Submarino Tamoio encerra ciclo depois de 20 anos de proteção à Amazônia Azul

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Sugerido por Gilson AS

O Brasil que não está na mídia.

Primeiro submarino construído no Brasil, Tamoio, realiza “load-in” para início do período de manutenção no Rio

Do Ministério da Defesa

Após 20 anos de bons serviços prestados à Marinha do Brasil, na vigilância e proteção da chamada “Amazônia Azul”, área oceânica de 4,5 milhões de km² que concentra riquezas naturais, o submarino Tamoio (S-31) iniciou novo Período de Manutenção Geral (PMG).

A iniciativa, que ocorre a cada seis anos, tem como finalidade restabelecer as condições de operação de seus equipamentos e sistemas.

De acordo com o diretor do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), contra-almirante Mário Ferreira Botelho, a manutenção obedece a rigorosos critérios de qualidade, o que é essencial para garantir e resgatar a capacidade operacional do submarino.

“Durante esse período são reparados diversos sistemas mecânicos, elétricos e eletrônicos, bem como realizadas inspeções estruturais, incluindo possíveis reparos do casco resistente”, explicou o almirante.

No início do processo, o submarino Tamoio foi retirado da água e levado para um galpão do AMRJ. Nesse procedimento, conhecido como load-in, o submarino “pousa” em cima de uma balsa alagada, dentro de um dique. Após a retirada da água, a balsa é suspensa, permitindo que o submarino seja movimentado e alinhado ao galpão, junto com a balsa.

Após essa etapa, a embarcação foi transportada para o interior da própria balsa por duas carretas, com importantes cálculos de engenharia, em trabalho que durou mais de quatro horas.

O Brasil é o único país do Hemisfério Sul que possui know-how para realizar load-in de submarino. Para efetuar toda a operação, profissionais da Marinha passaram por 20 dias de intenso planejamento e preparação.

Força de Submarinos

Durante o período de manutenção do Tamoio S31, permanecem em operação no patrulhamento e vigilância da costa nacional os submarinos Tupi S30, Timbira S32, Tapajo S33 e Tikuna S34.

Além dele, a Marinha irá incorporar cinco novos submarinos, atualmente em processo de desenvolvimento, como resultado de parceria entre o Brasil e a França. O acordo possibilitará a transferência de tecnologia dos modelosscorpénes.

Quatro desses submarinos são à diesel-elétricos e no Brasil receberão a nomenclatura S-BR. O quinto submarino, com propulsão nuclear, será fabricado no Estaleiro e Base Naval em Itaguaí (RJ), com tecnologia totalmente nacional.

Os cinco submarinos vão incorporar a Força de Submarinos, que completou 100 anos em 2014. 

Submarino Tamoio e a história do Brasil

Durante todo seu atual ciclo de operação, iniciado em 2005, o submarino Tamoio participou de diversas operações em toda a extensão nacional, tendo atuado na vigilância de áreas estratégicas, como as bacias petrolíferas do pré-sal.

Incorporado em 1995 à Marinha do Brasil, o Tamoio foi batizado e lançado ao mar em 1993 e, ao longo desse período, já passou por vários testes operacionais. O submarino, da Classe Tupi, tem tecnologia brasileira e projeto alemão.

“A construção dos submarinos, Classe IKL-209 – número de série atribuído pelo fabricante ao projeto deste submarino –, no país representou a concretização de uma importante aspiração da Marinha. O desenvolvimento tecnológico mundial, assim como o relacionamento entre os países, transformaram o submarino em uma arma de fundamental relevância ao exercício do domínio no mar”, acrescentou o almirante Mário Ferreira.

Os submarinos são embarcações especializadas para operarem submersos e, por esta peculiaridade, são utilizados militarmente, também, por serem difíceis de localizar e destruir. Atualmente a Marinha possui cinco submarinos, sendo quatro da classe Tupi, com projetos de 1989, e um da classe Tikuna, com projeto de 2005. Todos possuem 1,4 mil toneladas.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

10 Comentários

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    1. Contratos

        O S-34 um IKL 209/ 1500, em sua construção teve varios melhoramentos em relação a “Classe Tupi “, incluindo a susbstituição de varios sistemas importados por nacionais, com supervisão do estaleiro alemão, portanto o S-34 praticamente todo construido no AMRJ, não seria a base de uma nova classe, mas comprovaria a expertise do AMRJ na construção de subs modernos, com cooperação alemã ( TKM ou HDW ), as classes 212 ou 214.

         Ocorreu que na concorrencia estabelecida em 2005/2006, a proposta da HDW, foi derrotada pela proposta francesa da DNCS, com o Scorpene.

  1. Que novidade… Para falar a
    Que novidade… Para falar a verdade eu nem mesmo sabia que o Brasil tinha um submarino operando no Amazonas.

      1. Ué… num filme gringo famoso

        Ué… num filme famoso (O outubro vermelho) um submarino russo muito maior que este sobe um riozinho gringo menos largo e profundo que o Amazonas. Este ai não pode subir o rio Amazonas flutuando na superfície?

        1. Calado

            Navegando na superficie, um submarino nuclear, mesmo lança misseis balisticos, tipo o russo Delta-III, ou um Oscar ( como o Kursk) ou um imenso americano Classe Los Angeles, possuem um “calado” relativamente baixo, no máximo, carregado, de 11/12 mts ( 40 pés ) – se limpar o Rio Tiete, dá para passear, por São Paulo.

