes agências qualificadoras de risco retirem o Brasil da lista de países com “grau de investimento” após o anúncio de redução da meta de superávit fiscal deste ano de 1,1% do PIB para 0,15%. A Fitch Ratings já advertiu que pretende revisar a nota da dívida brasileira após esse anúncio, e a Moody’s, que também classifica o Brasil no nível mais baixo dos países com “grau de investimento”, ainda não se pronunciou. 
 
 
 
(com Agência Brasil e EFE)
 
 
 
 
Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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