Temer diz que pode negociar reforma da Previdência por governabilidade

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Após oferecer um jantar a senadores da base aliada e ministros, no Plalácio da Alvorada, na noite desta quarta-feira (15), para discutir temas da agenda econômica e reaproximar os parlamentares contra uma possível ruptura, o presidente Michel Temer mudou o discurso e disse que está aberto para negociar mudanças na Reforma da Previdência.
 
Manteve a linha de que a medida é necessária para recuperar a economia do país, mas recuou, afirmando que é possível haver algum diálogo. “Nós achamos que a proposta ideal, a necessária para colocar o país nos trilhos de uma vez, é aquela que o Executivo mandou. Se houver necessidade de conversações, nós não estamos negando qualquer espécie de conversação. O que não podemos é quebrar a espinha dorsal da Previdência”, disse.
 
A declaração ocorreu durante palestra com executivos de cerca de 100 empresas, reunidos na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo, nesta sexta (17). Para o empresários e representantes da Indústria, Temer quis mostrar empatia aos anseios do mercado.
 
“Haverá propostas de modificação em um ou outro ponto? É muito provável. (…) Nós temos um deficit de R$ 149 bilhões na Previdência Social. Nós temos estados que estão quebrando por causa da Previdência”, recuperou o tom.
 
Ainda ignorando que integrantes da própria base aliada recuaram da medida, com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidindo reabrir o prazo para a apresentação de emendas à PEC. Integrantes da Comissão Especial que analisa a PEC da Reforma também afirmaram que os números enviados pelo Ministério da Fazenda não eram suficientes.
 
Os parlamentares haviam pedido ainda em fevereiro o envio dos cálculos atuariais, com informações completas dos benefícios referentes ao período de 2000 a 2015. Encaminhado somente nesta terça-feira (14), o documento trazia resumos de informações. Como justificativa, o governo alegou que o pedido seria “uma extração onerosa tanto em termos financeiros como em tempo necessário para a execução”. 
 
Mas, para Temer, até o momento, não há argumentos sólidos da oposição contra a Reforma da Previdência. “Eu vejo com frequência que há movimentos de protesto que são de natureza política, não movimentos de natureza técnica”, insistiu.
 
Por outro lado, destacou a importância de preservar um bom trânsito dentro do Congresso, para a governabilidade e evitando dissidências dentro da base. “Se não houver interação do Executivo com o Legislativo, você não consegue governar”, admitiu.
 
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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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  1. claro que pode negociar

    desde a comissão seja maior!

    sempre nessas horas lembro de uma charge. acho que é do Nani, ddo tempo do pasquim. onde um figurão dizia ao outro:

    -chefe então eu falei pra ele, que o senhor não era um corrupto, pra se vender por 1 milhão.

    e o chefe perguntava de volta:

    – e ele ofereceu mais?

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