  2. Por “culpa” do PT os próximos

    Por “culpa” do PT os próximos submarinos serão à propulsão nuclear.

    Da pagina da Marinha    “Submarino de propulsão nuclear brasileiro é um submarino nuclear cuja a fonte de energia é um reator nuclear, cujo calor gerado vaporiza água, possibilitando o emprego desse vapor em turbinas. Está sendo construído com a parceria da França e tem previsão para operação em 2020.1

    O projeto do submarino nuclear brasileiro remonta a década de 1970. Em um périplo de, aproximadamente, 20 anos, a Marinha do Brasil dominou o ciclo do combustível nuclear e pôde dar início a construção do reator nuclear que esta sendo desenvolvido no Centro Experimental Aramar em Iperó, que será comportado no submarino. O trabalho de Projeto, que foi iniciado no dia 6 de julho de 2012, percorrerá um longo caminho. Serão três anos para alcançar o projeto básico do submarino de propulsão nuclear, para então ter início a fase do projeto detalhado, simultaneamente com a construção do submarino, em 2016, no estaleiro da Marinha que está sendo construído na cidade de Itaguaí no Rio de Janeiro.

    A primeira embarcação será batizada de SN 10 Alvaro Alberto, em homenagem ao vice-almirante da Marinha brasileira e cientista brasileiro Álvaro Alberto da Mota e Silva.

    O Brasil é um dos poucos países do mundo que detém um projeto para a construção de um submarino nuclear voltado exclusivamente para a caça de outros submarinos, que não carregará mísseis balísticos.

     

     

    Fico imaginando se o PSDB voltasse ao poder como ficarima esses projetos.

    Dá frio na barriga só de pensar !

  3. Pentagono, US Navy, Lockheed Martin and US$ 35 M

       A noticia é boa para explicar um pouco como funcionam contratos militares, pois o “load in” do S-31 tambem irá contemplar o retrofit e modernização de seus sistemas de combate e controle, como já ocorreu com o “Tikuna” e o “Tamoio”, com a instalação do sistema Lockheed Martin AN/BYG 501 – 1D + os softwares e modificações nos tubos, visando a utilização dos torpedos pesados MK-48 ADCAP mod 6, equipamentos no “estado da arte”, utilizados por marinhas da OTAN, da Coréia do Sul, Taywan, Israel e Estados Unidos. Como foi:

        Por volta de 2005, já no governo “esquerdista – bolivariano ” ( de acordo com quem lê Veja), nossos submarinos  ( 5 ), estavam com suas habilidades comprometidas, pois estavam recheados de tecnologia alemã dos anos 80 em seus sistemas de combate, portanto a MB, através do MinDefesa, lançou uma RFP ( request for proposal) em 2006, para varios fabricantes ( alemães, franceses, holandeses, britanicos etc..), para o “retrofit” eletronico destes submersiveis, e exigindo do fornecedor parte da “arquitetura aberta ” e a instalação de um sistema de treinamento em terra ( é mais caro que o embarcado, pois necessita de toda uma infraestrutura, modificação de softwares, rotinas de treinamento etc.. ).

         Das propostas apresentadas,  a que contemplava as exigencias, foi a americana, da LM, inclusive em preço , formatação da arquitetura e principalmente: apoio técnico da US Navy., total de US$ 35 milhões.

         Como funciona: O “vendedor” ( LM & Raytheon) leva a proposta ao Pentagono, a DSCA ( Defense Security Cooperation Agency ), que junto ao Depto de Estado, analisa as condições politicas da venda, caso aprovadas apresenta-as ao Senado dos Estados Unidos para confirmação, e coordena o financiamento a longo prazo ( no caso de “nações amigas ” como o Brasil ( tipo 2, allied out-Nato) – sem adendos do DeptState ou Senado – quem adquiri os sistemas é o Pentagono ( Dept of Navy ) e repassa a Marinha do Brasil – a US Navy/DoD é a “avalista”, e quem emite o TAA ( technical assistence agreement ), que permite as modificações exigidas, e que técnicos navais, militares e/ou civis, acompanhem “in loco” a instalação, treinamento e manutenção.

           Quanto foi liberado: A DSCA libera não de acordo com o que é solicitado, mas o que ela analisa como necessário, neste caso o valor foi de até US$ 56 milhões de crédito imediato, pois alem dos sistemas ( 6 ) ocorreu a liberação dos torpedos MK-48 ADCAP/6 ( retirados dos estoques NATO), e a possivel e NÃO aceita pela MB, aquisição de misseis Sub-Harpoon.

            O acordo foi assinado, pelo governo brasileiro – LM&R – DSCA, em 29/01/2008,  vem sendo rigorosamente cumprido, inclusive a “validação” dos sistemas, caso do Tapajó, foi realizada ano passado, nas raias de tiro da USN em Porto Rico, quando por 6 meses – não se espantem – este submarino brasileiro ficou adido/comissionado a famosa 4a Frota da US Navy, aliás o Tikuna e o Tapajó, em manobras da NATO e da US Navy, emulando taticas chinesas e holandesas, referentes a submarinos não-nucleares, conseguiram “soluções de tiro ” factiveis e comprovadas, nos sistemas e analise posterior de dados, contra dois porta-aviões: o espanhol Principe de Asturias, e o USS Harry Truman.

              P.S. : Governo do PT, não é considerado “bolivariano”, nem no Pentagono.

        

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