STF autoriza inquérito contra Renan no caso Postalis

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Fabio Pozzebom/Agência Brasil
 
Jornal GGN – O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) tornou-se alvo do 17º inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) como desdobramento da Operação Lava Jato. A última investigação foi autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso no dia 9 de agosto, mas o sigilo só foi retirado na última quarta-feira (23).
 
O caso diz respeito às irregularidades apuradas no fundo de pensão dos servidores dos Correios, Postalis. Inicialmente sob a relatoria do ministro Edson Fachin, com os primeiros indícios levantados durante a Lava Jato, o caso foi redistribuído por não guardar relação com o esquema de corrupção na Petrobras.
 
A Procuradoria-Geral da República solicitou a abertura do inquérito e a retirada do segredo de Justiça, o que foi aceito pelo ministro Barroso, que concedeu 60 dias para a Polícia Federal (PF) realizar diligências.
 
Segundo os investigadores, o esquema tinha como operador o lobista Milton Lyra, apontado como pessoa próxima de Renan. Lyra criou empresas para emitir debêntures, que seriam integralmente adquiridas pelo fundo. O lobista e um sócio, Arthur Machado, teriam obtido R$ 570 milhões do Postalis de investimentos que “nunca saíram do papel”, segundo o Ministério Público Federal (MPF).
 
O lobista nega as acusações: “O empresário jamais teve qualquer tipo de negócio com o fundo Postalis e tampouco é verdadeira a afirmação de que ele seja gestor de ‘empresas de fachada’. Milton Lyra é o principal interessado na conclusão das investigações, para o que colabora integralmente no esclarecimento das falsas acusações, como essas, das quais tem sido vítima”, publicou em nota.
 
Da mesma forma, o ex-presidente do Senado afirma que essa acusação não tem sustentação e nem mesmo provas. Em resposta, lembrou que o antigo relator, ministro Teori Zavascki, já havia devolvido uma denúncia contra o parlamentar, considerando-a inepta, e arquivou outra. “Essa também será poque nunca tive lobista ou operador. Nunca autorizei que falassem em meu nome em nenhum lugar”, disse.
 
“Essa é uma história requentada e mais uma acusação do procurador sem provas”, completou o senador peemedebista.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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